terça-feira, 10 de novembro de 2009

Urina Detecta Cancro


A Fundação Puigvert, com sede em Barcelona, acaba de apresentar um marcador genético que detecta precocemente o cancro da bexiga através da análise de urina.
Trata-se de uma enorme simplificação em relação aos métodos actuais. Como funciona? Os médicos analisam 14 genes normalmente implicados neste tipo de cancro e vêem como reagem. O método foi testado junto de 600 pacientes e revelou uma taxa de êxito de 95 por cento. 
Os testes vão continuaram a internacionalizarem-se ao longo de 2008. Caso tudo se confirme, é possível que seja comercializado durante o ano de 2009.

Fonte: Revista Notícias Sábado (22/Dez/2007)
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Atenção Carnívoros

Os resultados surpreenderam: após oito anos de estudos em mais de 500 mil norte-americanos dissecados, entre os 51 e 70 anos, os investigadores constataram que o consumo de carne aumenta consideravelmente o risco de cancro. 
De acordo com o Instituto Nacional de Cancro dos EUA, quem ingeriu carne vermelha ou processada tinha entre 20 e 60 por cento mais probalidades de sofrer de cancro do pulmão, cólon, esófago e figado. 
Apesar da credibilidade da pesquisa, ainda não são conhecidas as razões mais profundas do fenómono. Acredita-se que tenha a ver com a gordura contida na carne, assim como com as condições de conservação (fumada ou salgada) e de preparação (fumo do carvão e químicos utilizados num churrasco).

Fonte: Revista Notícias Sábado (22/Dez/2007)
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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Nauru

Único País no Mundo sem Capital
Morar num país que tem duas escritoras, mas até importa a água para beber…
Uma pequena ilha do Império Britânico, cuja evolução política e o quotidiano acompanha há anos.

Nauru, esse país independente cuja dimensão, em termos de Estados com assento na ONU, só é superado em pequenez pelo Vaticano e pelo Mónaco. 
Já bastavam os seus 21,3 quilómetros quadrados, um quase nada mais do que a açoriana Ilha do Corvo e um terço da dimensão da cidade do Funchal, para esta republica insular, situada entre a Austrália e as Ilhas Havai, ser um país digno de nota.

Mas, ainda por cima, é o único do planeta que, apesar de ter hino e bandeira, língua nacional e duas poetisas (Margaret Hendrie e Joanne Gobure), não dispõe de uma capital – o parlamento e os edifícios governamentais ficam num dos 14 distritos, o de Yaren.

A História desta peculiar república, um atol da Micronésia cujo ponto mais elevado fica a 61 metros acima do nível do mar (o nova-iorquino Empire State Building mede 381 metros), localizado quase em cima da linha do Equador, onde o Britânico John Fearn acostou em 1798 e que é independente desde 31 de Janeiro de 1968, também tem direito a menos fotos a preto e branco do que a selos com a chancela do país.

Nauru, foi anexado pela Alemanha em 1888, ocupado pela Austrália na I Grande Guerra, depois governado por Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia por mandato da Liga das Nações, invadido pelos japoneses na II Guerra Mundial e a seguir debaixo da soberania do mesmo trio de países por indicação da ONU.
Apenas uma parte dos 13770 habitantes da ilha, que conversam mais em iInglês e usam o dólar australiano, são descendentes das doze tribos originais representadas na bandeira, pois também ali se encontram filipinos e chineses, outros micronésios e mesmo europeus. 
A religião totémica daquele povo que, antes da colonização europeia, era poligâmico e tinha danças demasiado sexuais, está quase perdida – hoje, quase todos são protestantes ou católicos.

Excluindo os cocos e derivados, as receitas quase se resumem aos fosfatos, cuja extração transformou o centro da ilha oval, de praias e corais, numa paisagem quase lunar – mas deu aos Naurianos, durante muito tempo, um dos mais elevados níveis de vida do Terceiro Mundo.

Mesmo sem espionagem,e quando a bandeira nacional se estreou nuns Jogos Olímpicos, deve ser interessante este país que tem aeroporto e estação de rádio, ciber-café e saúde gratuita, mas necessita importar água para beber.

E como se arranjará um postal ilustrado para mandar a um amigo, desta pequena ilha do império Britânico?


Fonte: JN 
Autor/Texto: Fernando Madaíl
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S. Guinefort

S. Guinefort: 750 anos de culto a um acto heróico

Chamava-se Guinefort e viveu em Neuville, cerca de 40 quilómetros a norte de Lyon, na França rural de meados do século XIII. Mais de 750 anos passados sobre o acto de heroicidade que praticou e lhe custou a vida, o culto popular em torno do seu nome parece vivo.
Galgo fiel e dedicado, favorito de um grande senhor feudal, Guinefort foi o escolhido para, num trágico dia de ausência do dono, ficar de guarda ao berço do seu filho recém-nascido. Tudo corria bem quando de repente uma serpente entrou no quarto do bebé. Guinefort lançou-se de imediato sobre o intruso, atacando-o até à morte. 
Atrás de si ficou um rasto de sangue, mas, mesmo ferido, Guinefort manteve-se de guarda ao bebé. Ao regressar , e ao ver com horror o quarto coberto de sangue, o dono julga que Guinefort atacara o seu filho. Trágico equívoco: depois de matar Guinefort, o grande senhor feudal apercebe-se do erro que acabara de cometer – o bebé que o seu dedicado cão salvara, estava apenas adormecido. 
Para se redimir, manda sepultar Guinefort num lugar nobre da propriedade, erguendo um memorial em sua homenagem. Ecos do acto heróico de Guinefort rapidamente chegam às localidades vizinhas, passando a população a invocá-lo como um Santo mártir.


Fonte: JN
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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Concurso na Rússia

A Rússia conheceu o maior Russo de todos os tempos: Alexander Nevsky.

A final do Concurso O Nome da Rússia foi transmitida pela televisão estatal Rossiya e contou com a participação de cinco milhões de votos, depositados através de telefone ou Internet. Inicialmente havia 500 candidatos, mas à final, chegaram 12. 
Este concurso esteve envolto em polémica devido á possibilidade de Josef Estaline vir a ganhar. Mas, afinal, ficou-se pelo terceiro lugar. O equivalente em Portugal foi o programa Grandes Portugueses, ganho por Salazar.

Alexander Nevsky

O Santo Alexander Nevsky foi consagrado como o maior russo de todos os tempos. O homem que no Século XIII derrotou as forças estrangeiras e preservou a unidade da Rússia obteve 524.000 votos no concurso que durou um ano e foi transmitido pela televisão estatal da Rússia. É descrito como o príncipe –soldado ideal e os seus restos mortais repousam no Mosteiro Alexander Nevsky, em Sampetersburgo.

Pyotr Stolypin

No segundo lugar do concurso O Nome da Rússia ficou Pyotr Stolypin, primeiro-ministro entre 1906 e 1911 e que tentou modernizar a economia e a agricultura russas, mas acabou por ser assassinado aos 49 anos. Foi a 14 de Setembro de 1911, quando estava a assistir a um espectáculo na Opera House de Kiev.Atingido com dois disparos, terá dito na hora da morte as seguintes palavras: “Estou feliz por morrer pelo Czar”.




Josef Estaline

Figura controversa da Rússia, o ditador Josef Estaline ficou no terceiro lugar do concurso, com um total de 519 mil votos. Nascido em Gori, na Geórgia, é acusado de ser responsável pela morte de milhares de pessoas do seu próprio país. Foi secretário geral do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética, entre 1922 e 1953, ano em que morreu.Três décadas mais tarde, o mundo assistia à imposição da URSS e à independência das suas ex-repúblicas.





Alexander Pushkin

Aquele que é considerado o maior Poeta Russo de todos os tempos, Alexander Pushkin ficou em quarto lugar no concurso, em que foram recebidos cinco milhões de votos por telefone e internet. Ícone da era romântica. Pushkin, nascido em Moscovo, em 1799, casou-se com Natalya Goncharova. O amor que sentia por ela levou-o à morte. Envolveu-se num duelo com o alegado amante, Georges d’Anthès, tendo sido ferido mortalmente.


Fonte: Jornal de Notícias de 29 de Dezembro de 2008
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quarta-feira, 13 de maio de 2009

13 de Maio na Cova da Iria

Há precisamente 92 anos…

A 13 de Maio de 1917, três crianças apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, Freguesia de Fátima, Concelho de Vila Nova de Ourém, hoje diocese de Leiria-Fátima. Chamavam-se Lúcia de Jesus, de 10 anos, e Francisco e Jacinta Marto, seus primos, de 9 e 7 anos.

Por volta do meio dia, depois de rezarem o terço, como habitualmente faziam, entretinham-se a construir uma pequena casa de pedras soltas, no local onde hoje se encontra a Basílica. 

De repente, viram uma luz brilhante, julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora, mas logo abaixo, outro clarão iluminou o espaço, e viram em cima de uma pequena azinheira (onde agora se encontra a Capelinha das Aparições), “uma senhora mais brilhante que o sol”, de cujas mãos pendia um terço branco.

A senhora disse aos três pastorinhos que era necessário rezar muito e convidou-os a voltarem à Cova da Iria durante mais cinco meses consecutivos, no dia 13 e àquela hora. As crianças assim fizeram, e nos dias 13 de Junho, Julho, Setembro e Outubro, a senhora voltou a aparecer-lhes e a falar-lhes da Cova da Iria. 

A 19 de Agosto, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13, as crianças tinham sido levadas pelo Administrador do Concelho, para Vila Nova de Ourém.

Na última aparição, a 13 de Outubro estando presentes cerca de 70.000 pessoas, a Senhora disse-lhes que era a “senhora do rosário” e que fizessem ali uma capela em sua honra. 

Depois da aparição, todos os presentes observaram o milagre prometido às três crianças em Julho e Setembro: o sol, assemelhou-se a um disco de prata, podia fitar-se sem dificuldade e girava sobre si mesmo como uma roda de fogo, parecendo precipitar-se na terra.



Posteriormente, sendo Lúcia religiosa de Santa Doroteia, Nossa Senhora apareceu-lhe novamente em Espanha (10 de Dezembro de 1925 e 15 de Fevereiro de 1926, no convento de Pontevedra, e na noite de 13/14 de Junho de 1929, no Convento de Tuy), pedindo a devoção dos cinco primeiros sábados (rezar o terço, meditar nos mistérios do Rosário, confessar-se e receber a sagrada comunhão, em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria) e a consagração da Rússia ao mesmo Imaculado Coração. 
Este pedido já Nossa Senhora o anunciara em 13 de Julho de 1917, na parte já revelada do chamado “Segredo de Fátima”.

Anos mais tarde a Irmã Lúcia conta ainda que , entre Abril e Outubro de 1916, tinha aparecido um anjo aos três videntes, por três vezes, duas na Loca do Cabeço e outra junto ao Poço do quintal da casa de Lúcia, convidando-os à oração e penitência.

Desde 1917, não mais cessaram de ir à Cova da Iria milhares e milhares de peregrinos de todo o mundo, primeiro nos dias 13 de cada mês, depois nos meses de férias de Verão e Inverno, e agora cada vez mais aos fins de semana e no dia-a-dia, num montante anual de quatro milhões.


Fonte: Desconhecida
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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Aromaterapia

Cheiros que nos fazem bem

Óleos, incensos ou um simples lenço perfumado

Pode não curar nenhuma doença, mas a verdade é que a aromaterapia faz-nos sentir muito bem. Além disso, os seus ingredientes estão quase à mão de semear e ajudam a aliviar a fadiga, a reduzir as palpitações provocadas pelo medo ou são, mesmo, capazes de despertar o desejo sexual. Tudo isto escondido nos aromas das flores, folhas, raízes ou sementes.


A ciência de transformar essas dádivas da natureza em óleos essenciais para serem usados por todos nós é uma prática que remonta a 3500 anos antes de Cristo. Os óleos podem ser usados em massagens, como ambientadores, para perfumar um lenço, em incenso ou mesmo para aromatizar a água do banho. Cada aroma tem o seu efeito. Se está triste ou abatido/a, transforme a sua casa de banho num verdadeiro spa. Sem pressas, prepare um banho morno onde vai colocar umas gotas de manjericão, eucalipto, tomilho e bergamota e ficará muito mais animado/a. Se o problema são as tradicionais palpitações causadas pelo medo, tenha uma maçã à mão: o odor desta fruta ajuda a reduzi-las. A menta, por exemplo, anima qualquer um, enquanto o jasmim desperta o desejo sexual.

No entanto, é preciso ter cuidado ao usar estes óleos, porque são muito concentrados. Não os use directamente sobre a pele e misture-os com um outro óleo, por exemplo de amêndoa ou soja.

 

Fonte : Revista Notícias Sábado

Texto/Autor: Virgínia Alves

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domingo, 1 de março de 2009

Manuel de Arriaga

 

Manuel de Arriaga foi o primeiro Presidente eleito da República Portuguesa, no dia 24 de agosto de 1911. Tinha 71 anos e era um dos nomes mais prestigiados do republicanismo.

Devido às crescentes rivalidades e lutas internas entre os republicanos, Manuel de Arriaga acabaria por renunciar ao cargo, a 29 de maio de 1915, três meses antes do final do mandato.

Manuel José de Arriaga Brum da Silveira nasceu na cidade da Horta, Açores, a 8 de Julho de 1840, filho de Sebastião de Arriaga Brum da Silveira e de Maria Antónia Pardal Ramos Caldeira de Arriaga, oriundos da pequena nobreza local.

A 12 de Outubro de 1861, Manuel de Arriaga partiu para o continente, ingressando no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Em 1866 concluiu o bacharelato e em 1875 a licenciatura.

(Foto - Lucrécia de Brito Berredo Furtado de Melo, mulher de Manuel de Arriaga. 1912)

Em 1874 casou com Lucrécia de Brito Furtado de Melo, de família oriunda da Ilha do Pico, de quem teve seis filhos.

Atividade profissional

Depois de terminar o bacharelato em Leis, Manuel de Arriaga viveu entre Lisboa e Coimbra, privando com nomes da intelectualidade portuguesa como Antero de Quental, Oliveira Martins, Luciano Cordeiro, Eça de Queiroz e Batalha Reis.

 (Foto - Residência do Presidente da República Manuel de Arriaga, na rua de São Francisco da Paula, atual rua Presidente Arriaga, esquina com a travessa do Olival a Santos. 1910-1920)

(Foto - O Presidente da República Manuel de Arriaga, sentado, ao centro, com membros do Governo presidido por Bernardino Machado, à direita do Presidente, na atual Sala Império do Palácio de Belém. Nesta época, conservava, ainda, parte da decoração da Sala do Bilhar do tempo de D. Carlos. 1914)

Em 1875 abriu escritório de advogado em Lisboa (Rua da Prata), actividade que exerceu em simultâneo com a de professor de inglês no Liceu Central de Lisboa (mais tarde, Liceu Passos Manuel). No ano seguinte, integrou a comissão de reforma da educação secundária, pelo Liceu Central. Em 1878 tentou iniciar uma carreira no ensino superior, candidatando-se a um lugar no Curso Superior de Letras, mas foi preterido em favor de Consiglieri Pedroso. Nesse mesmo ano, foi convidado para ser professor dos príncipes D. Carlos e D. Afonso, cargo que recusou por motivos político-ideológicos. Dois anos mais tarde, foi excluído do Liceu Central devido a uma alteração da legislação de contratação de professores. Como advogado, defendeu vários clientes em processos de cariz político e de liberdade de imprensa.

(Foto - O Presidente da República Manuel de Arriaga e o seu filho e secretário, Roque Manuel de Arriaga, na varanda do Palácio de Belém. 1912-08)

Dedicou-se, em paralelo, à escrita, publicando o primeiro livro de poemas em 1887 (“Canto ao Pico”). Em 1897 terminou o romance “Síntese Suprema, a um Mundo novo, a uma Alma nova” (nunca publicado); em 1899 publicou “Cantos Sagrados” (poesia); em 1901 “Irradiações” (poesia) e em 1907 “Harmonias Sociais. O problema humano e a futura organização social. A Paz dos Povos.”

Na sequência da implantação da República, foi nomeado procurador-geral da República (19 de Outubro de 1910) e reitor da Universidade de Coimbra (31 de Outubro de 1910).

Percurso político


(Foto - O Presidente da República Manuel de Arriaga em visita à Escola-Oficina n.º 1 da Graça. A Escola foi criada em 1905, com princípios pedagógicos modernos, assentes na aprendizagem teórica e prática, no estímulo e na capacitação do aluno, em detrimento do ensino tradicional, livresco e punitivo. Foi dirigida por republicanos, anarquistas e maçons. 1911-12-24)

Membro da geração de 70, Manuel de Arriaga aderiu aos ideais republicanos e interveio, desde muito cedo, na vida política e cultural do país. Em Maio de 1871 foi um dos 12 signatários do programa das Conferências Democráticas do Casino, ao lado de intelectuais como Antero de Quental, Adolfo Coelho, Teófilo Braga, Eça de Queirós, José Fontana, Oliveira Martins, Guilherme de Azevedo ou Jaime Batalha Reis. A iniciativa visava preparar a opinião pública para o debate de temas filosóficos, sociais e científicos, então em voga na Europa e, simultaneamente, planear um novo rumo para os destinos de Portugal. Iniciadas a 22 de Maio de 1871, as conferências foram interrompidas por ordem das autoridades monárquicas a 22 de Junho seguinte, com o argumento de que sustentavam "doutrinas e proposições que atacavam a religião e as instituições políticas do Estado".

Manuel de Arriaga foi um membro destacado da facção republicana federalista, tendo sido um dos responsáveis pela criação do Centro Republicano Federal de Lisboa, em Janeiro de 1880. Surgido das divergências no seio do Centro Republicano Democrático de Lisboa, procurou imprimir ao movimento republicano um carácter mais popular e assumidamente antimonárquico. Em Maio do mesmo ano foi eleito presidente da mesa da Assembleia Geral do Centro Republicano.

(Foto - O Presidente da República Manuel de Arriaga, acompanhado pelos netos, nos jardins do palácio do Manteigueiro, onde passou a residir, após a sua nomeação. Esteve nesta casa pouco tempo, pois em 1912 foi autorizado a mudar-se para o Palácio de Belém. 1912-04)

Participou activamente nas comemorações do Tricentenário de Camões, presidindo ao banquete em honra da Câmara Municipal de Lisboa e da Comissão Executiva de Imprensa para as festas do Centenário, em Julho de 1880. Na sequência dessa participação, demitiu-se do Centro Republicano Federal onde foi criticado por ter participado em brindes à Monarquia. Em 1881 discursou em comícios de protesto contra o Tratado de Lourenço Marques.

Em Junho de 1882, apresentou o Projecto de Organização Definitiva do Partido Republicano Português, documento que representou a primeira sistematização do ideário republicano.

Em 1883 foi eleito deputado republicano pelo círculo do Funchal e em 1890 pelo de Lisboa. Em 1885 foi vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Nessa qualidade, desenvolveu uma intensa actividade oratória nos comícios de propaganda republicana. Em Janeiro de 1890, na sequência das manifestações contra o Ultimato britânico de 11 de Janeiro de 1890, Manuel de Arriaga foi preso por falar à população, em Lisboa, numa altura em que os comícios estavam proibidos.

Em Janeiro de 1891, no congresso do PRP, foi eleito membro do Directório do PRP. Manuel de Arriaga e os restantes elementos do Directório não aprovaram a revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, por considerarem não estarem reunidas as condições necessárias para o seu sucesso.

Em 1896 integrou o Grupo Republicano de Estudos Sociais, iniciativa que visava constituir uma espécie de consciência moral e crítica do movimento republicano.

Em 1898, Manuel de Arriaga pediu a demissão do Directório do Partido Republicano, continuando, porém, uma intensa atividade de intervenção cívica, participando em comícios e conferências.

No seguimento da implantação da República, foi empossado reitor da Universidade de Coimbra, a 19 de Outubro e Procurador-Geral da República a 16 de Novembro de 1910.

Assembleia Nacional Constituinte e eleição para Presidente da República

Em Junho de 1911 foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte, pelo círculo do Funchal, presidindo às Comissões de Redacção e dos Negócios Estrangeiros.

A eleição do primeiro Presidente da República foi pautada por uma forte competição, tendo-se equacionado os nomes de Anselmo Braamcamp Freire, Correia Barreto, Basílio Teles, José Relvas, Manuel de Arriaga, Bernardino Machado, Duarte Leite, Sebastião de Magalhães Lima e Alves da Veiga.

Manuel de Arriaga e Bernardino Machado, os dois principais candidatos, apresentavam apoios e programas políticos alternativos. Arriaga, proposto pelos partidários de António José de Almeida, chefe da tendência evolucionista, e de Brito Camacho, defendia os temas caros aos moderados: conciliação nacional, respeito pela legalidade, ordem pública e revisão da Lei da Separação. Bernardino Machado, proposto pela tendência que iria dar origem ao Partido Democrático de Afonso Costa, advogava a unidade do PRP, a manutenção do núcleo duro da legislação do governo provisório (designadamente a Lei da Separação) e o prosseguimento do combate aos inimigos do regime.

A 24 de Agosto de 1911 Manuel de Arriaga foi eleito primeiro Presidente constitucional da República Portuguesa. Recolheu 121 votos, contra 86 de Bernardino Machado, 4 de Duarte Leite, 1 de Sebastião de Magalhães Lima, 1 de Alves da Veiga e 4 listas em branco.

Depois da Presidência

Após abandonar a Presidência dedicou-se à redacção das suas memórias. Publica, em 1916, o seu último livro intitulado Na Primeira Presidência da República Portuguesa. Um Rápido Relatório, onde justificou a sua conduta política durante o período em que foi chefe do Estado.

Morreu em Lisboa a 5 de Março de 1917 com 76 anos de idade. Por indicação do governo de António José de Almeida, o seu funeral teve honras de Estado, ficando sepultado no Cemitério dos Prazeres. A 16 de Setembro de 2004, por decisão da Assembleia da República, Manuel de Arriaga foi trasladado para o Panteão Nacional, com honras de chefe de Estado.

(Foto - Funeral de Manuel de Arriaga. Os alunos da Escola de Guerra asseguram a guarda de honra ao féretro do antigo Presidente, junto à sua casa, na rua de São Francisco de Paula, atual rua Presidente Arriaga. 1917

Mandato Presidencial

24 de agosto de 1911 - 29 de maio de 1915

A Presidência de Manuel de Arriaga pautou-se por dificuldades várias, decorrentes, sobretudo, das rivalidades e lutas que desde cedo começaram a minar a unidade da família republicana.


(Foto - O Presidente da República Manuel de Arriaga, saindo do Palácio de São Bento, após a cerimónia da sua tomada de posse. 1911-08-24)

A primeira tarefa do recém-empossado chefe de Estado foi a de formar o 1.º Governo Constitucional. A intenção era constituir um ministério de unidade da família republicana, à beira de profundas cisões. Inicialmente escolheu Duarte Leite - personalidade não conotada com qualquer das correntes republicanas -, que não conseguiu formar governo, dada a recusa dos principais líderes republicanos. Manuel de Arriaga recorreu então a João Chagas, cujo ministério tomou posse a 4 de Setembro de 1911. O executivo era composto exclusivamente por personalidades próximas do "bloco" que elegera Arriaga e manteve-se em funções até 12 de Novembro de 1911.

(Foto de Manuel de Arriaga, recém-eleito Presidente da República, saindo do Palácio de São Bento, a caminho do Palácio de Belém, para uma receção aos membros do Governo e deputados. 1911-08-24)

Perante as divisões que se acentuaram na Câmara dos Deputados (democráticos ou radicais, unionistas, evolucionistas e independentes), as dificuldades do I Governo eram evidentes. À divisão efectiva das forças republicanas juntou-se, a 29 de Setembro de 1911, uma tentativa de insurreição militar no Porto e, entre 1 e 5 de Outubro, a primeira incursão monárquica, realizada por uma coluna de Paiva Couceiro a partir da Galiza.

Um dos principais problemas do novo ministério reside na escolha do general Joaquim Pimenta de Castro para titular da pasta da Guerra, grande inimigo dos apoiantes de Afonso Costa no Exército. Em causa estavam as estratégias de moderação ou de radicalização da actuação republicana, particularmente face aos liberais monárquicos. O general fora demitido no dia 8 de Outubro, na sequência da primeira incursão monárquica de Paiva Couceiro.

A 20 de Outubro de 1911 dá-se a primeira cisão no PRP, com a desvinculação de António José de Almeida. Paralelamente, depois do Congresso do Partido Republicano, que decorre entre 27 e 30 de Outubro, consagra-se a hegemonia dos "democráticos" de Afonso Costa. Após o Congresso do PRP, essa facção passou a designar-se Partido Democrático.

A divisão republicana é irremediável e a João Chagas não restava senão demitir-se. Fê-lo a 7 de Novembro de 1911, por entender que o seu governo já não representava a maioria dos republicanos.

Manuel de Arriaga chamou António José de Almeida a formar governo. Perante a recusa deste, recorreu ao ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de João Chagas, o médico Augusto de Vasconcelos. O seu executivo entrou em funções a 12 de Novembro de 1911, representando mais uma tentativa de constituir um "governo de coligação". Manteve-se em funções até 16 de Junho de 1912. O novo governo procurarava constituir-se em torno da União Nacional Republicana (UNR), tentativa de transformar o "bloco" que elegera Arriaga no partido de centro-direita que fosse uma alternativa aos democráticos de Afonso Costa. No entanto, a UNR teve uma existência efémera.

Em Fevereiro de 1912, António José de Almeida fundou o Partido Evolucionista e dois dias depois Brito Camacho anuncia a criação da União Republicana.

Depois do pedido de exoneração de Augusto de Vasconcelos, Manuel de Arriaga insistiu em nova solução de ministério de "concentração". Após várias diligências, entrou em funções a 16 de Junho o governo presidido por Duarte Leite. Dele fizeram parte três democráticos, dois evolucionistas e um independente próximo da UNR. Manteve-se em funções até 9 de Janeiro de 1913.

Duarte Leite demitiu-se a 6 de Janeiro de 1913 e Manuel de Arriaga tentou chamar Basílio Teles e depois António José de Almeida, que, no entanto, recusaram. Apoiado pelos unionistas e independentes, foi empossado a 9 de Janeiro o primeiro governo homogéneo da República presidido por Afonso Costa. Manteve-se em funções até 9 de Fevereiro de 1914. O executivo elegeu o equilíbrio orçamental como a principal prioridade. Através de uma política de contenção orçamental (com a chamada "lei-travão" de 15 de Março de 1913 e a Lei dos adidos de 14 de Junho do mesmo ano) e do aumento das receitas (por intermédio da reforma da contribuição industrial e predial e do imposto de transmissão), conseguiu saldos positivos nos orçamentos de 1912-1913 e 1913-1914. Foi a primeira vitória do ministério democrático.

Apesar da gestão de Afonso Costa continuar a caracterizar-se pela sua política de "racha-sindicalistas", o número de greves decaiu (35 em 1912, 19 em 1913 e 10 em 1914). Quanto à agitação monárquica, ela estava longe de se considerar concluída.

Uma tentativa revolucionária ocorreu a 20 de Julho de 1913, quando elementos afectos à monarquia tentam assaltar vários quartéis de Lisboa. A de maior relevo ocorreu a 21 de Outubro de 1913 dirigida por João de Azevedo Coutinho. Embora prevista também para o Porto, acabou por se restringir à capital com a destruição das redacções dos jornais O Dia e A Nação e alguns estragos no Museu da Revolução. As hostes republicanas minoritárias também conspiravam contra o Partido Democrático.

A 27 de Abril de 1913 o governo sofreu a primeira contestação civil e militar com origem numa das componentes da revolução do 5 de Outubro. Inspirada por Machado dos Santos, intentona consistiu na organização de manifestações de civis junto do Ministério do Interior e de alguns aquartelamentos de Lisboa e na saída de uma coluna de Infantaria 5, que acabaria por ser detida. Até ao final do mês registaram-se ainda outros movimentos insurreccionais e atentados bombistas.

As pressões sobre o governo dos democráticos aumentaram, o que levou o Presidente Manuel de Arriaga a tomar a iniciativa de auscultar os chefes dos três partidos sobre a possibilidade de constituição de governos extrapartidários. Na sequência dessa iniciativa, Afonso Costa solicitou a exoneração a 26 de Janeiro de 1914. A 9 de Fevereiro Arriaga chamou Bernardino Machado para liderar o novo governo.

O executivo de Bernardino Machado pretendia ser um governo de reconciliação nacional, integrando três democráticos. Propôs uma trégua aos monárquicos, aos sindicalistas e aos "intransigentes" do 27 de Abril, a quem prometeu uma amnistia. Aos católicos propôs uma revisão da Lei da Separação. Manteve-se em exercício até 23 de Junho de 1914. A 22 de Junho de 1914, por entender que a normalização da vida política da República seria facilitada com a saída dos ministros democráticos, Bernardino Machado pediu a demissão colectiva do gabinete. A 23 de Junho obteve de Manuel de Arriaga autorização para um governo "extrapartidário". Todos os ministros passaram a independentes, à excepção do presidente. Manteve-se em exercício até 12 de Dezembro de 1914.

No dia 7 de Agosto de 1914, o governo de Bernardino Machado levou ao Congresso, reunido extraordinariamente, uma declaração de princípios sobre a condução da política externa portuguesa perante o deflagrar da I Guerra Mundial que foi votada por unanimidade. Ainda que vagamente, afirmava-se que Portugal não faltaria aos seus compromissos internacionais, com particular atenção no que dizia respeito à aliança com Inglaterra.

Na sequência do primeiro ataque alemão às colónias portuguesas (25 de Agosto) partiram de Lisboa a 11 de Setembro de 1914 as forças expedicionárias com destino a Angola sob o comando do general Alves Roçadas, e a Moçambique comandadas pelo coronel Massano de Amorim.

Se por um lado o interesse em acautelar as possessões ultramarinas foi unanimemente defendido por todas as sensibilidades políticas nacionais, por outro, as vias para alcançar tal objectivo originam divisões entre evolucionistas, unionistas e democráticos.

António José de Almeida colocou a tónica no acompanhamento estrito da política inglesa. Os partidários de Brito Camacho inclinaram-se para a abstenção portuguesa em relação à guerra na Europa, defendendo o reforço militar defensivo das colónias. Os democráticos, ao contrário, defendiam uma posição intervencionista de Portugal no confronto com os Impérios centrais, vendo nisso uma oportunidade de afirmação da autonomia do país submetido ao estatuto menor de "protectorado inglês". Mas, mesmo entre estes, as diferentes interpretações das cláusulas da aliança anglo-lusa traduziam-se em posicionamentos distintos quanto à intervenção portuguesa no conflito.

A situação interna e externa do país acabaria por viabilizar as soluções "guerristas" e a entrada de Portugal na I Guerra Mundial.

Por entender ser oportuno constituir um governo de unidade republicana sob a sua égide, o Partido Democrático precipitou a queda do governo de Bernardino Machado.

O Presidente Manuel de Arriaga desenvolveu uma série de diligências tendo em vista a constituição de novo governo extrapartidário mas sem sucesso, vendo-se obrigado a chamar os democráticos.

Afonso Costa "entregou" a Vítor Hugo de Azevedo Coutinho a liderança do executivo a formar. O ministério de Azevedo Coutinho entrou em funções a 12 de Dezembro de 1914, mas a sua legitimidade tinha nascido "ferida de morte", dada a rejeição do seu nome por parte do Senado. O governo de Azevedo Coutinho fica conhecido como "Os Miseráveis", um trocadilho com o nome do seu presidente, Vítor Hugo.

Entre 20 e 22 de Janeiro de 1915 ocorreu um protesto de oficiais do Exército, que ficou conhecido como "Movimento das Espadas". Na sua base terá estado a transferência do major Craveiro Lopes, alegadamente por motivos políticos. Alguns oficiais, entre os quais Pimenta de Castro e Machado Santos, apresentaram protestos. O governo procedeu a prisões e as contestações subiram de tom. O ministro da Guerra demitiu-se.

Manuel de Arriaga, alarmado com a virulência da luta política e utilizando como pretexto os acontecimentos de 20 de Janeiro, interveio, provocando a demissão do governo (24 de Janeiro) e encarregando o general Pimenta de Castro de organizar um ministério com o objectivo de pacificar o país e preparar as próximas eleições legislativas, adiadas sine die desde Setembro de 1914 por imperativos da ordem internacional.

O governo de Pimenta de Castro marcou o início da tendência que haveria de ser típica dos últimos anos da República: um poder crescente dos militares na governação do país. Pimenta de Castro entregou sete das nove pastas a militares. A 4 de Março de 1915 as forças da GNR e da Polícia impediram o Parlamento de se reunir e o governo entrou formalmente em ditadura.

Pimenta de Castro levou para o poder a facção mais conservadora e tradicionalista da hierarquia militar profissional. A política de guerra foi praticamente esquecida, as perseguições contra os monárquicos foram interrompidas, as relações entre a República e a Igreja Católica pacificadas e as eleições marcadas para 6 de Junho.

A reunião do Congresso acabaria por realizar-se no Palácio da Mitra, no concelho de Loures, com a presença de 90 congressistas, ocasião em que foram proferidos fortes ataques ao executivo e ao Presidente da República. Por proposta inicial de Afonso Costa, foi aprovada por unanimidade uma moção que considerava inconstitucional a nomeação de Pimenta de Castro por parte do chefe de Estado, bem como a publicação pelo Ministério, e com a assinatura do Presidente da República, de diplomas com matérias exclusivas do Parlamento. Considerou-se, ainda, que o governo, com o assentimento do Presidente da República, atentara contra o livre exercício do poder legislativo, mediante o encerramento do edifício do Congresso.

A 14 de Maio eclodiu uma revolução armada em Lisboa com o objectivo de "restituir a República aos republicanos". Participaram a Marinha, parte do Exército e grande número de civis, enquadrados pela Maçonaria e pela “Formiga Branca”.

A Junta Revolucionária, que superiormente preparou e dirigiu o movimento de 14 de Maio, era constituída pelos majores Norton de Matos e Sá Cardoso, pelo capitão Álvaro de Castro, pelo capitão-tenente Freitas Ribeiro e pelo engenheiro civil António Maria da Silva, todos eles membros da Maçonaria, à excepção do terceiro. Nos bastidores Afonso Costa desempenhou um papel de relevo. Os sectores da Armada foram chefiados por Leote do Rego. Nesse mesmo dia, Machado Santos foi preso e o seu órgão de imprensa, O Intransigente, extinto. Registaram-se em Lisboa assaltos a armazéns e padarias em busca de comida.

A revolta conduziu à derrocada do governo de Pimenta de Castro e permitiu reinstalar os democráticos no poder. A República foi de novo proclamada das janelas da Câmara Municipal de Lisboa. A Junta Revolucionária indigitou o primeiro governo pós-revolução (no dia 15) dirigido por João Chagas. Mas este, gravemente ferido em consequência de um atentado (no dia 16) a caminho de Lisboa, não chegou a tomar posse. O ministério foi remodelado (no dia 17) e José Ribeiro de Castro, vice-grão-mestre da Maçonaria, assumiu interinamente a presidência de um ministério que tem como missão principal proceder a eleições. Com excepção de um unionista e de um evolucionista desvinculado do Partido, este executivo é maioritariamente democrático.

Na sequência da vitória "constitucionalista", Manuel Arriaga renunciou ao mandato presidencial, em carta ao presidente do Ministério de 16 de Maio. Dez dias volvidos enviou a mensagem de resignação ao Congresso, onde renunciou formalmente no dia 29 de Maio. Nesse mesmo dia abandonou o Palácio de Belém escoltado por forças da GNR.

Visitas de Estado

Com a proclamação da República em 1910, o poder passaria para as mãos de um governo provisório até à aprovação da Constituição em 1911, que instituía poderes bastante reduzidos ao Presidente da República. Para contrastar com o poder do Rei, a sua projecção pública e os seus meios materiais seriam limitados ao mínimo e não estava sequer prevista residência oficial, apenas um gabinete no Palácio de São Bento, desviando o centro do poder para o Parlamento.

Embora a Constituição de 1911 lhe atribuísse funções de representação da Nação na política externa da República, a limitação dos poderes presidenciais nesta fase de afirmação do novo regime republicano impedia que o Presidente da República tomasse decisões reais quanto ao futuro das relações diplomáticas com outros países.

Durante a I República uma profunda crise económica e social herdada da Monarquia, e uma constante instabilidade governativa, impediram que Portugal se ocupasse em desenvolver a sua política externa. Não estavam criadas condições para os Presidentes da República efectuarem ou receberem visitas de Estado, salvo raras excepções nos mandatos dos Presidentes Bernardino Machado, João do Canto e Castro e António José de Almeida.

Em 1914, Columbano Bordalo Pinheiro executou o seu retrato oficial, o primeiro da Galeria dos Retratos, ainda que não seja o mais antigo. Logo em 1910, após a instauração da República, Columbano havia integrado uma comissão de inventariação dos bens dos palácios reais. Em 1911, tinha feito parte da comissão - de cinco personalidades – nomeada para apreciar os projetos para a Bandeira Nacional. O Governo encomendou-lhe diversos outros retratos de primeiras figuras do republicanismo.

No retrato, reconhece-se a atual sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, através da figura escultórica de fundo, e que faz parte do fogão de sala ainda hoje aí existente. A Cadeira dos Leões foi usada pela primeira vez, na República, por Manuel de Arriaga, que se fez retratar nela. Desde então a Cadeira permanece associada à figura do chefe do Estado.

Fonte: https://www.museu.presidencia.pt/

Fotos: https://www.museu.presidencia.pt/



terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dificiência no fígado causa Obesidade?


Um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores do Monell Chemical Senses Center, nos Estados Unidos, mostrou que a obesidade pode ter origem num defeito no metabolismo que ocorre devido à baixa produção de enzimas que queimam a gordura. Isso naturalmente, explica porque razão algumas pessoas são muito gordas e outras muito magras, apesar das poucas diferenças ao nível da alimentação. 
Os especialistas dizem que se os dados obtidos com este estudo se comprovarem, futuramente será possível identificar indivíduos que correm o risco de ficar obesos, ainda na infância, altura em que será mais fácil um tratamento nutricional.

Fonte: Desconhecida
Foto da net


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Fazer Psicoterapia na Internet

O mundo virtual invade cada vez mais o mundo real, e se havia dúvidas a esse respeito, elas começam a dissipar-se. Agora, investigadores da Universidade de Heidelberg, Alemanha, concluíram que é mais benéfico fazer psicoterapia online, do que pessoalmente. 
O estudo juntou 114 pessoas que se dividiram depois em grupos de oito a dez pessoas. Uma vez por semana, estes grupos encontraram-se durante 90 minutos, numa sala de chat com o terapeuta, ao longo de 15 semanas. 
Simultaneamente, fez-se o mesmo tratamento com outro grupo de pacientes, mas em vez dos encontros cibernéticos, ocorriam sessões presenciais. 
No final, os investigadores concluíram que a taxa de regressão, após o fim das sessões de terapia foi menor nos casos dos indivíduos que tiveram os encontros na internet, pelo que consideram que esta pode ser uma nova via parta optimizar o tratamento de doentes com perturbações mentais.

Fonte: Desconhecida
Foto da Net


Evitar o cancro do cólon com café


Embora muitos sejam os alertas para o perigo do consumo excessivo de café, um estudo efectuado por cientistas do Centro Nacional de Cancro, em Tóquio, leva a crer que a ingestão diária de três ou mais chávenas de café pode reduzir em 50% o risco de desenvolvimento de Cancro do Cólon. 
Segundo os especialistas, embora o estudo seja preliminar e exija muita investigação, esta associação pode estar relacionada com o facto de a cafeína estimular o trabalho do cólon e de o café possuir reconhecidas propriedades anti-oxidantes.

Fonte: Desconhecida
Foto da Net


sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

História da Motown

A Motown levou a música negra à America Latina

Muitas vezes a Motown é descrita como a editora que, nos anos 60, levava a música negra aos ouvidos da América branca... E de facto assim aconteceu.
Nomes como as Supremes, Temptations ou Martha & The Vandellas somaram êxitos logo nos primeiros anos de vida da editora. Êxitos que rapidamente ultrapassaram o público negro, que antes já seguia de perto o rhythm'n'blues, e que consquistaram aos poucos os ouvidos da América branca, num processo que faria da música soul, tal como o jazz, um dos primeiros espaços a ultrapassar velhos hábitos de segregação.

50 Anos ao serviço da “Soul”


Berry Gordy (n.1929), o fundador da companhia, seu responsável e figura tutelar até 1988, costumava contar que , ao contrário de outras editoras, a Motown não tinha sido fundada.
Nascera... E nasceu em Janeiro de 1959, em Detroit, quando o ex-jogador de boxe e antigo dono de uma loja de discos recebeu um empréstimo de 800 dólares.
Gordy somava já uma história de vida recheada em acontecimentos quando desses 800 dólares fez nascer uma editora. Tinha trabalhado na fábrica da Ford, tinha assinado uma canção de sucesso para Jackie Wilson ( o clássico Reet Petite) e até mesmo obtido o secesso com o single Money (That's What I Want).
O dinheiro que quis chegou da família e, desafiado por Smokey Robinson, passou a pensar os seus próprios discos. Robinson respondeu ao desafio lançado ao amigo, “ofererecendo” à editora, dois anos depois, o seu primeiro êxito com vendas superiores a um milhão de exemplares, com Shop Around.
No primeiro ano de vida, a editora apresentava-se como Tamla Records. Mas, nascida na cidade dos automóveis (muitas vezes referida como “motor city”), a editora acabaria por ser rebaptizada como Tamla Motown pouco depois. Antes da chegada dos êxitos que transformariam as suas finanças, a Tamla Motown era uma pequena operação. Era o próprio Berry Gordy quem embalava e enviava os discos para as lojas. E era também ele quem os levava às estações de rádio.
Com o tempo, a editora cresceu. Ao mesmo tempo ia definindo uma identidade que passava, em grande parte, por uma abaordagem à emergente música soul através de características da canção pop. Nasce assim o “som Motown”, que rápidamente se apresenta como o “som da América jovem”. Cruza barreiras e chega aos ouvidos da América branca. E a marca torna-se incontornável no panorama musical global depois de , em 1964, conquistar o seu primeiro número um, com My Guy, de Mary Wells. Seguem-se êxitos com as Supremes, Temptations, Frank Wilson, Four Tops, Gladys Knight & The Pips. Martha Reeves & The Vandellas. E , já nos anos 70, com os Jackson5, Marvin Gaye ou Stevie Wonder.
Hoje diluída entre as etiquetas do grupo Universal, a Motown é uma marca com sabor a história. Dividiu com a “rival” Stax Records (de Memphis, no Tennessee) algumas das páginas de maior protagonismo na construção de um género que lhes deve a existência: a música soul.


The Temptations

Um dos mais bem sucedidos grupos vocais masculinos da sua geração, os Temptations foram um dos nomes-chave da história da Motown e, do catálogo inicial da editora, são uma das raras carreiras ainda em actividade. Com pré-historia em grupos como os Primes e os Distants, o grupo teve várias formações, e entre elas passaram várias vozes. Fixo era o formato que previa um número mínimo de cinco cantores. O jogo de harmonias entre as vozes e as coreografias que acompanhavam a apresentação das canções ficaram registadas com a sua imagem de marca. O Período “clássico” da obra dos Temptations começa em 1965, quando gravam o tema de Bobby Rogers The Way You Do The Things You Do. Por quatro vezes atingiram o número um da tabela de vendas nos Estados Unidos, e 14 são os seus tpo one na tabela de R & B. Entre os seus maiores clássicos contam-se canções como My Girl (talvez o seu êxito de mais evidente expressão global), I Can't Get Next to You e entrando já pelos anos 70, Just My Imagination (Running Away Whit Me) e Papas Was A Rolling Stone.


The Supremes

Se nos pedirem o nome de um grupo que represente o “som Motown” as Supremes serão uma das primeiras escolhas.
Uma das mais famosas girl bands da história, começaram por se apresentar como The Primettes...Diana Ross, um dos elementos do trio, morava na mesma rua de Smokey Robinson, em Dertroit. É ele quem as leva à Motown, onde começam por cantar coros em discos de outros artistas. Em 1961 Berry Gordy convida-as a assinar pela editora, desde que aceitem mudar de nome...Nascem assim as Supremes que, devido á falta de grandes êxitos nos primeiros dias, dividem o tempo entre o grupo e os outros trabalhos na sede da editora. Durante esses primeiros anos alternaram a voz principal entre gravações. Mas depois dos primeiros grandes êxitos, Diana Ross ganha protagonismo e torna-se na evidente lider do grupo. Gravam êxitos como Where Did Our Love Go, Baby Love, Stop In The Name Of Love, You Can't Hury Love, The Happening ou You Keep Me Hanhging On, todos eles clássicos soul com evidente alma pop, afinal, a característica maior do “som Motown”. Em 1970 Diana Ross parte para uma carreira a solo. O grupo, embora com outras vozes, mantém-se activo até 1977.

Michael Jackson
Foi na Motown que Michael Jackson deu os seus primeiros passos... Na música, entenda-se, apesar de contar apenas oito anos quando, juntamente com os irmãos Jackie, Tito, Jermaine e Marlon, formou os Jackson 5. Apadrinhados por Diana Ross, ganharam grande visibilidade a partir de 1968. E nos primeiros dias de 70, o grupo foi o primeiro da história a ter os seus quatro primeiros singles editados a atingir o número um na tabela de vendas norte-americana. O feito fez-se ao som de I Want You Back, ABC, The Love You Save e I'll Be There. O sucesso foi tal que rapidamente fez do grupo mais que uma banda musical. Em 1971 havia desenhos animados Jackson5 e, depois, especiais de televisão... Michael Jackson iniciou a sua carreira a solo em inicios de 70, chegando ainda a gravar quatro albuns para a Motown, e obtendo êxitos em nome próprio como bem, Got To Be There ou Rockin'Robin. Em 1975, Michael e os irmãos saem da Motwon e assinam pela CBS.

Marvin Gaye
É um dos nomes maiores da história da música soul e autor de dois dos álbuns mais marcantes da sua discografia: What's Going On (1971) e Let's Get It On (1973). Marvin Pentz Gay Jr. Nasceu em 1939. Começou por fazer parte de um grupo de doo wop ainda nos anos 50 e chegou à Motown como baterista para sessões no estúdio já nos anos 60. É então que acrescenta um “e” ao apelido, não apenas para afirmar a diferença face ao sei pai, como para evitar confusões sobre a sua sexualidade. Iniciou a sua carreira na Motown em 1961, com alguns primeiros êxitos, entre os quais se encontram duetos com Tammy Terrell. A morte da cantora, em Março de 1970, afastou-o dos palcos por algum tempo. Chegou a pensar em abandonar a música. Mas em junho regressa a estúdio, de lá saindo com um álbum que se revelaria um dos mais marcantes em toda a história da música soul. O Sucesso de What's Going On permite-lhe renegociar o contrato com a Motown, obtendo assim absoluta independência artística. Relança uma carreira, que seria interrompida quando, a 1 de Abril de 1984 é morto por uma bala disparada pelo seu próprio pai.

Stevie Wonder
Stevie Wonder (nascido em 1950 em Saginaw, no Michigan) chegou à Motown nos anos 60, mas datam da década de 70 os discos que dele fazem, ainda hoje, uma figura de referência na história da música soul. Cego,dominou o plano e a harmónica desde muito cedo. E aos 11 anos, depois de apresentado a um dos elementos dos The Miracles, assinou pela Motown, que começou por editá-lo como Little Stevie Wonder. Em 1963 tem um primeiro grande sucesso com Fingertips, uma versão de um velho clássico. Em meados da década desenvolve o trabalho de composição e é, pele sua criatividade na escrita, que ganha notariedade. Em meados de 60, já como Stevie Wonder, revela talento que se confirmará em pleno quando, entre 1972 e 1976 edita uma sucessão de álbuns que reinventam as linguagens da música soul. Este ano o seu tema de 1970 Sing Sealed Delivered foi usado na convenção democrática que nomeou Barack Obama.
Este mês a editora de Detroit somará 50 anos de vida. Como comemoração pelo feito. Foi lançada este mês uma antologia , para abrir um ano de celebrações de uma das casas discográficas de importãncia maior na história da música negra Norte-Americana.

Fonte: Jornal Diário de Noticias
Texto/Autor:Nuno Galopim