sábado, 30 de abril de 2016

Monstros do fundo dos Oceanos

Panamá, 1923

 
Mitchell Hedges pescou um animal marinho de 9,5metros de comprimento e 2581 quilos. O escritor e aventureiro inglês descobriu este peixe-serra de dentes afiados no Panamá. Foi classificado como um dos maiores peixes de origem primitiva jamais vistos.
O objectivo de Hedges era encontrar espécies aparentemente desaparecidas que poderiam acrescentar algo à ciência. E fazer disso entretenimento. Muitas das suas histórias estão compiladas nos seus livros, como ‘ Batalhas com Peixes Gigantes’. E estes ‘monstros’ continuam a existir? Segundo os especialistas, não só existem como aparecem com maior frequência. Desde 1998, foram descobertas novas espécies devido às profundas alterações climáticas.

Fonte: Revista Domingo
Foto da Net
𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
© Carlos Coelho 

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O "Fóssil vivo"


Um tubarão-cobre, espécie quase nunca vista – pelo facto de habitar a mais de 600 metros de profundidade – foi capturado e filmado pelos funcionários do Parque de Awashima, em Numazu, a sul de Tóqui. Tudo graças ao aviso de um pescador, que distinguiu nas águas a fascinante e estranha criatura, já considerada uma preciosidade um “fóssil vivo”.


Fonte: Revista Nova Gente
Texto: Reuters
Foto da net
𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
© Carlos Coelho 

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Domingos Sequeira

Foi após a morte do pintor que A Adoração dos Magos veio para Portugal. Pintou-o em Itália, onde se exilou em 1826


Filho de um barqueiro e nascido no seio de uma família pobre, em 1768, Domingos Sequeira foi educado na Casa Pia, onde frequentou o curso de Desenho e Figura. Gozando da proteção aristocrática e de uma bolsa da rainha D. Maria I, o artista vai para Roma aperfeiçoar o seu traço. Fica na cidade sete anos, durante os quais trabalha com mestres italianos e viaja por Itália. Vai enviando para Lisboa alguns dos seus trabalhos, provando assim os seus progressos.

Quando decide voltar a Portugal, em 1795, Sequeira acredita que será reconhecido, o que não acontece. As encomendas são escassas e geralmente mal pagas. Retira-se para a Cartuxa de Laveiras, em Caxias, entre 1795 e 1801. Nesta altura pinta sobretudo temas religiosos.

D. João VI atribui-lhe o estatuto de pintor régio em 1802, com prestígio e salário à altura. É co-director de pintura do Palácio Nacional da Ajuda. Dá aulas às princesas e na Academia do Porto. Mantém o título de pintor oficial após a ocupação francesa em 1808. É acusado de colaboracionismo. Mais tarde, pinta temas caros ao rei e à aliança anglo-portuguesa. Entre 1811 e 1816 trabalha numa baixela que será oferecida a Lord Wellington.

Aproveitando o liberalismo, e o aparecimento (e necessidade) de novos rostos, pinta retractos e alegorias políticas. As convulsões políticas em Portugal levam-no a exilar-se. Passa, por duas vezes, por Paris, mas Roma é, de novo, o seu destino, em 1826. É na actual capital italiana, reconhecido pelos seus pares, que pinta uma série de quatro pinturas religiosas, consideradas o melhor da sua produção artística. Destas, sobressai o quadro A Adoração dos Magos, que estava actualmente nas mãos dos descendentes do duque de Palmela.

Sequeira pintou estes quadros para uma exposição em Roma. Após a sua morte, e encontrando--se a família em má situação económica, empenha o quadro. Nos anos 40 do século XIX é adquirida pelo primeiro duque de Palmela, Pedro de Sousa Holstein, e assim chegou a Portugal. O actual proprietário é um dos seus descendentes.
Domingos Sequeira, que hoje dá nome a uma rua na freguesia de Campo de Ourique, na capital, morreu a 8 de Março de 1837, em Roma. Dias antes de chegar a notícia de que tinha sido agraciado com o título de director honorário da Academia Real de Belas-Artes de Lisboa.


Fonte: Jornal Diário de Notícias
Foto da Net

𺰘¨¨˜°ºð000/2016𺰘¨¨˜°ºð
© Carlos Coelho

quarta-feira, 27 de abril de 2016

25 Monstros pré-históricos incríveis


Parece não ter fim a quantidade de criaturas estranhas que os cientistas encontram através de fósseis. Aqui nós listamos os mais incríveis peixes, mamíferos, dinossauros, pássaros e outros monstros extintos descobertos em anos recentes, com representações artísticas de como eles deveriam parecer, enquanto eram vivos.

1 – COMEDOR DE BEBÉS DE DINOSSAUROS

 
 Um grupo de répteis voadores, chamados de Quetzalcoatlus, provavelmente comeram muitos filhotes de dinossauros. Eles até podem ter comido bebés de Tyrannosaurus Rex. Pesquisas sugerem que esses temidos animais, que viveram durante a era dos dinossauros, entre 230 e 65 milhões de anos atrás, preferiam caçar as presas no chão, ao invés daquelas que voavam.

2 – ÁGUIA GIGANTE
 
A águia Haast, que viveu na Nova Zelândia há apenas 700 anos, era 40% maior do que o maior exemplar da espécie actual, e estava no topo da cadeia alimentar. Ela cresceu tanto que atingiu os limites físicos para conseguir voar. A águia, que era assunto de pinturas e contos mitológicos dos primeiros habitantes do país, os Maori, ficou extinta logo após a chegada do homem, assim como muitas outras espécies.
3 – GATO SMILODON
Pesando em média 250 quilogramas, esse gato com dentes de sabre, o Smilodon fatalis, tinha uma mordida mais fraca do que os leões modernos. Incorretamente chamados de tigres, eles eram criaturas sociais com uma mordida muito mais fraca do que se é atribuído.
4 – TATU GLYPTO
 
Esse parente primitivo e gigante do tatu, o P. septentrionalis, provavelmente pesava em torno de 100 quilos. Ele caminhou pelos Andes, no norte do Chile, há 18 milhões de anos.
5 – INDOHYUS
 
Esse animal viveu na Índia há 48 milhões de anos. Ele é um parente próximo das baleias, e a estrutura dos seus ossos e química dos dentes indica que ele passava muito tempo na água. Nessa reconstrução, ele é visto mergulhando num rio, uma tática de fuga.
6 – RINOCERONTE WOOLY
 
O Coelodonta antiquitatis viveu nas planícies do norte da Alemanha. Nessa época, o clima era muito mais seco e frio, o que era um grande desafio.
7 – MACACO GIGANTE
 
Um macaco gigante, com 3 metros de altura e 500 quilos, já viveu entre humanos. Análises recentes de dois crânios determinaram que eles têm 200 mil anos, tornando-os os mais antigos exemplos de sua espécie.
8 – URSO EUROPEU DAS CAVERNAS
 
Esses ursos foram os primeiros entre os mega mamíferos a morrer no mais recente evento de extinção. Essa extinção, 27.800 anos atrás, coincide com um período de mudanças climáticas significativas, quando um arrefecimento geral resultou na perda total da vegetação que os ursos das cavernas comiam.
9 – DARWINOPTERUS
 
Os restos deste réptil voador, o Darwinopterus Modularis, sugerem que o animal tenha sido um predador aéreo, caçando pequenos dinossauros com penas e mamíferos, há cerca de 160 milhões de anos.
10 – TROODON
 
O Troodon tem um das melhores médias entre corpo e tamanho cerebral entre os dinossauros, e parece ter sido um dos mais inteligentes. O formato de sua face sugere que ele era uma criatura noturna, com excelente perceção e podendo virar seu pescoço para trás como um pássaro. Viveu há 70 milhões de anos.
11 – GIGANTOSSAURO
 
Com cerca de 14 metros de comprimento e 8 toneladas, esse dinossauro viveu há 95 milhões de anos. Mas não foi o maior carnívoro já visto. O crédito vai para o Espinossauro, que parece ter chegado aos 18 metros.
12 – DINOSSAURO DE TRÊS DEDOS
 
Os fósseis das mãos deste dinossauro herbívoro revelam a evolução dos dedos dos dinossauros para as asas modernas. A descoberta pode ajudar a resolver o debate sobre quais dedos acabaram virando a asa. Esse dinossauro, o Limusaurus Inextricabilis, talvez tenha usado sua mão distinta para ajudá-lo a se levantar.
13 – HURDIA VICTORIA
 
Esse realmente parece um monstro. E bem antigo: viveu há 500 milhões de anos. Tinha cerca de meio metro de comprimento.
14 – PÁSSARO DO TAMANHO DE UM AVIÃO
 
Imagine um pássaro parecido com um ganso, mas do tamanho de um pequeno avião. Esse é o antigo Pelagornithidae. Ele viveu na região da Inglaterra, há cerca de 50 milhões de anos.
15 – TARTARUGA AQUÁTICA
 
Essa espécie de tartaruga, a Odontochelys semitestacea, com meio casco, viveu na costa chinesa há cerca de 220 milhões de anos, tornando-a a tartaruga conhecida mais antiga. Ela possuía casco apenas na barriga.
16 – COBRA GIGANTE
 
A extinta cobra gigante teria mandado até mesmo a anaconda de Hollywood correr. Investigadores estimam que ela pesava cerca de 1.140 quilogramas e media 13 metros. Era um tipo não venenoso, como as anacondas das florestas tropicais.
17 – MEGA FAUNA
 
Um pássaro pré-histórico com cerca de dois metros e uma cabeça enorme chegou à América do Norte e do Sul muito antes de uma ponte terrestre ligar os dois locais. O pássaro carnívoro provavelmente originou-se onde hoje é o Panamá.
18 – BALEIA MONSTRO
 
Essa baleia ancestral, extinta há 25 milhões de anos, era uma predadora constante. Apesar de ser uma ancestral das baleias modernas, esse monstro antigo tinha dentes monstruosos e grandes olhos, que devem ter o ajudado na caça.
19 – DUNKLEOSTEUS TERRELLI
 
Este peixe pré-histórico era grande, malvado, e podia cortar um tubarão em dois. Os cientistas dizem que o Dunkleosteus Terrelli talvez tenha sido o “primeiro rei das feras”. Ele tinha cerca de 10 metros e podia pesar até quatro toneladas. Viveu há 400 milhões de anos.
20 – MAMUTE
 
Essas bestas eram maiores do que os mastodontes e tinham presas curvas, ao invés de rectas. Eles morreram há cerca de 10 mil anos, e os cientistas ainda não sabem ao certo se foi culpa das mudanças climáticas – o fim da Era de Gelo – ou da caça humana. Alguns até pensam na hipótese de um cometa.
21 – CAMARASSAURO
 
Um dinossauro Sauropoda, que deve ter vivido há cerca de 100 milhões de anos, onde hoje é o deserto do Saara.
22 – MEGAPIRANHA
 
Essa é a Megapiranha Paranensis, um ancestral da piranha moderna, com cerca de um metro de comprimento.
23 – DINOSSAURO AEROSTEON
 
Esse desenho do predador Aerosteon revela seus pulmões (em vermelho) e sacos aéreos (outras cores) da maneira como eram, há 85 milhões de anos. Esse grande carnívoro tinha um sistema respiratório muito parecido ao das aves modernas, o que alimenta as hipóteses de ligação evolucionária entre os dinossauros e pássaros modernos.
24 – PLESIOSSAURO
 
O desenho representa o que seria um antigo réptil marinho, descoberto na Antárctida. O plesiossauro, que se divide em diferentes espécies, poderia ter até quatro barbatanas e um longo pescoço. Análises de marcas de dentes de tubarão nos ossos do réptil levam a imaginar uma morte causada por um frenesim alimentar.
25 – DINOSSAURO GALO
 
Esse é o Hagryphus, cujo nome significa “Ha griffin”, do egípcio Ha, nome de um deus do deserto ocidental, e “griffin”, que significa grifo (uma criatura mitológica parecida com uma ave).
Fonte: HypeScience
Fotos da Net
𺰘¨¨˜°ºð000/2016𺰘¨¨˜°ºð
© Carlos Coelho

terça-feira, 26 de abril de 2016

Johnny Depp

O actor comprou ilha privada nas Caraíbas


O paraíso custou-lhe três milhões

É o mais recente de uma lista de estrelas que compraram o seu paraíso privado e que inclui nomes como Brooke Shields, Tony Curtis, Richard Branson, Nicolas Cage, Marlon Brando. Johnny Depp, que protagonizou o filme O Pirata das Caraíbas vai agora fugir às luzes da ribalta para Little Halls Pond Cay, uma ilha a 60 quilómetros da capital das Baamas, Nassau.
 
Para isso, pagou cerca de três milhões de euros e ficou com seis praias, duas casas, porto, lagoa e acesso aos recifes mais belos do Planeta. Para lá chegar, terá de usar um barco, um helicóptero ou um hidroavião. Recorde-se que o actor e a família, a mulher Vanessa Paradis e os filhos Lily Rose e Jack, já têm casa em França e em Los Angeles, o centro artístico dos Estados Unidos. Mais uma ilha privativa só é acessível a alguns...
 
Fonte: Revista Nova Gente
Fotos da Net
𺰘¨¨˜°ºð000/2016𺰘¨¨˜°ºð
© Carlos Coelho

segunda-feira, 11 de abril de 2016

A origem dos nossos gatos

Investigação


Investigadores do Instituto Nacional de Cancro de Bethesda, nos Estados Unidos, recolheram material genético de 979 gatos domésticos e selvagens, concluindo que os primeiros têm os seus antepassados no Médio Oriente e os segundos na área da Turquia. O estudo conclui ainda que o primeiro gato doméstico apareceu no Médio Oriente.

Fonte: Revista Domingo
Foto da Net
𺰘¨¨˜°ºð000/2016𺰘¨¨˜°ºð
© Carlos Coelho

domingo, 10 de abril de 2016

Michael Schumacher


Ele sabe onde gastar o dinheiro
 
O Piloto em 2005 estava em vias de adquirir uma villa junto ao Lago Como. Um verdadeiro paraíso italiano, que só os mais ricos e famosos – e Schumacher é um dos seus representantes – podem comprar.
 
Tinha acabado de celebrar 36 anos e tomou a decisão da sua vida. Michael Schumacher comprou uma villa inteira junto ao belo lago Como, em Itália. Uma das zonas mais ricas e bem frequentadas do Planeta, situada na fronteira Suíça, só mesmo comparável a Monte Carlo. As pessoas que habitam ali perto não podiam estar mais contentes, já que o piloto da Ferrari é uma das personalidades mais acarinhadas naquele país. A família Schumacher vivia a tempo inteiro na Suíça mas estimava-se que estivesse a dias de adquirir as casas com vista para o lago Como. E que a qualquer altura o pilote se mudasse de armas e bagagens para o paradisíaco local com a mulher, Corinna e os dois filhos Gina, de sete anos, e Mick, de cinco.

Fonte: Revista Nova Gente
Fotos da Net
𺰘¨¨˜°ºð000/2016𺰘¨¨˜°ºð
© Carlos Coelho

sábado, 9 de abril de 2016

Aranha totalmente camuflada num tronco

 
A natureza está sempre a surpreender, e esta aranha é mais uma prova.
Uma foto de uma aranha camuflada no tronco de uma árvore está a tornar-se viral depois de ter sido partilhada na plataforma online Reddit, e de ‘atormentar’ muitos aracnofóbicos, sendo que muitos deles reagiram com comentários de medo às imagens.
A fotografia foi captada no Rotary Park Rainforest Reserve, em New South Wales, e mostra a forma como esta espécie, 'Dolophones turrigera', de oito patas, se consegue esconder.

Estas aranhas têm a capacidade de tornarem os seus corpos ‘maleáveis’, com o intuito de se envolverem em troncos e, à noite, aproveitam para construírem grandes teias verticais em árvores.
 
Fonte: Fornecido por Notícias ao Minuto
Foto da Net

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Salvador da Bahia

Salvador é um boião de cultura afro-brasileira, herança do passado que se manifesta na vida e na arte.


Salvador fascina. É uma encruzilhada de raças e credos como não se vê em nenhum outro lugar do Brasil. Por ter sido o maior porto de entrada de escravos africanos, essa monumental injecção de sangue negro aliada à assimilação dos costumes e tradições africanas tornou a capital da Bahia um boião de cultura afro-brasileira.

Pelas ruelas ouvem-se batuques; no Pelourinho há musica de tambor e berimbau. Mas nem sempre foi assim: até 1835, ano em que a escravatura foi abolida no Brasil, o largo principal, a Praça Terreiro de Jesus, recebeu os escravos que eram para chicotear. A paisagem urbana não mudou muito: as grandes moradias marcam a cidade há séculos.

Essa herança está particularmente presente na religião, na música, na dança e no artesanato, mas não é preciso ser muito conservador para concluir que o tesouro mais palpável da capital da Bahia tem o nome do senhor. Sim. Esta é a cidade que se orgulha de ter 365 igrejas, frequentadas tanto por católicos como por seguidores do Candomblé.

Onde Santo António também é louvado como o deus Oxumaré e São Jorge como o deus Ogum. Cidade também da devoção aos Orixás e das mais belas igrejas do Brasil.

Que dizer de um lugar assim, onde as fachadas solenes dos templos e dos casarões dos séculos XVII e XVIII estremecem diariamente com os ritmos do batuque baiano e com os ensaios do bloco Olodum, cuja música é uma fusão de samba, reggae e ritmos jamaicanos? Salvador é uma encruzilhada com costela portuguesa particularmente visível no altaneiro centro histórico, dito Pelourinho, que também podia ser declarado museu de arte sacra ao ar livre, tantas e tão belas são as igrejas que se encontram.

O melhor é mesmo subir a rua empedrada que dá acesso à casa de Jorge Amado e seguir para a Praça Terreiro de Jesus, em calçada portuguesa, onde há várias igrejas para admirar: a Catedral Basílica (Sé), a Igreja de São Pedro, a Igreja de São Domingos e, acima de todas, as Igrejas de São Francisco e a Ordem Terceira de São Francisco.

A primeira (1708), de fachada sóbria e interiores sumptuosos, representa o ideal português da «Igreja Dourada» do final do séc.XVII. A combinação entre azulejos portugueses e as esculturas em talha dourada produz um efeito impressionante e não são poucos os que estremecem com a visão desta obra – prima repartida por três naves. Para muitos, esta é a Igreja mais bonita do Brasil.
Depois, é dar corda aos sapatos e caminhar ao acaso pelas ruas e vielas setecentistas do Pelourinho, prestando atenção aos casarões impecavelmente restaurados e ás dezenas de igrejas que parecem surgir do nada com o mesmo nome – Portugal – profundamente impregnado nas fachadas. Nos anos 80, quando  a UNESCO considerou a cidade Património da Humanidade, o Pelô ganhou novo folego. Foi nesse momento que se criou  a nova animação cultural que hoje não deixa a cidade parar.

Fonte: Revista Domingo CM
Texto: André Pipa
Fotos da Net
© Carlos Coelho

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Omara Portuondo

A Diva cubana está a celebrar 68 anos de carreira.

 
 Esteve em Portugal em 2008 a celebrar os 60 anos de carreira, que incluiu dois espetáculos: a 21 de Outubro de 2008 na Casa da Música, no Porto e no dia seguinte na Aula Magna em Lisboa que fizeram parte da sua digressão Mundial, cantou ao telefone “ É uma casa portuguesa… é com certeza uma casa portuguesa… É assim, não é? Disse quase sem sotaque, o refrão do tema popularizado por Amália.
 
Nascida em 1930, Omara foi fruto de um casamento escandaloso nessa época: a mãe era uma herdeira milionária espanhola que se apaixonou por um jogador de basebol negro. O casal estabeleceu-se em Havana e encorajou a filha a seguir uma carreira artística. Aos 15 anos estreou-se como bailarina no famoso Tropicana Club, ao lado da irmã mais velha, Haydee. Só depois se dedicaram às canções, atuando em dueto até aos anos 60, quando Omara iniciou a carreira a solo.

Cantou com os grandes nomes da música mundial, como Edith Piaf ou Nat King Cole e tornou-se a grande diva da música cubana. “ Só não consegui cantar com Amália, apesar de ter tentado encontrar-me com ela uma ou duas vezes. Por uma razão ou por outra, esse encontro não aconteceu. Mas já estive com a Mariza. Gostava muito de cantar com ela um dia. Tem uma voz e um talento enormes.”

 
O isolamento do regime cubano depois da subida de Fidel Castro ao poder fez com que alguns dos artistas que ficaram na ilha não tivessem muita projeção e publicidade internacional. Mas Omara Portuondo nunca se quis envolver muito em política – apesar de ter interpretado um dos temas mais simbólicos, Hasta Siempre, Comandante, dedicado a Ernesto ‘Che’ Guevara.
Sempre tive liberdade para fazer digressões internacionais, mas durante várias décadas foi considerada “um dos segredos mais bem guardados de Cuba”. O reconhecimento mundial só surgiu em 1996, quando o realizador Wim Wenders a convidou a entrar no célebre filme Buena Vista Social Club, ao lado de outros dois mitos da música cubana, Ibrahim Ferrer e Company Segundo, entretanto falecidos. Omara afirma que hoje os vê constantemente, como se fossem os seus “fantasmas queridos”. “Sinto-os como se ainda estivessem aqui comigo”, diz.

A diva não tem grandes segredos para manter a voz e ainda cantar ao vivo, aos 86 anos. “ A natureza deu-me essa bênção. Trabalho e descanso, isso é fundamental. Não fumo, não bebo e tento manter uma vida saudável. Sou uma simples mulatinha. “E acrescenta com uma gargalhada sonora: “Afinal não necessito de mais nada a não ser cantar. Tenho boa saúde e gosto daquilo que faço.”
O público continua a encher os espetáculos e agradece-lhe…

Fonte: Revista Sábado
Texto: Luís Silvestre
Fotos da Net
© Carlos Coelho

quarta-feira, 6 de abril de 2016

O Historiador



A eterna luta entre o bem e o mal contada por Elizabeth Kostova. Pai e filha envolvem-se numa perigosa jornada em busca do túmulo de Drácula.

A lenda negra do príncipe das trevas não tem parado de atormentar os leitores desde que, em 1897, o irlandês Bram Stoker ficcionou a história de Vlad Tepes – nobre transilvano que passou á posteridade com o nome de Drácula, o filho do Dragão. Elizabeth Kostova está longe de ser apenas mais uma continuadora deste género de sucesso garantido. Em o Historiador, a escritora norte-americana recupera o mito do sangrento aristocrata de dentes afiados.

O romance demorou oito anos a ser escrito. O tempo necessário para criar uma inteligente combinação de erudição, rigor histórico e domínio ficcional. Os direitos da obra para o cinema foram comprados pelo mesmo produtor de O Gladiador, filme vencedor de cinco Óscares.

Em 1972, uma adolescente de 16 anos, filha de um diplomata norte-americano em Amsterdão, descobre na biblioteca do pai um misterioso livro antigo, com a imagem de um ladrão ao centro, e um envelope cheio de papéis amarelados. Numa das cartas, escrita 42 anos antes, no Trinity College, da Universidade de Oxford, alguém lamenta o fardo transmitido ao novo dono dos documentos: “ É com pesar que imagino, quem quer que seja, a ler o relato que que me sinto na obrigação de registar.” Intrigada a jovem narradora de O Historiador acaba por pedir ao pai que lhe explique a origem da papelada.

Cerca de 20 anos antes, na década de 50, Paul, o futuro diplomata, preparava o doutoramento sob orientação do prof. Bartholomew Rossi. Mergulhado em estudos sobre o comércio holandês do sec.XVII encontra, na sua mesa na biblioteca da universidade, um volume estranho – “A encadernação era de couro macio, esmaecido, e as páginas pareciam muito antigas. Abriu-se com facilidade justamente ao meio. Ocupando essas duas páginas centrais, (…) uma xilogravura com a imagem de um dragão de asas abertas e uma comprida cauda enrolada, uma fera à solta, enraivecida, as garras à mostra. Das garras do dragão pendia um estandarte no qual havia uma única palavra escrita em caracteres góticos: DRAKULYA.”

Depois de uma pesquisa prévia, Paul recorre a Rossi. O nome impresso “ derivava da raiz latina significando dragão ou demónio, o título honorífico de Vlad Tepes – o Empalador – da Valáquia, um senhor feudal da região dos Cárpatos que torturava os seus súbditos e prisioneiros de guerra de formas incrivelmente cruéis”. A história de Rossi tem contornos ainda mais inquietantes e com repercussões no presente. Nos anos 30, também ele encontrara um livro semelhante e iniciara, por conta própria, uma perigosa investigação histórica. Numa biblioteca de Istambul, enquanto decifra as legendas de um mapa medieval com indicações sobre o local da sepultura de Drácula é surpreendido por um “homem alto e bem constituído”. O estranho diz-se ao serviço do governo turco, confisca-lhe o mapa e avisa: “É para seu próprio bem. É muito melhor deixar outra pessoa qualquer trabalhar nisso.”

O Individuo usava “bastos bigodes caídos” e tinha “a pele amarelada e pálida, mas impecável, perfeita, sem qualquer mancha e os lábios muito perfeitos”. Ao abandonar a sala com o mapa confiscado, Rossi reparou no seu pescoço – em “duas crostas castanhas de feridas (…), semelhantes a perfurações feitas por dois espinhos ou a cortes com a ponta de uma faca.”

Na noite em que conta a história, Rossi desaparece. No gabinete há restos de sangue, mas a policia não consegue encontrar mais pistas. Depois disso, paul lança-se no rasto de Vlad, o Empalador, e conhece Helen, outra estudante com a mesma obsessão. Acreditam que se encontrarem o túmulo de Drácula também encontrarão Rossi. A escolha da carreira diplomática acaba por ser um pretexto para cruzar a Europa visitando os lugares mais obscuros ligados à lenda dos mortos-vivos. Quando a filha descobre o livro todos se lançam numa luta entre o bem e o mal que os pode destruir.

Vlad Tepes (1431-1476), príncipe de Valáquia, inspirou Drácula

A autora que gosta de vampiros

Escreveu o primeiro romance inspirada nas histórias contadas pelo pai, quando viajava pela Europa.

Nascida em 1964, no Connecticut, e formada pela prestigiada Universidade de Yale, Elizabeth Kostova baseou-se nas histórias de vampiros que o pai lhe costumava contar para escrever o Historiador. A investigação e a escrita da obra duraram oito anos. Lançado em 2005, o romance conta já com edições em 30 línguas e a escritora vendeu os direitos de adaptação cinematográfica por 1,027 milhões de euros.
Fonte: Revista Sábado
𺰘¨¨˜°ºð000/2016𺰘¨¨˜°ºð
Fotos da Net
© Carlos Coelho