quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Cerveja

A Loura que todos associam ao verão
Uma aliada da saúde

Já sabíamos que é a bebida alcoólica mais consumida em todo o Mundo. O que nunca se disse é que a cerveja protege contra os enfartes.

(A Estela de Hamurabi, onde estão escritas as leis mais antigas sobre a cerveja, no Museu do Louvre, em Paris)

A primeira cerveja de que há conhecimento foi fabricada há cerca de 5500 anos, pelos sumérios, um povo que habitava a Mesopotâmia. A estes é atribuída uma notável arte cervejeira a partir de um cereal que mais tarde seria chamado de cevada. Por ser uma nutritiva e agradável fonte de líquidos, era distribuída aos trabalhadores.

(Na altura essa bebida foi baptizada de Cerevisia, provavelmente em homenagem a Ceres, conhecida como sendo a “deusa das plantas que brotam” )(principalmente dos grãos).

(O primeiro documento escrito relatando o processo de produção de cerveja é uma placa de barro com inscrições cuneiformes, chamado de Hino à Ninkasi, escrito por um poeta Sumério, datado de 1800 a.C. Porém o Hino em si prova-se muito mais antigo que a escritura encontrada.)

Os sumérios difundiram a sua técnica a outros povos da Antiguidade, como os Assírios e os babilónios, que por sua vez a passaram a hebreus e a egípcios, entre outros. Mas foram os romanos que a difundiram pela Europa. No inicio da Idade Média, os mosteiros Europeus dedicaram-se à fabricação da bebida, que adquiriu o seu sabor característico pelas mãos dos monges. No tempo da quaresma, os padres alimentavam-se exclusivamente da cerveja. Em Portugal, esta bebida é consumida desde o século XII.
Uma das características principais desta beberagem é a sua capacidade de formar espuma abundante e estável. Para que esta seja realçada, o copo deve estar limpo e seco, sem vestígios de gordura. As cervejas são ricas em aromas e gostos diversos, de acordo com as matérias-primas, o processo de produção utilizado e a levedura escolhida.

Os Portugueses e a Cerveja

Segundo dados fornecidos pela Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja, no ano de 2003 produziram-se 735 milhões de litros desta bebida. O consumo total rondou os 601 milhões de litros, sendo que cada habitante bebeu aproximadamente 60 litros.

Cerveja Milagrosa

Beber cerveja de forma moderada apresenta vários benefícios para a saúde.
Coração – Ajuda a manter o nível de HDL, colesterol benéfico ao organismo. Diminui o risco de doenças cardiovasculares. Protege contra enfartes do miocárdio.
Cancro da Mama – Compostos presentes na cerveja podem inibir o crescimento do cancro da mama.
Digestão – A cerveja aumenta a produção de ácidos no estômago, estimulando o fluxo de sangue e facilitando a digestão.
Diurese – A cerveja tem um efeito diurético superior à água.

Matérias-Primas da Cerveja

Água – De preferência muito pura.
Cevada – Utilizada por ser muito rica em amido. Para a sua transformação em malte, os grãos são macerados em água até germinarem.
Lúpulo – Planta utilizada para aromatizar a cerveja. É ela que lhe confere o travo amargo que é característico desta bebida.
Levedura – É um organismo molecular que actua nos açucares provenientes do malte, transformando-os em álcool. O paladar e o carácter da cerveja dependem muito da levedura utilizada.

Fonte: Revista Nova Gente nº 1456
32/04/NG – Infografia Impala/ Luís Gaspar
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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

À procura do primeiro europeu



(Reconstituição facial do Menino de Lapedo)

Era uma vez uma espécie humana que passou da África para a Europa e se cruzou com outra por cá existente. A primeira era do Homo Sapiens, à qual pertencemos, a segunda  a do Homo Neanderthalensis, hoje extinta. Aconteceu isto há mais de 40 mil anos. A ideia de que o Sapiens e o Neandertal fizeram sexo à sombra de uma árvore do Éden não é nova, mas causa sempre um certo frisson. E foi agora reiterada num estudo publicado na Revista Proceedings of the National Academy of Sciences por uma equipa de investigadores integrada por portugueses, entre os quais o arqueólogo João Zilhão. O trabalho baseia-se em restos encontrados em 2003 numa caverna da Roménia, vindo as suas conclusões complementar as do achado, em 1998, do esqueleto da «criança de Lapedo» (com 25 mil anos), em Leiria, Portugal.

Fonte: Revista Visão
Texto/Autor: Desconhecido
Foto da net
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terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Sangue

Líquido maravilhoso


Já pensaram alguma vez na complexidade e importância vital do sangue?
É um líquido precioso com a estrutura de um tecido especial que tem a faculdade de se infiltrar pelos demais tecidos orgânicos, levando a cada célula o oxigénio, a água, o equilíbrio iónico, enfim o alimento que lhe é indispensável.
Abandonado a si próprio depois de retirado da circulação, o sangue coagula e da retracção desse coágulo formado por fibrina encerrando nas suas malhas os glóbulos vermelhos e brancos, transuda um líquido amarelo citrino denominado – sôro.
Impedida a coagulação pela adição de um anticoagulante – o citrato de sódio, a hirudina ou a heparina – o sangue divide-se numa parte sólida constituída pelos vários glóbulos sanguíneos e uma parte líquida – o plasma.
Essa massa sólida de glóbulos sanguíneos contém, no total, cêrca de trinta mil biliões de glóbulos vermelhos, cinquenta biliões de glóbulos brancos e mil biliões de plaquetas.


Os glóbulos vermelhos desempenham um papel importante pela substância que lhes dá a côr – a hemoglobina, substância química de composição muito semelhante á clorofila das plantas.
A quantidade de hemoglobina que passa pelos pulmões num segundo é cêrca de dez gramas de substância e ao nível dos capilares pulmonares fixa uma enorme quantidade de oxigénio, que conduz aos tecidos e aí descarrega.


A composição química da hemoglobina é como dissemos muito semelhante à clorofila das plantas, com a diferença que na composição da clorofila entra o magnésio e na da hemoglobina – o ferro.
O sangue humano contém aproximadamente 15 gramas de hemoglobina por 100c.c. e como a percentagem de ferro na hemoglobina é de 0,336% a quantidade de metal em 100c.c. é de cerca de 50 miligramas e de 4 gramas no sangue total do corpo humano.
A quantidade de hemoglobina que possue, em todo o seu sangue, um homem de altura e pêso médios, anda ao redor de 1 quilograma.
O sangue total pode fixar perto de 1200c.c. de oxigénio (200 c.c. por litro de sangue) e esta quantidade de oxigénio é utilizada pelos tecidos num tempo de cinco minutos em estado de repouso e numa simples fracção de minuto, durante o exercício muscular.
Importância de hemoglobina
Se por acaso não houvesse hemoglobina no corpo humano e fosse o plasma encarregado de transportar o oxigénio necessário à vida, quantos litros julgam os leitores que seriam necessários?
Em vez de cinco a seis litros, seriam necessários cerca de trezentos e cinquenta litros!


Ficaria o homem nesse caso com um volume cinco vezes superior à média em geral, transformando-se quási num… gigante Adamastor!
Os glóbulos vermelhos andam á volta de 4,5 a 5 milhões por milímetro cúbico, diminuindo nos casos anémicos, em geral na mesma proporção que a hemoglobina; em determinadas anemias esta baixa paralela não se verifica, como acontece na anemia perniciosa.
Êste facto constitui até um sinal importante de que os médicos se servem para orientação clinica. Os glóbulos rubros podem aumentar em certas circunstâncias como acontece em algumas doenças do sistema cardio-respiratório: enfisema, doença de Ayerza, em certos envenenamentos, doenças congénitas do coração e policitemias ou eritremias, em que a taxa por milímetro cúbico pode ser superior a 7 milhões e mais.
Os glóbulos rubros ou eritrócitos são formados na medula óssea – a que o povo vulgarmente chama o tutano – e destruídos pelas células (macrófagos) do baço, pela acção de substâncias hemolíticas do sangue ou por desintegração na corrente circulatória.
Tem-se observado estudando a perda diária de hemoglobina, que em estado normal se destroem perto de dez milhões de glóbulos vermelhos por segundo, com consequente igual regeneração pelos órgãos formadores do sangue. Os glóbulos brancos os leucócitos distinguem-se facilmente dos vermelhos por não possuírem hemoglobina e conterem um núcleo, enquanto que os glóbulos vermelhos dos vertebrados não têm núcleo, com excepção apenas dos camelídios.

Exército defensor


Os glóbulos brancos são muito menos numerosos que os vermelhos: a sua taxa oscila, em geral, entre 6000 a 8000 por milímetro cúbico.
Na primeira infância encontram-se valores bastantes superiores aos do adulto e até aos 7 ou 8 anos o seu número é normalmente mais elevado.
A contagem dos glóbulos brancos é de uma alta importância para os médicos, porque os orienta no diagnóstico de muitas doenças.
Assim os glóbulos brancos diminuem em algumas doenças como a febre tifóide, o sarampo, a febre-de-malta, kala-azar, a anemia perniciosa, etc, e aumentam em muitas outras, sendo geral êsse aumento em todos os estados inflamatórios e supurações.
Descoberto no final do século XVIII por Spallanzani, o glóbulo branco começou a ser conhecido sob o ponto de vista hematológico com Schultze, que lhe descreveu vários tipos, mas os progressos só se fizeram quando Paul Erlich, o descobridor do 606, deu a conhecer ao mundo científico os seus métodos de coloração ainda hoje seguidos na rotina laboratorial para o exame de esfregaços de sangue.
Os glóbulos brancos ou leucócitos são células semi-móveis de protoplasma contráctil semelhante ao das amibas e que poe duas qualidades primordiais, denominadas amibismo e diapedese, então particularmente aptos a entrarem em luta contra os microorganismos invasores.
Foi o sábio russo Elias Metchnikoff quem, pela primeira vez, notou esses fenómenos, designando essas células sob o nome de fagócitos.
Os glóbulos brancos são, portanto para o organismo humano uma espécie de oitavo exército na luta contra os infinitamente pequenos…
Suponham, por exemplo, o caso de uma apendicite: numa primeira fase há uma chamada de glóbulos brancos ao nível da mucosa do apêndice inflamado (a testa de ponte) e umas horas depois a medula óssea reage e entram precipitadamente na corrente circulatória um número bastante elevado, por vezes ainda jovens, tal como uma chuva de paraquedistas lançados com grande finalidade estratégica.

Mistérios da coagulação


Outros elementos figurados do sangue muito importantes para a coagulação apresentam-se como pequenos corpos redondos, ovais ou irregulares, de tamanho inferior aos glóbulos vermelhos e denominam-se plaquetas, globulinos ou hematoblastos.
Já pensaram alguma vez como se faz a coagulação do sangue? É um fenómeno bastante complexo cujo mecanismo suscita ainda duvidas. A teoria geralmente aceite hoje pelos biologistas compreende quatro elementos que se encontram no sangue normal: a tromboplastina dêsses minúsculos corpos denominados plaquetas, a protrombina que se encontra em solução na corrente sanguínea, fabricada no fígado á custa da vitamina K e o cálcio. Estas três substâncias actuam entre si para formarem um quarto elemento, a trombina, a qual, reagindo com o fibrinogénio do plasma, dá origem à fibrina. É esta fibrina que, encerrando nas suas malhas os elementos figurados do sangue, dá origem ao coágulo.
Por aqui se vê facilmente que todos os estados patológicos com perturbações da coagulação sanguínea são devidos a deficiências da tromboplastina, da protrombina, do cálcio ou do fibrinogénio.


Decerto já ouviram falar na hemofilia: é uma doença do sangue em que está seriamente retardada ou melhor impossibilitada a perfeita coagulação sanguínea. A doença é hereditária e ligada ao sexo (sex-linked) sendo transmitida pelas mulheres e sofrida pelos varões.
Uma das maiores transmissoras da hemofilia que a História nos relata foi a Rainha Vitória. Suas netas portadoras da mesma doença, vieram depois continua-la; a princesa Vitória Eugénia casou com o falecido rei Afonso XIII de Espanha transmitindo ao herdeiro do trono espanhol, o príncipe Afonso das Astúrias a herança… de um tempo de coagulação superior a uma hora!
O principe das Asturias faleceu em 1939 na Florida vitimado por uma enorme hemorragia em consequência de um desastre de automóvel.
Outra neta da Rainha Vitória, a princesa Alexandra, casou com o Czar da Rússia, Nicolas III e o seu único filho era também hemofílico. Felizmente para a corôa de Inglaterra, o filho mais velho da Rainha Vitória, mais tarde Rei Eduardo VII, não herdou o fatídico cromossoma X transmissor da doença e assim a casa de Windsor escapou à herança maldita. Ainda não se sabe com segurança qual a causa da hemofilia; supõe-se no entanto que seja devida a uma elevada resistência das plaquetas, que não se desintegraram completamente, libertando a tromboquinase necessária para o mecanismo da coagulação.
A coagulabilidade normal do sangue anda ao redor de 5  a 8 minutos, mas na hemofilia pode atingir uma hora e ainda mais!
Os grupos sanguíneos
Uma outra qualidade interessante do sangue é a imutabilidade do grupo sanguíneo.
É provável que você já tenha dado sangue para uma transfusão e lhe tenham verificado portanto o grupo.
Os grupos sanguíneos fôram descritos pela primeira vez por Landsteiner que em 1900 – 1901 admitia já a existência de quatro grupos.


A classificação internacional hoje adoptada em todos os centros médicos é a seguinte: grupo O (dador universal), grupo A, grupo B e grupo AB (receptor universal).
Como se reconhece o grupo sanguíneo de um individuo?
Muito facilmente, usando sôros testemunhas ou hemo-testes (anti-A) e (anti-B) e pondo em presença dêsses soros os glóbulos vermelhos do dador ou do doente.
Se os glóbulos vermelhos não são aglutinados por nenhum dêstes soros, o indivíduo pertence ao grupo O (dador universal); se só são aglutinados os glóbulos pelo sôro (B) trata-se do grupo (A), se a aglutinação se produz com o sôro (A) o indivíduo pertence ao grupo (B) e no caso da aglutinação se verificar em presença de ambos os sôros, estamos em face de um grupo (AB) – receptor universal.
O próprio recém-nascido tem já segundo Riddel, um grupo sanguíneo que se mantém imutável em todas as circunstâncias através da vida.
Tem-se observado algumas vezes aglutininas transitórias que passam da mãe ao filho através da placenta, mas estas aglutininas desaparecem, no entanto, passados alguns meses.
Para maior garantia na escôlha de um grupo sanguíneo, deve fazer-se a prova cruzada que tem por objecto demonstrar se os glóbulos vermelhos do dador se podem misturar com o sôro do receptor e se a hematias ou glóbulos rubros do receptor se podem misturar com o sôro do dador sem que produza hemólise ou aglutinação.
Esta prova serve para controlar qualquer êrro na classificação do grupo sanguíneo e não deve portanto omitir-se.
A característica de grupo não é propriedade exclusiva dos glóbulos vermelhos mas existe em quási todas as células do organismo com excepção das células cartilagíneas, ósseas, do cristalino, corpo vítreo e cérebro.
Nos líquidos orgânicos também se observam substância especificas de grupo como por exemplo no leite e na urina, mas especialmente na saliva e no suco gástrico. No entanto só 70% dos indivíduos possuem estas propriedades de grupo fora dos glóbulos vermelhos.
A maior percentagem de indivíduos do grupo O enco9ntra-se na América e proximidades do Polo Norte. Na Europa a maior percentagem pertence ao grupo (A) e na África e na Ásia ao grupo (B).
O grupo (AB) é mais frequente na Ásia, principalmente entre os Persas, onde atinge a percentagem de 18% contra 5% apenas na Europa.
Numa gota de sangue existe, portanto, um pequeno mundo, fisiológico: água, sais, variados componentes minerais e orgânicos, hormonas e vitaminas, milhões de glóbulos vermelhos, milhares de glóbulos brancos e como afirmou Carrel, «do ajustamento recíproco das células e do meio dependem a saúde e a doença, a fôrça ou a fraqueza, a felicidade ou infelicidade de cada um de nós».

Fonte: Revista Ver e Crer nº 2 Junho 1945
Texto: Dr. Egidio Chaves
Fotos da net
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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Salzburgo

Na terra de Mozart


Entre ruas estreitas, casas antigas, igrejas com cúpulas verdes e montanhas imponentes, Salzburgo parece o cenário de um filme do século XIX. Ideal para dias de Outono com cheiro a lareira, e muita música.
Quase acreditamos que Mozart continua vivo. Quando se chega à pequena cidade de Salzburgo, na Áustria, tudo parece antigo, muito antigo. A paisagem é de presépio, com as ruelas, casas em pedra, imponentes teatros de de talha dourada e tectos pintados à mão, e há sempre em fundo sons de musica clássica.
Não há dúvida: é ma terra de música.


De Mozart à família Von Trapp – ou não tivesse sido este o cenário do filme Música no Coração. Em qualquer altura do ano é possível ver grupos de turistas a palmilhar os sítios onde foram gravadas cenas do filme… O melhor é trocar-lhes as voltas, pegar numa bicicleta e começar por conhecer a cidade com um passeio à beira do rio Salzach.

(O Imóvel mais famoso da Getreidegasse fica no número 9. Foi lá que nasceu, em 27  de Janeiro de 1756,Wolfgang Amadeus Mozart)

Termine na praça central e retempere forças no Café Tomasell, uma instituição local desde 1705, Mozart costumava passar por lá para beber um chocolate quente. Mas isso eram outros tempos, a especialidade da casa agora é o strudel de queijo e o tomaselliums café: moca, licor de Mozart e natas batidas com amêndoas lascadas. Imperdível.
A seguir descubra a rua principal, a Getreidegasse. Cheira a lareira e não faltam lojas de decoração de Natal (em qualquer altura do ano), instrumentos musicais e licores.


Se for uma quinta-feira, de manhã vá até ao mercado Verde de St. Andrews Church, que vende queijos, enchidos e compotas da melhor qualidade.
Já pela hora de almoço, não deixe o centro histórico sem uma passagem pelo Carpe Diem e experimente as entradas de salmão fumado, rosbife e carneiro servidas em cones de baunilha. 

(jardins de Mirabell )

Á tarde, entre um passeio pelos jardins de Mirabell e uma subida á encosta, para visitar o Museu de Arte Moderna, reserve o princípio da noite para um cocktail no lounge envidraçado do Hotel Stein. Fica no último piso, com uma vista soberba sobre a cidade.
Para jantar reserve mesa no Restaurante Magazin, um dos melhores da cidade. Peça ostras frescas antes de um cordeiro no forno.
O ideal é terminar o dia com um dos muitos concertos que se realizam diariamente, em salas lindíssimas. O preço médio ronda os 30 euros por pessoa e o repertório vai de Brahms a Strauss, passando, como não podia deixar de ser, por Mozart.

Fonte: Revista Sábado
Texto: Catarina Serra Lopes
Fotos da Net
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domingo, 20 de novembro de 2016

Peixe-Aranha


O peixe-aranha é utilizado como acepipe astronómico em zonas do nosso País – é comparado à pescada -,nomeadamente em Porto Covo, no Alentejo.
A fama do peixe-aranha é conhecida por todos. Escondido na areia a poucos centímetros de profundidade, este peixe solitário provoca dores intensas nos banhistas mais incautos, através das suas picadas venenosas. No entanto, o homem é uma vítima inocente deste animal. O peixe-aranha desfere a picada sempre que se sente ameaçado e tanto o veneno como o esconder na areia são apenas técnicas de defesa.
As picadas têm origem nos três primeiros espinhos da barbatana dorsal e também num outro existente em cada uma das membranas branquiais. Outra característica é a sua grande vitalidade, que lhe permite resistir várias horas fora de água ou mesmo manter activo o veneno depois de morto. Este pormenor faz dos pescadores vítimas frequentes, no momento em que procuram soltar o peixe do anzol.
Os primeiros socorros para o veneno do peixe-aranha consistem em submergir a zona afectada em água quente. Esta acção deve ser realizada nos 30 minutos seguintes á picada e visa a destruição da toxina, fruto da sua sensibilidade a altas temperaturas. Quando tal  for impossível, aconselha-se o recurso a técnicas improvisadas, como o aproximar de um cigarro ou de outra fonte de calor. Qualquer que seja a terapêutica, deve-se ter o cuidado necessário para evitar queimaduras. Na maioria das situações estes procedimentos são suficientes para atenuar o efeito do veneno. Contudo, a consulta médica torna-se indispensável sempre que a vítima apresentar sintomas de vómitos, convulsões, dificuldades respiratórias, febre ou dores de cabeça. Isto acontece sobretudo com pessoas pertencentes a grupos de risco, como crianças, idosos ou grávidas. Para os portugueses, há muito que se tornou banal o convívio com este pequeno terrorista, uma vez que a sua presença é comum no litoral do País e nos  Açores. E como os portugueses são mestres na arte gastronómica, a cozinha nacional soube tirar proveito deste convívio pouco desejável, fazendo do peixe-aranha um ingrediente de diversos pratos, como as caldeiradas. Desfaz-se assim o mito do peixe predador que vê as pessoas como suas presas.

Fonte: Jornal DN
Texto: João Silva

sábado, 19 de novembro de 2016

A espantosa inteligência dos animais


Há pouco tempo, passei uma manhã a tomar café com Kanzi. Foi ele quem me convidou, à sua habitual maneira arrevesada. Kanzi é um tipo de poucas falas – 384 palavras, numa contagem formal, embora provavelmente saiba mais algumas dezenas. Tem uma voz perfeitamente audível – clara, expressiva e muito alta. Mas não é especialmente bom a formar palavras. Nada de anormal, quando se é um bonobó, o parente mais próximo e sereno do chimpanzé.
Mesmo assim, Kanzi é conservador. Durante a maior parte do dia conserva uma espécie de glossário bem á mão, três folhas com centenas de símbolos coloridos que representam todas as palavras que lhe foram ensinadas pelos seus mentores ou aprendidas por ele próprio. Consegue construir pensamentos e frases, e até conjugar verbos, simplesmente apontando. As folhas incluem não apenas substantivos e verbos fáceis, como «correr» e «coçar», mas também palavras conceptuais como «de» e «mais tarde», e elementos gramaticais como as terminações para os gerúndios e pretéritos.


Kanzi sabe quebrar o gelo, antes de ir ao assunto. De modo que aponta para o ícone do café, no seu glossário. E, depois para mim. Chama então, pela primatóloga Sue Savage – Rumbaugh, investigadora do Great Ape Trust – o centro de investigação de Des Moines, no Lowa, onde Kanzi vive – e pelo supervisor de laboratório, Tyler Romine. Romine prepara quatro cafés e leva um a Kanzi, no seu recinto, por detrás de uma janela de plástico. O bonobó bebe – engole um trago, em boa verdade – e, como as nossas vozes são recolhidas por microfone, escuta o que dizemos.
«Dissemos-lhe que vinha cá um visitante», explica Savage – Rumbaugh. «Esta manhã, tem estado excitado e obstinado, e não conseguimos levá-lo para o quintal. Em troca, tivemos de negociar um pedaço de meloa.» Meloa ainda não faz parte da lista de palavras de Kanzi, pelo que o nosso amigo aponta para os símbolos de verde, amarelo e melancia. Quando provou couve, chamou-lhe «alface lenta», porque leva mais tempo a mastigar.


A Great Ape Trust, sem fins lucrativos, aloja sete bonobós, incluindo o filhote de Kanzi, Teco nascido a 1 de Junho de 2010. Kanzi não é o primeiro macaco a quem foi ensinada linguagem. Este centro adopta uma nova abordagem, criando macacos desde a nascença com linguagem falada e simbólica como característica constante dos seus dias. Tal como as mães humanas levam os bebés a passear e falam com eles sobre o que vêem, mesmo que a criança ainda não entenda, os cientistas deste centro também narram a vida aos seus bonobós. Com a ajuda dessa imersão total, os macacos aprendem a comunicar melhor, mais depressa e com maior complexidade.
Seja como for, Kanzi não está hoje interessado em falar muito, preferindo correr e saltar para mostrar os seus dotes físicos. «Bola», escolhe ele nas suas folhas do glossário, quando acaba o café. «Diga-lhe que a vai buscar», sugere-me Savage – Rumbaugh, mostrando-me onde estão os símbolos necessários na folha que tenho na mão. «Sim-eu-vou-caçar-a-bola», escolho lentamente. Caçar é uma palavra que Kanzi usa alternadamente com obter. Levo algum tempo a encontrar a bola num gabinete e, quando regresso, Savage-Rumbaugh pergunta verbalmente a Kanzi: «Estás pronto para jogar?» olha para nós sinistramente. «Passado pronto», indica.
Criaturas Conscientes
Os seres humanos têm uma relação plena com os animais. São nossos companheiros e nossos bens, membros da nossa família e nossos criados, nossos animais de estimação e nossas pestes. Adoramo-los e metemo-los em jaulas, admiramo-los e abusamos deles. E, claro, cozinhamo-los e comemo-los.
A nossa justificação sempre foi a de que podemos fazer com os animais o que quisermos porque eles não sofrem como nós. Não pensam, pelo menos de qualquer maneira significativa. Não se preocupam. Não têm sentido do futuro ou da sua própria mortalidade. Podem dedicar-se, mas não amam. Tanto quanto sabemos, podem nem ser conscientes. Para muita gente a Bíblia dá o argumento mais poderoso. Foi concedido aos seres humanos o «domínio sobre os animais do campo», e aí a discussão pode mais ou menos parar.
Mas as bermas que construímos entre nós e os animais estão a ser eliminados. Costumamos dizer que os seres humanos são os únicos animais que utilizam ferramentas. Então e os pássaros e macacos que sabemos que as usam? Os seres humanos são os únicos capazes de empatia e generosidade. E então os macacos que praticam a caridade e os elefantes que velam os seus mortos? Os seres humanos são os únicos que sentem alegria e conhecimento do futuro. Então e o estudo recentemente publicado, no Reino Unido, a mostrar que os porcos criados em ambientes confortáveis exigem optimismo, movendo-se em direcção a um novo som, em vez de fugirem temerosamente dele? E quanto aos seres humanos serem os únicos animais com linguagem? Kanzi explicar-nos-ia que não é verdade. Não basta, pois, estudar o cérebro dos animais, dizem agora os cientistas. Temos de conhecer a sua mente.


Já aceitamos que os macacos e os golfinhos são conscientes. E gostamos de pensar que os cães e os gatos também o são. Mas e os ratos? E uma mosca? Passa-se com eles alguma coisa? Um cérebro diminuto num animal simples tem o suficiente para controlar apenas as funções básicas do corpo? A nossa avaliação é, com frequência, toldada por sentimentos adquiridos em relação a uma dada espécie. É provável que uma barata não tenha menos poder cerebral do que uma borboleta, mas somos céleres a negar-lhe consciência, porque é uma espécie que nos repugna. Ainda assim, a maioria dos cientistas concorda que a consciência brilha mais intensamente nos humanos e em outros animais superiores, diluindo-se para uma luz vacilante e, por fim, para a escuridão, nos seres inferiores.
Embora o tamanho do cérebro tenha, por certo, alguma relação com a esperteza, muito mais se poderá aprender da sua estrutura. O pensamento superior tem lugar no córtex cerebral, a região mais evoluída do cérebro e que falta a muitos animais. Os mamíferos são membros do clube do córtex cerebral e, como regra, quanto maior e mais complexa se mostra essa região, mais inteligente é o animal. Mas não é a única via para o pensamento criativo. Veja-se a utilização de ferramentas, através das lontras: dominaram a tarefa de esmagar moluscos com pedras para chegar à carne que está lá dentro, o que, embora primitivo, conta. Mas se a criatividade reside no córtex cerebral, porque razão os corvídeos a classe de aves que inclui os corvos e os gaios, usam melhor as ferramentas do que quase todas as espécies não humanas? Os corvos, por exemplo revelam-se adeptos de dobrar arame para criar um gancho que possa pescar comida no fundo de um tubo de plástico. Mais notável, ainda, verificou-se que a gralha, uma ave da família dos corvos, conseguia raciocinar o suficiente para deitar pedras num recipiente parcialmente cheio de água, a fim de fazer subir o nível e poder saciar a sede.
O modo como as aves realizaram tal habilidade sem possuírem um córtex cerebral tem provavelmente a ver com uma região cerebral que partilham com os mamíferos: os gânglios basais, estruturas mais primitivas envolvidas na aprendizagem. Os gânglios basais dos mamíferos são feitos de várias estruturas, enquanto os das aves se resumem a uma. Sucede porém que o cérebro das aves é multifacetado, efectuando diferentes tarefas ao mesmo tempo. O resultado é igual, com a informação processada. Só que as aves atingem-no de maneira mais eficaz.


No caso dos corvídeos e de outros animais, o que pode activar ainda mais a inteligência é a estrutura, não do seu cérebro, mas das suas sociedades – sobretudo quanto à caça. Veja-se o rei dos animais. 


«Os leões fazem coisas extraordinárias», diz a bióloga Christine Drea, da Universidade de Duke. «Um animal coloca-se para a emboscada, e outro espanta a presa nessa direcção.» Mais impressionante, ainda, é a hiena. «Só por si, uma hiena pode derrubar um gnu, mas são precisas várias para deitar ao chão uma zebra», explica Christine Drea. «De modo que planeiam previamente o tamanho da presa e saem para caçar uma em particular. Decidem que vão caçar uma zebra. Ignoram até um gnu, se passarem por algum no caminho.»
É certamente significativo que os corvos sejam as aves mais hábeis e sociais, com longas e estáveis ligações ao grupo. Também é elucidativo que os animais de manada, como as vacas e os búfalos, exibam pouca inteligência. Embora vivam colectivamente, a sua sociedade tem reduzida forma. «Numa manada de búfalos, o Manel não quer saber quem é a Maria», diz Drea. «Mas entre os primatas, carnívoros sociais, baleias e golfinhos, cada indivíduo tem o seu próprio lugar.»

Nós e os outros

A teoria da mente revela-se essencial para a comunicação e a autoconsciência – e alguns animais mostram-na. Os cães têm o entendimento inato do que significa apontar: há alguém com informação para partilhar e que está a chamar a sua atenção para que possa aprender também. Parece simples, mas só porque nascemos com essa capacidade e, a propósito, temos dedos para apontar. Os grandes macacos, apesar do seu impressionante intelecto e mãos com cinco dedos, não parecem programados de fábrica para apontar. Mas pode, tão só, faltar-lhe a oportunidade de o fazer. Um macaco bebé raramente se afasta da mãe, agarrando-se ao seu abdómen. Mas Kanzi, que foi criado em cativeiro, andou muitas vezes nos braços de seres humanos, e teve assim as mãos livres para comunicar.
Apontar não é o único indicador de uma espécie inteligente que adquire a teoria da mente. 


Os gaios azuis – outro corvídeo – escondem alimentos para usarem mais tarde, e têm muito cuidado com a possibilidade de animais intrusos os estarem a ver. Se notar que foi observado, o gaio espera que o outro animal se afaste, e depois dissimula a comida num sítio diferente. Compreende, pois, que a outra criatura tem mente – e manipula-a.
O padrão ouro para demonstrar uma compreensão da distinção entre nós e os outros é o teste do espelho. Ou seja, se um animal consegue ver o seu reflexo e reconhecer o que é. Pode ser adorável ver um gato observar-se num espelho e correr para o outro lado em busca do imaginário companheiro. Mas não é sinal de grande cabeça. Os elefantes, os macacos, e os golfinhos são das poucas criaturas que conseguem passar o teste do espelho. Os três reagem apropriadamente, depois de ter sido aplicada uma marca na tinta na sua testa ou noutra parte do corpo. Os macacos e os elefantes irão tocar na marca com o dedo ou com a tromba, em vez de tentarem chegar ao reflexo. Os golfinhos colocam-se de maneira a verem melhor o reflexo da marca.
Se os animais podem raciocinar – mesmo de uma forma que consideremos rude -, a questão inevitável passa a ser: podem sentir? Sentirão empatia ou compaixão? Podem amar, preocupar-se, ansiar ou ter desgosto? E o que diz sobre o modo como os tratamos? São perguntas armadilhadas a que a Ciência não pode furtar-se.


Os elefantes parecem chorar os seus mortos, debruçando-se sobre um companheiro inerte com aparente desgosto. Os macacos também ficam durante dias perto do corpo sem vida de um dos seus. A empatia para com os membros vivos da mesma espécie não é, igualmente, novidade. 


«Quando os ratos estão em sofrimento, os companheiros que o vêem começam também a contorcer-se, partilhando a dor», diz Marc Hauser, professor de Psicologia e Biologia Antropóloga, em Havard. «Não precisamos de Neurobiologia para concluir que isso sugere consciência.» Já Frans de Waal, do Centro Nacional Yerkes de Investigação de Primatas, em Atlanta, coordenou um estudo em que macacos mostravam gosto em oferecer comida a companheiros, desde que fossem familiares ou, pelo menos, conhecidos. Estamos bem perto de pesquisas no cérebro humano, que revelam actividade nos centros de recompensa de alguém que concretiza u ato de solidariedade.


O glossário de Kanzi inclui, aliás, palavras como «bom» e «feliz», «ser» e «amanhã». Se é verdade que todos estes termos têm significado para ele, então a sua vida – e, por extensão, a de outros animais – pode ser rica e valer a pena.

Fonte: Revista Visão
Texto: Jeffrey Kluger
Fotos da net
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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Viagem aos alicerces da Excentridade

Imagine Fred Astaire e Ginger Rogers a sapatear alegremente nas margens do Rio Moldava. Repita o exercício adicionado a este compasso no Centro de Praga uma boa porção de aço Inoxidável, vidro e cimento. Se preferir, para ajudar à dança, perspective um gelado a derreter num dia de Verão escaldante. Resultado? Uma ‘Casa Dançante’, um dos edifícios mais insólitos que a Republica Checa viu despontar na sua paisagem urbana pelos traços da dupla Frank O. Gehry e V. Milunic. Um entre vários pretextos para uma volta ao Mundo em edifícios excêntricos, alheios aos roteiros convencionais, numa escapadinha de férias perto de si.

(Dancing House)

Construída em 1989, a famosa ‘Dancing House’ trazia na manga uma lufada de ar fresco para a cidade, erigida como símbolo da libertação, sequiosa de afugentar um passado político cinzento. A sua forma, semelhante à imbatível parelha de bailarinos, representou uma verdadeira loucura arquitectónica que abriu alas para o cosmopolitismo a Leste. Chegado a Praga, se perguntar pela estrutura ‘Ginger e Fred’, todos saberão indicar-lhe o caminho. Inusitadamente inclinado, o edifício ocupa uma superfície de 5400 metros quadrados e põe em relevo a impressionante torre de vidro que rompe com todas as normas estabelecidas ao ser quebrado pela metade e suspenso por pilares curvos. Entre os seus habitantes contam-se multinacionais e um restaurante Francês.

(Ray and Maria Stata Center, MIT)

A milhares de quilómetros de distância, os jogos visuais despertam nova curiosidade. No estado de Massachusetts, nos EUA, o mesmo Frank O. Gehry confiou o protagonismo da sua obra à estética da banda desenhada e dos filmes da Disney para dar vida a um edifício científico. O Stata Center, sede da computação científica e inteligência artificial do Instituto de Tecnologia (MIT) dá provas da união entre o talento e a imaginação sem limites do seu criador. O ‘pai’ do Stata alude a uma ‘festa de robôs embriagados’ para caracterizar o seu arrojado projecto.

(‘Ripley’s’? Ex-libris da cidade de Branson)

E que dizer do ‘Ripley’s’? Ex-libris da cidade de Branson, no Colorado, é uma das casas mais fotografadas da região. Concebido com uma enorme fenda, em 1988, homenageia o sismo na escala 8 de Richter que devastou a zona em 1812.

(o ‘The Wilson Hall’)

Menos exuberante, mas igualmente apelativo, o ‘The Wilson Hall’ foi construído em 1971 e 1974 em Sumter, Carolina do Norte. O seu design único deu um novo fôlego ao sentido da arquitectura e ajustou-se como uma luva ao espírito dos seus ‘inquilinos’ mais de 1500 cientistas dispersos por espaços laboratórios e centenas de escritórios.

(A casa ‘Astra’ de Hamburgo)

Na Alemanha, a casa ‘Astra’ de Hamburgo, actual cervejeira, volta a por em relevo a originalidade. Outras obras únicas testemunham os desafios superados pela arquitectura de autor, como um simpático restaurante em Windsor, Inglaterra.

(‘Robot Building’)

Em 1985, o coração financeiro de Banguecoque, abria os seus braços ao ‘Robot Building’, um robô gigante, símbolo da modernidade, que deu abrigo ao grande Banco da Àsia.

(O Hotel Sofitel Tóquio)

Já na cidade de Tóquio, ergue-se um edifício inspirado nos templos japoneses e na árvore da vida. O Hotel Sofitel, desenhado por Kikutake Kiyonori, é um dos mais espectaculares do país. 

(o Restaurante Sakasa)

Do Japão chegam outros regalos para a vista. Será que o Restaurante Sakasa saiu do meio de um cenário dos Playmobil? Construída com um ângulo de 135 graus, parece impossível descobrir vida lá dentro. Mas que há, há!

(‘Crooked House’)

Como um boneco animado as linhas sinuosas da (‘Crooked House’), assemelha-se a uma pisadela de gigante. Atracção turística de um centro comercial de Sopot, na Polónia, foi edificada em 2004 por Szotynscy & Zalesky. Há quem arrisque perguntar, qual será a reacção de uma pessoa sobre o efeito do álcool quando conhece esta casa.

(A Casa da Música no Porto)

A Rotunda da Boavista entre o centro histórico e a Foz do Porto, é habitada por uma das mais recentes e arrojadas obras em território Português que merece uma visita in loco pela sua origina volumetria. A Casa da Música, da autoria do arquitecto e urbanista holandês Rem Koolhaas, foi concebida para servir o projecto Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura. Actualmente é palco para todas as variantes da sua convidada mais nobre: a música. Da clássica, à electrónica passando pelo fado e pelo jazz, pelas grandes produções internacionais e pelos pequenos projectos experimentais, a diversidade habituou-se a pisar esta sala de espectáculos situada a Norte. Aliando a arquitectura e a engenharia, a Casa destaca-se pelos elementos estruturais principais do edifício dos Auditórios, como a casca formada pelos painéis das paredes exteriores em betão armado, com 0,40m de espessura. A ideia inicial pressupunha um edifício ‘ translucido’ com uma estrutura metálica, mas razões de custo e a perda do efeito de transparência a que a densidade de elementos estruturais inevitavelmente obrigaria, levaram à opção pelo betão branco (pouco comum nos países do Norte da Europa). Mesmo assim, a ideia agradou a Rem Koolhaas.

Fonte: Revista Domingo
Texto: Maria Ramos Silva
Fotos da Net
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