terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Drácula - Vlad Tepes

Drácula, sangue por sangue



Para os ocidentais, Vlad Tepes é o Conde Drácula. Para os Romenos é um príncipe sanguinário mas justo, o defensor do povo, que só empalava traidores e ladrões.

As opiniões dos historiadores romenos dividem-se alguns comparam Vlad Tepes a Drácon de Atenas (legislador grego do século VII a.C.) e veem-no como um génio político; outros consideram-no um celerado sádico.
“O Empalador” continua a ser uma figura muito presente no imaginário colectivo e dos decepcionados com a sociedade de hoje, a corrupção e a injustiça invocam-no novamente, como fez outrora o grande poeta romeno Mihai Eminescu (no final do Século XIX): “Porque não voltas, Senhor Vlad, o Empalador?”


O historiador Bogdan Ioan critica a tendência de alguns estudiosos para fantasiar sobre Vlad Tepes. Alerta para que a historiografia romena tem tendência para apresentar o voivoda (príncipe) como protector dos pobres e dos justos, bem como um governante organizador. Para Bogdan, “O Empalador” foi “um tirano brutal e um monstro desumano”. “Deviamos ter vergonha, e não apresenta-lo como um modelo de bravura e patriotismo”, escreveu.

Tanto bom quanto mau. E vilão?


Outros historiadores, como Constantine C. Giurescu, justificam os seus actos de crueldade com o superior interesse da nação: “As torturas e as execuções não eram caprichos; tinham a sua razão de ser num mundo onde ainda não tinha sido inventado o principio da  diversidade de opinião”. Os massacres teriam, portanto, justificação, já que visavam instalar ordem e a honestidade, e consolar o reino.


No entanto, a imagem mais desfavorável de Vlad, “O Empalador”, encontra-se nas crónicas germânicas e eslavas. Alguns especialistas desacreditam-nas totalmente, dizendo que são absolutamente falsas. Outros embora conscientes de que contêm elementos inventados, destinados a impressionar um público ávido de sensionalismo, acham que são documentos com valor histórico.


O historiador Lucian Boia acredita que se criou em torno de Vlad Tepes um mito de Rei duro, mas justo, que matava os nobres gananciosos e corruptos: “ É uma mitologia que ainda está muito viva na Roménia e de que os romenos  deviam passar a desconfiar. É o característico culto romeno do líder, resultado de uma sociedade camponesa, respeitosa do príncipe. Vlad Tepes é o soberano que tem sempre razão, contra uma elite ávida de riqueza e poder. O seu sucesso prendeu-se com a veneração por um povo insuficientemente politizado, que adora os dirigentes, sejam eles príncipes, reis, presidentes comunistas ou pós-comunistas”.


Outro historiador, Neagu Djuvara, descreve, no seu livro O Scurt? Istoire a Românilor Povestit? Celor Tineri (Breve história dos romenos contada aos jovens), a execução por empalação: “Era uma agonia terrível. Espetava-se uma grande estaca no chão e o condenado era como que crucificado nela. Depois – coisa terrível só de se dizer – untava-se um pau com sebo e introduzia-se-lhe entre as nádegas; mas muito lentamente, para não causar morte imediata. Não devia perfurar o fígado nem o coração, antes se pretendia que saísse pelo pescoço. E o homem ficava em exposição, para que os corvos lhe comessem os olhos”.


Embora lhe tenham criado uma imagem de monarca justo, próximo do povo, as crónicas eslavas contam, que certa vez, o voivoda ordenou a reunião dos mendigos e doentes do território, trancou-os numa casa, alimentou-os à saciedade e, em seguida, ateou fogo ao edifício.

Um tirano demente e vingativo


Os saxões da Transilvânia contam-se entre as vítimas de Vlad Tepes. Descontentes com as facilidades comerciais concedidas pelo governante romeno, os saxões de Sibiu e de Brasov deram apoio e abrigo a vários pretendentes ao trono. Como resultado, “O Empalador” cruzou várias vezes as montanhas dos Cárpatos para assolar as aldeias da região de Tara Barsei (Burzenland, no Sul da Transilvânia). Rezam as crónicas que o governante confiscou a fortuna de 600 comerciantes de Burzenland, antes de os empalar.
As crónicas descrevem também o cinismo do voivoda: terá obrigado um pretendente ao trono a cavar a sua própria sepultura antes de o matar; e terá empalado o comandante otomano Hamza com uma vara maior do que a de outros turcos.


Uma das histórias eslavas que, ao que parece, era leitura de cabeceira de Ivan, “ O Terrível”, narra um episódio em que alguns turcos se recusaram a descobrir-se perante ele; Vlad ordenou que os turbantes fossem pregados às suas cabeças. Está escrito que, certa vez, na estrada, encontrou um homem com uma camisa suja; foi a casa dele e mandou empalar a mulher ali mesmo, para puni-la pela sua preguiça.
O que é garantido, para lá das histórias improváveis surgidas da imaginação delirante dos contemporâneos, é que Vlad Tepes foi um homem de rara crueldade, mesmo para a época. O original do seu famoso retracto, que aparece nos manuais escolares, está ainda hoje no castelo de Ambras, perto de Innsbruck, num museu dos horrores, entre outras monstruosidades imortalizadas em pintura.

Fonte: Jornal Evenimentul Zilei (Bucareste)
Texto/Autor: Andreea Dogar
Fotos da net
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

É uma casa portuguesa


As casas de papel, ou casas de armar, popularizaram-se a partir da década de 1930, graças à inclusão em revistas e suplementos infantis de jornais.
Um País para recortar e colar.
Em Abril de 1934, a revista A Arquitectura Portuguesa alertava para a proximidade do dia em que o nudismo se tornaria «um império absoluto no mundo». Pensem no total desguarnecimento de roupas em certas zonas balneares, apliquem-no à arquitectura e verão o dia em que «toda a construção se reduzirá a paredes lisas com buracos». Não é particularmente excitante. Na verdade, corresponde ao cenário mais vulgar dos nossos horrendos subúrbios – reflexo do tempo em que «as cidades serão construídas por cubos ou outros sólidos», e os arquitectos se tornarão os «arquidesgraçados» do futuro», como então descrevia o autor do artigo. Ao arrepio deste prognóstico, as casas de armar representaram no entretenimento sólido pelas várias gerações de crianças. Além de cola e tesoura, pedia-se paciência e perfeccionismo, uma dupla hoje tão fora de moda como as pobres Manas Perliquitetes. Ideologicamente, representavam um Portugal globalizado á escala regional, um outro Portugal dos Pequenitos, para quem não tinha televisão nem automóvel. Numa viagem à roda do quarto, planificava-se e construía-se um país de papel. Num extremo, a casa minhota, de pedra granítica e balcão de madeira alpendrado, com a latada a fazer sombra e, por baixo, a corte dos animais. No outro, as brancas açoteias algarvias, de um cubismo radical e ofuscante, uma espécie de antípodas onde as pessoas andavam em cima do telhado, coisa estranha. Mas bastava seguir as instruções à risca e tudo fazia sentido.

Fonte: Revista Notícias Magazine
Texto: Carla Maia de Almeida
Fotos da Net
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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Matar o Bicho


Este costume de matar o bicho data do século XVI, e com êle o dizer popular.
Em 1529 tendo morrido em Paris uma dama da côrte, ao fazerem-lhe a autópsia encontraram-lhe um bicho, ainda vivo, alojado no coração.
Os médicos fartaram-se de fazer experiências, aplicando vários ingredientes para matar o verme e só conseguiram mergulhando-o em aguardente. Foi daqui que nasceu o conselho médico quinhentista deste tratamento preventivo matinal.

Fonte: Almanaque Ilustrado O Século (1931)
Texto/Autor: Desconhecido
Foto da net
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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Ilhas Errantes

Que desaparecem e aparecem desafiando todas as teorias científicas


Do ponto de vista das suas constantes variações, a Ilha do Falcão, uma das que fazem parte do arquipélago de Tonga, nas românticas paragens do Pacífico Sul, é, com certeza, a mais estranha de quantas se situam nas rotas, mais ou menos frequentadas, das carreiras de navegação. Um capitão de navios que no seu diário de bordo tinha registado a sua localização, comprimento e largura, poderá, breves tempos depois, ser desmentido por outro, que em sua busca tenha consumido bastantes quilos de combustível. De facto, a Ilha do Falcão aparece, aquece-se, altera-se e desaparece com irregulares intervalos, de meses ou de anos, sem a menor consideração pelos estudos ou observações dos cientistas.


Recebeu o seu nome do que na proa ostentava o orgulhoso navio de guerra «Falcão», navegando sob a bandeira de Sua Majestade Britânica. Em 1865, o comandante de barco assinalou a presença de um recife, que imediatamente proclamou propriedade inglesa. Doze anos depois. Outro navio britânico, o »Sappho», deu conta de haver divisado fumos de proveniência vulcânica saindo do solo da ilha. No ano de 1880, um comandante francês procurou, em vão, a jovem ilha. Cinco anos mais tarde, um navio inglês demandou as águas da ilha do Falcão e o seu comandante procedeu a rigorosas medidas, que revelaram uma extensão superior em três quilómetros à observada  em 1865 e uma diferença, para mais, de 45 metros na altura. Em Abril de 1894, um veleiro passou por cima do local onde estivera a ilha; três meses depois esta era novamente assinalada, desta vez com mais 7 quilómetros de comprimento. Dois anos decorridos, novo desaparecimento. Já no século XX, em Junho de 1927, a sua altura ascendia a 110 metros.


Perante tamanhas divergências, um geógrafo americano, depois de se assegurar da consistência do solo, resolveu fazer investigações in loco. Por toda a parte, largamente disseminadas, encontrou cinzas e lavas, um quieto lago de água quente, no centro da ilha, e um monte com 150 m de altitude. A partir da data destes estudos, a ilha voltou a diminuir em extensão, largura e altura.
Durante a guerra de 1939/45 um escritor europeu sugeriu que a ilha do Falcão fosse o destino dos criminosos de guerra. Esta ideia, que não foi posta em prática recebeu entretanto, o aplauso de muitos.
Segundo uma das muitas teorias, a Ilha do Falcão é o produto das erupções intermitentes de um vulcão submarino. Nos períodos de inactividade vulcânica, ás águas do mar lavam as cinzas, desagregam a lava e a ilha desaparece.


Não se julgue, todavia, que a Ilha do Falcão é a única no Mundo a confundir navegantes e geógrafos. Duas outras ilhas, ao sul de Yokosuka, no mar do Japão, desapareceram em 1946. A Ilha de Fu, no Oceano Índico, submergiu-se no ano de 1948. No arquipélago das Novas Hébridas assinalou-se o aparecimento de uma nova Ilha em Novembro de 1949, descoberta pelo piloto de um avião comercial.
Bem perto da grande cidade de Nova Iorque há uma outra ilha, bem conhecida dos pescadores do Lago Tiorati. Esta tem o estranho hábito de vaguear, fugindo, qual tímida gazela, mal dela se afastam os olhos. Para evitar essas fugas, os pescadores atam-na a outra ilha por meio de fortes espias. Quando sopra o temporal, a ilha desaparece, voltando a surgir com a calmaria, muitas vezes longe do ponto onde se encontrava. No Inverno de 1953, os pescadores tiveram de a rebocar durante quase um quilómetro para a colocarem no local mais conveniente para as suas pescarias.

Fonte: Almanaque Diário de Notícias (1954)
Texto/Autor: Desconhecido
Foto da Net/Cnes Airbus/Orbassano
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Panamá


Origem. Apesar do nome, acessório é do Equador
O Rei dos chapéus de palha

Ao longo de vários séculos, o panamá ganhou fama como o chapéu de verão nas elites ocidentais. Originário da América Latina, há muito que o seu uso se estendeu a todo o planeta e foram várias as figuras de estado que se tornaram fieis ao acessório. Harry Truman, Napoleão III e Eduardo VII são alguns dos exemplos. O seu período de ouro foi a primeira metade do século XX, mas ainda hoje o panamá é muito popular. Apesar da enorme evolução ao nível das cores e dos formatos, a aba circular em torno do chapéu continua a ser presença obrigatória. Os melhores modelos possuem milhares de tiras por centímetro quadrado, o que dá uma aparência diferente e mais requintada do que aquela que os chapéus de palha têm por norma.
Supõe-se que o panamá seja um descendente longínquo dos petasos, um género de chapéu proveniente da Grécia Antiga, que a civilização romana difundiu por toda a Europa. Cada país latino desenvolveu a sua versão e, ao longo dos séculos, foram vários os modelos que surgiram semelhantes ao actual panamá. Terá sido durante as conquistas espanholas que os chapéus de palha chegaram ao continente sul-americano, através das toquillas – modelo que os marinheiros utilizavam na época. O mais surpreendente é que o modelo panamá teve origem no Equador. Na verdade, as cidades Cuenca e Montecristi são as maiores produtoras deste acessório, que muitos consideram como o rei dos chapéus de palha. A importância do panamá na economia equatoriana é tão significativa que a própria revolução liberal de 1895 – liderada pelo herói nacional Eloy Alfzaro – foi financiada com as suas exportações. O nome “panamá” remonta apenas a 1906. Foi após a visita de Theodore Rosevelt ao país homónimo, durante a construção do canal que liga os oceanos atlântico e Pacífico, que o chapéu ficou assim conhecido. Milhares de exemplares foram encomendados para os trabalhadores da obra, mas foi a imagem do presidente americano de chapéu, na cabeça que popularizou este acessório, dando mais tarde origem à designação actual.

Fonte: Revista Sábado
Texto: João Silva
Fotos da net
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Mais Saúde com… - 1

*Livre de impurezas*

Sente que o organismo está cheio de líquidos indesejáveis, consequência dos disparates que andou a fazer nos últimos tempos? Tome nota da seguinte tisana desintoxicante que para além de eliminar as impurezas da pele activa as funções do fígado.

Ingredientes: Folhas de uma alcachofra e uma rodela de limão.
Preparação: Lave as folhas da alcachofra e acrescente-as a uma chávena de água a ferver; deixe cozer por alguns minutos, apague o lume e deixe repousar. Coe o preparado e sirva acompanhado com uma rodela de limão.
Tratamento: Tome em jejum, pois as propriedades diuréticas terão mais efeito. Beba durante 15 dias.

Fonte: Revista Maria
Texto/Autor: Dr. Custódio César (nutricionista)
Foto da net
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Berlioz



Luís Heitor Berlioz, nasceu um Côte St. André, a 11 de Dezembro de 1803. Como em Côte St. André não havia piano, o pequeno e simpático Berlioz limitava-se a tocar guitarra. Aos doze anos já compunha músicas de notável inspiração e cujos temas ele aproveitou mais tarde. A família enviou-o para Paris, desejosa de vê-lo seguir estudos capazes de lhe garantirem um futuro próspero. Mas todo o seu entusiasmo era pelo teatro e música. Assim, escreveu em 1828 as Oito Cenas do Fausto, e, dois anos depois, a Sinfonia Fantástica. Neste mesmo ano de 1830 alcançou um prémio, que o devia encorajar. Teve uma ambição suprema: conquistar Paris, a grande cidade do Pensamento e da Arte. O publico Parisiense, que mostrara interesse pelas primeiras obras do jovem compositor, manifestou-lhe depois certa frieza. Trabalhando sempre, Berlioz resolveu buscar o amparo e a glória fora da França, e ei-lo percorrendo a Alemanha, a Áustria e a Rússia. Os Russos compreenderam-no melhor que os franceses. Dotado de grande impressionabilidade, chegou a perder a fé na sua própria arte: duvidou mesmo do seu talento e de tudo quanto escreveu.
A vida sentimental de Berlioz foi um rosário de tristezas. Muito novo, sentiu que a actriz inglesa Harriett Smithson lhe enchia de amor a alma. Harriett veio a corresponder a este afecto sincero por meio de casamento.
Berlioz depressa compreendeu que se enganara, porque Harriett não era o anjo que ele havia fantasiado. Por isso abandonou-a por causa de uma insignificante cantora espanhola, Maria Recio. A morte porém, roubou-lhe tudo. O pai, a mãe, as irmãs, Harriett Smithson, Maria Recio e um filho. Ficou mergulhado na sua dor imensa. Tinham desaparecido para sempre as afeições que mais o poderiam prender à vida, e, no seu angustioso isolamento, principiou a pensar na Morte e a desejá-la. E a Morte chegou: em 8 de Março de 1869 Berlioz obteve o descanso final.

Fonte: Almanaque Diário de Notícias (1954)
Texto/Autor: Desconhecido
Foto do Almanaque
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Austrália - Queensland

Queensland, entre o mar e a floresta


A norte de Sydney, entre paisagens de águas infestadas de crocodilos e de sonhos apenas possíveis na Grande Barreira de Coral, fica a mais antiga floresta tropical do mundo.

Cidade de Queensland

O EXTREMO NORTE de Queensland, um dos estados mais intocados da Austrália envolto na mais antiga floresta tropical do mundo e pela Grande Barreira de Coral, é um privilégio ao alcance de muitos – o que poderia retirar-lhe algum do encanto que as férias proporcionam – mas a excelência com que a natureza nos brinda é tal que a experiência só pode ser considerada luxuosa. Há inconvenientes em tanto exotismo, caso das medusas que interditam meses a fio os banhos em várias praias, como perigos tão sérios que as autoridades estabelecem um «risco medusa» (stinger risk) cujo índice é afixado diariamente em areias como Cow Bay. 

Praias Cow Bay

Ou um outro perigo permanece ao longo de todo o ano, ao contrário das alforrecas de mau feitio, que são mais assíduas de Novembro a Abril. São os crocodilos de água salgada, maiores (podem atingir seis metros) e mais agressivos do que os seus primos de água doce, e que todos os anos fazem vítimas mortais.
Ultrapassada essa frustração ao primeiro impulso de mergulhar nas águas para os quais o calor nos empurra, é obrigatório visitar a Grande Barreira de Coral, Património da Humanidade formado por milhares de milhões de pólipos que criam um recorte único de 2900 recifes individuais e de mais novecentas ilhas, ao longo de 2600 quilómetros ao largo da costa de Queensland. É uma maravilha tão grande que pode ser avistada dos aviões de rotas comerciais que voam a onze mil metros de altitude.

Grande Barreira de Coral

A Barreira é uma oferta interminável de encantos e motiva uma extensa gama de meios de visita, pelo que há dezenas de barcos a largar da marina de Cairns, com escolhas possíveis entre barcos de borracha a motor ou super iates, com cambiantes de nível a condizer: incursões em recifes garridos povoados por tubarões, dugongos, mantas, tartarugas, golfinhos… ou cruzeiros ruidosos. De um modo mais exclusivo ou popular, a Grande Barreira de Coral recebe todos os anos mais de dois milhões de visitantes e o seu contributo para a economia do país é da ordem dos 2,7 milhões de euros.

Dugongo

Viajar da costa para o interior leva o visitante ao extremo do privilégio quando se adentra – ou paira sobre – a mais antiga floresta tropical do mundo, também ela classificada como Património da Humanidade pela UNESCO: com 135 milhões de anos, é considerada um dos mais activos palcos das principais etapas da evolução do planeta e abriga uma biodiversidade única e espantosamente rica.
O Skyrail conduz-nos por 7,5 quilómetros de floresta e terras riquíssimas, território dos tjapukai, povo aborígene que, como todos os outros do país, sofreu quase até à extinção com a colonização e hoje vive um período em que pelo menos alguns aspectos das suas culturas, tradições e direitos são protegidos pela Constituição australiana. No contracto com a realidade da natureza e com os homens que a integram enriquece-se o viajante que procura o luxo das experiências autênticas.

Skyrail

No regresso pelo pitoresco Kuranda Scenic Railway pode o olhar deleitar-se com a paisagem tornada acessível com o trabalho do homem, que construiu as ferrovias a golpe de picareta e suor, materializando numa maravilha da técnica o engenho dos pioneiros que o construíram em 1891 para escoar os produtos – sobretudo ouro e estanho – que quase levaram ao desaparecimento os outros povos da floresta. 

Kuranda Scenic Railway

O estado de Queensland, prolonga-se para sul, para Atherton Tableland, onde o verde luxuriante da floresta dá lugar a um planalto fértil de origem vulcânica, onde as vilas e aldeias evocam reminiscências alpinas, devido à altitude, às temperaturas amenas e aos lagos que pontilham a paisagem e acolhem gado e homens. 

Florestas de Kuranda

Pelo meio, entre Cairns e Atherton Tableland, o viajante pode perder-se na sofisticação de Port Douglas ou no desfiladeiro de Mossman, paragens obrigatórias num percurso que inclui plantações de cana, selva e praias. Sempre as praias.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Texto/Autor: Revista Volta ao Mundo
Fotos da Net
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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Os cinco pilares da Fé Islâmica

Os cinco pilares da Fé Islâmica



A religião Islâmica á baseada em seis pilares que constituem normas para a crença: crer em Deus, nos Anjos, nos Livros Sagrados, nos Mensageiros, no Dia do Juízo Final e na predestinação e em cinco pilares que constroem e sustentam a fé.

1 – Testemunho de Fé (chahada)


 Aceitar e recitar: «Não há outro Deus a não ser Deus e Muhammad é o mensageiro de Deus.» Em árabe, a primeira parte é: La ilahaillal-lah («Não há outro Deus a não ser Deus»). A segunda parte é: Muhammad Rassul-lah («Muhammad é o Mensageiro de Deus»). Este testemunho inicial é primordial pois resume os postulados da religião: a fé no Deus único, no seu Profeta, na sua mensagem. Ao professar este testemunho, o fiel está convertido ao islão.

2 – Oração (salat)



São cinco as orações diárias, realizadas na alvorada, ao meio-dia, a meio da tarde, ao créspulo e à noite. Nas mesquitas, as orações são dirigidas por uma pessoa versada no Alcorão e escolhida pela comunidade. Antes das orações, o fiel deve fazer a limpeza de partes do seu corpo com água (ablução) e voltar o rosto em direcção a Meca para orar.

3 – Caridade (zakat)


Os muçulmanos devem ser generosos para com os mais necessitados. O zakat corresponde à separação de uma parte do dinheiro ganho e destinado caritativamente aos necessitados. Todas as coisas pertencem a Deus. Os bens e a riqueza, portanto, foram confiadas aos seres humanos para que façam bom uso delas. Através do pagamento de zakat os bens são purificados. O piedoso deve também dar tanto quanto possa como caridade e fazê-lo de preferência em segredo.

4 – Jejum (saum)



O jejum é uma purificação pessoal, através da privação, por períodos determinados das necessidades do corpo: alimentação, bebida e prática de relações sexuais. Durante o Ramadão, o nono mês do calendário islâmico, é obrigatório jejuar desde a alvorada até ao pôr-do-sol. O não cumprimento do jejum só é facultado aos doentes, aos idosos, às mulheres grávidas e que amamentam, e aos que estiverem em viagem; todos deverão, porém, jejuar o mesmo número de dias num outro período do ano. Em caso de incapacidade física total para jejuar, a pessoa deverá alimentar um necessitado pelo número de dias em que não faz jejum.

5 – Peregrinação a Meca (hajj)



Pelo menos uma vez na vida, todo o muçulmano adulto que disponha de meios para realizar uma peregrinação a Meca, deve fazê-lo. Os peregrinos vestem roupas simples (ihram), que eliminam as distinções de classes e cultura, para que todos fiquem iguais perante Deus. Os homens vão de cabeça rapada e as mulheres cortam o cabelo. Os rituais do hajj consistem em circundar sete vezes a Caaba e percorrer sete vezes a distância entre os montes Safa e Marwa.

Fonte: Revista Esperança
Texto/Autor: desconhecido
Foto da net
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domingo, 19 de fevereiro de 2017

O maior avião do mundo



Voar foi desde a antiguidade um dos maiores sonhos do homem, como o atestam lendas da mitologia, nomeadamente a de Dédalo e do seu filho Ícaro, o jovem que quis chegar tão alto que derreteu as suas asas de cera e penas com o calor do sol. Visionários, como Leonardo DaVinci, Bartolomeu de Gusmão e Júlio Verne, imaginaram aeronaves mais ou menos realistas, algumas das quais levantaram mesmo voo, mas só ao virar do século XIX para o século XX o irmãos Wright conseguiram tornar realidade esse sonho milenar. Nos últimos 100 anos, contudo, a aviação não parou de fazer progressos, que quase parecem pôr em causa as leis da Física. É o caso do superjumbo Airbus A380, que fez o seu voo inaugural no dia 8 de Novembro do ano 2005 , e que era até essa data o maior avião do mundo.

Fonte: Revista Caras
Texto/Autor: desconhecido
Foto da net
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sábado, 18 de fevereiro de 2017

O Barão de Forrester

O Barão de Forrester

Barão de Forrester

Um dos maiores paladinos do Vinho do Porto

Foi no Pego do Cachão que morreu tragado pelas Águas do Douro

No dia 12 de Maio de 1861 morreu afogado no rio Douro, no lugar do Cachão, com 52 anos incompletos, o Barão de Forrester – José James Forrester -, escritor, artista e viticultor escocês, que tanto se distinguiu na propaganda do Douro e dos vinhos do Porto.

Mapa Barão de Forrester

Camilo Castelo Branco descreve assim, magistralmente, em algumas linhas, o desastre que tanto impressionou o País: « No dia 12, um alegre domingo, saíram todos, o Barão de Forrester e vários amigos, do «Vesúvio», na intensão de jantarem na Régua. O Douro tinha engrossado com a chuva de dois dias e a rapidez da corrente era caudalosa. Aproando ao ponto do «Cachão», formidável sorvedouro em que a onda referve e redemoinha vertiginosamente, o barco fez um corcovo, estalou, abriu um golpe e mergulhou no declive da catadupa. O Barão sofrera a pancada do mastro, quando se lançava à corrente, nadando. Ainda fez algum esforço para apegar à margem; mas, fatigado de bracejar no teso da corrente ou aturdido pelo golpe, estrebuchou alguns segundos na agonia e desapareceu.»

Cachão da Valeira

Este desastre, pelas circunstâncias em que se deu e ainda pelo facto de apenas ter vitimado o Barão de Forrester, foi durante muitos anos motivo de estranhas e singulares versões, tanto mais que o seu cadáver nunca apareceu. Admitiram-se ou bordaram-se lendas e fantasias à volta do sinistro do Cachão da Valeira  e chegou-se mesmo a admitir um crime; mas nada se averiguou…

Convento da Serra do Pilar antes do cerco do Porto de 1832 – gravura do Barão de Forrester tirada da rampa da Corticeira – á direita ficava a Capela do Senhor do Carvalhinho, erguida pelos Padres Jesuítas e por eles mantida até 1761 quando foram expulsos. Serviu de quartel da marinha de D. Pedro durante o cerco e, a partir de 1840, foi a primeira fábrica de cerâmica do Carvalhinho, donde lhe veio a marca. Mais acima ainda se vê um pouco da Muralha Fernandina. Por baixo do convento encontra-se a Capela do Senhor d’Além e a Ponte das Barcas.

O Barão de Forrester, comerciante e viticultor, foi uma figura destaque no Porto de há um século; dedicou o melhor de sua inteligência e actividade ao Douro, procurando por todas as formas acreditar o famoso Vinho do Porto; e de 1843 a 1860 publicou trinta trabalhos, escrevendo-os e ilustrando-os com desenhos, muitos deles excelentes cópias do natural.
Os seus opúsculos «A crise comercial explica-se» e «A verdadeira causa da crise comercial no Porto» contribuíram grandemente para debelar o pânico e estimular as energias dos durienses que ficaram com as vinhas devastadas em 1859; e, seguindo os conselhos e alvitres que lhes sugeriu, conseguiram, em breve espaço de tempo, restabelecer o crédito da Praça do Porto.

Feira de S. Miguel, pintura do Barão de Forrester datada de 1835

Ficaram famosos os mapas que levantou: «O País Vinhateiro do Alto Douro», publicado em legendas em português e inglês e mandado reeditar pela Câmara dos Comuns da Grã-Bretanha, e o «Douro Português e o País Adjacente», de grandes dimensões, que aquela mesma Câmara mandou incorporar no «Blue Book».
As marcas que lançou nos mercados nacionais e estrangeiros conquistaram grande prestígio, tal o cuidado que pôs no trato e cultivo das excelentes vinhas que possuía no Douro e no fabrico de vinhos generosos da sua lavra.História da Pousada Barão Forrester

História da Pousada Barão Forrester

José James era popularíssimo no Porto e no Douro, tanto entre colónia inglesa como na melhor sociedade, destacando-se pela elegância do trajar e pelos requintes de uma educação esmerada. Afável, atencioso, escritor, artista e grande negociante de vinhos licorosos – os vinhos que ele próprio tratava - , usufruía bem justificado renome, tendo ficado famosas as reuniões que dava na sua casa apalaçada da Ramada Alta.

A Gravura do Barão de Forrester 1835

Camilo publicou em 1884 uma tremenda «charge» aos saraus do Barão de Forrester, metendo impiedosamente a ridículo os portuenses e convidados que lhe frequentavam a casa. Desforçava-se, certamente de, de qualquer pretensa injúria dos amigos do Barão, pois este, quando o opúsculo apareceu, já era morto há 23 anos. E no rodopio da bordoada não escapou ninguém e até os mortos levaram para o seu tabaco, e com a mesma crueldade com que tratou a gente da Assembleia Portuense, os de «Palheiro», como ele os classificou.

Pousada

O folheto provocou ruidoso escândalo, mas não diminuiu o prestígio da memória do Barão nem daqueles que reunia à sua volta, tanto mais que, das mazelas apontadas e acerbamente criticadas, a maior era a de gostarem e abusarem de libações do magnífico Vinho do Porto.

Fonte: Almanaque Diário de Notícias (1954)
Texto/Autor: Desconhecido
Fotos da Net /http://portoarc.blogspot.pt
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Pássaros sabem quando estão a ser observados

Os estorninhos não comem quando alguém está a olhar para eles



Uma investigação curiosa conseguiu demonstrar que os pássaros sabem reconhecer quando um ser humano está a olhar para eles. A experiência foi feita por investigadores britânicos da Universidade de Bristol, que partiram de um princípio básico: na natureza, os predadores tendem a olhar fixamente para a sua presa antes de a atacarem. É por isso lógico que as potenciais presas, como pássaros de pequena dimensão, tenham desenvolvido uma defesa que lhes permita reconhecer um olhar fixo neles próprios.
Para testar esta ideia, os investigadores colocaram estorninhos em gaiolas e perceberam que os pássaros não comem quando alguém está a olhar para eles. No entanto, se a mesma pessoa está junto à gaiola, no mesmo local, mas a olhar noutra direcção, que não a do pássaro, este come sem qualquer problema.
Para os investigadores, esta é a demonstração de que os animais conseguem captar sinais subtis como o olhar.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Texto/Autor: Filomena Naves (Ornitologia)
Foto da net
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Há quarenta e um anos sem varíola


A vacinação em massa permitiu pela primeira vez na história da humanidade a erradicação completa de uma doença.
Em 1966, a Organização Mundial de Saúde lançou o Programa de Erradicação, Global da Varíola, uma iniciativa que permitiu organizar campanhas de vacinação em todos os lugares do Mundo. Em poucos anos equipas especialmente formadas para o efeito vacinaram todas as pessoas, do interior das aldeias recônditas dos continentes africanos, asiático e sul-americano até às multidões de peregrinos que acorriam a Meca, dos soldados europeus às populações nómadas do Afeganistão. Valeu a pena: 


em 1950 contavam-se cinquenta milhões de pessoas infectadas, dispersas pelos cinco continentes, em 1973 havia trinta mil, confinadas a cinco países: Somália, Botswana, Paquistão, Bangladesh e Etiópia, onde se registou o último caso, em 1976. Da varíola, uma doença transmissível de pessoa para pessoa e altamente letal, restam agora os stocks de vírus, que se encontram guardados a sete chaves em dois laboratórios de alta segurança. Neste ano de 2017 celebram-se trinta e seis anos de erradicação oficial da doença. Estamos todos de parabéns!

Fonte: Revista Notícias Magazine
Texto/Autor: Desconhecido
Fotos da net
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