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sábado, 7 de outubro de 2023

Galinha Pintada

Nome científico: Numida meleagris.

Ordem: Galliformes.

Família: Numididae.

Pelo nome, poderíamos pensar que seria um bom tema para um desenho sobre a Páscoa, mas as galinhas pintadas não são nada parecidas com as que conhecemos melhor - de capoeira – e qua põem os ovos que os meninos pintam nesta quadra festiva. As galinhas pintadas vivem na África Subsariana e adaptam-se a uma grande diversidade de habitats. Não gostam nada dos desertos e das florestas densas e preferem as orlas das florestas, as savanas, as estepes semiáridas e os campos de cultivo, o que interessa é que seja um lugar onde exista alguma água.

Têm uma plumagem negra, com pintinhas brancas e a cabeça, que não tem penas, tem a pele azul ou branca, tal como o pescoço, e uma saliência córnea. As galinhas pintadas procuram alimento raspando a terra com as patas e vivem em bandos, que são maiores ou mais pequenos consoante o tipo de habitat onde se encontram. Alimentam-se sobretudo de matéria vegetal (bolbos, raízes, bagas, flores), mas também de invertebrados (gafanhotos, térmitas, caracóis e vermes) e de sementes de plantas de cultivo.

A época de nidificação (ou seja, de reprodução) inicia-se durante ou logo a seguir á época das chuvas (que coincide com a maior abundância de alimento) e um macho só acasala com uma fêmea (e vice-versa), mas a ligação entre eles não se mantém fora da época de nidificação.

Para conquistar a fêmea, o macho oferece-lhe alimento. O ninho é um pequeno buraco no solo, delimitado por ervas e penas, e normalmente localizado no meio de vegetação densa. A fêmea põe seis a 12 ovos, que são incubados apenas por ela durante 24 a 28 dias, mas nesse período o macho não abandona a proximidade do ninho. Depois de nascerem, as crias abandonam logo o ninho e alimentam-se sozinhas, mas seguem os «pais» até serem independentes.

Com apenas um mês de vida, as galinhas-pintadas já conseguem voar. 

Fonte: Revista Terra do Nunca

Texto/autor: Jardim zoológico de Lisboa

Fotos da net

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Polvo

 


A maternidade de um polvo é diferente da maternidade de qualquer criatura viva. Após o acasalamento, a Fêmea do Polvo encontra uma cavidade e ali se instala. Começa a por ovos e incuba após a conclusão do processo de postura.

Dispõe seus ovos no teto do ninho como se os pendurasse em um gancho. Mantém os ovos limpos bombeando água constantemente. Não sai do ninho a qualquer custo. Se os bebês não aguentam a fome antes de nascerem, eles comem alguns de seus braços, e assim sobrevivem e protegem os ovos até que todos os bebês eclodam...

Porém, o longo período de incubação o deixa com fome e exausto, e ele morre em seu ninho quando todos os bebês nascem. Para os bebês que estão começando a vida, o corpo sem vida da mãe polvo torna-se uma boa fonte de alimento para eles sobreviverem. É por isso que nenhuma fêmea de polvo consegue ver seus bebês crescerem...

Fonte: Desconhecido

Texto/autor: desconhecido

Foto da net

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Lichen Katydid, Markia hystrix

Eis o Lichen Katydid, Markia hystrix, uma criatura fascinante vinda das paisagens exuberantes da América Central e do Sul !!!

Infelizmente, este incrível Katydid corre o risco de desaparecer para sempre, pois seu habitat natural é devastado pela atividade humana ...

Apesar de ser uma descoberta relativamente recente, este notável gafanhoto já chamou a atenção de cientistas e entusiastas da natureza em todo o mundo. 

 

Este Katydid carrega a camuflagem mais interessante do que qualquer outra espécie conhecida de Katydid. 

Cada centímetro de seu corpo esguio é coberto por saliências que criam a ilusão perfeita de líquen, permitindo que ele se misture perfeitamente ao ambiente e evite a detecção de predadores.

Mas ainda há muito mais a aprender sobre essa criatura misteriosa. Os cientistas estão ainda a começar a arranhar a superfície do que torna o Lichen Katydid tão especial. O que sabemos, porém, é que ela ocupa um papel vital na intrincada teia da vida que existe em seu habitat.

Fonte: Divulgação de fatos e conhecimentos: ciências e afins.

Texto/autor: Desconhecido

Fotos da net

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Os Bichos mais raros do Mundo


Uma equipa de BBC descobriu uma nova espécie de peixe durante uma expedição à Amazónia.

A descoberta do peixe-vampiro – um minúsculo parasita que se alimenta do sangue de outros peixes – está a provocar entusiasmo na comunidade científica internacional. De tal forma que a cadeia de televisão BBC, que registou as primeiras imagens da criatura durante uma expedição pela bacia amazónica, no Brasil, convidou os internautas a votarem no seu sítio na Internet,para elegerem o nome científico do novo bicho. 

Um dos membros da expedição, Mário de Pinna, da Universidade de S. Paulo, elaborou cinco hipóteses de baptismo: Paracanthopoma draculae (em homenagem ao Conde Drácula), Paracanthopoma irritans (irritante, em latim), Paracanthopoma minuta (pelo tamanho diminuto do peixe), Paracanthopoma nosferatu (homenagem ao filme Nosferatu), Paracanthopoma vampyra (peixe-vampiro, como já é conhecido). Até ao momento, as opções vampyra e draculae lideraram.

Conhecido pelo ilustrativo apelido de “Peixe-Vampiro”, o Candiru é um peixe encontrado em grande parte da bacia amazônica e, apesar de medir em geral poucos centímetros, é também um dos animais mais temidos da região. Encontrado nas águas do Rio Amazonas que banham Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, esse peixe-gato da família dos Tricomicterídeos, com nome científico de Vandellia cirrhosa, é capaz de penetrar orifícios do corpo humano, como o nariz, o ouvido e a boca, mas também pela uretra, a vagina e o ânus, e se fixar no interior do corpo através de espinhos que possui em sua cabeça.

Peixe-Vampiro


Nome Científico: Vandellia cirrhosa

Familia: Trichomycteridae, Tricomicterídeos

Origem:Brasil, Região amazónica

Curiosidade: Esse peixe é hematófago, ou seja, alimenta-se do sangue de outros animais e alguns vivem em forma de parasita nas brânquias de outros peixes.


Panda Vermelho


Nome cientifico: Ailurus fulgens

Família: Ursos Pandas

Origem: Nepal, Birmânia e China

Curiosidade: A cor alourada, o pêlo e a cauda comprida fazem com que se assemelhe a uma raposa.


Oricteropo


Nome cientifico: Orycteropus afer

Família: Oricteropo

Origem: África Central

Curiosidade: Mamífero com fucinho de porco, orelhas de mula e que cava como a toupeira.


Matamatá


Nome científico: Chelus fimbriatus

Família: Quelónios (das tartarugas)

Origem: América do Sul

Curiosidade: É carnívoro, alimenta-se de peixe e pode estar horas imóvel.


Hidrotermal


Nome científico: Vulcanoctopus Hydrothermalis

Família: Polvo

Origem: Pacífico Oriental

Curiosidade: Pequeno polvo albino de aparência alienígena que se alimenta de crustáceos.


Mariposa Imperador


Nome científico: Thysania

Família: Lepidópteros (tal como as borboletas)

Origem: Amazónia e México

Curiosidade: É a maior mariposa do planeta, tendo quase 30 centímetros entre uma asa e a outra.


Diabo da Tasmânia


Nome Científico: Sarcophilus harrisii

Família: Mursupiais

Origem: Austrália

Curiosidade: É o maior e mais feroz dos marsupiais carnívoros e pode desaparecer devido a uma forma rara de cancro facial.


Muflão


Nome Científico: Ovis ammon

Família: Ovinos

Origem: Europa de Leste e China

Curiosidade: Carneiro Selvagem com chifres até 1,2 metros.

 

Fonte: Revista Sábado

Texto: Nelson marques, Vitor Paiva (Redactor)

Foto da net

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Mosquito

 Este é o animal mais mortal do mundo.

O mosquito é o animal que mais provoca morte no mundo, sendo vetor de doenças que matam ou incapacitam milhões a cada ano. Com um corpo que parece uma máquina perfeita de matar, o mosquito tem em sua cabecinha exatamente 100 olhos. Em sua boca, que dificilmente pode ser vista ao microscópio, tem 48 dentes. No peito, um para o centro e dois para as asas, há 3 corações e em cada coração 2 aurículas e 2 ventrículos. Ele tem um receptor de calor para encontrar os seres vivos com calor, com uma sensibilidade de um milésimo de grau Celsius. Possui um analisador de sangue muito avançado, com um dispositivo anestésico e um anticoagulante para que sua vítima não reaja à picada e para absorver facilmente o sangue. Existe seis pequenas lâminas em seu tubo de sucção, onde quatro faz uma incisão quadrada e os outros dois forma um tubo para absorver o sangue. Eles também têm garras e ganchos nos pés para segurar sua fonte de alimento.

Autor: Desconhecido

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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Panda-vermelho-do-Nepal



Nome Científico:  Ailurus fulgens fulgens

Ordem: Carnívora

Família: Procyonidae.

O Panda-vermelho-do -Nepal gosta das alturas e por isso vive nos montes Himalaias, entre 2200 e 4800 metros de altitude, distribuindo-se pelo Nepal, Butão, Tibete, Myanmar e Oeste da China, onde existam florestas temperadas de bambu. Este simpático animal tem uma densa pelagem de cor castanho-avermelhada, com riscas alternadas claras e escuras na cauda.

A cabeça é larga e o focinho relativamente curto, as orelhas são triangulares e brancas, tal como a máscara facial. Tal como o Panda-gigante, possui um falso polegar, que utiliza para arrancar as folhas do bambu, o seu alimento favorito.

O Panda-Vermelho-do-Nepal é tímido, solitário e territorial, marcando o território com urina e outras secreções. Para não se perder, vai marcando os trilhos com a ajuda de glândulas que possui na base das patas. É mais activo ao fim da tarde e de noite, aproveitando o dia para descansar ou tomar banhos de sol, no cimo das árvores. O seu alimento preferido é o bambu, tanto folhas como rebentos, mas também come raízes, bagas, líquenes, insectos e até ovos e crias de aves.

Os Panda-vermelhos-do-Nepal não são muito namoradeiros, por isso só formam casais na época de reprodução de Janeiro a Março. Depois de uma gravidez de 112 a 158 dias, as fêmeas dão á luz uma a quatro crias, que são amamentadas durante cinco meses. Aos 18 meses já são adultos e pode ir cada um á sua vida. Esta é uma espécie em perigo, segundo a União Internacional para a conservação da Natureza, ameaçada sobretudo pela destruição do habitat, resultante da exploração de madeiras, assim como pela caça para comércio da pele.

A alimentação específica, a baixa taxa de reprodução e a baixa densidade populacional também não ajudam à conservação da espécie.

Fonte: Revista Notícias Magazine

Texto: Autor: Desconhecido

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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Urso-Pardo



Os Ursos-pardos, que antigamente habitavam toda a Europa, Norte de África, Ásia a norte dos Himalaias e América do Norte, hoje só se encontram na Rússia, em regiões montanhosas da Europa e em algumas regiões da américa do Norte. De corpo pesado e robusto, pêlo castanho-escuro, cauda curta e patas fortes com cinco garras, usadas para escavar o solo em busca de alimento ou de abrigo, para pescar, para trepar e para defesa, os ursos-pardos têm uma cabeça larga com orelhas curtas e arredondadas e o focinho comprido.



Os que vivem mais a norte são os maiores e é no Outono que todos atingem o seu peso máximo graças às reservas de gordura acumuladas, podendo os machos chegar aos 780 quilos. São animais solitários, mas podem reunir-se onde haja muita comida. No inverno recolhem-se em grutas forradas com vegetação seca, ficando num estado letárgico, como se estivessem a dormir. Assim poupam energia e não sofrem com a falta de alimento.


Sobrevivem graças às reservas de gordura a cumuladas no Verão e no Outono. Em estado de letargia, o urso não come, não bebe, não defeca nem urina, mas pode acordar para se defender de predadores, como os lobos. Por isso os especialistas não falam em verdadeira hibernação.
Os ursos-pardos preferem os vegetais, mas a sua dieta é omnívora, incluindo herbáceas, frutos, insectos, mel, truta e salmão, ovos e juvenis de aves, roedores, veados, renas ou alces. 


Os bebés ursos nascem sempre na toca onde as mães passam o Inverno, de olhos fechados, sem pêlo e com cerca de meio quilo, mas crescem num instante graças ao leite das mães ursas, que é espesso, viscoso e muito rico em gordura e proteína. Mamam durante ano e meio e ficam com a mãe até aos três ou quatro anos, aprendendo com ela as técnicas de sobrevivência como adultos solitários.

Fonte: Revista Terra do Nunca
Texto: Jardim Zoológico
Fotos: Net
© Carlos Coelho

segunda-feira, 11 de maio de 2020

O maravilhoso mundo das Borboletas



Primeiro é um ovo, depois uma lagarta, uma crisálida… e, no fim, uma borboleta!
As suas asas estão cobertas de escamas de cores que as protegem contra o frio.
A sua comida favorita é o néctar das flores. Conseguem-no libando, ou seja, sugando como loucas em cima das flores.
Têm olhos compostos – com montes de olhinhos microscópicos – E vêem em todas as direcções. No entanto são míopes!


Na mitologia grega as asas das borboletas simbolizam a eternidade.

Fonte: Revista Ragazza
Fotos da Net
© Carlos Coelho

domingo, 3 de maio de 2020

Bico-de-lacre



Originário de África
Espalhou-se por várias regiões do globo, constituindo um efectivo invejável.

Em Portugal surge em grandes bandos, junto dos cursos de água. Existem três espécies principais, todas vindas de África. Entre nós, regista-se com mais frequência a presença do E. Astrid (bico-de-lacre comum) e do E. Troglodyta. Trata-se de uma ave com cerca de 6 cm de comprimento, cujo dorso é cinzento escuro, raiado em vários tons. O peito possui uma mancha cor de rosa, cujo tamanho e intensidade ajuda a distinguir o macho da fêmea (maior e mais vivo nele). O bico e a zona em redor dos olhos são vermelhos.

Vida em cativeiro


Adapta-se bem à vida em cativeiro, reproduzindo-se com facilidade. Podem manter-se colónias de vários casais, coabitando até com outras espécies de aves. Para tal ser possível, o viveiro deverá ter uma área ampla (12 a 20m2). Deve pôr à sua disposição ninhos de corda em tubo, para nidificação. 


A fêmea põe quatro ou cinco ovos que serão incubados por ambos os progenitores, durante duas semanas (pode ter cinco ninhadas por época). As crias saem do ninho às três semanas de vida.
A alimentação é feita á base de uma mistura de sementes onde predomine painço vermelho e amarelo. Na época de reprodução apreciam sementes imaturas e geminadas e moscas da fruta.

Fonte: Revista Correio Mulher / Animais
Texto: Vasco Cardoso
Fotos da Net
© Carlos Coelho

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O Regresso dos bisontes


A espécie pode voltar a expandir-se na América do Norte, do México ao Alasca.

São boas as notícias para a natureza, numa altura em que quase todos os dias nos chega a informação de que mais uma espécie (ás vezes, várias de uma assentada) está à beira da extinção.
O bisonte, um dos animais mais emblemáticos da América do Norte, que esteve intimamente associado à “conquista do Oeste” nos Estados Unidos – no decurso dessa epopeia foi caçado quase até à extinção -, pode voltar a povoar largas porções do continente norte-americano, do México ao Alasca, durante os próximos cem anos. A previsão é de um grupo de peritos em ecologia e conservação de espécies, que fez um estudo para avaliar essa possibilidade, a pedido de várias organizações, como a Wildlife Conservation Society.
Os autores desse estudo estão convencidos de que a preservação de regiões de pradaria que existem no continente, nomeadamente no Sudoeste dos EUA, as extensões de taiga no Alasca, e outras zonas idênticas no Canadá, podem voltar a ser repovoadas por bisontes, desde que esses locais permaneçam vedados a qualquer outro tipo de actividades.
Para fazer esta avaliação, os especialistas idealizaram um modelo que incorporou vários factores da ecologia de cada local (incluindo as outras espécies aí existentes). Encontradas desta forma as zonas com mais potencial, o repovoamento terá de ser feito a partir da população que resta desta espécie: 500 mil exemplares, 20 mil dos quais no estado selvagem.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Texto/Autor: João Ferreira (Ciência)(Biodiversidade)
Foto da Net
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sábado, 4 de fevereiro de 2017

Pit bull


Foram criados para combater outros cães e divertir a nobreza. Revelaram-se amáveis e obedientes. Durante os séculos XIX e XX eram utilizados para fazer companhia às crianças.
Os Pitt Bull foram responsáveis, com os Rottweiller, por 70% das mortes por ataque canino entre 2005 e 2009 nos Estados Unidos. São considerados uma das raças mais perigosas do mundo, mas o problema pode estar apenas na forma como são treinados. É que durante muitos anos quem tinha filhos escolhia-os como animal de estimação por serem de confiança e carinhosos – até lhes chamavam The Nanny Dog (cão-ama).
A raça nasceu no século XIX. Em 1835, o parlamento inglês proibiu o bull baiting, um jogo em que os bulldogs atacavam touros na arena. A realeza encontrou então uma nova diversão na luta entre cães.
Os criadores misturavam bulldogs e terriers e esse cruzamento foi reconhecido em 1898. Os pit bull começaram a ser usados não só para luta e caça, mas também para protecção: além de eleitos por famílias ricas para tomarem conta dos filhos, eram os preferidos dos soldados da I e da II Guerra Mundial.
Especialistas defendem que eles não são naturalmente perigosos e que é o treino que lhes define a personalidade. Um estudo da American Temperament Tests Society, de 2004, diz mesmo que, 83% destes cães não são agressivos - a média geral é de 77%.



Crânio achatado e focinho largo e comprido. As orelhas são pequenas; o temperamento é alegre e são fiéis ao dono. Não são agressivos para os humanos, mas podem revoltar-se contra outros cães; precisam de socializar, de exercício físico e de regras.

Fonte: Revista Sábado
Texto/Autor: Sofia da Palma Rodrigues
Fotos da Net
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sábado, 19 de novembro de 2016

A espantosa inteligência dos animais


Há pouco tempo, passei uma manhã a tomar café com Kanzi. Foi ele quem me convidou, à sua habitual maneira arrevesada. Kanzi é um tipo de poucas falas – 384 palavras, numa contagem formal, embora provavelmente saiba mais algumas dezenas. Tem uma voz perfeitamente audível – clara, expressiva e muito alta. Mas não é especialmente bom a formar palavras. Nada de anormal, quando se é um bonobó, o parente mais próximo e sereno do chimpanzé.
Mesmo assim, Kanzi é conservador. Durante a maior parte do dia conserva uma espécie de glossário bem á mão, três folhas com centenas de símbolos coloridos que representam todas as palavras que lhe foram ensinadas pelos seus mentores ou aprendidas por ele próprio. Consegue construir pensamentos e frases, e até conjugar verbos, simplesmente apontando. As folhas incluem não apenas substantivos e verbos fáceis, como «correr» e «coçar», mas também palavras conceptuais como «de» e «mais tarde», e elementos gramaticais como as terminações para os gerúndios e pretéritos.


Kanzi sabe quebrar o gelo, antes de ir ao assunto. De modo que aponta para o ícone do café, no seu glossário. E, depois para mim. Chama então, pela primatóloga Sue Savage – Rumbaugh, investigadora do Great Ape Trust – o centro de investigação de Des Moines, no Lowa, onde Kanzi vive – e pelo supervisor de laboratório, Tyler Romine. Romine prepara quatro cafés e leva um a Kanzi, no seu recinto, por detrás de uma janela de plástico. O bonobó bebe – engole um trago, em boa verdade – e, como as nossas vozes são recolhidas por microfone, escuta o que dizemos.
«Dissemos-lhe que vinha cá um visitante», explica Savage – Rumbaugh. «Esta manhã, tem estado excitado e obstinado, e não conseguimos levá-lo para o quintal. Em troca, tivemos de negociar um pedaço de meloa.» Meloa ainda não faz parte da lista de palavras de Kanzi, pelo que o nosso amigo aponta para os símbolos de verde, amarelo e melancia. Quando provou couve, chamou-lhe «alface lenta», porque leva mais tempo a mastigar.


A Great Ape Trust, sem fins lucrativos, aloja sete bonobós, incluindo o filhote de Kanzi, Teco nascido a 1 de Junho de 2010. Kanzi não é o primeiro macaco a quem foi ensinada linguagem. Este centro adopta uma nova abordagem, criando macacos desde a nascença com linguagem falada e simbólica como característica constante dos seus dias. Tal como as mães humanas levam os bebés a passear e falam com eles sobre o que vêem, mesmo que a criança ainda não entenda, os cientistas deste centro também narram a vida aos seus bonobós. Com a ajuda dessa imersão total, os macacos aprendem a comunicar melhor, mais depressa e com maior complexidade.
Seja como for, Kanzi não está hoje interessado em falar muito, preferindo correr e saltar para mostrar os seus dotes físicos. «Bola», escolhe ele nas suas folhas do glossário, quando acaba o café. «Diga-lhe que a vai buscar», sugere-me Savage – Rumbaugh, mostrando-me onde estão os símbolos necessários na folha que tenho na mão. «Sim-eu-vou-caçar-a-bola», escolho lentamente. Caçar é uma palavra que Kanzi usa alternadamente com obter. Levo algum tempo a encontrar a bola num gabinete e, quando regresso, Savage-Rumbaugh pergunta verbalmente a Kanzi: «Estás pronto para jogar?» olha para nós sinistramente. «Passado pronto», indica.
Criaturas Conscientes
Os seres humanos têm uma relação plena com os animais. São nossos companheiros e nossos bens, membros da nossa família e nossos criados, nossos animais de estimação e nossas pestes. Adoramo-los e metemo-los em jaulas, admiramo-los e abusamos deles. E, claro, cozinhamo-los e comemo-los.
A nossa justificação sempre foi a de que podemos fazer com os animais o que quisermos porque eles não sofrem como nós. Não pensam, pelo menos de qualquer maneira significativa. Não se preocupam. Não têm sentido do futuro ou da sua própria mortalidade. Podem dedicar-se, mas não amam. Tanto quanto sabemos, podem nem ser conscientes. Para muita gente a Bíblia dá o argumento mais poderoso. Foi concedido aos seres humanos o «domínio sobre os animais do campo», e aí a discussão pode mais ou menos parar.
Mas as bermas que construímos entre nós e os animais estão a ser eliminados. Costumamos dizer que os seres humanos são os únicos animais que utilizam ferramentas. Então e os pássaros e macacos que sabemos que as usam? Os seres humanos são os únicos capazes de empatia e generosidade. E então os macacos que praticam a caridade e os elefantes que velam os seus mortos? Os seres humanos são os únicos que sentem alegria e conhecimento do futuro. Então e o estudo recentemente publicado, no Reino Unido, a mostrar que os porcos criados em ambientes confortáveis exigem optimismo, movendo-se em direcção a um novo som, em vez de fugirem temerosamente dele? E quanto aos seres humanos serem os únicos animais com linguagem? Kanzi explicar-nos-ia que não é verdade. Não basta, pois, estudar o cérebro dos animais, dizem agora os cientistas. Temos de conhecer a sua mente.


Já aceitamos que os macacos e os golfinhos são conscientes. E gostamos de pensar que os cães e os gatos também o são. Mas e os ratos? E uma mosca? Passa-se com eles alguma coisa? Um cérebro diminuto num animal simples tem o suficiente para controlar apenas as funções básicas do corpo? A nossa avaliação é, com frequência, toldada por sentimentos adquiridos em relação a uma dada espécie. É provável que uma barata não tenha menos poder cerebral do que uma borboleta, mas somos céleres a negar-lhe consciência, porque é uma espécie que nos repugna. Ainda assim, a maioria dos cientistas concorda que a consciência brilha mais intensamente nos humanos e em outros animais superiores, diluindo-se para uma luz vacilante e, por fim, para a escuridão, nos seres inferiores.
Embora o tamanho do cérebro tenha, por certo, alguma relação com a esperteza, muito mais se poderá aprender da sua estrutura. O pensamento superior tem lugar no córtex cerebral, a região mais evoluída do cérebro e que falta a muitos animais. Os mamíferos são membros do clube do córtex cerebral e, como regra, quanto maior e mais complexa se mostra essa região, mais inteligente é o animal. Mas não é a única via para o pensamento criativo. Veja-se a utilização de ferramentas, através das lontras: dominaram a tarefa de esmagar moluscos com pedras para chegar à carne que está lá dentro, o que, embora primitivo, conta. Mas se a criatividade reside no córtex cerebral, porque razão os corvídeos a classe de aves que inclui os corvos e os gaios, usam melhor as ferramentas do que quase todas as espécies não humanas? Os corvos, por exemplo revelam-se adeptos de dobrar arame para criar um gancho que possa pescar comida no fundo de um tubo de plástico. Mais notável, ainda, verificou-se que a gralha, uma ave da família dos corvos, conseguia raciocinar o suficiente para deitar pedras num recipiente parcialmente cheio de água, a fim de fazer subir o nível e poder saciar a sede.
O modo como as aves realizaram tal habilidade sem possuírem um córtex cerebral tem provavelmente a ver com uma região cerebral que partilham com os mamíferos: os gânglios basais, estruturas mais primitivas envolvidas na aprendizagem. Os gânglios basais dos mamíferos são feitos de várias estruturas, enquanto os das aves se resumem a uma. Sucede porém que o cérebro das aves é multifacetado, efectuando diferentes tarefas ao mesmo tempo. O resultado é igual, com a informação processada. Só que as aves atingem-no de maneira mais eficaz.


No caso dos corvídeos e de outros animais, o que pode activar ainda mais a inteligência é a estrutura, não do seu cérebro, mas das suas sociedades – sobretudo quanto à caça. Veja-se o rei dos animais. 


«Os leões fazem coisas extraordinárias», diz a bióloga Christine Drea, da Universidade de Duke. «Um animal coloca-se para a emboscada, e outro espanta a presa nessa direcção.» Mais impressionante, ainda, é a hiena. «Só por si, uma hiena pode derrubar um gnu, mas são precisas várias para deitar ao chão uma zebra», explica Christine Drea. «De modo que planeiam previamente o tamanho da presa e saem para caçar uma em particular. Decidem que vão caçar uma zebra. Ignoram até um gnu, se passarem por algum no caminho.»
É certamente significativo que os corvos sejam as aves mais hábeis e sociais, com longas e estáveis ligações ao grupo. Também é elucidativo que os animais de manada, como as vacas e os búfalos, exibam pouca inteligência. Embora vivam colectivamente, a sua sociedade tem reduzida forma. «Numa manada de búfalos, o Manel não quer saber quem é a Maria», diz Drea. «Mas entre os primatas, carnívoros sociais, baleias e golfinhos, cada indivíduo tem o seu próprio lugar.»

Nós e os outros

A teoria da mente revela-se essencial para a comunicação e a autoconsciência – e alguns animais mostram-na. Os cães têm o entendimento inato do que significa apontar: há alguém com informação para partilhar e que está a chamar a sua atenção para que possa aprender também. Parece simples, mas só porque nascemos com essa capacidade e, a propósito, temos dedos para apontar. Os grandes macacos, apesar do seu impressionante intelecto e mãos com cinco dedos, não parecem programados de fábrica para apontar. Mas pode, tão só, faltar-lhe a oportunidade de o fazer. Um macaco bebé raramente se afasta da mãe, agarrando-se ao seu abdómen. Mas Kanzi, que foi criado em cativeiro, andou muitas vezes nos braços de seres humanos, e teve assim as mãos livres para comunicar.
Apontar não é o único indicador de uma espécie inteligente que adquire a teoria da mente. 


Os gaios azuis – outro corvídeo – escondem alimentos para usarem mais tarde, e têm muito cuidado com a possibilidade de animais intrusos os estarem a ver. Se notar que foi observado, o gaio espera que o outro animal se afaste, e depois dissimula a comida num sítio diferente. Compreende, pois, que a outra criatura tem mente – e manipula-a.
O padrão ouro para demonstrar uma compreensão da distinção entre nós e os outros é o teste do espelho. Ou seja, se um animal consegue ver o seu reflexo e reconhecer o que é. Pode ser adorável ver um gato observar-se num espelho e correr para o outro lado em busca do imaginário companheiro. Mas não é sinal de grande cabeça. Os elefantes, os macacos, e os golfinhos são das poucas criaturas que conseguem passar o teste do espelho. Os três reagem apropriadamente, depois de ter sido aplicada uma marca na tinta na sua testa ou noutra parte do corpo. Os macacos e os elefantes irão tocar na marca com o dedo ou com a tromba, em vez de tentarem chegar ao reflexo. Os golfinhos colocam-se de maneira a verem melhor o reflexo da marca.
Se os animais podem raciocinar – mesmo de uma forma que consideremos rude -, a questão inevitável passa a ser: podem sentir? Sentirão empatia ou compaixão? Podem amar, preocupar-se, ansiar ou ter desgosto? E o que diz sobre o modo como os tratamos? São perguntas armadilhadas a que a Ciência não pode furtar-se.


Os elefantes parecem chorar os seus mortos, debruçando-se sobre um companheiro inerte com aparente desgosto. Os macacos também ficam durante dias perto do corpo sem vida de um dos seus. A empatia para com os membros vivos da mesma espécie não é, igualmente, novidade. 


«Quando os ratos estão em sofrimento, os companheiros que o vêem começam também a contorcer-se, partilhando a dor», diz Marc Hauser, professor de Psicologia e Biologia Antropóloga, em Havard. «Não precisamos de Neurobiologia para concluir que isso sugere consciência.» Já Frans de Waal, do Centro Nacional Yerkes de Investigação de Primatas, em Atlanta, coordenou um estudo em que macacos mostravam gosto em oferecer comida a companheiros, desde que fossem familiares ou, pelo menos, conhecidos. Estamos bem perto de pesquisas no cérebro humano, que revelam actividade nos centros de recompensa de alguém que concretiza u ato de solidariedade.


O glossário de Kanzi inclui, aliás, palavras como «bom» e «feliz», «ser» e «amanhã». Se é verdade que todos estes termos têm significado para ele, então a sua vida – e, por extensão, a de outros animais – pode ser rica e valer a pena.

Fonte: Revista Visão
Texto: Jeffrey Kluger
Fotos da net
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