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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Tikashi Fukushima


Tikashi Fukushima nasceu em 1920 em Suma, Fukushima, no Japão. Trabalha na lavoura e como desenhador de aviões. Com 20 anos emigra para o Brasil, instalando-se no interior de São Paulo, em Lins, onde conhece Manabu Mabe. Começa a pintar. Seis anos depois muda-se para o Rio de Janeiro e estuda pintura com Tadashi Kaminagai. Regressando a São paulo, em 1949 casa-se com Ai Saito, abre uma oficina de molduras e forma o Grupo Guanabara, fazendo tertúlias com vários pintores, entre os quais Arcangelo Ianelli. Participa em diferentes iniciativas, como o Salão Paulista de Arte Moderna, tendo obtido vários galardões, entre os quais p Prémio Leirner na pintura, e figurado sete vezes na Bienal de São Paulo, desde o início, em 1951, até 1967. Foi eleito presidente da comissão do Salão de Artes Bunkyo, cargo que ocupou até 1999.


“ Composição em Vermelho e Azul”, óleo sobre tela (135,5cm x 65cm), executado em 1962.

Tikashi Fukushima é mais um dos pintores nipo-brasileiros que tem grande responsabilidade na afirmação da pintura abstracta no Brasil, talvez porque, no pensamento japonês, o abstracto é o concreto firmem relações dialécticas de proximidade e intensidade. Germinando no seio de uma comunidade que se fixa no Brasil na altura da Segunda Guerra Mundial, as linguagens abstractas permitem na sua padronização a liberdade individual expressa na cor, matéria e gestualidade, que marca formalmente a tela e se afirma no primeiro plano. A obra de Fukushima, inicialmente, nas décadas 40 e 50, centrada na pintura de paisagens com alguma referência pós-impressionista, a partir de 1957 evolui para um registo mais emocional e para uma linguagem claramente abstracta. Estruturada a partir de registos de grande carga dramática, que neste caso a enorme porção de vermelho acentua. A sua pintura é sobretudo uma exposição de sensações numa simbiose entre referências a estados de espírito subjectivos e paisagens atmosféricas ou eventos cósmicos.

Fonte: Revista Caras
Texto/Autor: Júlio Quaresma
Foto da Revista
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Michel Giliberti

Michel Giliberti nasceu na Tunísia em 1950. O seu pai tomava conta do Cinema L’Olympia, em Menzel Bourguiba, pelo que passou toda a sua infância como espectador privilegiado dos filmes de culto dos anos 50. Precoce, desde os dois anos que desenha e depois de abandonar África, com 11 anos apenas, inicia no ano seguinte a sua produção a óleo. Com 15 anos, uma obra sua apresentada num concurso para alunos de Toulon é consagrada e exposta no museu da cidade. Desenvolve em paralelo, uma paixão pela música e pela poesia, formas mais aptas de comunicar as suas emoções, tendo mesmo sido autor de três álbuns como autor e compositor. De pequena estatura (que lhe valeu ser alcunhado pelos amigos de “sempre pequeno”), Giliberti acabou, no entanto, por encontrar na pintura uma forma de materializar a imagem da perfeição. Galardoado com vários prémios, vive hoje na Normandia, onde tenta cultivar, sem êxito as árvores da sua infância.








Giliberti é um daqueles artistas que por alguma razão, tentam superar as suas próprias condicionantes na procura de um espaço ou de uma forma harmónica, e tem necessidade de a comunicar utilizando como veículo qualquer forma de expressão. Enquanto manipulador de uma gramática plástica, constrói um léxico com o qual surfa entre os extractos de invisíveis espaços de harmonia que se renovam incessantemente no contexto, mas não no modo nem na significação mais profunda, que é a dada materialização dos seus anseios. O olhar tece poses e posturas, enquanto a pintura serve de espaço a enredos contaminados pelo desejo errante que se inscreve numa cenografia pulsional. Astúcias não faltam para endeusar os afetos que cegam a paixão. Desenhador exímio, Giliberti move-se no universo compositivo do surrealismo, de um mundo próximo da psicanálise, onde se passeia, por mero acaso, com os seus fantasmas, entre dor e prazer ou o prazer da dor. Uma realidade virtual na qual o humano toca o fantástico.
O corpo aparece aqui como matéria de luxo dos sentidos, recorrente das obras do Renascimento e, sobretudo da genialidade de um Michelangelo. Não é o corpo do varão, mas sim o da pintura do Quattrocento que ressuscita agora.













“Hicham”. Óleo sobre tela (89x130cm) datado de 1997. Pintado num estilo naturalista, quase gráfico, evoca, em simultâneo, a plástica dos cartazes executados a aerógrafo e joga com a decomposição das formas, com a ruptura dos corpos e a sua desmaterialização, para transportar para um universo onírico e sensual o realismo dos sujeitos representados.







O corpo nesta pintura movimenta-se e ganha velocidade no fluido da cor e na força abstracta dos cortes operados na figura, para libertar a pulsão animal do instinto, mas aqui a pintura não é uma pintura simbolista, apesar das fórmulas e artifícios que escondem aos olhos mais atentos a sua essência. Para lá do mundo surreal, reflexo da realidade virtual do nosso mundo frio e desencantado, onde se questiona o porvir do homem e dos elementos estéticos e poéticos que transformam a sua pintura numa pintura global, “à maneira” dos humanistas, a referência da obra de Giliberti é outra.
Aquela que podemos encontrar no comentário que Fernando Pessoa fez à obra de António Botto, da qual dizia que nem positivamente nem negativamente nela é sugerida qualquer metafísica, mas apenas apontada a preferência do esteta pelo ideal helénico de celebrar a beleza física e o prazer do corpo masculino, neste caso numa versão sensual e andrógina mais próxima dos estereótipos que moldam a transição do milénio.














“En Verre et Contre Soi”. Óleo sobre tela (116x81cm) pintado em 1997. Com os pintores do Renascimento e do Barroco, que utilizavam frequentemente os temas religiosos ou mitológicos como suporte para pesquisar as potencialidades expressivas do corpo humano desnudo, também Giliberti procura em qualquer contexto essa possibilidade, aqui idealizando plasticamente o corpo perfeito, jogando na conceptualidade de um surrealismo para, de certa forma, diminuir esse apelo essencial do corpo por si só.







C@rlos@lmeida
Fonte: Revista Caras
por Júlio Quaresma

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A musa do pai Sarkozy

Carla Bruni está sentada ao piano e toca alguns acordes de viola. Ao fundo está o seu marido, Nicolas Sarkozy, sentado a uma secretária. 
A pintura surrealista de um aristocrat húngaro, de 82 anos, é fraca dizem os críticos. E não merecia fazer parte de uma exposição a solo na galeria parisiense Pierre Cardin, no mês de Abril, se o pintor não se chamasse Pal Sarkozy. E, claro, não fosse o pai do Presidente francês.
A sua carreira, admitiu Pal ao Le Figaro Magazine, tem sido ajudada "enormemente" pela posição do filho. De tal forma que algumas das suas pinturas de mulheres nuas vão ser vendidas a 8 mil euros.

Fonte: Revista "Sábado" de 11 de Fevereiro de 2010
Foto da Net