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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Lisboa – O grande Terramoto

Palácio Duques de Aveiro

Diz-se que o povo da cidade saía da missa de Todos-os-Santos quando a terra tremeu. O maremoto e o incêndio aumentaram a tragédia. 

Pintura antes do Terramoto de 1755

O que fez o Marquês de Pombal? Mandou enterrar os mortos e tratar os feridos. Esta frase é um clássico dos manuais da escola primária sobre História de Portugal, uma expressão impressionante para qualquer criança. As imagens de destruição completavam o quadro. Era a história do Terramoto de 1755, o maior abalo sísmico de que há registo.
Nessa manhã de 1 de Novembro, Lisboa perdeu dez mil dos 250 mil habitantes que tinha na época e teve de socorrer um número de pessoas muito superior a este. 

Terreiro do Paço antes do Terramoto

Segundo textos de então, eram 9 horas e 35 minutos quando se ouviu um “estrondo subterrâneo” e a terra começou a tremer; primeiro com lentidão, depois num crescendo de intensidade e de violência. O abalo durou vários minutos – cada autor mede o tempo de forma diferente – e deixou a cidade antiga desfeita em ruínas. Logo a seguir três ondas gigantes – “três grandes serras de água”, conta um autor - entraram pela barra do Tejo e inundaram as zonas mais baixas da cidade. O fluxo e o refluxo das águas atingiu tal dimensão que se via “o centro” do rio,” nunca de vista humana investigado”. Pelo menos duas réplicas do sismo, de menor intensidade, foram ainda sentidas nessa manhã.

Painel de azulejos com a Praça do Rossio antes do Terramoto

À destruição causada pela terra e pela água, juntaram-se os efeitos do “desatino” dos outros dois elementos – o fogo e o ar. Muitos edifícios foram devastados, nos dias a seguir, por um incêndio incontrolável, agravado por ventos fortíssimos.

Ilustração (fantasiosa) do Terramoto de Lisboa

Pode imaginar-se o pânico e o sofrimento dos lisboetas de então. Mas a destruição da cidade, vista à distância de mais de dois séculos, pode ser considerada providencial. Lisboa tinha atingido um ponto de saturação, com a população a aumentar rapidamente – em 1729 os habitantes eram apenas 200 mil – e dificilmente se criaram condições para criar infra-estruturas adequadas a uma cidade medieval de ruas estreitas e tortuosas.
O reinado de D. João V, com os seus inúmeros e grandiosos projectos, terminara cinco anos antes. D. José ordenou em 1752 a construção de uma grande e luxuosa sala de espectáculos – o Teatro da Ópera ou a Ópera do Tejo, a cujo palco subiu, em 2 de Abril, a ópera Allessandro nell’India. O Terramoto deitou por terra este edifício.

Paço Real, OTerreiro do Paço em 1650, meados do séc.XVIII. Óleo sobre tela de Dirk Stoop, patente no Museu da Cidade, em Lisboa

A verdade é que a cidade contava com um forte grupo de arquitectos entre os quais se destacam os grandes nomes da reconstrução: Eugénio dos Santos, o militar que definiu a estratégia, Manuel da Maia, já idoso, e Carlos Mardel, entre outros.

Parte da destruição causada pelo Terramoto e fogo

Foi o Marquês de Pombal quem assumiu com rapidez e eficácia o controlo da reconstrução, integrada numa estratégia de poder que lhe permitiu governar durante 20 anos. Como apontava Siza Vieira, no arranque da construção do Chiado depois do incêndio de 1989, os arquitectos de Lisboa pombalina dependiam do Marquês e nunca tiveram mais do que uma delegação de poderes.

Convento do Carmo em ruínas

As dificuldades burocráticas em que ficou preso o Gabinete do Chiado- no âmbito da Câmara Municipal de Lisboa – foi um entrave à rapidez dos trabalhos. Não se vivia um tempo de poder absoluto e os direitos dos proprietários não podiam ser atropelados. Basta dizer que só o caso do edifício dos Grandes Armazéns do Chiado demoraram nove anos a ter uma solução legal.

Depois Desenho do Terreiro do Paço, atribuido a Carlos Mardel, já com a estátua de D. José ao centro.

Três edifícios ficaram ainda por reconstruir, mas os projectos ficaram prontos a arrancar. Um deles é, tantos anos depois, uma vítima do Terramoto de 1755 – “O Leonel” vistosamente escorado na Rua do Carmo à espera do resultado de um estudo que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil encomendou. Passa mesmo ali a falha sísmica que atravessa o edifício dos Armazéns do Chiado e se prolonga até às ruínas do Convento do Carmo que o mesmíssimo Terramoto derrubou.

Fonte: Revista Focus
Texto/Autor: Ana Sousa Dias
Fotos da Revista e da Net
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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Coliseu dos Recreios - Lisboa

Há 126 anos a dar espectáculo
Foi a 14 de Agosto que o Coliseu abriu as portas e, desde então grandes personalidades artísticas têm brilhado no maior palco cultural do país.


Há um século, vicissitudes várias tinham levado ao desaparecimento de várias salas de espectáculo. Urgia, então, a construção de um espaço lúdico e multifuncional, vocacionado para acolher as mais diversas actividades culturais.
No dia 14 de Agosto de 1890 é inaugurada, no coração de Lisboa, uma enorme sala de variedades com capacidade para mais de 4000 espectadores: o Coliseu dos Recreios. Erguido de raiz e de arquitectura moderna, o espaço viria a ser aberto ao público ainda a sua conclusão estava longe do fim.
A honra de estreia coube à ópera cómica italiana Bocaccio. De então para cá, no subpalco escondido fizeram-se gerações de palhaços e ilusionistas, viveram-se noites de tertúlias artísticas, musicais, literárias e até se reuniram grandes vultos da I Republica, bem como da oposição á ditadura. Desde que, em 1994, se concluíram as obras de remodelação, o Coliseu dos Recreios, agora com um aspecto mais moderno, e confortável, está aberto a todo o tipo de actividades, desde congressos a catering, feiras, exposições e, até mesmo, ao circo.

Grandes Artistas num grande palco


A título de exemplo, só em 1901, o Coliseu dos Recreios registou mais de 200 exibições. Pelo recinto cultural passaram companhias artísticas dos quatro cantos do Mundo. 


Margot Fontaine
Todos os grandes nomes nacionais pisaram este palco, mas também personalidades internacionais, como é o caso do Ballet Russo, Nijinski, da grande cantora Conchita Supervia, Margot Fontaine e Maurice Béjart.

Fonte: Revista Maria
Texto: Samuel Ferreira
Fotos da Net
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