Se consumidos em separado já são prejudiciais para a saúde, imagine quando os ingere em conjunto. Porém, são cada vez mais os alimentos que reúnem estes três ingredientes.
Com o regresso das crianças á escola e o fim das Férias voltam também os maus hábitos alimentares. Agora que não temos de nos preocupar com algumas das refeições dos mais pequenos, acabamos por descurar a nossa própria alimentação.
(Presente em mais alimentos
do que se pensa, o açúcar tem muitos aspectos negativos. Entre eles, sacia e
elimina a fome, reduzindo a ingestão de opções mais saudáveis e necessárias
para o corpo. Além disso, é um dos factores responsáveis pela obesidade,
hiperactividade e cáries.)
É aqui que entram os
principais ingredientes para ganharmos uns quilinhos a mais e saúde a menos: o
açúcar, o sal, e a gordura. Ainda que em separado possam parecer quase
inofensivos, tendo em conta que um pouco de cada não é cem por cento
prejudicial para o nosso corpo, os três consumidos em conjunto são uma “bomba”
para o nosso organismo. O pior é que, no nosso dia-a-dia, temos tendência a
ingerir estes três ingredientes em conjunto e, assim, continuamos com fome.
David Kesser sempre lutou contra os quilos a mais, até que um dia, tentou perceber o porquê dos elevados números de obesidade, com tendência a aumentar. Após uma investigação, Kesser descobriu os três grandes inimigos do corpo humano – o açúcar, o sal e a gordura – e decidiu escrever o livro The End of Overeating: Taking Controlo f Our Insatiable Appetite. “O fim da alimentação excessiva: Assumindo o controle do nosso apetite insaciável” No mesmo explica porque é que as pessoas têm, cada vez mais problemas com a gordura e porque é que se come cada vez mais, e sem controlo, já que, para Kesser, este é um dos principais comportamentos das pessoas em geral, inclusive das mais magras. Isto acontece exactamente porque consumimos exageradamente, e em conjunto, os três grandes inimigos do organismo, o que origina um apetite mais elevado. Porém, o que mais aflige Kesser é o facto de, ao entrevistar um funcionário que participa na produção de alimentos, perceber que nas cozinhas e nas indústrias trabalha-se de modo a atingir o “equilíbrio dos três pontos”. Isto é combina-se o açúcar com o sal e a gordura na porção certa e cria-se o produto perfeito, no sentido de proporcionar ao consumidor o máximo de prazer ao consumi-lo. Mas estes três ingredientes unidos causam compulsão alimentar, ou seja, estimulam os neurónios e ajudam a libertar um neurotransmissor que causa o aumento de apetite.
(Pode ser diferenciada em
gordura saturada e insaturada. As saturadas são encontradas, normalmente, na
carne, no coco e no óleo de palma. Já as insaturadas encontram-se em alguns
vegetais.)
Mas não é tudo, durante a sua investigação, David Kesser chegou ainda á conclusão que as cadeias de fast-food foram alterando ao longo dos anos os seus produtos, de modo a atingirem o “pontoG” alimentício, isto é, o tal equilíbrio perfeito entre o açúcar, o sal e a gordura, que estimula o apetite. E tudo isto reunido ao facto de os hábitos alimentares das pessoas terem vindo a mudar ao longo dos tempos. Hoje em dia, durante uma pausa, é perfeitamente comum, que em vez de um lanche á base de leite e pão, nos apeteça disfrutar de um hambúrguer acompanhado de batatas fritas e um refrigerante.
(É um condimento muito requisitado e está presente em quantidade considerável nos alimentos industrializados. O consumo excessivo de sal está ligado à elevação da pressão arterial e à hipertensão. Pode levar a enfartes, acidentes vasculares cerebrais e insuficiência renal terminal.)
A importância de mastigar
Ainda que as refeições
rápidas sejam bastante apelativas, não é este tipo de alimentação que nos vai
aliviar a fome. Além da questão do “pontoG”, estas refeições tendem a deslizar
directamente para o estomago, exigindo o mínimo de mastigação. Este gesto
obriga o cérebro a perceber que o corpo está a processar os alimentos e que em
breve estará satisfeito. Desta forma em poucos minutos é possível consumir 700,
800 ou até 1000 calorias. Quanto mais ingerimos este tipo de alimentos, maior
necessidade sentimos de os consumir, sem conseguir controlar esta vontade. Por
isso, é necessária uma grande força de vontade para resistir aos mais variados
produtos com que nos deparamos no mercado. Kesser acredita que as pessoas só
vão conseguir comer menos quando houver uma mudança de atitude.
Dicas para uma alimentação
saudável
Para realizar uma
alimentação equilibrada diariamente, a Associação Portuguesa de Nutricionismo
recomenda:
Tomar sempre o
pequeno-almoço: realizar cinco a seis refeições por dia, com
intervalos não superiores a 3h30.
Não comer muito numa só
refeição: aumentar o consumo de leite, cereais completos,
leguminosas, hortícolas, legumes e frutos.
Diminuir o consumo de sal,
gordura e açúcar: moderar a ingestão de bebidas alcoólicas.
Beber água em abundância:
variar o mais possível de alimentos.
Praticar uma culinária
saudável.
Fonte: Revista Maria
Texto/Autor: Tatiana Piquer
Branco
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