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quinta-feira, 7 de abril de 2016

Omara Portuondo

A Diva cubana está a celebrar 68 anos de carreira.

 
 Esteve em Portugal em 2008 a celebrar os 60 anos de carreira, que incluiu dois espetáculos: a 21 de Outubro de 2008 na Casa da Música, no Porto e no dia seguinte na Aula Magna em Lisboa que fizeram parte da sua digressão Mundial, cantou ao telefone “ É uma casa portuguesa… é com certeza uma casa portuguesa… É assim, não é? Disse quase sem sotaque, o refrão do tema popularizado por Amália.
 
Nascida em 1930, Omara foi fruto de um casamento escandaloso nessa época: a mãe era uma herdeira milionária espanhola que se apaixonou por um jogador de basebol negro. O casal estabeleceu-se em Havana e encorajou a filha a seguir uma carreira artística. Aos 15 anos estreou-se como bailarina no famoso Tropicana Club, ao lado da irmã mais velha, Haydee. Só depois se dedicaram às canções, atuando em dueto até aos anos 60, quando Omara iniciou a carreira a solo.

Cantou com os grandes nomes da música mundial, como Edith Piaf ou Nat King Cole e tornou-se a grande diva da música cubana. “ Só não consegui cantar com Amália, apesar de ter tentado encontrar-me com ela uma ou duas vezes. Por uma razão ou por outra, esse encontro não aconteceu. Mas já estive com a Mariza. Gostava muito de cantar com ela um dia. Tem uma voz e um talento enormes.”

 
O isolamento do regime cubano depois da subida de Fidel Castro ao poder fez com que alguns dos artistas que ficaram na ilha não tivessem muita projeção e publicidade internacional. Mas Omara Portuondo nunca se quis envolver muito em política – apesar de ter interpretado um dos temas mais simbólicos, Hasta Siempre, Comandante, dedicado a Ernesto ‘Che’ Guevara.
Sempre tive liberdade para fazer digressões internacionais, mas durante várias décadas foi considerada “um dos segredos mais bem guardados de Cuba”. O reconhecimento mundial só surgiu em 1996, quando o realizador Wim Wenders a convidou a entrar no célebre filme Buena Vista Social Club, ao lado de outros dois mitos da música cubana, Ibrahim Ferrer e Company Segundo, entretanto falecidos. Omara afirma que hoje os vê constantemente, como se fossem os seus “fantasmas queridos”. “Sinto-os como se ainda estivessem aqui comigo”, diz.

A diva não tem grandes segredos para manter a voz e ainda cantar ao vivo, aos 86 anos. “ A natureza deu-me essa bênção. Trabalho e descanso, isso é fundamental. Não fumo, não bebo e tento manter uma vida saudável. Sou uma simples mulatinha. “E acrescenta com uma gargalhada sonora: “Afinal não necessito de mais nada a não ser cantar. Tenho boa saúde e gosto daquilo que faço.”
O público continua a encher os espetáculos e agradece-lhe…

Fonte: Revista Sábado
Texto: Luís Silvestre
Fotos da Net
© Carlos Coelho