sábado, 15 de setembro de 2018

Malietoa Tanumafili II

O Rei do paraíso


Os samoanos, diz-se, gostavam deste homem forte e sorridente que, à maneira polinésia, posava com farfalhudos colares de flores e os representava (sem os governar directamente) desde 1962, o ano da morte do seu pai, Malietoa Tanumafili I. A seguir ao Rei Bhumibol da Tailândia e à Rainha Isabel II de Inglaterra, Tanumafili II era o mais antigo soberano do mundo em exercício. Se contássemos com Fidel castro, passaria para quarto lugar. No que respeita a idade, tratava-se do governante mais velho no seu posto.


Neste infinito domínio das curiosidades e das estatísticas, o segundo utente do nome Tanumafili era a segunda testa coroada do mundo, a seguir à Rainha Maria da Roménia, a professora e fé Baha’i, de quem fez eregir um digno templo (embora não tão imponente como os Delhi e Haifa) em Tiapapata, a oito quilómetros de Ápia, a capital do minúsculo estado perdido no Pacífico. 


Foi no dia 11 de Maio de 2007 que Tanumafili II cerrou os olhos aos 94 anos no hospital de Moto’otua e partiu para se juntar aos seus antepassados da estirpe Malietoa, no panteão das infinitas pastagens marinhas que rodeiam o minúsculo reino oceânico de samoa, cruzado por ventos, aventuras, tragédias e sonhos à maneira de Maugham e de Conrad.

 Fonte: Revista Visão

Fotos da Net

©CarlosCoelho

sábado, 21 de julho de 2018

Maria Antonieta


O perfume da Rainha sem cabeça

Este frasquinho custa 1500 Euros. Parece-lhe caro? É o preço a pagar pelo aroma favorito de Maria Antonieta – a rainha austríaca que escandalizou a corte francesa dos finais do século XVIII, por causa dos seus refinados hábitos de higiene. O perfume, também ele de nome pomposo, Sillage de la Reine (traduzido à letra O Acordar da Rainha) passou a estar à venda desde Setembro de 2005. Mas não será fácil encontra-lo: só no Palácio de Versalhes, em Paris, onde ela viveu, ou através de encomendas directas à empresa anglo-holandesa Quest International.

E foi precisamente na antiga morada da Rainha que decorreu a apresentação da amostra, em meados de Fevereiro de 2005. Cerca de 80 pessoas escolhidas a dedo pela companhia espreitaram os seus aposentos e a mala onde ela guardava as essências. O anfitrião foi o francês Francis Kurkdjian, uma sumidade de perfumes, que resolveu recuar no tempo e criar a réplica perfeita da fragância de Jean-Louis Fargeon, o perfumista pessoal de Maria Antonieta.

Sillage de la Reine é um coquetel de luxo. Mistura jasmim, flor de íris, âmbar-cinzento, rosa e tuberosa, entre outros ingredientes. Todos com um denominador comum: eram os preferidos da Rainha.

A sua obsessão por perfumes foi provocada por um estranho motivo: para evitar desmaios. Maria Antonieta só não perdia os sentidos quando lhe vinham os odores do âmbar, almíscar e sândalo. Ao saber desta fraqueza, em 1774, Jean-Louis Fargeon apresentou-se a ela com umas luvas aromatizadas. Conquistou-a na hora.

Os livros de história descrevem-na como uma vilã frívola. “Foi a primeira fashion victim”, garante a historiadora francesa Elisabeth de Feydeau, que dedicou uma biografia ao perfumista real. Apesar de as suas práticas de higiene terem chocado a corte, Maria Antonieta deixou marca. Aliás, muitas marcas: os cabelos soltos, a maquilhagem leve e, claro, os perfumes, que viriam a transformar-se numa indústria que movimenta milhões.

Reza a lenda que na Revolução Francesa o povo apanhou a carruagem real por causa do rasto de perfume de Maria Antonieta. O desfecho já se sabe: em 1793 foi condenada à guilhotina. Mas ainda gritou ao carrasco: “Malvado, malvado, não me descomponha!”

Receita com secreções de Baleia


A receita de Sillage de la Reine tem um ingrediente original: âmbar-cinzento, retirado das secreções de baleia. Pode ser encontrado em África, na China, no Japão e na América. Quanto ao processo de fabrico, mantém a tradição da época.

Primeiro mistura-se a baunilha com rosa, tuberosa, jasmim, flor de Íris e flor de laranjeira. E fica a repousar durante dez dias, ao ar livre.

A etapa seguinte consiste em adicionar ao coquetel inicial uma outra preparação, á base de glicerina, cedro, sândalo, âmbar-cinzento e almíscar (substância aromática retirada de uma glândula do almiscareiro). Da união de todos os ingredientes resulta um perfume requintado.

Recentemente, uma equipe de perfumistas na França embarcou em uma missão intrigante: recriar o famoso perfume de Maria Antonieta. Utilizando descrições históricas e documentos da época, eles se propuseram a recriar o aroma que encantava a rainha.

A tarefa não foi fácil, pois muitos dos ingredientes originais não estão mais disponíveis ou são extremamente raros. No entanto, com dedicação e habilidade, a equipe conseguiu recriar a fragrância com precisão, usando ingredientes que evocam o mesmo aroma que Maria Antonieta conheceu e amou.

O Aroma da História

O perfume recriado de Maria Antonieta oferece uma janela olfativa para o passado. Quando você fecha os olhos e inala essa fragrância, é como se estivesse fazendo uma viagem no tempo para os salões luxuosos do Palácio de Versalhes. É uma fragrância que evoca a elegância e a sofisticação da corte francesa do século XVIII.

A Embalagem: Uma Homenagem à Época

Além do próprio perfume, a embalagem do frasco é uma verdadeira obra de arte. Inspirada na estética da época de Maria Antonieta, a embalagem é adornada com detalhes delicados e refinados, incluindo motivos florais e dourados que refletem a opulência da corte.

Fonte: Revista Sábado

Texto: Joaquim Torrinha

Foto da net

©CarlosCoelho

terça-feira, 12 de junho de 2018

Ciência

Sapos anunciam sismos?


O Êxodo de sapos da região de Abruzzo, em Itália, onde a terra tremeu destruindo boa parte da cidade de Áquila, leva os cientistas a reforçarem a ideia de que os animais têm formas de predizer a ocorrência de tremores de terra. Até agora, estudos com várias espécies (cães, vacas, raposas e até peixes) registam algum tipo de comportamento estranho antes dos abalos, mas uma investigadora britânica deu conta do sumiço dos sapos de uma colónia que estudava, cinco dias antes do sismo – 96por cento dos machos fugiram cinco dias antes e três dias antes do abalo não restava nenhum.

Fonte: Revista Notícias Sábado

Autor: LM.

Fotos da Net

©CarlosCoelho

sábado, 5 de maio de 2018

Shakespeare

Shakespeare existiu!

 


Escreveu William Shakespeare as obras que lhe são atribuídas? Ou pior ainda: Shakespeare existiu? Mark Twain, Henry James ou Freud, entre outros, chegaram a pôr em dúvida que tivesse havido um só autor para todas as obras de Shakespeare. Se os cépticos continuam a fazer-se ouvir, há quem os desminta com base na investigação histórica. É o caso do norte-americano James Shapiro, Professor da Universidade de Columbia, que considera que as dúvidas sobre a existência do autor, filho de um comerciante, que só surgiram dois séculos após a sua morte, mas não sã do que a prova de preconceito cultural e snobismo.

Fonte: Revista Notícias Sábado

Autor: J.A.S

Foto da Net

©CarlosCoelho

 

sexta-feira, 2 de março de 2018

Morte

Morrer Islâmico

No médio Oriente é difícil morrer sozinho. O Médico, em viagem, descobre uma cultura feita de rituais diferentes, rigorosos e sem pressas.

 

(Cemitério muçulmano de Sidi el Mezri em Monastir Tunísia)

A morte é parte da vida. Uma parte da vida tão difícil de aceitar quanto mais sofisticada é a cultura e que se morre. Se alguns povos celebram a morte como um renascimento, outros são os que a choram perpetuamente inumando as suas vidas em roupa negra e cemitérios solitários. Hábitos e culturas diferentes. Nascemos a gritar no meio de muita gente. Todos se preparam para nos receber em festa. Quando morremos, muitas vezes fazemo-lo sozinhos, sem que ninguém se aperceba em silêncio.

No médio Oriente é difícil morrer sozinho. Só existe um tipo de família: aquela em que todos partilham o mesmo chão, a mesma refeição, o mesmo quotidiano, o mesmo tempo. Quando o fim se anuncia, há sempre tempo. Tempo para pegar numa mão, para beijar uma face. Tempo para trocar as últimas palavras de afecto. Tempo para começar a construção da memória, essa vida eterna que nos assiste.

A morte anuncia-se discretamente e tudo deve ser executado segundo esta regra. O ritmo acelera. Há pouco tempo para preparar o enterro. Todo o processo será feito com rigor mas rapidamente. Inicia-se a lavagem do corpo. Homens lavam mulheres e mulheres lavam mulheres. Crianças com menos de oito anos de idade podem ser lavadas por ambos os sexos. Depois de colocar o corpo num estrado elevado, circula-se à sua volte três, cinco ou sete vezes queimando incenso. É chegado o momento de lavar o corpo três vezes. Se estiver limpo não é necessário lavar outra vez. No entanto, se o corpo ainda não estiver conforme o estabelecido deve continuar a ser lavado sempre em número ímpar de vezes. Se à sexta lavagem já estiver pronto, uma sétima lavagem será executada.

A água deve ser fria, a não ser que o tempo não o permita ou o corpo demasiado sujo. Pode-se perfumar as partes do corpo que contactam com o chão durante a prostração.

O corpo correctamente lavado deve ser correctamente vestido. A escolha do vestuário é criteriosa. As roupas devem ser do próprio mas, se não existir roupa digna, é da responsabilidade do seu representante legal providenciar o traje. O cadáver só está autorizado a vestir aquilo que lhe era permitido em vida. Seda pura tingida com açafrão ou bordados com ouro são estritamente proibidos aos homens. São igualmente proibidos versos do Corão no vestido, roupa excessivamente cara ou escolhida em vida para o efeito. Deseja-se roupa branca, a estrear ou usada, simples. A oração pode ser feita em casa, na mesquita ou no cemitério, mas obedece a uma fórmula obriga ao seu reinício. O corpo é colocado diante dos crentes com a cabeça do lado direito. Uma pessoa falecida deve ser sempre acompanhada até ao local do seu enterro. Se o cortejo se fizer a pé, toda a gente segue à frente do caixão. Uma mulher só é autorizada a seguir atrás do caixão caso se trate do seu marido e apenas se se souber comportar dignamente. Chorar é permitido, mas manifestações exaltadas são completamente interditas. Disse o profeta Maomé: «Aquele que bate na sua cara, rasga a sua roupa ou chora os seus mortos como no tempo dos dias da ignorância não é um de nós.»

Fonte: Revista Única (Expresso)

Texto: Luís Mieiro

Fotos da Net

©CarlosCoelho

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Henrique VIII de Inglaterra

 O Rei Tirano


Obcecado por ter um filho varão, o monarca casou-se seis vezes, decapitou duas rainhas, rompeu com a Igreja Católica e fundou a sua própria religião.

Nomeação: Henrique tornou-se rei por acaso. A coroa pertencia ao seu irmão mais velho, Artur, que morreu precocemente, o que levou Henrique a ser nomeado e a casar-se com a cunhada.

Amor: O Rei Inglês teve seis mulheres e várias amantes. No entanto, o seu grande amor foi Ana Bolena, que o levou a divorciar-se da sua primeira mulher Catarina, e, consequentemente, a romper com a Igreja Católica. Porém, quando Ana o desiludiu por não lhe dar o tão esperado filho varão, ele mandou enforca-la.

Guerra: O segundo rei da dinastia Tudor procurou sempre a honra da guerra e na década de 50 invadiu a França.

Religião: Depois de romper com a Igreja Católica, devido ao seu divórcio, Henrique perseguiu o clero e fundou a Igreja Anglicana.

Físico: Henrique VIII recebeu o cognome de O Gordo. Quando morreu, a sua cintura tinha 137centímetros.

Sucessão: Apesar de ter um filho varão, Eduardo, foram as suas duas primeiras filhas, Maria I e Isabel I, que subiram ao trono.

1491 – Nasce Henrique, filho de Henrique VII e Elizabete de York.

1499 – O irmão mais velho de Henrique, Artur, Casa-se com Catarina de Aragão.

1502 – Artur morre.

1503 – Catarina de Aragão fica noiva de Henrique.

1509 – Henrique sobe ao trono após a morte do pai.

1525-1533 – O rei pede o divórcio, mas é recusado pelo Papa.

1533 – Henrique anula o seu casamento e é excomungado.

1534 – Henrique cria a Igreja Anglicana.

1536 – O rei apodera-se das propriedades da Igreja.

1547 – Henrique morre aos 55 anos.

As mulheres de Henrique VIII

Catarina de Aragão – (1509-1533)

Esteve grávida seis vezes, mas apenas Mary sobreviveu.

Ana Bolena (1533-1536)

Teve uma filha, Isabel, e abortou duas vezes.

Jane Saymour (1536-1537)

Deu o tão esperado varão a Henrique VIII Eduardo, mas morreu duas semanas após o parto.

Ana de Cleves (Jan a Jul. de 1540)

O casamento nunca chegou a ser consumado.

Catarina Howard (1540-1542)

Trinta anos mais nova do que o rei inglês, era estéril e foi enforcada por adultério.

Catarina Parr (1543-1547)

Cuidou de Henrique na velhice e morreu um ano depois dele.

 

Fonte: Revista Maria

Texto: Mónica Santos/Ronnie V.

Fotos da net

© Carlos Coelho