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quarta-feira, 6 de abril de 2016

O Historiador



A eterna luta entre o bem e o mal contada por Elizabeth Kostova. Pai e filha envolvem-se numa perigosa jornada em busca do túmulo de Drácula.

A lenda negra do príncipe das trevas não tem parado de atormentar os leitores desde que, em 1897, o irlandês Bram Stoker ficcionou a história de Vlad Tepes – nobre transilvano que passou á posteridade com o nome de Drácula, o filho do Dragão. Elizabeth Kostova está longe de ser apenas mais uma continuadora deste género de sucesso garantido. Em o Historiador, a escritora norte-americana recupera o mito do sangrento aristocrata de dentes afiados.

O romance demorou oito anos a ser escrito. O tempo necessário para criar uma inteligente combinação de erudição, rigor histórico e domínio ficcional. Os direitos da obra para o cinema foram comprados pelo mesmo produtor de O Gladiador, filme vencedor de cinco Óscares.

Em 1972, uma adolescente de 16 anos, filha de um diplomata norte-americano em Amsterdão, descobre na biblioteca do pai um misterioso livro antigo, com a imagem de um ladrão ao centro, e um envelope cheio de papéis amarelados. Numa das cartas, escrita 42 anos antes, no Trinity College, da Universidade de Oxford, alguém lamenta o fardo transmitido ao novo dono dos documentos: “ É com pesar que imagino, quem quer que seja, a ler o relato que que me sinto na obrigação de registar.” Intrigada a jovem narradora de O Historiador acaba por pedir ao pai que lhe explique a origem da papelada.

Cerca de 20 anos antes, na década de 50, Paul, o futuro diplomata, preparava o doutoramento sob orientação do prof. Bartholomew Rossi. Mergulhado em estudos sobre o comércio holandês do sec.XVII encontra, na sua mesa na biblioteca da universidade, um volume estranho – “A encadernação era de couro macio, esmaecido, e as páginas pareciam muito antigas. Abriu-se com facilidade justamente ao meio. Ocupando essas duas páginas centrais, (…) uma xilogravura com a imagem de um dragão de asas abertas e uma comprida cauda enrolada, uma fera à solta, enraivecida, as garras à mostra. Das garras do dragão pendia um estandarte no qual havia uma única palavra escrita em caracteres góticos: DRAKULYA.”

Depois de uma pesquisa prévia, Paul recorre a Rossi. O nome impresso “ derivava da raiz latina significando dragão ou demónio, o título honorífico de Vlad Tepes – o Empalador – da Valáquia, um senhor feudal da região dos Cárpatos que torturava os seus súbditos e prisioneiros de guerra de formas incrivelmente cruéis”. A história de Rossi tem contornos ainda mais inquietantes e com repercussões no presente. Nos anos 30, também ele encontrara um livro semelhante e iniciara, por conta própria, uma perigosa investigação histórica. Numa biblioteca de Istambul, enquanto decifra as legendas de um mapa medieval com indicações sobre o local da sepultura de Drácula é surpreendido por um “homem alto e bem constituído”. O estranho diz-se ao serviço do governo turco, confisca-lhe o mapa e avisa: “É para seu próprio bem. É muito melhor deixar outra pessoa qualquer trabalhar nisso.”

O Individuo usava “bastos bigodes caídos” e tinha “a pele amarelada e pálida, mas impecável, perfeita, sem qualquer mancha e os lábios muito perfeitos”. Ao abandonar a sala com o mapa confiscado, Rossi reparou no seu pescoço – em “duas crostas castanhas de feridas (…), semelhantes a perfurações feitas por dois espinhos ou a cortes com a ponta de uma faca.”

Na noite em que conta a história, Rossi desaparece. No gabinete há restos de sangue, mas a policia não consegue encontrar mais pistas. Depois disso, paul lança-se no rasto de Vlad, o Empalador, e conhece Helen, outra estudante com a mesma obsessão. Acreditam que se encontrarem o túmulo de Drácula também encontrarão Rossi. A escolha da carreira diplomática acaba por ser um pretexto para cruzar a Europa visitando os lugares mais obscuros ligados à lenda dos mortos-vivos. Quando a filha descobre o livro todos se lançam numa luta entre o bem e o mal que os pode destruir.

Vlad Tepes (1431-1476), príncipe de Valáquia, inspirou Drácula

A autora que gosta de vampiros

Escreveu o primeiro romance inspirada nas histórias contadas pelo pai, quando viajava pela Europa.

Nascida em 1964, no Connecticut, e formada pela prestigiada Universidade de Yale, Elizabeth Kostova baseou-se nas histórias de vampiros que o pai lhe costumava contar para escrever o Historiador. A investigação e a escrita da obra duraram oito anos. Lançado em 2005, o romance conta já com edições em 30 línguas e a escritora vendeu os direitos de adaptação cinematográfica por 1,027 milhões de euros.
Fonte: Revista Sábado
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Fotos da Net
© Carlos Coelho

domingo, 13 de março de 2016

Livro das Inutilidades

Livro das Inutilidades de António Costa Santos


O conhecimento não ocupa lugar, mesmo o mais inútil. Eis exemplos absolutamente irrelevantes, compilados do ‘Livro das Inutilidades’, de António Costa Santos, editado pela Guerra & Paz.

- Mais de metade da população do globo nunca fez um telefonema na vida.

- Os homens suam mais quarenta por cento que as mulheres.

- Nos hospitais, os doentes internados do sexo masculino caem duas vezes mais do que as mulheres.

- Uma pessoa em cada 20 tem um par de costelas a mais.

- Cada vez que engolimos mexemos 25 músculos.

- O polegar cresce  mais devagar que o dedo médio.

- A lagosta não sente dor quando é mergulhada numa panela de água a ferver porque não possui córtex.

- Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a lua, calçava 41, mas a bota do escafandro espacial era do número 44.

- Os astronautas, no espaço não podem chorar como deve ser, porque as lágrimas não lhes correm pelo rosto, devido à ausência de gravidade.

- Os Marretas foram proibidos na televisão da Arábia Saudita, por a Miss Piggy representar um porco.

Fonte: Revista Notícias Domingo
Autor: Olga Balho
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Fotos da Net
© Carlos Coelho