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domingo, 6 de novembro de 2016

Maquiavel


Viveu há 500 anos e o seu nome ainda é um sinónimo de cinismo, crueldade e falta de escrúpulos. Injustiça? Parece que era um marido carinhoso e um bom pai.

O ano de 1513 foi péssimo para Nicolau Maquiavel. Perdeu o emprego na segunda Chancelaria do Governo de Florença e foi obrigado a pagar uma multa de mil florins. O ditador Piero Soderini acabara de ser derrubado, regressando o poder às mãos da poderosa família dos Médici.
Acusado de conspiração contra os novos governantes, Maquiavel foi preso e torturado durante 22 dias e desterrado para a aldeia de Sant’Andrea.
O pensador queria voltar à política rapidamente. Sem possibilidades de sustentar a família, escreveu no desterro O Príncipe, para impressionar os novos líderes. O livro pretendia mostrar que só um governante forte podia unificar os fragmentados reinos italianos. O Príncipe entraria na história como um manual para atingir os fins sem olhar a meios, uma espécie de guia do político sem escrúpulos.
Maquiavel nunca mais voltaria à política até morrer em 1527.
Uma nova biografia, Machiavelli, escrita pelo historiador Milles J. Unger, afirma que o pensador italiano era extremoso para com os seus seis filhos (quatro rapazes e duas raparigas) e tratava a mulher, Marietta Corsini, como uma princesa. Tinha até uma veia romântica que passava para o papel em poesia e em peças de teatro.
Diz Unger na introdução: “O nome de Maquiavel transformou-se hoje num adjectivo que descreve um acto cínico ou a sede de poder sem consciência. Este estereótipo é errado e injusto.” O autor defende que a obra de Maquiavel foi mal interpretada. O florentino foi pioneiro na defesa de um governo independente da Igreja e expressou uma visão realista da brutal natureza humana. Talvez por isso mesmo, o Vaticano o excomungou e, no teatro, foi dezenas de vezes representado como o Diabo.
Mas uma Característica essencial está presente na biografia: a ambição que marcou toda a vida de Maquiavel. Unger descreve as suas origens humildes, a adolescência sem meios para estudar, os tempos livres, ocupados com leituras, prostitutas e jogo.
Com 29 anos, entrou para o governo e começou a integrar missões de diplomacia e espionagem da República de Florença, negociando com Luís XII, de França, com o Papa Alexandre VI e com o seu filho César Bórgia – sua inspiração para o Príncipe.

Fonte: Revista  Sábado
Texto/Autor: Tiago Carrasco
Foto da Net
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Calendários de vários cantos do Mundo


Diferentes formas de contar o tempo

Estamos na reta final de 2012, mas já parou para pensar em algumas questões que tomamos como certas, como, por exemplo, o porquê de um ano ter 12 meses e 365 dias?

As origens são remotas e possuem cálculos diferentes, consoante a cultura, para nos localizar no tempo. A origem da palavra “calendário” surgiu na Roma Antiga. Na época, cada mês correspondia ao intervalo de tempo que separava as duas luas novas consecutivas e cuja duração era de, aproximadamente, vinte e nove dias e meio, ou seja, o mesmo tempo que a lua demora a dar uma volta em torno da Terra. O primeiro dia de cada mês era chamado “calendas” (proveniente do latim calendae), que inspirou a palavra calendário. Assim como o Sol, a trajetória da Terra em Volta da estrela é um aspeto fulcral para os calendários de muitos povos.

Solar

O primeiro povo a basear-se no Sol para determinar o respetivo calendário foi o egípcio, há cerca de seis mil anos. Segundo este sistema, é avaliado o tempo que a Terra leva a dar uma volta completa em redor do Sol. Este trajeto dura 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Para simplificar e arredondar para 365 dias, essas horas, que sobram, também arredondadas em seis, a cada ano são somadas em seis, a cada ano são somadas até que completem 24 horas. Por isso, de quatro em quatro anos temos um ano bissexto.

Lunar

As origens deste calendário remontam aos povos nómadas do Médio Oriente e baseiam-se nas diferentes fases da Lua. Segundo este, o dia começa com o pôr-do-sol e o ano inicia-se sempre com uma lua nova. Contudo, o mês lunar não é igual a um número inteiro, alternam-se meses de 29 e 30 dias. Para corrigir esta diferença de 11 dias em relação ao ano solar, é incluído um mês extra periodicamente. Este sistema serviu de base para calendários como o Chinês e o Judaico.

Chinês

Este calendário, influenciado pelo método lunar, é dividido em ciclos de 12 anos, que começam na lua nova, entre 21 de janeiro e 20 de Fevereiro, e recebem o nome de um dos 12 animais do horóscopo chinês: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, carneiro, macaco, galo, cão e porco.

 Cristão

Foi criado em 525 pelo Abade Dionísio, o Exíguo, com base no calendário romano. Ele definiu que Jesus Cristo teria nascido no ano de 753 da fundação de Roma, após ter estudado os períodos dos reinados romanos. Assim, e segundo este pensamento, o nascimento de Jesus seria o ano1 da Era Cristã.

Romano

Este é a base do calendário que consultamos atualmente. A primeira “versão” suspeita-se que tenha sido criado por Rómulo em 753 a. C., ano de fundação de Roma, baseado no calendário egípcio. O ano tinha 304 dias divididos por dez meses. Mais tarde, Numa Pompílio, o rei que sucede a Rómulo, dá ao calendário uma base astronómica, acrescentando dois meses.

Judaico

Este é baseado no movimento lunar. O início dá-se com a lua nova e conta-se de Setembro a Setembro. Por isso, cada mês tem de 29 a 30 dias e cada ano, 353, 354 ou 355 dias, no caso de 12 meses, e de 383 a 385 para os anos em que há um 13º mês. Esse mês é incluído para compensar a diferença entre os calendários lunar e solar.

Egípcio

Trata-se do primeiro calendário de que se tem conhecimento na história da Humanidade, que surgiu cerca de 3000 a. C. O ano, para o calendário egípcio, tem 365 dias, 12 meses de 30 dias e outros cinco dias de festivais dedicados a deuses. Começa quando a estrela Sírius aparece no mesmo lugar em que o Sol nasce, na hora em que o rio Nilo atinge a sua maior cheia.

Islâmico

Segundo o calendário islâmico, o ano 1 começou no dia 16 de Julho de 622, data em que o profeta Maomé fugiu de Meca para Medina. Desde então, que os dias e as horas são definidos através da consulta deste calendário.

Maia e Astecas

Estes povos têm um calendário religioso e outro solar. O primeiro compreende 260 dias, divididos em treze meses de 20 dias. Cada dia possui um nome diferente. O calendário solar de 365 dias contém 18 meses de 20 dias e mais um mês de cinco dias. Um ciclo de 52 anos solares harmoniza os calendários religiosos e solar. A cada dois ciclos (104 anos) coincidem um ano solar, um ano sagrado e um novo ciclo.

Fonte: Revista Mulher Moderna
Fotos da net
Por: C@rlos@lmeida

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nero

No Passado 9 de Junho de 68


Nero suicida-se nos arredores de Roma 

A generalidade dos historiadores aceita a data de 9 de Junho de 68 para o suicídio de Nero, que, a ser assim, teria ocorrido no 15º aniversário do seu casamento com Octávia, filha do Imperador Cláudio, e no sexto aniversário da morte desta, que o próprio Nero ordenou. 
Na Crónica de São Jerónimo , afirma-se que Nero governou 13 anos, sete meses e 28 dias, o que apontaria para 9 de Junho. Cassius Dio, na sua História de Roma, e Flávio Josefo, na Guerra dos Judeus, falam em 13 anos e oito meses, o que, a ser tomado literalmente, indicaria 11 de Junho como data do suicídio.
Embora alguma historiografia contemporânea tenha procurado reabilitar a figura de Nero, desmontando alguns exageros de proviniência cristã, realçando o seu interesse pelas artes e sublinhando os sensatos anos iniciais da sua governação - quando se encontrava sobre a influência de Séneca, a quem depois irá impor o suicídio -, não parecem restar dúvidas de que, mesmo para os padrões da época, o último Imperador da disnastia Júlio-Claudiana foi um rematado psicopata.
Nero matou ou mandou matar boa parte dos que lhe eram mais próximos, a começar pela mãe, Agripina, que o tinha posto no trono. Octávia, a sua primeira mulher, não teve melhor sorte, e à segunda, Sabina Pompeia, têla-à assassinado quando estava grávida. 
Responsável, ainda, pelos martírios de São Pedro e São Paulo, só não se sabe se mandou mesmo incendiar Roma. 
Quando os seus generais começaram a revoltar-se, Nero, aterrorizado, refugia-se numa casa a alguns quilómetros de Roma, onde acaba por se suicidar. As suas últimas palavras terão sido: "Que artista morre comigo!"


Fonte: Jornal Público P2 9 de Junho de 2009
Foto da Net