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domingo, 22 de outubro de 2023

Sinornithosaurus

Dinossauros

Ainda por cima venenosos…

Como se já não bastasse a sua poderosa constituição, os dinossauros eram detentores de uma outra arma, o veneno. Um estudo realizado por uma equipa de cientistas chineses e norte-americanos concluiu que o Sinornithosaurus, que viveu há 128 milhões de anos no território da China actual, era uma ave venenosa.

Tinha o tamanho aproximado de um peru actual e muito provavelmente tinha o corpo coberto de penas. Era um parente próximo do Microrraptor, que tinha asas e planava. 

Fonte: Revista Notícias Sábado

Texto: A.F.

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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Evolução


Das árvores para o chão

Desde que Charles Darwin criou a sua teoria da evolução das espécies que se discute como é que o homem chegou à sua forma actual de caminhar, vertical e bípede. Nova luz é feita sobre o assunto.

Até agora pensava-se que o homem tinha deixado de andar apoiado em quatro membros e passado para a posição bípede, quando começou a manusear ferramentas, porque precisava dos braços e mãos para isso. Mas agora, parece que a mesma frase que Neil Armstrong disse quando chegou á lua podia ter sido proferida pelo antepassado do homem, se soubesse falar, quando saltou de cima das árvores para o chão: «Um pequeno salto para o homem, um grande salto para a humanidade.» É pelo menos isso que defende um recente estudo que, atraves da análise do osso do pulso de fosseis do antepassado do homem e dos seus parentes mais próximos, como o gorila, o chimpanzé e o bonobo, chegou á conclusão de que este não caminhava apoiado nos quatro membros, como os gorilas, mas em vez disso andava em cima das árvores, como os cimpanzés e os bonobos. Terá sido portanto quando saltou das árvores para o chão que se tornou bípede, ou seja, passo a andar direito e só apoiado nas duas pernas.

Fonte: DN

Texto/autor: Desconhecido

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sábado, 2 de maio de 2020

Ciência Náutica


A ciência náutica mundial beneficiou de um enorme desenvolvimento devido aos avanços portugueses pelo mar. não foi apenas no design de objectos e equipamentos, mas também no desenho dos mapas, na evolução da cartografia. Não fomos em momento algum os únicos inventores, mas durante muitos anos fomos grandes impulsionadores da arte de navegação.
Desde instrumentos náuticos até embarcações de porte que os nossos homens, cientistas e marinheiros, inovaram muita da parafernália necessária para a aventura marítima, permitindo uma verdadeira revolução nesta área.
Com a nossa coragem e capacidade criativa acelerámos o domínio sobre o que permitiu, finalmente, conhecer a escala real do mundo que habitávamos e criar as redes de conhecimento de uma espécie, a nossa, finalmente global, ecuménica e comunicante.
Nessa apropriação do mar e dos oceanos houve também um sublinhar da nossa capacidade de dominar vários materiais e vários modos de fabrico artesanal, muitos deles com minucia e de grande engenho. A restrição de materiais disponíveis e tecnologias existentes – falamos do período entre os séculos XIV e XVI maioritariamente – não foi um obstáculo, foi uma condição. Algo a que os designers estão habituados e que faz parte do seu ponto de partida e enquadramento.
Nesses tempos passados não se falava em design. Mas a forma como os problemas eram encarados, o modo como se criavam soluções para os mesmos, o gesto que seguia um pensamento e que resultava num novo artefacto, que funcionava quer do ponto de vista técnico quer estético, era já parte do raciocínio que iria ser identificado, muitos anos depois, como design.
A nós juntaram-se os holandeses, os espanhóis, os italianos, os noruegueses, os japoneses, os índios, tantas outras raças e povos. Ás vezes em complementaridade, outras em competição, outras por mero acaso ou ocasião. Mas existiram, sem dúvidas momentos que foram nossos, quase solitários, em que fomos os fazedores do domínio do mar porque soubemos desenhar, produzir e fazer o que era necessário.

Quadrante

O quadrante, que tinha a forma de um quarto de círculo graduado de 0 a 90 graus e um fio de prumo, no centro, tinha duas pínulas com um orifício, por onde se apontava á Estrela Polar. Este instrumento permitia determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde a embarcação se encontrava, cujo o cálculo se baseava na altura desse astro.

Caravela


O termo caravela ocorre pela primeira vez na documentação portuguesa em 1255, encontrando-se ainda num manuscrito de 1766. Descreve múltiplas embarcações desde a pequena caravela latina de um mastro até à caravela redonda ou de armada, passando pela caravela latina de dois mastros, que protagonizou as viagens de exploração atlântica até 1488, sem deixar de continuar a ser utilizada depois desta data em várias circunstâncias.

Astrolábio Náutico


O astrolábio desenvolve-se de uma ideia da antiga Grécia, que nos chegou por via dos árabes. Existem pelo mundo fora cerca de 1500 astrolábios antigos de vários tipos, incluindo os náuticos. O astrolábio náutico é uma versão simplificada, ficando apenas com a capacidade de medir a altura dos astros, fundamental para a navegação. Os astrolábios náuticos usados para medir a altura do sol diferiam dos usados para medir a altura das estrelas.

Bússola


A bússola é um dos instrumentos de navegação mais importantes a bordo. Foi nos finais do século XII, que a bússola, também chamada agulha de marear, começou a ser utilizada na navegação. Nessa época consistia apenas numa agulha magnetizada que flutuava sobre a água, tendo uma das suas pontas virada para Norte. Essa indicação permitia que os navegadores se orientassem em alto mar e não se perdessem. Pensa-se que foi a partir do início do século XIV que a bússola passou a ser utilizada tendo como base um cartão com o desenho da rosa dos ventos. No tempo do Infante D. Henrique já se utilizava a rosa dos ventos com 32 rumos.

Mapa


Um mapa é uma representação simbólica e gráfica de uma forma de ver uma realidade específica, que pertence a dado momento. Este é um mapa do Noroeste africano e do Golfo da Guiné, atribuído a Fernão Vaz Dourado (1520-1580), um dos muitos que contribuíram para o mapear de um mundo que se ia conhecendo aos poucos e através dos olhos de alguns.

Balhestilha


Há quem afirme que a balhestilha foi inventada pelos portugueses, mas tal não é 100% seguro. Serve para medir a latitude, à noite, através das estrelas. Foi o primeiro instrumento a usar o horizonte do mar e apareceu após o astrolábio e o quadrante.

Fonte: Revista Expresso / Guta Moura Guedes
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© Carlos Coelho

terça-feira, 12 de junho de 2018

Ciência

Sapos anunciam sismos?


O Êxodo de sapos da região de Abruzzo, em Itália, onde a terra tremeu destruindo boa parte da cidade de Áquila, leva os cientistas a reforçarem a ideia de que os animais têm formas de predizer a ocorrência de tremores de terra. Até agora, estudos com várias espécies (cães, vacas, raposas e até peixes) registam algum tipo de comportamento estranho antes dos abalos, mas uma investigadora britânica deu conta do sumiço dos sapos de uma colónia que estudava, cinco dias antes do sismo – 96por cento dos machos fugiram cinco dias antes e três dias antes do abalo não restava nenhum.

Fonte: Revista Notícias Sábado

Autor: LM.

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©CarlosCoelho

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Pássaros sabem quando estão a ser observados

Os estorninhos não comem quando alguém está a olhar para eles



Uma investigação curiosa conseguiu demonstrar que os pássaros sabem reconhecer quando um ser humano está a olhar para eles. A experiência foi feita por investigadores britânicos da Universidade de Bristol, que partiram de um princípio básico: na natureza, os predadores tendem a olhar fixamente para a sua presa antes de a atacarem. É por isso lógico que as potenciais presas, como pássaros de pequena dimensão, tenham desenvolvido uma defesa que lhes permita reconhecer um olhar fixo neles próprios.
Para testar esta ideia, os investigadores colocaram estorninhos em gaiolas e perceberam que os pássaros não comem quando alguém está a olhar para eles. No entanto, se a mesma pessoa está junto à gaiola, no mesmo local, mas a olhar noutra direcção, que não a do pássaro, este come sem qualquer problema.
Para os investigadores, esta é a demonstração de que os animais conseguem captar sinais subtis como o olhar.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Texto/Autor: Filomena Naves (Ornitologia)
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sábado, 11 de fevereiro de 2017

Parece Frango, cheira a frango, sabe a frango...

O desejo de comer carne coloca uma questão ética, desde que os seres humanos conseguiram uma produção agrícola fiável: precisamos, realmente, de matar animais para viver? Mas há mais: os gases e os dejectos de todas essas galinhas, porcos e vacas estão a contribuir para as mudanças climáticas. A ideia da carne de imitação nunca foi, por isso, tão atractiva.
No ano de 2010, cientistas da Universidade do Missiouri (EUA) anunciaram que, após mais de uma década de investigação, tinham criado o primeiro produto de soja que não só pode ser preparado para saber a galinha, como se desfaz na boca da mesma maneira. O mundo vegetariano anda em pulgas para ter acesso à invenção. «Juntamente com o presunto, o frango sempre foi o santo Graal», diz Seth Tibbott, 59 anos, decano dos inventores da carne de soja.
A empresa de Tibbott, a Turtle Island Foods, tornou-se famosa pelo peru falso bem apaladado. Mas Tibbott diz que os esforços para criar um frango falso credível chocam com a textura magra da ave e com o seu sabor delicado. «O peru tem um sabor parecido com o da caça», diz, «e é mais fácil imitar sabores fortes.»

Tibbott está agora a estudar a possibilidade de comprar a invenção do Missiouri. Segundo a Associação de Alimentos de Soja da América do Norte, as vendas anuais de produtos de soja totalizaram 3 300 milhões de Euros em 2008, contra os 240 milhões em 1992. Mas 3300 milhões são, para usar uma metáfora alimentar, apenas pevides. Os norte americanos gastam cerca de meio bilião de dólares em carne, todos os anos. Uma alternativa que conseguisse conquistar nem que fosse 10% deste mercado faria alguém muito rico.


Galinha ‘in vitro’


Há muito que os especialistas de saúde pública anseiam por uma carne de soja credível, pois ela é uma excelente fonte de proteína e tem menos gordura e colesterol do que a de animais. Mas embora a galinha falsa do Missiouri tenha  a consistência certa, ainda lhe falta ser temperada e fortemente salgada para saber a carne. Daí que a próxima fronteira da alimentação verde seja a carne real criada  in vitro – que não é cortada de um animal, mas de um prato de laboratório, e que oferece todo o sabor sem a carnificina de gado.
A Organização People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) oferece um prémio de 1 milhão de dólares (800 mil Euros) a quem consiga colocar no mercado galinha in vitro até 2012. Tal como muita coisa que a PETA faz é uma habilidade publicitária: segundo Jason Matheny, um vegetariano que gere uma firma de capital de risco chamada New Harvest, a carne in vitro está «pelo menos a dez anos de distância».
Entretanto, Tibbott e outros defensores de soja, incluindo os cientistas da Universidade de Missioury, acreditam que podem preencher a lacuna, oferecendo carnes falsas mas realistas. Quem sabe? Talvez um dia possamos encomendar uma fajita de galinha com picante, feita de soja. Podemos até nem dar pela diferença, mas o planeta vai dar.

E do pó fez-se carne


Como é que se cria uma textura carnuda e musculada, sem sangue?
Primeiro
Pega-se numa mistura seca de proteína de soja em pó e farinha de trigo, junta-se água e deita-se num processador de comida industrial. Inicialmente, parece uma massa de bolo. Mas, à medida que passa pelas rodas do misturador e é aquecida a, precisamente, 175 graus, a massa começa a ganhar firmeza e forma estrias complexas. Os cientistas precisaram de muitos anos para chegar à temperatura certa, e mais uns tantos para descobrir como arrefecer o bolo de soja rapidamente, antes de se desfazer.

Fonte: Revista Visão (8 de Julho de 2010)
Texto/Autor: Revista TIME por John Cloud
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

E se um meteorito nos cair em cima?

É mais provável do que se pensava. Muitos explodem na atmosfera e outros caem no mar. A ameaça hoje chama-se Apophis e pode embater na Terra em 2036.


“ De repente o céu dividiu-se em dois e o fogo apareceu sobre a floresta. Todo o lado norte ficou coberto de fogo. Nesse momento fiquei tão quente que não o consegui suportar, como se a minha camisola estivesse a arder. Queria tirá-la, mas de repente o céu fechou-se, houve um grande trovão e fui projectado alguns metros. Depois disso ouvi um barulho como se rochas estivessem a cair ou canhões a disparar e a terra tremeu. Quando o céu abriu, um vento quente corria entre as casas. Mais tarde vimos que muitas janelas estavam partidas.”


O relato é de S. Semenov, um russo que há exactamente um século vivia em Vanavara, na zona central da Sibéria. O homem provavelmente morreu sem saber o que viu ás 7h17 daquela manhã de 30 de Junho de 1908, quando se preparava para tomar o pequeno-almoço. Não foi o único a partir na ignorância. Foram precisos muitos anos para se saber exactamente o que em poucos minutos destruiu 2150 km2 de floresta (mais de 80 milhões de árvores); provocou um movimento sísmico equivalente a um terramoto de grau 5 na escala de Richter; fez os barómetros em Inglaterra registar uma onda de choque atmosférica que deu volta ao globo; causou a formação de nuvens a grande altitude que reflectiam a luz solar e permitiam ler os títulos dos jornais à meia-noite em alguns locais da Europa e da Ásia; e provocou uma explosão de cerca de 15 megatoneladas de TNT (mil vezes a potência de Little Boy, a bomba largada em Hiroxima, em 1945).


As duvidas sobre o que aconteceu permaneceram durante anos. A revolução bolchevique, a Primeira Guerra Mundial e o isolamento da região adiaram as expedições ao local, que só foi visitado em 1921 pelo cientista russo Leonid Kulik. Desde logo concluiu que o desastre de Tunguska (assim baptizado por ter ocorrido sobre o rio com o mesmo nome) tinha sido provocado por um meteorito. Mias tarde Kulik conseguiu convencer o governo a financiar nova expedição, que chegou em 1927. Para sua surpresa não encontrou nenhuma cratera que indicasse o ponto de impacto. 


As árvores destruídas continuavam a marcar a rota do meteoro e na zona de explosão ainda havia algumas de pé, com pequenos ramos. A ausência de uma cratera motivou, durante décadas, diversos rumores sobre o sucedido, inclusive a queda de um OVNI – Tunguska tornou-se um local de culto para aqueles que procuram vida extraterrestre e o desastre foi várias vezes mencionado na série Ficheiros Secretos como um dos grandes mistérios da humanidade.
Hoje, a opinião unânime entre os cientistas é que o meteorito ou asteróide, depois de entrar na atmosfera, acabou por não resistir à pressão e explodiu a cerca de oito quilómetros de altitude. Até há alguns anos, julgava-se que pra provocar uma destruição semelhante, o corpo celeste teria de ter entre 50 e 80 metros de diâmetro. No entanto, um estudo recente do Sandia National Liboratory, no Novo México, publicado no Internacional Journal of Impact Engineering, indica que o asteróide poderia ter apenas 30 a 50 metros. Através de uma simulação num supercomputador, a equipa liderada pelo cientista Mark Boslough concluiu que o meteoro entrou na atmosfera a 15km por segundo, num ângulo de 35º sobre o horizonte. A onda de choque terá embatido no solo a 180km por hora e provocado vários equivalentes a um furacão de categoria 3.
Além de detalhar o que sucedeu há 100 anos na Sibéria, o trabalho de Boslough permite outra conclusão: os meteoritos mais pequenos também são perigosos. “ Os pequenos asteróides são muito mais do que os grandes e explodem antes de chegar ao solo. Só os que têm mais de 100 metros é que fazem crateras”, explica o cientista.


Devido ao movimento de rotação da terra, se o asteróide de Tunguska tivesse caído quatro horas mais tarde, a cidade imperial de S. Petersburgo teria sido arrasada. Já no que toca Lisboa, Mark Boslough não tem dúvidas: “ Um asteróide muito pequeno, com 40 metros de diâmetro, podia destrui-la.” Ainda assim, o cientista diz que é mais provável a capital portuguesa ser atingida por um terramoto do que por um meteoro. “ A maioria explode demasiado alto na atmosfera para ser uma ameaça. A probabilidade de alguém ser morto por um asteróide é de uma num milhão”, diz.
No entanto, as hipóteses têm vindo a aumentar com a descoberta de novos corpos celestes. Tem sido assim ao longo das últimas décadas. Em 1980 havia apenas 86 asteróides conhecidos a uma distância próxima da Terra. Dez anos mais tarde o número tinha subido para 170. No ínicio do ano 2000 eram 921. Hoje, de acordo com os números da NASA, são para cima de 5576 e novos corpos são descobertos todos os meses.
Mais importante: na viragem do milénio eram conhecidos 300 objectos que ultrapassavam um quilómetro de diâmetro. Actualmente, esse registo já vai nos 747. A preocupação poderá aumentar com as observações dos cientistas a estenderem-se para lá daquela que é conhecida como a Cintura dos Asteróides, entre Marte e Júpiter. Em 1992, os astrónomos da Universidade do Havai e do Massachusetts Institute of Technology, David Jewitt e Jane Luu, localizaram uma gigantesca região de asteróides que começa em Neptuno. Baptizada de cintura de Kuiper, contém pelo menos mil objectos suficientemente grandes para serem vistos da Terra. Ou seja, têm mais de 100 km de diâmetro. São os chamados “assassinos de planetas”.
A probabilidade de um meteorito destruir uma cidade também é baixa devido à composição da Terra. Com 70% do planeta coberto de água, é mais comum um  objecto vindo do espaço cair nos oceanos do que num dos cinco continentes. Assim se explica a existência de poucas crateras provocadas por meteoritos e foi essa lógica que levou a geofísica Dallas Abbott, da Universidade de Columbia, a passar a última década no fundo do mar à procura de crateras que não tivessem sido provocadas por vulcões. “Esperava encontrar entre 10 e 100 crateras com menos de 180 milhões de anos e talvez uma com menos de 1 milhão de anos com 20 km de diâmetro ou mais largas”. Foi por isso que ficou “surpreendida” por ter encontrado 14 marcas de quedas de jovens asteróides de grandes dimensões, num período curto em termos geológicos.


Uma das descobertas “mais excitantes” para a cientista foi a da cratera no golfo de Carpentária, a norte da Austrália. Abbot acredita que um objecto com 300 metros de diâmetro atingiu o golfo no ano 536. Um objecto desse tamanho podia libertar tanta energia como mil bombas nucleares. “ Esperamos relacionar as nossas descobertas a factos da História da humanidade, mas ainda estamos a trabalhar nisso”, diz. Alguns relactos da época, incluindo do historiador bizantino Procópio, dão contas de céus nublados, fracas colheitas e Verões frios entre 536 e 537. Mas, como o asteróide caiu no mar, os efeitos passaram rapidamente.


Muito mais preocupante foi o que Abbot descobriu ao largo da costa de Madagáscar, no Oceano Índico. No fundo do mar, a cientista encontrou indícios da queda de um objecto espacial com três a cinco quilómetros de diâmetro há cerca de 4800 anos. O seu impacto terá provocado um tsunami com 180 metros de atura (várias vezes superior ao de 2004) que atingiu o Oceano Pacífico. Se tivesse caído em terra, o seu impacto teria levantado uma gigantesca nuvem de pó e grande parte do continente africano teria entrado numa idade do gelo.
Alguns cientistas afirmam que ocorreu um processo semelhante a esse na América do Norte há 13 mil anos e que levou à extinção dos mamutes, tigres-dentes-de-sabre e outros animais selvagens. Em 2005, uma equipa liderada por Richard Firestone, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, na Califórnia, chegou à conclusão de que “um cometa de 10km, que talvez se tenha composto a partir dos restos de uma explosão de uma supernova, pode ter atingido a América do Norte há 13 mil anos”. Para defender esta tese, a equipa de Firestone realizou análises do solo por toda a América do Norte e, na maioria delas, encontrou irídio, um elemento raro na Terra mas comum no espaço. A explosão deste corpo celeste sobre o Canadá (não existe cratera) terá alterado o clima de uma forma tão radical que começou ai um período de arrefecimento global.


Neste momento, a NASA tem sob observação 210 corpos celestes com possibilidade de embater na Terra num futuro próximo (http://neo.jpl.nasa.gov/risk/) , apesar de essa probabilidade ser reduzida. Aquele que mais tem chamado a atenção dos cientistas é o 99942 Apophis, descoberto a 19 de Junho de 2004, que tem uma hipótese em 45 mil de colidir com a Terra em 2036. Com apenas 300 metros, o seu impacto teria uma força semelhante à de 60 mil bombas de Hiroxima.
Os astrónomos têm-se preocupado em estabelecer as rotas precisas dos asteróides para conseguir prever algum possível impacto. “Na última década  descobrimos a órbita da grande maioria de asteróides conhecidos e sabemos que não vão atingir a Terra (ou pelo menos é improvável que tal aconteça)”, explica Mark Boslough. “ Deviriamos enviar um emissor para o Apophis rapidamente para garantirmos que a Terra não estará na sua rota. Quanto mais depressa for feito, mais tempo teríamos para descobrir o que fazer se houver uma trajectória de impacto.”
Quem esta de acordo com Boslough é Rusty Schweickart, antigo astronauta e actual director da Fundação B612. Criada a 7 de Outubro de 2002, esta instituição (baptizada com o nome de asteróide de O Principezinho, de Antoine Saint-Exupéry) tem por objectivo conseguir “alterar significativamente a órbita de um asteróide de uma forma controlada até 2025.” Nesse sentido, a fundação elaborou uma simulação por computador  com um corredor de risco definido, onde o Apophis poderia embater. Dessa rota fazem parte a Rússia, Califórnia, México, Nicarágua, Costa Rica, Colômbia e Venezuela. Depois cairia no Atlântico. Além dos milhões de mortos, a queda do Apophis provavelmente daria origem a um violento tsunami.


Para já há  poucas formas de interceptar um objecto espacial. Com algum tempo de aviso, Mark Boslough diz que seria possível recorrer a tractores gravitacionais – algo que atraísse os asteróides para longe da gravidade terrestre.
No imediato, teria de se recorrer a uma “intercepção nuclear”. No entanto, o processo não é tão simples como parece em filmes como Armageddon, no qual uma equipa de astronautas vai colocar uma bomba nuclear no objecto espacial. A par da impossibilidade de o fazer, um tratado internacional em vigor desde 1963 proíbe o uso de armas nucleares no espaço. Segundo o cientista, esta seria a parte de mais fácil resolução do problema: ”Acredito que haveria um acordo se a alternativa fosse a aniquilação do planeta.”
http://neo.jpl.nasa.gov/stars/

Quedas assinaladas por descobertas recentes

A maioria dos meteoritos não chega a embater no solo. Muitos explodem no ar. Os que atingem o planeta têm grandes hipóteses de cair no Oceano.


- Tunguska – A ausência de uma cratera intrigou os cientistas durante anos. Hoje acredita-se que o meteoro explodiu a cerca de oito quilómetros de altitude, no centro da Sibéria, em 1908. Destruiu 2150km2.

- Golfo de Carpentária – A cratera de um meteorito com 300 metros foi localizado a norte da Austrália por Dallas Abbott. Terá caído no ano 536. Relatos da época dão conta de céus nublados, fracas colheitas e Verões frios.


- Madagáscar - Ao largo deste país africano, Dallas Ababott encontrou indícios da queda de um objecto espacial com três a cinco quilómetros há cerca de 4800 anos. Terá provocado um tsunami com 180 metros de altura.


- América do Norte – Em 2005, uma equipa liderada por Richard Firestone apresentou provas da queda de um meteorito no Canadá há 13 mil anos que matou animais como mamutes e tigres-dente-de-sabre e originou uma idade do gelo.


Fonte: Revista Sábado
Texto: Nuno Tiago Pinto
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sábado, 2 de julho de 2016

A misteriosa doença das abelhas

Estes insectos estão a desaparecer e, sem eles, pouco tempo de vida restará à Humanidade. O problema chama-se CCD e a genética tenta enfrentá-lo.



Na província de Sechuan, Sul da China, as abelhas desapareceram nos anos 80, devido ao uso descontrolado de pesticidas. Para sobreviver, os agricultores têm de polonizar manualmente as pereiras. Os três milhões de flores polinizadas diariamente por uma colmeia transformaram-se num trabalho lento e árduo, de mão-de-obra intensiva.
O que aconteceu na China pode ser o prenúncio do que irá suceder no resto do mundo. O problema é que não existem seres humanos suficientes para fazer o trabalho das abelhas e, assim evitar o desaparecimento da parte substancial da nossa cadeia alimentar. As abelhas estão a morrer e, desde 2006, a um ritmo muito mais elevado devido a uma doença chamada colony colapse disorder (CCD). Nos Estados Unidos, um terço das colmeias foram destruídas – 800 mil em 2007 e um milhão em 2008. Europa, Ásia, América Central e do Sul registam perdas idênticas.
O assunto inspirou dois livros editados em Junho, na Inglaterra e Estados Unidos: A World Without Bees (Um mundo sem abelhas), de Alison Benjamin e Brian McCallum, e Spring Without Bees: How Colony Colapse Disorder Has Endangered Our Food Supply (Primavera sem Abelhas: Como a CCD colocou em Risco o Abastecimento de Comida), de Michael Shacker.


Desde que a CCD foi descoberta na Florida pelo apicultor David Hackenberg, pouco se concluiu sobre o que causa a doença, apenas que as abelhas saem da colmeia e não regressam, deixando a Rainha, os ovos e as larvas á fome.
Vírus mutantes, infecções por fungos produtores de toxinas, pesticidas, stresse nutricional, stresse migratório (longas horas de transporte a que estão sujeitas as abelhas usadas comercialmente para polonizar culturas), tudo isto pode fragilizar o seu sistema imunitário, deixando-as mais vulneráveis ás doenças – a CCD seria o equivalente da sida nas abelhas.
Mesmo sem esta nova praga, o ritmo de declínio das populações apícolas já era preocupante. “Se o número de abelhas continuar a diminuir os níveis documentados de 1989 a 1996, as abelhas domésticas deixarão de existir em 2035”, dizia May Berenbaum, investigadora da Universidade de Illinois, citada pelo livro A World Without Bees, muito antes de a praga ter sido descoberta.
Alguns cientistas procuram resolver o problema através da manipulação genética. Mas será que a superabelha resistente aos vírus, que combine a agressividade da abelha africana com a docilidade da abelha ocidental, capaz de resistir à doença sem deixar de ser domesticável, conseguirá evitar o desaparecimento das abelhas e, consequentemente, do ser humano?


O fim do mundo segundo Einstein

“ Se as abelhas desaparecerem da superfície da terra, então o homem só terá quatro anos de vida”
Ano 1. Desaparece o mel, depois a fruta ( com excepção das bananas e dos ananases) e a maior parte dos vegetais.
Ano 2. Sem flores polonizadas, há menos sementes, folhas, flores e frutos para pássaros e pequenos mamíferos.
Ano 3. Omnívoros e carnívoros não têm alimento e morrem.
Ano 4. Desaparece o que resta da humanidade depois das crises alimentares.

Fonte: Revista Sábado
Texto: António Rodrigues
Foto da Net
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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Descoberta nova espécie de Leopardo

100 anos a passar despercebido
 
A camuflagem era quase perfeita. No entanto foram as pequenas manchas no pêlo, em forma de nuvens, que chamaram á atenção dos investigadores do Fundo Mundial para a Natureza (WWF). “É incrível que nunca ninguém tenha reparado. Há centenas de anos que andamos a observar este animal e nunca nos apercebemos que é único:” A análise ao DNA do leopardo nebuloso das ilhas do Bornéu e de Samatra revelou 40 diferenças em comparação com os seus familiares do Sudeste da Ásia continental. As suficientes para o incluírem numa nova espécie animal: neofelis diardi.
 
Apesar do novo nome de baptismo, a designação “nebuloso”, adoptada devido às manchas parecidas com nuvens, irá manter-se.
O pêlo cinzento-escuro e com duas listas nas costas, também o distingue do leopardo nebuloso, com nuvens maiores e de tom amarelado. Os peritos acreditam que a população desta nova espécie divergiu do seu ramo principal há 1,4 milhões de anos, conclusões apoiadas pelos testes genéticos que incidiram nos diferentes padrões, formas e coloração de pêlo.
 
A nova descoberta reforçou ainda mais a ideia de que o Coração do Bornéu, uma área com mais de 200 mil quilómetros quadrados de floresta tropical, é um verdadeiro paraíso animal por desvendar. Calcula-se que existam entre cinco e 11 mil exemplares do neofelis diardi nesta região, enquanto em Sumatra o número pode variar entre três e sete mil espécimes.

Fonte: Revista Nova Gente
Texto: Sónia Ramalho

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© Carlos Coelho 

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O "Fóssil vivo"


Um tubarão-cobre, espécie quase nunca vista – pelo facto de habitar a mais de 600 metros de profundidade – foi capturado e filmado pelos funcionários do Parque de Awashima, em Numazu, a sul de Tóqui. Tudo graças ao aviso de um pescador, que distinguiu nas águas a fascinante e estranha criatura, já considerada uma preciosidade um “fóssil vivo”.


Fonte: Revista Nova Gente
Texto: Reuters
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© Carlos Coelho 

terça-feira, 5 de abril de 2016

Rã transparente

Rã transparente facilita observação de órgãos


É uma rã transparente conseguida a partir de uma espécie autóctone do Japão cuja pele é muito clara. Já é possível observá-la por dentro, pode dispensar-se o sacrifício das rãs que a natureza fez opacas nas aulas de Biologia, prática comum e traumatizante para alguns alunos dos Estados Unidos. As rãs transparentes foram produzidas por cientistas japoneses, para ver os seus órgãos, células do sangue e ovos sem dissecção. A pele é translúcida, não completamente transparente.

Fonte: Revista Correio Domingo
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© Carlos Coelho

sábado, 19 de março de 2016

Ginseng

Ginseng contra a impotência
 
O combate à impotência sexual ganhou um novo aliado: o ginseng vermelho coreano – panax ginseng. Esta raiz tem sido utilizada pelos orientais para garantir a erecção, mas a comprovação científica só chegou agora. Um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo envolveu 54 homens com disfunção eréctil leve ou moderada. Destes, metade tomaram capsulas de panax ginseng e os restantes não. No final do tratamento, que durou três meses, 66 por cento dos homens que tomavam ginseng registaram melhoras. O único efeito colateral foi a insónia, mas acabou por desaparecer.
Fonte: Revista Nova Gente
Foto da Net

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© Carlos Coelho

sábado, 12 de março de 2016

Novo Estudo

Terra tem menos 2,5 milímetros

 
Dois milímetros e meio é quanto a Terra tem a menos do que se pensava. É uma ninharia mas pode ter influência na previsão do nível dos mares  em consequência das alterações climáticas. As novas medidas foram realizadas por 70 radiotelescópios.

Fonte: Revista Correio Domingo
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Fotos da Net
© Carlos Coelho

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Como falam os insectos?

Os segredos da Natureza

Como falam os insectos? (1945)



A vida dos insectos, que tem merecido a atenção de numerosos homens de ciência e até de iminentes escritores, é conhecida em grande parte e hoje, pode dizer-se, há tendência de para se aceitar que os insectos, assim como os outros animais, comunicam entre si. Todo aquêle que dedicou alguns momentos à observação da vida das formigas assim pensará.

Qual será, então, o meio de comunicação que utilizam os insectos?

Nada se passa que os nossos sentidos possam perceber e, no entanto, as comunicações parecem transmitir-se de insecto para insecto.

Wolfers e outros cientistas, estudando um certo número de insectos, pensam que estes podem comunicar entre si e até reconhecer a topografia de um lugar, utilizando as vibrações ultra-sonoras. Sendo assim, êstes animais terão geradores e receptores de ultra-sons.

Supõe Wolfers que um insecto poderá adquirir a noção da configuração de um lugar utilizando o mesmo método que hoje se emprega para o estudo do relêvo submarino. O navio onde se faz o estudo possue um gerador que emite um feixe discontínuo de ultra-sons, que se reflecte no fundo do mar e é recebido pelo receptor também instalado a bordo. O intervalo de tempo que medeia entre a emissão e a recepção, assim como as particularidades da onde recebida fixam a profundidade e a natureza do terreno.

Do mesmo modo que os insectos, para Wolfers, os peixes terão também a possibilidade de emitir e receber ondas ultra-sonoras.

Mas que são os ultra-sons? Vejamos algumas noções elementares que nos permitam sabê-lo, compreendendo ao mesmo tempo o mecanismo de que se servem os insectos para as suas comunicações.

O som é produzido por um movimento periódico. Nêste movimento, o côrpo que produz o som toma a mesma posição em intervalos de tempo iguais, com a mesma velocidade em grandeza e direcção. Êste movimento é propagado ao meio material que rodeia o móvel, geralmente o ar, que por sua vez o leva até ao nosso ouvido. As ondas sonoras serão pois, pequenos movimentos de vai-vem das partículas, de ar no mesmo sentido da propagação, os quais originam variações de densidade e por consequência variações de pressão que se propagam com a onda.

Ao intervalo do tempo em que o corpo que produz o som toma a mesma posição e a mesma velocidade chama-se período e ao número de períodos por segundo dá-se  o nome de frequência.
Com estas noções já podemos compreender o que são os ultra-sons. Para que o nosso ouvido perceba um som é necessário que a frequência dêste  esteja compreendida entre 20 a 20.000 períodos por segundo. Um som será tanto mais agudo quanto maior fôr a frequência. Os sons com frequência, inferiores a 20 períodos são chamados infra-sons e os de frequência superiores a 20.000 são os ultra-sons.

Para a produção dos ultra-sons usam-se diversos aparelhos, o mais perfeito dos quais é o gerador piezoelectronico. Nos insectos, os ultra-sons serão produzidos pela vibração de certas partes do côrpo, sujeitas a um movimento muito rápido que os músculos lhe podem imprimir.

O gerador piezoeléctrico, que foi descoberto ainda há poucos anos, baseia-se no seguinte princípio: se comprimirmos uma lâmina especial de quartzo, esta polariza-se electricamente, o mesmo é dizer que aparece sôbre uma face uma carga positiva e sôbre a outra uma carga igual, mas negativa. Inversamente, se estabelecermos uma diferença de potencial alternativa entre as faces da lâmina de quartzo, esta entrará em vibração.

Os ultra-sons têm já bastantes aplicações. É conhecida a grande importância que estas vibrações têm nas comunicações submarinas e na localização pelo éco, dos corpos imersos. Também na indústria, os ultra-sons são empregados: sob a sua acção se preparam diversos compostos e sistemas coloidais.

Ultimamente, tem-se estudado as acções biológicas dos ultra-sons. Tal como verificou o célebre físico francês Langevin, os peixes são paralisados pelas ondas ultra-sons suficientemente intensas certos ornismos unicelulares, como as paramécias e até mesmo sistemas celulares podem ser brutalmente destruídos pela acção destas vibrações. Éstes fenómenos brutais explicam-se pela variação da pressão que actua sôbre as células. As células são destruídas do mesmo modo que uma bomba de profundidade destrói um submarino - é a enorme e rápida diferença de pressão que se estabelece entre o exterior e o interior do casco que leva à destruição do submersível.

No campo da medicina, tem-se procurado estudar as acções dos ultra-sons, utilizando-os no tratamento de neoplasias superficiais e na preparação de vacinas, mas, por enquanto, as dificuldades técnicas têm impedido tirar conclusões.

Fonte: Revista Ver e Crer nº1 (1945)
Texto: Dr. António Filipe
Foto da Net
Nota: O Texto está escrito na íntegra à época.
© Carlos Coelho