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domingo, 25 de setembro de 2016

Álvares Sagrado


O processo de canonização de Nuno Álvares Pereira “está no bom caminho”, garantiu o cardeal Português José Saraiva Martins, prefeito da Causa dos Santos no Vaticano.
O Santo Condestável seria assim o 11º Santo português. Conhecido também como o Beato Nuno de Santa Maria, cujo dia que lhe é dedicado celebra-se a 6 de Novembro, Nuno Álvares Pereira nasceu em 1360 e faleceu em 1431. Desempenhou um papel fundamental na crise de 1383 -1385, que culminou com a chegada ao trono de Portugal de D. João I .

Fonte: Revista Focus

Foto da net
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segunda-feira, 13 de junho de 2016

A trindade Portuguesa dos Santos de Junho

Se fôssem vivos na Terra, S. João, o Baptista, e S. Pedro iriam fazer, não tarda muito, dois mil anos. S. João, que foi santificado no ventre da sua mãe, era um pedacinho mais velho que S. pedro. (Santo António de Lisboa)


(Santo António de Lisboa)

Quanto a Santo António, em comparação com os seus companheiros das festividades portuguesas de Junho - seria uma criança. Teria apenas, agora precisamente, 750 anos.
Em verdade, o nosso povo vê o santo de Lisboa como um rapazinho; fixou-o na idade adolescente, nimbou-o de lirismo e adormeceu-o às pedreiras da Sé ou nos Olivais de Coimbra – mas nunca em Pádua. Não está convencido o povo que o Santo de suaves mãos milagrosas e dôce jeito de sgurar o Menino Jesus, tivesse alguma vez saído de Portugal.(Igreja de Santo António de Lisboa)


(Igreja de Santo António de Lisboa)

Tudo quanto êle fez – teve de ser feito forçosamente na nossa terra, à sombra de um campanário de rústico semelhante ou junto das várzeas húmidas da água que escorre dos chafarizes, onde crescem violetas.

Quanto a S. João e a S. Pedro, o nosso povo aceita-os tal e qual êles nos chegaram na iconografia que já era velha quando Portugal nasceu para rezar, bailar e tecer redondilhas.

Dos três Santos de Junho, o Baptista é o único que usou sempre e nos transmitiu o seu verdadeiro nome: João, filho de Zacarias e de Isabel. S. Pedro não era Pedro – mas Simão. Santo António não era António – mas Fernando.
Isto são particularidades com os quais em rigor o povo nada tem. Contudo, se o santo de Lisboa se chamasse Fernando, era o chefe dos discípulos e apóstolos se se chamasse Simão – não teria isso poesia nenhuma. João, esse está muito bem. 


(São João Baptista)

Esta trindade gloriosa da Igreja tomou-a o povo português para si, ou à sua conta, conforme muito bem lhe apeteceu. Nos tempos da devoção mais pura, nunca a gente da nossa terra deixou de querer bem a qualquer dêstes santos, dentro dos ensinamentos da Igreja, acerca de suas vidas e obras, da sua bemaventurança. O lirismo português não sacrificou a verdade. Simplesmente, logo que cumpria o dever da oração, saltava á romaria e desfiava cantigas nas quais os santos de Junho já são outros. 


(Igreja de São João Baptista na Foz do Douro Porto)

Os atributos destes santos são para o povo aqueles que mais se enquadram ao entendimento simplista da sua obra. 



(Santo São Pedro Pescador)

São Pedro não é o discípulo apóstolo, o primeiro Papa, apedra angular. É o pescador. Tem as chaves do céu, mas as redes é que explicam a devoção dos homens dos litorais, das procissões à beira-mar, das irmandades marítimas.
S. João tem o cordeirinho ao colo, usa uma pele de ovelha, não era possível conceber para o conceito dos povos das terras e dos campos melhores atributos. O cordeirinho! Depois, parece que se alimentava de gafanhotos e de mel silvestre. Baptizou Jesus Cristo, mas a concha é atributo que escapa á observação de crentes através dos séculos. 


(Igreja de São Pedro Penaferrim - Sintra)

Santo António é só Lisboa – esta Lisboa onde em tôdas as igrejas e capelas houve e há sempre um altar de Santo António, nas ruas e ruelas existiam dezenas de nichos e de oratórios com a sua imagem, e ainda subsistem dezassete ruas ou serventias com o seu nome, mas onde – e é curioso – só há meia dúzia de meses se fez uma paroquial de Santo António. Talvez porque existisse como Casa da Cidade – a Igreja de Santo António da Sé.
Assim os Santos de Junho – a 13, 24 e a 29 – eram, até há pouco estridulamente festejados, numa série quase contínua de vésperas e de domingos, porque estes santos, através das idades e da evolução dos costumes e práticas, os compreendeu sempre o povo. As gentes das serras preferiam S. João, na sua primitividade silvestre; as das praias preferiam S. Pedro na sua humildade piscatória; as gentes da diocese lisbonense davam-se a Santo António na sua ingenuidade lírica e milagreira.


E por isso na cidade, que é um foco de gentes de todas as províncias, o S. João começa em Santo António e Santo António acaba em São Pedro.
Um anho de meia dúzia de dias, um barco de proa alta em bico, uma bilha que ninguém diz que esteve rachada – eis a explicação da trindade portuguesa dos Santos de Junho.
Não existe em outro qualquer país da cristandade.

Fonte: Revista Ver e Crer nº 2 de Junho 1945
Texto: Norberto de Araujo (escrito na integra como foi na época)
Fotos da net
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sábado, 8 de junho de 2013

Santa Rita

 
Há, pelo mundo, uma infinidade de santos espraiando-se pelos dias do ano, pela toponímia e até pelos bilhetes de identidade. Alguns foram adoptados pelo povo. A Humilde Rita, mulher doce mas “vulgar”, não realizou nenhum milagre espectacular. Mas é venerada com um afecto familiar, porque tinha o dom de ajudar os mais desafortunados.
A vida póstuma dos santos é imprevisível, tanto como a dos homens ilustres, os artistas os escritores, que o futuro esquece ou imortaliza, abandona ou retoma sem que nenhuma autoridade a isso se possa opor. Quem lê nos nossos dias Sully Prudhomme, primeiro prémio Nobel da Literatura em 1901, e que universitário previu o impacto posterior de dois pobres diabos como Lautréamont ou Rimbaud? Ao declarar que Santa Rita era a mais popular das santas, a par de Santo António de Pádua, o Papa João Paulo II constatou a amplitude de uma veneração que a Igreja não tinha encorajado.
António de Pádua, canonizado no ano seguinte ao da sua morte, permaneceu muito tempo na sombra do santo Francisco de Assis antes de conhecer um sucesso fenomenal e inopinado. Do mesmo modo, a humilde Rita de Cascia, falecida em 1427, só foi beatificada em 1628 e canonizada em 1900, como se a Igreja apenas a contragosto tivesse registado a intensa piedade em redor da “patrona das causas desesperadas”.
Os objectos perdidos e as causas desesperadas talvez participem de uma dimensão do impossível demasiado sedutora para os espíritos ingénuos que exigiram poderes exorbitantes, mais mágicos do que os que cabem num santo decente. Mas se o Papa nomeia os santos, o povo nem sempre espera para eleger os seus.
O Professor Yves Chiron nota na sua “Verdadeira História de Santa Rita” (Perrin,2001) a dificuldade de traçar com certezas os passos da vida de Rita sem que possamos ainda assim duvidar da sua existência. Por tudo isso, se associarmos, como aqui, à presença dos santos na vida quotidiana dos fiéis a verdadeira história e as provas científicas (nomeadamente as dos seus milagres), tudo importa menos que a sua lenda, princípio irracional e activo através do qual intercedem a nosso favor junto do Céu. A de Rita é constante, com variações mínimas.
Os seus pais, António Lotti e Amata Mancini, são camponeses piedodos que vivem na Úmbria, 150 quilómetros a norte de Roma, e desesperam por ter uma descendente; uma voz – um anjo – anuncia a Amata que vai dar à luz uma filha e que lhe deverá dar o nome de Rita, em honra de Santa Margarida (margarida quer dizer “pérola” em latim). Rita nasce a 22 de Maio de 1381 em Roccaporena,, perto de Cascia. A pequena vila de Roccaporena, apesar de isolada a 700 metros de altitude nos montes Apeninos, não ignora os problemas que devastam o mundo abaixo. Enquanto em França a Guerra dos Cem Anos arruína o reino, a peste faz milhares de vítimas em toda a Europa.
Quanto à Igreja, atravessa uma crise desde 1378, a do Cisma do Ocidente. O Papa Gregório XI, exilado em Avinhão, regressou a Roma para morrer. Urbano VI, que lhe sucede, deve afrontar um outro papa, depois um terceiro. Urbano VI e Clemente VII entregam-se a uma luta sanguinária e violenta, pouco cristã, para ocupar a sede de S. Pedro. Rita, contemporânea de Joana d’Arc (nascida 31 anos antes da virgem francesa, vai sobreviver-lhe 28), testemunhará também esta época de grandes desordens, reagindo à sua maneira, discreta e menos militar.
Casada com Paolo
 
Tem um ano e dorme numa alcofa debaixo de uma árvore, num campo onde trabalham  os seus pais, quando um camponês que acaba de se ferir com a foice vê um enxame de abelhas voar em torno da pequena. As abelhas entram na sua boca sem a picar; ela sorri. O Camponês tenta enxotar os insectos e a sua mão já ferida cura-se de imediato. Os pais, a vila, não sabem como interpretar este presságio.
É educada na oração e no amor de Deus, dedicando-se desde adolescente a tratar dos seus pais entretanto velhos, recusando quais quer enfeites femininos; sonha perto dos 14 anos em abraçar a vida religiosa: Os seus pais planeiam para si algo diferente e um dia dão a sua mão a um certo Paolo. Rita começa por protestar: esta decisão vai contra os seus projectos, Paolo passa por um sedutor, brutal e alcoólico. Depois submete-se à vontade dos pais, reflexo da vontade de Deus; este Paolo, de uma condição social superior à sua, saberá socorre-los melhor que ela própria.
A sua vida de casada é infeliz. Paolo é um alcoólico violento a quem Rita trata com tanta paciência e doçura que os seus vizinhos a apelidam “ a mulher sem rancor”. Rita jejua com frequência, encarando este casamento como uma mortificação e reza pela saúde do marido. De facto, depois de 18 anos de calvário conjugal, quando ela traz ao mundo dois gémeos, o carácter de Paolo adoça-se, ele arrepende-se sinceramente, converte-se e o casal conhece enfim uma felicidade de pouca duração.
Paolo fez muitos inimigos antes da sua conversão; uma noite estes fazem-lhe uma emboscada e apunhalam-no. Paolo morre perdoando-lhes o crime. Rita perdoa também aos assassinos do seu marido, mas os dois filhos dominados pela cólera, como antes o seu pai, esperam vingá-lo. Rita suplica-lhes em vão que nada façam e dirige-se a Deus: que ele os leve para junto de si antes que se tornem criminosos. Os gémeos caem à cama doentes pouco depois e convertem-se ao morrer.
Noviça em Cascia
De ora em diante sem família, Rita é livre para realizar a sua vocação religiosa. Bate á porta do mosteiro de Cascia, mas por três vezes as irmãs augustinas recusam-lhe a entrada. A congregação instituída para jovens raparigas não acolhe viúvas. É também possível que entre os religiosos se encontrem alguns familiares dos assassinos de Paolo. Rita procura reconciliar os clãs hostis da vila e uma noite de natal S. João Baptista, S. Agostinho e S. Nicolau levam-na para o mosteiro. A abadessa, descontente por um tal patrocínio, aceita Rita como noviça, mas coloca-a à prova.
Não lhe poupam nem os vexames, nem as humilhações e a sua paciência não fraqueja. Ordenam-lhe absurdamente que transporte cada dia um pedaço de madeira. Rita obedece e a madeira floresce e dá uvas. Uma vez admitido que professe, empenha-se em seguir a regra de S. Agostinho. Pouco a pouco a sua reputação espalha-se: os que se lhe dirigem vêem as suas preces cumpridas. As orações de Rita são ouvidas no Céu, o que não deixa de provocar a inveja das suas irmãs.
Em 1443, numa sexta-feira Santa, Rita está em oração diante do crucifixo do altar. Um espinho de gesso da coroa de Cristo cai sobre ela, atingindo-a em plena fronte. No dia seguinte, a ferida agrava-se e exala um odor repugnante. Algumas religiosas do mosteiro interpretam este estigma como uma punição pelos momentos dramáticos da sua vida passada. A ferida só fecha durante uma peregrinação a Roma pelas festas do Jubileu e, de regresso a Cascia, reabre-se, purulenta e tão mal cheirosa que Rita é isolada numa cela, onde vive observando um jejum quase absoluto.
 
Durante o Inverno de 1457, exausta, pede à sua prima que lhe leve uma rosa do seu antigo jardim. No meio do jardim coberto de neve, a prima descobre uma rosa esplêndida; leva-lha. Esta renova-se com duas flores. No termo das suas forças, Rita recebe os últimos sacramentos e expira a 22 de Maio do mesmo ano, com 76 anos. No instante da sua morte, a sua ferida transforma-se num rubi, as roupas transmutam-se, a cela nauseabunda é inundada de luz e de um perfume delicioso. Há cinco séculos e meio que o seu corpo repousa, intacto e suave como uma rosa, diz-se, num caixão de vidro na basílica de Cascia.
 
Santa do último recurso
De onde vem o culto dedicado a Rita? Ela não fundou uma ordem religiosa nem produziu escritos espirituais, os prodígios que pontuam o seu percurso terreste são pouco espectaculares, nenhum tirano a torturou; somos tentados – exceptuando a parte dos embelezamentos habituais na matéria, a parte das flores – a ver nela uma mulher memorável, doce mas “vulgar”.
Ora é precisamente por isso, porque ela não foi muito diferente de tantos outros mortais, que a veneramos com um afecto quase familiar. Porque, apesar dos obstáculos, perseverou, obstinada e pacificadora, numa vocação que lhe tinham interdito. E decerto, como confirma já tarde a inveja das suas irmãs rivais, porque ela tinha a arte de vir em ajuda dos mais desafortunados, um dom de advogada dos “casos desesperados”.
 
Para milhões de crentes, nem sempre católicos, ela acalma as tempestades, resolve as situações sem saída, cura os incuráveis. Com ou sem razão, ela encarna a santa do último recurso, aquela que nunca abandona os que apelas à sua bondade. Intocáveis ex-votos e livros de ouro concedem-lhe graças, unânimes e muitas vezes anónimas.
Para além da Basílica de Cascia, uma enorme quantidade de igrejas ou capelas são-lhe dedicadas um pouco por todo o lado, como em Nice, em Saint-Aignan, perto de Rouen. Duas delas são singulares, apesar de tudo, por motivos bem diferentes. Em Paris, no boulevard 65 de Clichy, no altar do liceu Jules- Ferry, uma capela de Santa Rita pertence à paróquia de Trinité. Longe de possuir os faustos barrocos da de Nice, é um local austero, mesmo pobre, despido de ornamentos e mal assinalado, um vulgar rés-do-chão em pleno Pigalle, no meio das “sex-shopes” e diante do Moulin Rouge. Como se a Igreja, dedicando a Rita esta antiga capela do século XIX, tivesse querido responder ao desejo legítimo expresso pelas prostitutas de terem um local de oração reconhecido.
Sem pretender igualar maria madalena, a pecadora amiga de Cristo, estas “mulheres da má vida” consideraram a sua vida suficientemente má, tolerada com hipocrisia e cinicamente explorada, para merecerem este asilo discreto. Daqui a confusão que por vezes se estabelece, fazendo de Rita a patrona das mulheres de rua. A amálgama é falsa.
Para além disso, por uma comparação algo condescendente, consideramos que apenas Rita pode reconfortar um “caso tão desesperado” como o das prostitutas: Mas a capela acolhe maioritariamente fiéis homens ou mulheres, jovens ou velhos, que nada têm a ver, nem nutrem nenhuma atracção pelo comércio da carne.
Missa para os animais
No número 27 da rua François-Boivin, no bairro 15, ergue-se outra igreja mais clássica, com nave de estilo gótico e vitrais, na Paróquia de Santa Rita. Construída no fim do Século XIX pelo Igreja Apostólica de Inglaterra, durante muito tempo fechada, foi reaberta em 1986 para se transformar em sede da Igreja Francesa Anglicana.
Não desenvolvemos a longa história do anglicanismo francês, nascido em 1870 em reacção ao dogma da infalibilidade pontifical. Não discutiremos a validade do título de arcebispo reivindicado pelo seu responsável.
Monsenhor Dominique Philippe é um homem agradável que não desenhas os holofotes, os estúdios de televisão, e goza de um certo vedetismo. No portão da Igreja de santa Rita, há fotos que o mostram na companhia de Michéle Mercier (actriz francesa), eterna Marquesa dos Anjos, ou do Conde de Paris. Adquiriu uma verdadeira popularidade celebrando uma missa para os animais, que benze cada ano desde 1993, aos primeiros domingos de maio e Novembro. “ No ìnicio, o Monsenhor Di Falco (agora porta voz dos bispos de frança) mostrou-se zeloso, mas eu disse-lhe que se acalmasse. Benzemos viaturas, barcos. No seu tempo, Pio XII benzeu canhões… Os animais, esses, têm alma.”
A missa dos animais também se tornou – sob patrocínio de S. Francisco de Assis – num estranho momento de folclore ligeiro, difundido pelos “média” com o apoio de numerosas associações de amigos dos animais e adversários de touradas. A Igreja de Santa Rita povoa-se de cães, de gatos, de pássaros em gaiolas; na rua, cabras, porcos, burros esperam pela sua vez, mesmo lamas e um dromedário. Cantores entoam com afinco “ Miau, miau!” no irresistível “Duo dos gatos” de Rossini; enquanto Monsenhor Philippe, imperturbável, sacode o seu hissope sobre os pássaros, os quadrupedes com toda a espécie de pelagem e a todos dá a absolvição.
O que pensa Santa Rita, anfitriã involuntária desta cerimónia? Antes de mais, a questão da alma dos animais dos animais remonta à Antiguidade: E se a sorte sorridente da maior parte dos cães e gatos conduzidos sobre o seu tecto não é um “caso desesperado”, ninguém sabe se a solidão dos seus companheiros humanos o não será.
Fonte: Jornal Público/ “ Le Monde”
Texto: Michel Braudeau
CarlosCoelho