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sábado, 17 de março de 2007

Rudolfo Nureyev

 

Um dos maiores bailarinos de sempre

Desde que foi um dos maiores bailarinos clássicos do mundo já muito se escreveu. As suas qualidades, e também os defeitos, fizeram correr rios de tinta, mas com a sua morte sobrevém a sensação de perda que só se sente quando desaparecem os expoentes maiores da cultura.

Rudolfo Hametovich Nureyev nasceu numa carruagem de comboio, a 17 de Março de 1938. A sua família não tinha nenhuma tradição no campo da dança ou de qualquer outra arte. Daí que fosse a contragosto de seu pai que, com onze anos de idade, começasse a estudar bailado na escola de Ópera de UFA.

Com quinze anos terminou o curso, integrou-se no corpo de baile desta companhia, tendo sido contratado como estagiário. Um ano depois passava a efectivo e isso levá-lo-ia a Moscovo. Corria o ano de 1955 e Nureyev, aproveitado a estada na capital, faz uma audição para a Escola de Bolshoi. Acabou por ser aceite, mas como esta escola não tinha residência para os alunos resolveu tentar a sua sorte em Leninegrado, mais concretamente na Academia de Ballet Kirov.

Em Setembro iniciava o seu treino e foi aqui que encontrou o mestre que acabou por ser decisivo na evolução da sua carreira: Alexander Pushkin. Em Junho de 1958, aquando duma competição em Moscovo, conseguiu fazer-se notado por parte de alguns responsáveis por outros corpos de ballet mais importantes e acabou por ingressar na companhia de Leninegrado. A sua estreia aconteceu com o bailado Laurencia e três anos depois dançava já todo o reportório clássico, tendo por pares Irina Kolpakova ou Alla Shelest.

Em 1961 foi incluído na visita do Kirov a Paris e obteve grandes sucessos. Foi nesta altura que Nureyev resolveu pedir asilo político ao governo Francês. É o início de uma carreira mundial.

32 anos de sucesso

Rudolfo Nureyev acabou por conhecer duas pessoas extremamente importantes para a sua carreira artística: Margot Fonteyn e Erik Bruhn. Este dançarino dinamarquês acabou por ser o seu conselheiro artístico, quase até à data da sua morte, em 1986. Margot também já falecida, levou-o para o Royal Ballet inglês. Juntos formaram uma das maisaplaudidas duplas desta metade do século.

(Rudolfo Nureyev e Margot Fonteyn)

Nureyev também esteve entre nós. Lisboa pôde aplaudi-lo, em 1969, em bailados como Giselle, Corsário e Margarida e Armando, no Teatro Nacional de São Carlos e no Coliseu dos Recreios. Mais recentemente, naquela que foi anunciada como a tournée de despedida, pudemos vê-lo de novo no Coliseu com o espectáculo Nureyev e Amigos.

Mas já não era o mesmo dançarino de outrora. A doença minara-lhe o fulgor de outros tempos e só os olhos reflectiam o fogo do grande bailarino.

A 6 de janeiro de 1993 apagou-se a estrela de Rudolfo Nureyev, vítima de Sida, mas a sua memória vai continuar viva para sempre. Com a sua morte desaparece um dos maiores bailarinos de todos os tempos, mas o seu nome fica gravado a ouro na história do bailado. Morreu Nureyev. Viva Nureyev.


Fonte: Revista TV7Dias

Fonte/texto: Desconhecido

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