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sábado, 16 de setembro de 2023

O que pensavam os Jónios

(Mapa da antiga Jônia, no lado oriental do mar Egeu.)

A Escola Jónica é a primeira a ser conhecida dentre as várias escolas filosóficas da Grécia Antiga, fonte donde emanaram as mais remotas luzes da cultura ocidental.

Temos de remontar ao século VI a.C., à cidade de Mileto, capital da Jónia, na Ásia Menor. Aí encontramos uma filosofia – o vocábulo, constituído por Pitágoras, aparece pela primeira vez com Heródoto – bem diferente da actual: uma filosofia influenciada por Teogonias e Cosmogonias, aceitando ingénuas explicações tradicionais; filosofia que a evolução da vida pública e privada, como a religião, tornava necessária na Grécia.

(Pitágoras sobre o propósito da vida e o significado da sabedoria.)

Os «físicos» procuravam, em investigações de caracter prático, explicar a formação do Universo, tornando-o inteligível, bem como o aparecimento do homem nesse Universo: inteligível sendo para eles tudo o que pode reduzir-se a um princípio.

A multiplicidade de aspectos do mundo actual deve corresponder uma origem simples. O processo seria, portanto, passar dessa multiplicidade à unidade, justificando racionalmente a evolução, passar do sensível ao inteligível.

Três nomes cumpre citar falando dos «físicos» de Mileto, a saber: Tales, Anaximandro e Anaximeno. O primeiro nada escreveu e os restantes, autores de obras sobre a Natureza, são como Tales, apenas conhecidos através de informações de Aristóteles e seus contemporâneos.

(Aristóteles (384 a.C.) - Teologia e Moral.)

Aristóteles apresenta-os como investigadores buscando a matéria constituitiva das coisas, mas nada nos permite afirmar que tenham levado tão fundo as suas pesquisas, muito embora procurassem um princípio que desse a explicação do Universo.

(Tales de Mileto foi um importante pensador, filósofo e matemático grego pré-socrático. É considerado, por alguns, o "Pai da Ciência" e da "Filosofia Ocidental")

Para Tales a quem atribuíram estudos de astrologia, previsão de eclipes e ensino da imortalidade da alma, esse princípio era a água – o elemento húmido – certamente pela observação directa da maneira como se geram e formam animais e plantas naquele elemento (a geração espontânea era então aceita). Da água saíram tôdas as coisas.

Ao infinito, o «apeiron» como lhe chamava, atribuía poder creador Anaximandro; um infinito de matéria indeterminada, caos de elementos indistintos. A diferença qualitativa está já marcada desde o começo das coisas. O «apeiron» não é sólido nem líquido, quente ou frio; é, antes, a origem do sólido e do líquido, do quente como do frio.

(Anaximenes de Mileto “O ar infinito é o princípio original do qual provém tudo que caminha para a existência”)

Anaximenes precisa a natureza do Infinito de Anaximandro, identificando-o ao Ar. O Universo é um ser grande que uma vida anima; a respiração é-lhe indispensável, por isso, o Ar é causa primeira que envolve o mundo inteiro com seu poder criador e penetra em todas as coisas como a alma no ser vivo.

(Anaximandro de Mileto (em grego antigo ναξίμανδρος; Mileto, Jônia; c. 610 aC - c. 545 aC) foi um filósofo e geógrafo da Grécia Antiga. Discípulo e seguidor de Tales, e companheiro e professor de Anaxímenes, considerava que o princípio de todas as coisas (arché) é o apeiron. Ele é creditado com apenas um livro, conhecido como On Nature. O livro se perdeu-se e a sua palavra chegou até a atualidade através de comentários doxográficos de outros autores. A ele também é creditado um mapa terrestre, a medição dos solstícios e equinócios por meio de um gnômon, trabalhos para determinar à distância e o tamanho das estrelas e a afirmação de que a Terra é cilíndrica e ocupa o centro do universo.)

Explicação do Universo feita por causa simples e naturais, no que diferem, portanto, estes pensadores das primitivas teogonias e cosmogonias, que aceitavam plenamente o maravilhoso mitológico.

Nestes filósofos há, se não um passo para o ateísmo, uma diminuição de importância do papel divino na criação.

Fundados nessas, hoje consideradas ingénuas investigações descrevem-nos o mundo das maneiras mais variadas: Para Teles e Anaximeno, um disco plano flutuando respectivamente nas águas e no ar; para Anaximandro, uma coluna cilíndrica de base em diâmetro igual a 1/3 da altura, sendo a base superior – onde vivem os homens – abaulada.

O problema da matéria – como atrás foi dito – não se pode bem afirmar que tenha sido posto por estes sábios, como Aristóteles pretende. Eles buscavam antes, levados por uma curiosidade compreensível num povo de navegadores, resolver problemas de técnica científica e, explicar fenómenos astronómicos, propagando a notável herança de Egípcios e Assírios.

São mais importantes como divulgadores, estando a sua originalidade, sobretudo na escolha de imagens – quási sempre tiradas da arte da observação directa – e o seu mérito no interesse com que se lançam na busca do inacessível. 

Fonte: Revista Ver e Crer Nº3 Julho 1945

Texto:  Nuno Gaivão

Fotos da net

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

René Descartes

(O Filósofo terá sido assassinado com uma hóstia de arsénico)

Facto: René Descartes morreu em Estocolmo a 11 de Fevereiro de 1650. Durante séculos acreditou-se que o filósofo francês tinha morrido com uma grave pneumonia. 
Mas o lugar de conselheiro da Rainha Cristina da Suécia é a principal justificação para uma nova teoria. Descartes foi assassinado por um padre que temia que as suas ideias radicais sobre Deus impedissem a convensão da Rainha protestante ao catolocismo.
A conclusão está no livro A Misteriosa Morte de René Descartes, editado na Alemanha por Theodor Ebert. Depois de pesquisar em arquivos de Paris e Estocolmo, o investigador da Universidade de Erlanger, na Baviera, conclui que o padre Jacques Viogue terá envenenado Descartes, dando-lhe uma hóstia com arsénico. 
Descartes terá, então, pedido ao médico algo para vomitar. Uma prova de que "acreditava que tinha sido envenenado", diz Erbert.
René Descartes pôs Deus em causa, mas teve educação religiosa, com 11 anos entrou para o colégio jesuíta Royal Henry-le-Grand. Aprendeu Latin, Francês, Retórica e Matemática.

Fonte: Revista Sábado de 18 de Fevereiro de 2010
Foto da Net