Códigos. Os segredos do
maior artista de sempre.
A vida misteriosa de Da Vinci
(Autoretrato de Leonardo)
Sete anos depois de ter
recebido a encomenda, deu os últimos retoques no quadro. Era um retracto de
meio corpo, tipicamente renascentista, um clássico da iconografia de Jesus
Cristo, repetido inúmeras vezes até então. Mas Leonardo Da Vinci, 61 anos estava
satisfeito com o resultado. A mão direita erguida em sinal de bênção e o globo
sob a palma esquerda estavam lá, respeitando a tradição. Mas o seu Salvator
Mundi era diferente. A esfera que representa a Terra não era o convencional
globus cruciger que Ticiano, Antonello de Messsina e tantos outros tinham
pintado – translucida, em vez de uma cruz no topo tinha três pintas brancas, em
forma de triângulo, à superfície. E o rosto de Cristo, que ensaiou pelo menos
duas vezes em papel com cabelos aos caracóis, tinha traços femininos. Entregou
a encomenda. Só não se sabe a quem. Seis anos depois estaria morto.
(O Salvator Mundi perdido desde 1763 e encontrado em 2005. Em 1958, o Salvator Mundi foi vendido por 45 libras. Hoje vale 137 milhões de euros.)
Pelo menos durante o
último século, o paradeiro de Salvator Mundi de Da Vinci foi um mistério. Os
especialistas sabiam que tinha sido pintado (para Luís XII de França ou para o
mecenas italiano Gian Giacomo Trivulzio) porque foram encontrados estudos para
o quadro nos manuscritos de Leonardo e porque vários discípulos do mestre o
tinham reproduzido. Mas acreditavam que a pintura teria sido destruída ou
perdida para sempre – a partir do século XVIII, o percurso do pedaço de madeira
de 65cm por 45cm, que em 1649 foi registado na colecção particular de Carlos I
de Inglaterra, tornou-se impossível de reconstruir.
(Desenho de época)
Depois de ter visto o pai
ser executado, Carlos II herdou o Salvator Mundi e uns anos mais tarde
ofereceu-o ao duque de Buckingham. Quando o filho do nobre leiloou a pintura,
em 1763, o rasto perdeu-se. Em 1900, num leilão no Reino Unido, apareceu um
quadro que era parecido. Estava em péssimo estado mas, ainda assim, o
coleccionador Frederick Cook resolveu licitá-lo. Terá sido o único a acreditar
que tinha um verdadeiro Leonardo nas mãos, mesmo quando os especialistas da
época concluíram que não passava de uma cópia do original, feita por Giovanni
Boltraffio. Em 1958, os seus herdeiros venderam-no por apenas 45 libras.
(Interiores do Clos Luce, castelo ligado por uma passagem subterrânea à residência do Rei Francisco I, onde Leonardo se instalou em 1515, quando se mudou para o Vale do Loire, como convidado real. Passou os últimos quatro anos em França. Foi sepultado na capela do castelo.)
Em 2005, o quadro
reapareceu muito degradado e coberto de inúmeras camadas de tinta e verniz. Foi
submetido a testes intensivos e à análise dos maiores especialistas mundiais da
obra de Da Vinci. Em Julho do ano de 2011, estes chegaram à conclusão: é o
original de Leonardo e estava avaliado em 137 milhões de euros. Ficou pela
primeira vez em exposição em Novembro de 2011 na National Gallery, em Londres.
Apesar de ter documentado
grande parte do trabalho que fez nos, seus famosos códices, a obra de Leonardo
permanece um mistério. Ao longo de toda a vida, terá completado pouco mais de
20 quadros e frescos (acredita-se que pelo menos 10 estejam desaparecidos) e a
maioria das suas esculturas perdeu-se sem que ninguém as tivesse visto. Da
Vinci pintou poucas obras e passava vários anos (por vezes décadas, como
aconteceu com Mona Lisa) a trabalhar nelas até estarem perfeitas. Mas deu-se ao
trabalho de pintar o mesmo quadro duas vezes.
Aconteceu com a Virgem dos
Rochedos – existem duas, uma no Museu do Louvre, a outra na National Gallery.
Estiveram ambas lado a lado pela primeira vez, na exposição de Londres. Foi
então mais fácil perceber as diferenças que fizeram com que a primeira versão
tivesse sido recusada pela Confraria da Imaculada Conceição, que encomendou o
trabalho.
Segundo Sarah B. Benson,
do Departamento de Arte e Arqueologia da Universidade de Princeton, nos Estados
Unidos, “um dos motivos que fizeram com que a primeira tela fosse rejeitada foi
o aparecimento no cenário, atrás dos personagens, de plantas utilizadas em
rituais pagãos”. A encomenda previa que o artista apresentasse Nossa Senhora e
o Menino, rodeados por anjos e profetas, mas Leonardo pintou um episódio que
nem sequer vem descrito na Bíblia.
Trata-se do encontro de Cristo com o jovem
São João Baptista, numa gruta a meio do caminho, quando a Sagrada Família fugia
para o Egipto, depois de ter sido avisada pelo anjo de que Herodes ordenara o
massacre de todos os recém-nascidos em Jerusalém. O encontro só foi relatado
num dos evangelhos apócrifos, escritos por autores desconhecidos, nos primeiros
séculos do cristianismo, e nunca reconhecidos pela Igreja Católica.
Além das plantas
utilizadas em rituais heréticos, Da Vinci excluiu São José; pintou São João
Baptista sem a tradicional cruz de madeira e mais próximo da Virgem Maria do
que o próprio Menino Jesus, como se estivesse sob a sua protecção; e desenhou o
arcanjo Uriel com um dedo esticado, como se estivesse a fazer o sinal de decapitação,
defendem alguns estudiosos. Outros, como os críticos de arte John Ruskin e
Walter Pater, acrescentaram ainda, no início do século XIX, que a forma
andrógina que o pintor deu ao arcanjo é prova inequívoca da “decadência de
Leonardo e das suas actividades homossexuais”.
Apesar de haver registos
que defendem que Leonardo só pintou uma segunda Virgem dos Rochedos porque
vendeu a primeira a outro comprador, a dúvida mantem-se: porque mudou tanto, de
uma pintura para a outra? É que, apesar de terem o mesmo nome, e de à partida
serem semelhantes, os dois quadros são muito diferentes. “ Nunca saberemos o
que Da Vinci queria realmente dizer com alguns elementos. O facto é que na
segunda versão do quadro estes foram tirados ou suavizados”, explica Benson.
Este episódio reforça a
tese de que, apesar de todo o seu trabalho no campo da pintura religiosa,
Leonardo Da Vinci não acreditava em Deus e poderá ter estado ligado a grupos
secretos anticatólicos. Esta desconfiança vem de Longe: Na primeira edição de A
Vida dos Artistas, de 1550, Giorgio Vasari, um dos seus primeiros biógrafos,
garantia que o artista era herege. Mas na segunda edição, publicada 18 anos
depois, Vasari apagou a frase polémica: “O seu espírito era de uma natureza tão
herética que nunca aderiu a nenhuma religião, pensando talvez que fosse
preferível ser um filósofo a ser um cristão.”
Certo é que Da Vinci
sempre viveu á margem das regras rígidas da Igreja e fez experiências
consideradas “negras” na época. Há registos de que, ao longo de toda a vida, o
artista terá aberto e estudado cerca de 30 cadáveres dentro da própria casa,
muitas vezes de madrugada. Num dos seus cadernos escreveu até sobre o “medo de
passar a noite na companhia destes homens mortos, desmembrados, esfolados,
horríveis de ver”.
(Anatomia, Gravidez. Foi o primeiro a descrever a localização exacta do feto no útero. Com um senão: desenhou a placenta múltipla de uma vaca e os seres humanos têm só uma.)
A actividade permitiu-lhe
chegar a conclusões inéditas sobre o funcionamento e organização do corpo
humano e a questionar ideias defendidas pela igreja. Nos seus códices, Leonardo
descreveu o sistema vascular e desenhou esboços fidedignos de músculos e
órgãos, mas também aludiu ás semelhanças entre primatas e humanos.
(Dissecações, Heresia. Da Vinci autopsiou 30 cadáveres. Catalogou todos os ossos do corpo humano e descreveu os mecanismos que os fazem mover.)
Entre as
mais de cinco mil páginas que resistiram até á actualidade, contam-se ainda os
estudos de Leonardo para as suas esculturas (como o gigantesco cavalo Sforza,
que projectou para o Duque de Milão, mas nunca chegou a construir) e todos os
detalhes para a criação das suas visionárias invenções: há 500 anos, projectou
pára-quedas, escafandros, tanques de guerra, máquinas escavadoras, catapultas e
até uma espécie de precursor do helicóptero. Todas essas notas foram, como era
seu hábito, escritas da direita para a esquerda, e com as letras invertidas,
como se estivessem pensadas para serem lidas em frente a um espelho.
(Engenheiro, Armas. Desenhou uma besta gigante e um tanque de guerra. Até idealizou as primeiras bombas de fragmentação.)
A escrita especular é um
dos maiores mistérios da vida de Da Vinci. Alguns historiadores acreditam que o
fazia porque era canhoto e autodidacta e preferia escrever ao contrário para
não borrar a tinta com a mão. Outros defendem que não queria que os seus
apontamentos fossem decifrados por pessoas ligadas á Igreja Católica. Michael
White, ex-editor de política do Jornal The Guardian e autor de Acid Tongues and
Tranquil Dreamers: Eight Scientific Rivalries that Changed the World, não tem
dúvidas: “Leonardo era paranóico, em parte por boas razões. Havia os que
queriam plagiar as suas ideias, rivais que chegaram a colocar assistentes no
seu estúdio para o roubarem, e havia os espiões de Roma, sempre á espera que
ele se descuidasse.”
(Visionário, "Helicóptero". Foi uma das obsessões, voar. Também desenhou um ornitóptero. Nenhum saiu do chão.)
Estes factos ajudam a
teoria de que o pintor terá sido um dos mais importantes grão-mestres de uma
misteriosa sociedade secreta, o Priorado de Sião, cujo objectivo seria
perpetuar e divulgar um dos maiores segredos da humanidade Jesus teria casado
com Maria Madalena e tido um filho com ela. Essa descendência humana de Cristo
era na verdade o que se escondia, explicam Henry Lincoln, Michael Beigent e
Richard Leigh em The Holy Blood and the Holy Grail, por trás do símbolo do
Santo Graal.
(Um Cavaleiro Templário aparece no topo da mesa, do lado esquerdo. Do Lado esquerdo de Cristo, a experiência revela uma mulher com um bebé ao colo.)
(À frente de Jesus surge um cálice tombado. Tiago está a olhar para ele. O Italiano Slavisa Pesci inverteu a imagem da Última Ceia, como se esta estivesse à frente de um espelho, e colocou-o por cima do original. Resultado: foram reveladas figuras ocultas no fresco.)
Esse segredo revelou o
italiano Slavisa Pesci em 2007, pode ter sido ocultado pelo pintor florentino
num dos seus mais famosos frescos. Para o estudioso amador. A última Ceia, que
sempre foi alvo de controvérsia (existe uma corrente que defende que o apóstolo
João, o único imberbe representado, seria na realidade Maria Madalena), não é
apenas a visão de Da Vinci sobre o momento em que Jesus revela aos seus
seguidores que foi traído por um deles. Invertendo uma cópia do quadro e
colocando-a por cima do original, Pesci descobriu imagens escondidas no
desenho: vários cavaleiros templários, com as cabeças cobertas por cotas de
malha ou elmos, e uma mulher, com um bebé ao colo.
Pesci garante que os
desenhos ocultos no fresco a que Leonardo se terá dedicado entre 1495 e 1498 (e
que 20 anos depois já se começava a deteriorar, fruto de uma mistura de óleo e
têmpera que não correu bem) comprovam a crença do pintor na descendência de
Cristo.
(Alguns esboços da Ceia de Cristo)
Não é a única referência
ao assunto encontrada pelos símbologistas na obra de Leonardo. Porque
entretanto mudava de ideias ou porque tinha intensão de ocultar mensagens e
significados, raros foram os quadros do génio florentino que não tiveram várias
camadas de tinta. Em 2005, Maurizio Seracini, um dos maiores especialistas
mundiais na obra de Leonardo, revelou que A adoração dos magos não é apenas uma
recriação de mais um episódio bíblico, o da visita dos Reis magos à Virgem e a
Jesus recém-nascido. Mais: revelou que a pintura terá sido começada por Da
Vinci, mas alguém a terá acabado, pintando por cima e ocultando várias imagens
da versão original.
Por baixo da camada
superior do quadro, com recurso a raios X, fotografias digitais de alta
definição e raios ultravioleta e infravermelhos, Seracini descobriu novos
elementos escondidos. Atrás da mais recente tecnologia, o investigador revelou
que no lado esquerdo do desenho, onde antes parecia existir apenas um edifício
destruído, Leonardo desenhou operários escondidos.
De acordo com o
especialista, a presença de trabalhadores naquele que era um templo pagão
revela uma intensão de Leonardo: mostrar que o templo está em processo de
reconstrução. Por que motivo o fez, ninguém sabe. Apesar de tudo apontar para
que o Priorado de Sião não passe de uma farsa criada em 1956 por um francês
chamado Pierre Plantard, há quem acredite nessa tese: o edifício representaria
a dissolução e a consequente reedificação encapotada da Ordem dos Cavaleiros
Templários, o braço armado do Priorado de Sião, que ainda hoje defenderá o
segredo do Santo Graal.
Questionado pelo Guardian
sobre se teria sido o próprio Leonardo a cobrir o trabalho, por saber que como
estava não iria ser aceite pelos monges de São Donato de Scopeto, que lho
tinham encomendado, Seracini recusou-se a comentar: “Os historiadores de arte,
é que têm de o dizer. Mas eu não excluiria a hipótese.” É bastante provável. O
especialista italiano descobriu cerca de 70 novas figuras por baixo d’A
Adoração dos magos: há cavalos, um boi e um burro na manjedoura, inúmeros
rostos dispersos, muitos ameaçadores, e uma cena de batalha a cavalo, no canto
superior direito.
Em 2008, O argentino Hugo
Conti dedicou-se a estudar os códigos e mensagens que poderão estar escondidos
nas pinturas de Leonardo Da Vinci.
As conclusões a que chegou são, no mínimo,
perturbadoras. Utilizando apenas um espelho, o investigador, líder de uma
organização obscura chamada O espelho das sagradas Escrituras e Pinturas,
descobriu uma série de imagens ocultas em quadros do pintor. “É fácil encontrar
imagens invisíveis nas pinturas de Leonardo. Muitas das suas personagens
parecem estar a olhar para o vazio. Na verdade, estão a indicar o local onde se
deve colocar o espelho para ver as imagens”, explicou ao Discovery News. O
método funciona, mas não para os quadros onde Da Vinci retractou personagens
com dedos a apontar – neste caso, é no indicador que deve ser colocado o
espelho.
Os resultados do estudo,
que o Vaticano disse na altura precisar de “provas sólidas”, bem como do aval
de críticos de arte, são intrigantes. No ombro de Mona Lisa, o quadro mais
famoso do pintor, pode ver-se a imagem de uma figura com um capacete,
estranhamente semelhante a um guerreiro. Exactamente a mesma imagem que surgiu
quando o teste foi aplicado à Virgem com o Menino e Santa Ana. Hugo Conti
explicou: tratar-se-iam de duas representações de Javé, deus descrito no Antigo
Testamento e que alegadamente simboliza a “luta da mente humana contra os
Vícios do corpo”.
Em Baco, a imagem oculta
também é uma referência às Sagradas Escrituras: um corpo com quatro pernas,
misto de homem e mulher. De acordo com Conti, trata-se da Árvore da vida no
jardim do Éden: “Todas estas imagens bíblicas escondidas estão relacionadas com
uma mensagem secreta deixada pelo artista. Representam alegorias do Génesis e
do Novo Testamento e abrem as portas a uma nova forma de interpretar as suas
obras.”
Embora os especialistas se
tenham mostrado cépticos, a imagem gerada pelo reflexo de A Última Ceia reforça
uma série de outras teorias. Entre as mãos de Jesus, exactamente no sítio para
onde Tiago dirige o olhar, aparece um cálice deitado: “O apóstulo Tiago não
está a fixar Judas, mas o lugar onde o Santo Graal, visível apenas através de
um espelho, está tombado na mesa.”
Em 1506, Leonardo Da Vinci
abandonou o fresco da Batalha de Anghiari que estava a pintar numa das paredes
do Salone dei Cinquecento, no Palazzo Vecchio, de Florença. Era uma pintura
grandiosa e violenta, com cavalos possantes e soldados furiosos de espadas em
punho. Mesmo inacabada, era uma obra admirável, copiada repetidamente por
discípulos de Da Vinci.
Depois, em menos de meio
século, a tinta começou a soltar-se das paredes – não se sabe se foi mais uma
experiência que correu mal ou se a culpa foi de Francesco Nuti, merceeiro, que
lhe vendeu óleo de linhaça adulterado. Em 1563, o fresco estava na iminência de
se perder para sempre. Foi nessa altura que Giorgio Vasari recebeu uma
encomenda por parte dos Medicis, entretanto regressados ao poder: pintar nas
mesmas paredes a batalha de marciano, que opusera nove anos antes, na Toscana,
os exércitos de Florença e Siena. Aceitou o trabalho. E o fresco de Leonardo
desapareceu.
Por que Motivo terá Vasari
pintado por cima do trabalho de Leonardo? O investigador Charles Nicholls não
deslinda i mistério: “Há duas coisas que se podem inferir, uma pessimista,
outra optimista: que, na opinião de Vasari, nada se via que valesse a pena
conservar; ou então que tomou medidas para proteger o que lá estava antes de
começar a pintar.”
A má notícia? O fresco
perdeu-se mesmo. A boa? Tudo aponta para que o biógrafo soubesse perfeitamente
o que estava a fazer. Mais uma vez, foi Maurizio Seracini quem descobriu tudo.
A busca durou 35 anos. Desde a década de 70 do século passado que o director do
Centro de Ciência Multidisciplinar da Arte, Arquitectura e Arqueologia da
Universidade da Califórnia viveu obcecado com os relatos sobre os magníficos
cavalos de Leonardo (que subsistem através de várias cópias dos estudos para o
original, a mais conhecida será a de Rubens).
Em 2005, encontrou o que
procurava: o fresco perdido, de Leonardo, estava mesmo por baixo da Batalha de
Marciano, pintada por Vasari. Por meio de radares e equipamentos de raios X, o
especialista descobriu uma pequena câmara-de-ar, de não mais de três
centímetros, que separa a pintura de Vasari do mural de Leonardo Da Vinci.
O município de Florença e
o Ministério da Cultura italiano autorizaram, em 2007, que o especialista prosseguisse as
investigações. Seracini esta actualmente a trabalhar em parceria com um
fotógrafo e um cientista nuclear, no desenvolvimento de uma câmara de rais
gama, capaz de detectar pigmentos atrás do fresco de vasari. O problema: as
despesas ascendem a 190 mil euros e, até á data, nenhum patrocinador ofereceu
tanto ( o fotografo david Yoder e a National Geographic até lançaram uma
campanha de angariação de fundos para viabilizar o projecto).
Fascinante foi a forma
como Maurízio Seracini resolveu o mistério e teve a certeza de que estava a
procurar o mural perdido no sítio certo. Depois de horas a estudar o fresco de
Vasari, descobriu uma mensagem enigmática numa das dezenas de bandeiras
pintadas no quadro, composto por uma imensidão de corpos, espadas e lanças, No
topo do fresco, a cerca de 12 metros do chão, o especialista encontrou uma
bandeira, carregada por um soldado florentino. Sobre o verde, a tinta branca, o
especialista conseguiu ler, apenas com a ajuda de binóculos, duas palavras, com
não mais de dois centímetros e meio de altura. Uma mensagem disfarçada por
Giorgio Vasari para os especialistas do futuro: “Cerca Trova” – Procura e
Encontrarás.
Fonte: Revista Visão
Texto: Tânia Pereirinha
Fotos da Net
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