Mostrar mensagens com a etiqueta Europa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Europa. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Eslováquia

Tatras


Num raio de vinte quilómetros – um dia a pé de caminho - não haverá mais do que um par de abrigos de montanha para recuperar das fadigas a mitigar os calos com um chocolate tépido ou um sifão de Borovitska, o sulfuroso vodka doméstico.
Quem pretenda cruzar as montanhas de uma tirada – a viagem mais demorada durará cinco dias – é, aqui que deve pernoitar. Os abrigos recebem até 20 pessoas e a acomodação faz-se em beliches num dormitório espaçoso – se reservar com antecedência terá um quarto duplo disponível a cerca de cinco euros por cabeça. Hospedaria básica, ruidosa, bulhenta, mas asseada, e com a garantia de uma noite de antologia entre os ‘highlanders’, os indígenas tátricos famosos pelas suas vozes epidurais e folclore arrebatador.

(Grandhotel Praha)

A alternativa aos abrigos é fazer caminhadas de um dia e volta  e escolher para estadia um dos hotéis do sopé das montanhas, como o Grandhotel Praha, um monumento de Art Nouveau fundado em 1906 pelos franco-belgas da Wagons Lits, ou a recém aberta Penzion Teniscentrum, um sóbrio aparthotel do impagável Peter Simcák, uma velha glória do ténis que não se fará rogado em desafia-lo para um bate-bolas de Tchecov ou Kundera (em alemão).

(Penzion Teniscentrum)

Poderá ainda instalar-se num dos muitos sanatórios convertidos em hospedarias chiques nas margens do lago Strbské Pleso, o remanso para onde o escritor Frank Kafka se recolheu atacado de tuberculose: a morada certa é a Villa Tatra, em Tatranske Matliare. 

(Lago Strbské Pleso)

Ou então, para uma derradeira experiência tátrica, deverá reservar o quarto 25 do Hotel Tulipán, em Tatranská Lomnica, onde o actor britânico Jeremy Irons procurou o bom aconchego das sopas de alho, dos patês de ganso e da simpática ‘chefa’ Francisca durante as filmagens de ‘ Harry Potter’, a saga juvenil criada pela escritora multimilionária J.K.Rowling.
Mas a maneira mais genuina ( e que mobiliza um milhão de visitantes por ano) é ensacar umas peúgas acolchoadas, um anoraque de penas e umas calças coleantes e fazer-se à montanha livre de ornamentos e exigências urbanas. Se não for renitente a uma higiene  elementar e a alimentar-se um par de dias de gulash, cogumelos e tarte de maçã, terá aqui o ensejo para experimentar o tantrismo dos tatras. Isto se a face de pedra atapetada de musgo não lhe servir como repouso nocturno, embora o acto seja desaconselhado, pois os ursos ainda são animais classificados na fauna local.

(A entrada nas montanhas Tatras e High Tatras, na Eslováquia)

Os ursos e os russos cujas propriedades selvagens são motivo de grande indignação para Matej Sanitrár, um empresário de Banska Bystrica que em tempos negociou lã de carneiros merinos para todo o Reino Unido. Não apurámos se é dor de corno ou uma grande verdade, mas Matej engrossa mesmo a voz para acusar os russos de andarem a judiar, de forma deveras imbatível, os pastores com “rublos de origem duvidosa”.


Uma semana depois ainda não houve um patriota que dissesse bem destes novos russos vistos como uma legião de alpinistas alternativos. A última declaração do Império (espécie de neo-colonialismo à russa) é decorar os Tatras de hotéis de luxo e estâncias de esqui inspiradas nas vertentes alpinas.” São excelentes entertainers e fazem boas casas”, garante o empresário Matej Sanitrár. “ No apréssky gostam de mergulhar em Dom Perignon, caviar Iraniano e mamilos dos Urais às estepes”, respondo-lhe com conhecimento de causa.

(O pico mais alto das Tatra é o Gerlachovský štít, (anteriormente chamado de pico Franz Joseph) e encontra-se a 2.655 metros de altitude, na Eslováquia)

É contra esse espírito de saque progressista (velha herança da indústria siviete) que proposta Dusan Hudák, um guia de mntanha, e estudante de Filosofia em Bratislava, nado e criado no coração dos Tatras, que anda a ultimar uma espécie de Greenpeace tátrico contra os abusos tétricos. “Não precisamos do dinheiro russo para salvar as montanhas. Sempre que houve uma crise – como a tempestade ciclópica de 19 de Novembro de 2004 que devastou a face dos Altos Tatras e ainda é visível, ou a separação indesejada da República Checa – fomos nós que nos voltamos a levantar sozinhos”, troveja o jovem gigante. 

(Santuário da Rainha de Tatras)

Dusan, de trança viking na nuca, um metro e noventa e sete de altura e voz grossa à Charles Bronson, será o nosso pastor de almas. Como diria o Signore Pavel, “ o rapaz mais indicado para mostrar a sabedoria da montanha”. Ora nem mais.

Fonte: Revista Domingo
Texto: Tiago Salazar
Fotos da Net
𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð

domingo, 9 de outubro de 2016

Grécia


Uma viagem cultural
Aliar o descanso à descoberta do passado é sinónimo de optar por uns dias de férias num país onde a cultura e as raízes passadas sempre falaram e continuam a falar por si mesmas.

Foi a anfitriã de um dos maiores encontros mundiais, ou seja dos Jogos Olímpicos, mas a Grécia tem, na sua natureza, muitas e diversas atracções turísticas. Na verdade, este é um país bastante procurado, tanto pela sua beleza como pela grandiosidade e sumptuosidade dos seus patrimónios centenários e afamados além-fronteiras. Se quer reunir a tranquilidade à ânsia de descoberta, a Grécia é um destino a ser considerado.

Um passado com história


De acordo com os historiadores, a Grécia antiga construiu uma civilização que, ainda hoje, continua a exercer o seu fascínio nos vários domínios do saber humano. Desde a ciência até à política, passando pela literatura, a filosofia, a arte, entre outros campos de interesse, a sua influência mantem-se intacta e vários são os turistas que procuram conhecer um pouco melhor os segredos de um país que está tipicamente ligado ao mistério e a um passado pautado de diversos testemunhos efémeros e eternos. Apesar de quase todas as cidades serem conhecidas pelas suas raízes históricas, Atenas parece ser, ainda hoje, o local mais procurado. Para além dos Mosteiros de Meterora, uma das curiosidades mais célebres da Grécia, os turistas poderão ainda admirar o centro religioso e monástico datado dos séculos XII ao XVII, constituindo-se como uma verdadeira obra de referência.

A Paixão pelos Deuses


Se há países que são conhecidos por serem católicos ou protestantes, esta é uma nação vista como puramente mitológica. Na verdade, falar da Grécia é falar da deusa Afrodite, da Atena ou mesmo do deus Dionísio e ninguém consegue dissociar a ideia da mitologia ao conhecimento mais profundo deste país. Quem visita os locais históricos depressa se vê a “penetrar” num mundo diferente onde descobrir é a premissa principal, ao mesmo tempo que nos deixamos levar pelo mistério de uma tradição singular e única.

O Povo


Para além dos monumentos tão populares, a Grécia é também conhecida pelo seu povo. Desde sempre os gregos se destacaram em variadíssimos temas, como por exemplo, na cultura, na escrita e na matemática. Quem não conhece as divagações de Sócrates ou então o tão falado Onassis, um empresário de renome, já falecido, mas em tempos portador de uma fortuna que, ainda hoje, é vista como a maior do mundo? Uma coisa é certa: quem visita este país não se dedica apenas ao descanso. Visitar a Grécia é aprofundar os nossos conhecimentos e, acima de tudo, aprender a gostar de uma cultura que, apesar de ser uma das mais antigas, continua a ser de referência e de eleição mundial.

Fonte: Revista Click In
Texto/Autor: Desconhecido
Fotos da Revista
𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Liverpool

Liverpool

Liverpool, uma das cidades mais carismáticas de Inglaterra. Ancorada na margem norte do estuário do Rio Mersey, no noroeste do país, a pouco mais de 50 km da vizinha Manchester, esta grande cidade portuária não costuma fazer parte dos roteiros turísticos portugueses.

E é pena porque Liverpool é muito mais do que o berço dos lendários ‘The Beatles’ e do famoso clube de futebol.
 
Trata-se de uma cidade populosa (cerca de meio milhão de habitantes) cheia de história, pergaminhos e bens culturais… que, apesar do tradicional nevoeiro e do robusto legado patrimonial vitoriano, não é um lugar tipicamente inglês, tão profunda foi (e continua a ser) a influência Irlandesa e escocesa na matriz da cidade. Para aqui fugiram milhares de irlandeses por altura da Grande fome e por aqui se fixaram outros milhares de escoceses quando as docas do porto fervilhavam de movimento e requeriam mão-de-obra barata.

 
(Pier Head )
 
O porto de Liverpool já era um dos mais movimentados do mundo antes de se tornar peça chave na hegemonia marítima e comercial do vasto Império Britânico. A cidade tornou-se uma potência mercantil de primeira ordem – por exemplo, o desafortunado paquete Titanic estava registado em Liverpool – e quando o império se esfumou. Liverpool soube aproveitar os despojos desse tempo de glória em benefício dos habitantes.

 
(The liver)
 
Com vastas áreas reconvertidas em espaços de passeio e lazer, a frente ribeirinha de Liverpool é hoje um dos ‘waterfronts’ mais notáveis da Europa; o troço mais famoso e verdadeiro ‘coração’ de Merseyside é o chamado Pier Head e o seu famoso horizonte urbano denominado pelo conjunto arquitectónico ‘Liver Birds’. O Pier Head, o porto de Liverpool e os edifícios ‘ The Liver’ e ‘The Cunard’ foram, aliás, declarados Património Mundial pela Unesco.(The Liver)

(The Cunard)
Outra atracção é a Albert Dock, plena de bares e restaurantes sofisticados. Liverpool também oferece um espólio arquitectónico e cultural surpreendente para quem pensa que a Inglaterra se resume ao magnetismo de Londres.(the Cunard)
 
 
(Albert Dock)
 
Com mais salas de teatro, cinemas, museus, galerias e edifícios históricos classificados do qualquer outra cidade das ilhas britânicas (à excepção de Londres), a história de Liverpool está intimamente ligada á cultura e ás artes performativas que encontraram terreno fértil no espírito rebelde, criativo e humorado que historicamente caracteriza os seus habitantes – os ‘scousers’.

A cidade é um bastão da poesia e da música britânica desde os anos sessenta e recebe milhares de visitantes entusiastas dos ‘Beatles’ e o inconfundível ‘Merseybeat’, hoje presente em novas bandas como os ‘The Coral’ e os ‘The Zutons’.

Fonte: Revista Domingo (Correio da Manhã)
Texto: André Pipa
𺰘¨¨˜°ºð000/2016𺰘¨¨˜°ºð
Fotos da Net
© Carlos Coelho

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Escócia - Stirling

Lendas e cavaleiros andantes

Stirling, pequena localidade situada na Escócia, não longe de Glasgow, ficará para sempre ligada a William Wallace, herói escocês, retratado no filme Braveheart por Mel Gibson, que muitos de nós vimos e cuja história nos fascinou.
Curiosamente, ainda hoje Stirling respira uma atmosfera épica, e essa foi uma das coisas que mais me impressionou logo que saí do comboio que me transportou de Glasgow até ao meu destino. O dia estava radiante e convidada à visita. Como a subir custa mais, resolvi deixar a visita à cidade para mais tarde e apanhei um Taxi que me levou até ao cimo do monte onde um imponente castelo parece vigiar a cidade. Actualmente, como já não é necessário proteger os habitantes de ataques, essa função cessou. Ainda assim continua a mostrar a história local de um modo muito especial.


Chegada lá acima, a vista soberba sobre os campos e montes circundantes, assim como os belos telhados da cidade, fez-me parar durante longos momentos, a fim de absorver todas as belezas que me era dado a conhecer.
Também o monumento a William Wallace se ergue lá ao longe, majestoso, corroído pelas intempéries e pelo passar dos séculos, mas que só lhe acrescentaram uma beleza quase irreal.
Construído em 1869 no topo de um penhasco vulcânico, a Abbey Craig, para homenagear o herói escocês William Wallace, é uma torre gótica vitoriana com 76 metros de altura. Através de uma escada em espiral chega-se a salões com exposições sobre a vida e as batalhas do herói.


Monumento a William Wallace

Antes de entrar no castelo pude admirar duas estátuas, uma erguida aos soldados do Regimento Highlanders, o regimento da rainha Isabel II (ignorava que tivesse aqui a sua sede e, curiosamente, também um museu muito interessante, que conta a sua história através dos tempos e onde pode também cunhar a sua própria moeda), e outra ao rei Robert de Bruce outro dos heróis escoceses.


Estátua do Rei Robert de Bruce

O castelo de Stirling está muito bem conservado e tem excelentes guias, que contam a história do mesmo de uma forma bastante interessante e que não deixa de captar a atenção do público. Reparei que havia também estudantes de várias escolas das redondezas a fazerem a visita, sendo alguns deles ainda de tenra idade.


De facto, não só os edifícios que constituem o castelo são de grande beleza como a maneira como nos é dada a conhecer a actividade que ali existia acrescenta um realismo extraordinário a muitos dos seus espaços, nomeadamente a cozinha. Réplicas do pessoal daquela época (tão reais que quase nos confundem) ”preparam” um banquete opíparo.
Depois da visita ao castelo, a descida foi feita a pé, para gozar o sol que brilhava com toda a intensidade e visitar tudo o que havia pelo caminho. A primeira paragem foi na bela Igreja Holy Rude, rodeada pelo cemitério com as suas cruzes celtas.


Igreja de Holy Rude


Curiosamente, cemitérios como este, com as suas campas e cruzes em granito, abertos, situados à volta da igreja, respiram uma paz que nos faz parar por uns momentos e esquecer o stress do dia-a-dia.
Continuando a descer, cheguei finalmente a Stirling, que com uma população de 36 mil habitantes, é uma cidade pacata. O primeiro aviso que recebi foi o de que os seus habitantes são conhecidos pelo sarcasmo, talvez uma alusão ao humor britânico, tão diferente do nosso, pois revelam uma extrema amabilidade e estão sempre prontos a ajudar os visitantes. Logo à entrada da cidade ergue-se a velha cadeia, um edifício vitoriano que vale a pena visitar, não só pelas histórias contadas como para apreciar o actor que aqui faz guia.
Já me estava a esquecer da bela mansão Argyll’s Lodging, construída em 1632, e que também não deve deixar de visitar.


                                                Mansão Argyll’s Lodging

O melhor mesmo é deambular pelas estreitas ruas de Stirling e apreciar todas as suas belezas.
Não sei se foi o bom tempo que se fazia sentir na altura em que realizei a minha viagem se todas as lendas que me foram dadas a conhecer, certo é que Stirling deixou uma imagem de rara beleza impressa na minha mente, imagem quase etérea, que nem o tempo irá conseguir apagar.

Fonte: Revista Caras
Caras Viagens
Texto: Francisca Rigaud
© Carlos Coelho

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Dinamarca - Copenhaga

Um passo à frente

Onde os dias e as noites se confundem mais cedo do que é habitual, onde as bicicletas e a organização têm prioridade encontra-se Copenhaga.

 Brasão oficial de Copenhaga


O reino da Dinamarca é uma mostra de arquitectura, qualidade de vida e bem-estar.
A chegada a Copenhaga começa com uma excelente surpresa: o aeroporto internacional tem marcas indeléveis da arquitectura nórdica dos nossos dias. A luz e o vidro estão presentes num investimento de 120 milhões de euros em design de alta qualidade.

Igreja Grundtvig

História

A comissão para a construção de uma igreja para ser nomeado após o filósofo e escritor dinamarquês hino NFS Grundtvig foi decidida através de um concurso, venceu por Peder Jensen Vilhelm-Klint em 1913. A fundação da nova igreja só foi estabelecida após Mundial War I, em 8 de Setembro de 1921, o aniversário do Grundtvig. Edifício ocorreu principalmente 1921-1926 quando a seção torre foi concluída, levando à inauguração inicial da chamada Igreja da Torre, em 1927. Além disso o trabalho no interior e em edifícios adjacentes continuou até 1940 e foi concluída pelo filho de Klint Kaare Klint após a morte de seu pai em 1930. A igreja está no centro de um empreendimento residencial (1924-1936), também em tijolos amarelos, projectado por Jensen-Klint em harmonia com a igreja.

Arquitectura

O projecto de Jensen-Klint para a Igreja de Grundtvig é uma síntese de estilos arquitectónicos. Na preparação para o projecto, o arquitecto estudou muitas igrejas de aldeias dinamarquesas, particularmente aquelas que, na ilha de Zelândia com frontões escalonados. Suas tradicionais técnicas de construção, materiais e decoração inspiradas nos seus designs. Klint fundiu as formas geométricas modernas de tijolo expressionismo com os clássicos verticais da arquitectura gótica.

A característica mais marcante do edifício é a sua fachada ocidental, uma reminiscência de uma Westwork ou do exterior de um órgão de igreja. Ela inclui os 49 m (160 pés) de altura torre sineira. A fachada imponente com sua forte verticalidade orienta os olhos para o céu. A metade inferior da torre é simples de tijolo, enquanto o curso superior apresenta a aparência de uma superfície sólida, ondulando.

Klint decorou a nave com uma versão dos frontões escalonados comuns em igrejas dinamarquesas, mas reinterpretado, duplicando o ápice. A nave foi projectada com dimensões generosas: a igreja salão triplo naves laterais é de 76 m (259 pés) de comprimento no total e 35 m (115 pés) de largura; a nave tem uma altura de 22 m (72 frente).

Interior 

O interior, inspirado na arquitectura gótica e comparável em tamanho a Copenhaga catedral, cabe uma congregação de 1.800. Cerca de seis milhões de tijolos amarelos, um material típico edifício dinamarquês, foram utilizados para o edifício. No seu plano de chão, o interior  assemelha-se  ao de uma igreja gótica típico com uma nave, dois corredores laterais e um pequeno transepto. As suas proporções são também Gótica. Uma nave longa e estreita, um tecto extremamente alto, as colunas que sobem até arcos pontiagudos e as abóbadas nervuradas virilha acima da nave e corredores. Mas é o tijolo amarelo e a falta de ornamentação que contribuem para a verticalidade gótica aderindo ao mesmo tempo a estética minimalista e moderno.


A estrada arborizada aolongo conduz através de Bispebjerg cemitério directamente para a igreja e os edifícios de acompanhamento, criando um eixo de visão semelhantes aos do período barroco.

A perfeição contínua, seguindo as indicações para o Hotel Hilton, parte integrante deste porto aéreo. Cinco estrelas que poderiam ser mais. À distância de uma rápida viagem de comboio fica o centro de uma cidade que já foi fustigada por incêndios e guerras, mas que preserva identidade.

 Igreja de Mármore

Uma grande igreja localizada no centro de Copenhaga. Projectada pelo arquitecto Nicolai Eigtved em 1740 esta igreja foi destinada a comemorar os 300 anos da primeira coroação de um membro da Casa de Oldemburgo. A sua cúpula é a maior de todas as igrejas escandinavas e conta com 31 metros. Apesar de ser projectada em 1740, a igreja só foi inaugurada mais de um século mais tarde, em 1894, depois das suas obras estarem paralisadas durante vários anos. Está localizada perto do palácio de Amalienborg.

Nyhavn (Porto Novo) é um dos cartões-de-visita da cidade de Copenhaga. Nada mais do que um canal mandado escavar pelo rei Cristiano V, entre 1671 e 1673, para dar passagem a barcos de mercadores, que se instalaram na zona marcando a época dourada de Nyhavn. Com o bombardeamento da marinha inglesa, em 1870, durante as Guerras Napoleónicas, veio a decadência tendo-se a zona tornado num antro de prostitutas e marinheiros ao bom estilo de qualquer porto de uma cidade digna desse nome. E foi precisamente nesse período que lá viveu, durante 20 anos, o seu mais ilustre morador, Hans Christian Andersen, tendo lá escrito os primeiros contos datados de 1835. Actualmente a zona é uma das mais concorridas da cidade, seja por locais, seja por turistas, abundando bares, cafés, esplanadas e restaurantes, muitos deles orgulhosos do seu passado como bordeis.

Kobenhavn é o nome escolhido para o local onde se encontram os jardins Tivoli, famoso parque de diversões, a Stroget, a mais longa rua pedestre da Europa, ou a Pequena Sereia.

Estátua da Pequena Sereia

Literalmente pequena. E não é apenas a capital da Dinamarca que se torna difícil de pronunciar. Smorrebrod é outro dos desafios que surgem a quem desejar pedir, num qualquer restaurante, uma fatia de pão preto e cereais coberta com diferentes petiscos, como o queijo, o salmão, a galinha ou o arenque.


Palácio Christiansborg

Um dos lugares mais turísticos da Dinamarca é o Christiansborg Palace Real no centro de Copenhaga, especialmente na ilha de Slotsholmen. Se você está planejando uma viagem para a capital dinamarquesa não deve esquecer de visitar este majestoso castelo.

Em todo o Palacio também encontrar muitos edifícios oficiais no país, portanto, uma vez lá, você pode levar para passear pelos vários cantos da área e descobrir o estilo arquitetônico da Dinamarca.

Real Christiansborg Palace na Dinamarca
O Palácio Real é o lar dos três ramos do mesmo governo: o executivo, legislativo e judiciário. Dentro você pode explorar suas diferentes áreas de grande interesse para os turistas, como a Biblioteca da Rainha que foi possuído pela Rainha Margrethe II, quartos Recepções Reales, os conselhos de administração das Cortes Reais, a directoria do Conselho de Ministros, o Chapel, parlamente, a Suprema Corte e os escritórios e gabinetes do primeiro-ministro.

Um magnífico edifício é o resultado de uma série de castelos e palácios construídos a partir da construção da primeira em 1167. Ao longo de sua história, o Palácio Real de Christiansborg já recebeu a família real dinamarquesa e já sediou o Parlamento.

Seu estilo arquitectónico magnífico é neobarrocas e construção influências claramente diferentes de diferentes períodos históricos são apreciados. A capela do palácio é neoclássico, enquanto as feiras pertence ao barroco.

Isto leva a um edifício de beleza deslumbrante que não deixa indiferentes os turistas, ambos especialistas em arquitectura e arte, como para amadores. Então, se você ainda não sabe o que pontos turísticos que você deve visitar na sua viagem para a cidade dinamarquesa, aqui, possivelmente, o mais importante de tudo.
  
Castelo de Egeskov

Os amantes da arquitectura e paisagens de sonho é um evento essencial na ilha de Fiona, localizado na zona rural da Dinamarca. Nesta região incrível e mágica tem-se a  oportunidade de admirar a beleza do Castelo de Egeskov, que detém o título de fortificação estilo renascentista mais bem preservado do velho continente.
É uma verdadeira jóia arquitectónica de grande riqueza artística e histórica que o vai deixar sem palavras. Sua enclave natural, rodeado por um parque de idade e jardins espectaculares, torna o lugar ainda mais mágico e bonito. Tanto é assim, que em torno desta fortaleza pode-se encontrar um jardim de ervas, um jardim da água, um jardim Inglês e até mesmo quatro labirintos de hedge.


Quanto à arquitectura, destaca o seu característico estilo renascentista e medieval do século XV, quando a construção começou. E se você acha que este é o fim de tudo, você está muito enganado, porque, além de paisagens de contos e uma arquitectura muito antiga e bonita, o castelo de Egeskov também abriga vários museus que estão abertos ao público.



A oportunidade perfeita para ver uma interessante colecção de automóveis antigos, coches pitorescos puxados por cavalos, veículos voadores e Carros de bombeiros. O paraíso para os amantes do automobilismo, que gostam de visitar com tais exposições interessantes e coloridas dizem.

Então, se você está a planear uma viagem para a Dinamarca e não sabe para onde ir, a Ilha de Funen é um dos destinos favoritos de muitos turistas de todo o mundo. Dê a si mesmo um descanso bem merecido o que precisa, e pode vir descobrir as muitas atracções da cultura dinamarquesa charmosas e pitorescas.
  
Ilha de Funen
Esta é a Ilha de Funen localizada no mar de Kattegat, na costa norte de Funen (Terceira maior ilha da Dinamarca). Com a sua forma triangular e a "cauda" longa, vista por este ângulo ela realmente se parece com uma raia singrando em águas tranquilas.
A simpática ilha de Funen (Fyn) é a terra natal do contador de histórias Hans Christian Anderson. Deve trilhar os seus passos e conhecer a vida e a obra do autor mais admirado no mundo.

Kongens Nytorv – Copenhaga

Como se fosse uma tapa, mas com mais estilo. O mesmo estilo que se encontra nas ruas de uma cidade e de um país planos, onde andar de bicicleta é quase obrigatório.
Não se esqueça de olhar para todos os lados antes de se aventurar a pé pelas concorridas ruas cheias de história e de comércio.

Esta é a cidade de Hans Christian Andersen, Karen Blixen ou Soren Kirkegaard e onde já pernoitaram os hóspedes mais famosos do planeta. Principalmente no Radisson SAS Royal Hotel, um dos raros arranha-céus de Copenhaga. Da lista fazem parte os Beatles, Nelson Mandela,Frank Sinatra ou o Dalai Lama.


Mas Copenhaga é também uma cidade de experiências sociais como Christiania, esse estado livre com leis próprias fundado em 1971 por um grupo de hippies. Hoje resta uma recordação de outros tempos de drogas, pacifismo e zona livre de impostos. Chamavam-lhe paraíso; agora é ponto de encontro para consumo de drogas leves. Lado a lado com monumentos, museus, jardins e espaços públicos onde apetece estar.

Castelo Rosenborg

Um castelo de pequenas dimensões, construído em 1606 e completado em 1624… Até aproximadamente 1710, o castelo foi usado como residência da família real, mas após o reinado de Frederick IV, ele apenas foi utilizado como tal em 1794, quando o Palácio de Christiansborg foi incendiado, em 1801, quando os ingleses invadiram Copenhaga. Actualmente, ele pode ser visitado pelos turistas que poderão ver objectos da família real que vêm desde do século XV ao século XIX.

Teatro de Copenhaga

BI – Copenhaga é a capital da Dinamarca, a mais antiga monarquia da Europa;
População: 600 mil habitantes (1,7 milhões na grande Copenhaga; 5,3 milhões em toda a Dinamarca)
Fuso Horário: GMT mais uma hora (mais 2 horas entre o último domingo de Março e o último domingo de Outubro).
Moeda: Krone, a coroa Dinamarquesa (1DKK=0,133 Euros).

Fonte: Revista Grande Reportagem
Fotos da net
©Carlos Coelho 

sábado, 10 de janeiro de 2015

Turquia - Capadócia

(Καππαδοκία)

A Capadócia (em turco: Kapadokya, em grego: Καππαδοκία; transl.:  Kappadokía) é uma região histórica e turística da Anatólia central, na Turquia.
A noção de "Capadócia" é tanto geográfica como histórica, tendo os seus contornos variado consideravelmente, conforme as épocas e pontos de vista. O geógrafo e historiador grego Heródoto considerava que a Capadócia estava delimitada pelos Montes Tauro a sul, pelo Lago Tuz (em turco: Tuz Gölü) a oeste, pelo rio Eufrates a leste, e pelo mar Negro a norte, uma área que, com algumas variações, foi sucessivamente uma satrapia (província) persa, satrapia do Império Macedónio, Reino da Capadócia e província romana.
Atualmente, o termo Capadócia tanto pode referir-se a uma área de aproximadamente 15 000 km² entre Aksaray, Hacıbektaş, Kayseri e Niğde, cuja população total não chega ao milhão de habitantes,  como a uma área muito mais restrita, o triângulo com aproximadamente 20 km de lado delimitado por Nevşehir, Avanos e Mustafapaşa, a sul de Ürgüp, sendo esta última zona a mais conhecida em termos turísticos. Em muitos mapas, o nome da Capadócia não é mencionado, já que não corresponde a qualquer demarcação política.


(Capadócia com neve)

Em alguns contextos, principalmente na Antiguidade, o termo Capadócia designa uma região ainda mais vasta que a descrita por Heródoto, estendendo-se à costa mediterrânica a sul e quase até o que é hoje a Arménia a norte. O historiador grego Estrabão chama Cilícia à zona administrativa do que é hoje Kayseri, a antiga Cesareia e Mazaca, um termo que é mais usualmente aplicado, pelo menos em registos mais recentes, à região costeira do sul/sudeste da Anatólia. 
As características mais distintivas da região são as formações geológicas únicas, resultado de fenómenos vulcânicos e da erosão, e o seu rico património histórico e cultural, nomeadamente cidades subterrâneas e inúmeras habitações e igrejas escavadas em rocha, muitas destas com admiráveis frescos. 
Em 1985, o Parque Nacional de Göreme, uma das áreas mais famosas da região, com 9 576 ha, foi declarada Património Mundial pela UNESCO.


(Parque Nacional de Göreme)

A região é habitada há milhares de anos continuamente. Algumas civilizações antigas floresceram aqui, como a dos Hititas, tendo a região sido ocupada e sofrido influências de outras civilizações originárias da Europa e da Ásia Menor, tendo todas elas deixado a suas marcas.

(habitações trogloditas)
As características geológicas deram origem a paisagens que são frequentemente descritas como lunares, se bem que a região não seja desértica. As rochas da região, principalmente tufo calcário,[carece de fontes] adquiriram formas caprichosas ao longo de milhões de anos de erosão, e são suficientemente macio para permitir que os humanos construam as suas habitações escavando-as, em vez de erigir edifícios, o que faz com que nessas paisagens lunares abundem cavernas naturais e artificiais, algumas delas ainda habitadas.
A situação geográfica da Capadócia, tornou-a encruzilhada de rotas comerciais importantes ao longo dos séculos e tornou-a alvo de contínuas invasões. Para se refugiarem durante as invasões e razias, os habitantes construíram refúgios subterrâneos, por vezes verdadeiras cidades, supondo-se que as mais antigas podem remontar ao tempo dos Hititas, há mais de 3 000 anos, e que muitas ainda estarão por descobrir. Algumas podem ser visitadas, como é o caso das de Derinkuyu, Kaymakli, Özkonak e Mazi. Estas cidades teem vários níveis — a de Kaymakli, por exemplo, tem nove, embora apenas quatro estejam abertos ao público, estando as outras reservadas para investigação arqueológica e antropológica, — e dispõem de canais de ventilação, cavalariças, padarias, poços de água e tudo o mais necessário para que os seus ocupantes, cujo número podia alcançar os 20 000, pudessem resistir durante vários meses sem que fossem detectados pelos invasores. Durante o período bizantino, algumas destas construções subterrâneas foram transformadas em igrejas e decoradas com frescos nas paredes e tectos.

Origem e significado do nome

Crê-se que o nome Capadócia provém do vocábulo hitita Katpadukyant  (terra de cavalos de raça). Outras fontes apontam a origem do nome nos persas, que chamaram à região Katpatuka (igualmente "terra de cavalos de raça" ou de "terra de belos cavalos"). No entanto, o termo Katpatuka não é de origem persa, embora Heródoto referisse na sua descrição da conquista da Lídia pelos Hititas que era esse o nome dado à região pelos persas. Os gregos chamavam à região Leucosyri (Λευκόσυροι, (sírios brancos).

A fama dos cavalos da região remonta, pelo menos, ao tempo dos assírios. Há registos dos reis Assurbanípal (século VII a.C.), da Assíria, Dario I (521–485 a.C.) e o seu filho Xerxes I (519–465 a.C.), da Pérsia, terem recebido como presente cavalos da Capadócia, e Estrabão relata que os cavalos faziam parte do tributo da região aos persas.

(Detalhe assírio no Museu das Civilizações da Anatólia, Ancara)
Geografia e geologia

 (O vulcão Argeu (Erciyes Dağı), a montanha mais alta da Capadócia e da Anatólia Central (3 917 m))



(O vulcão Hasan (3 268 m))
Toda a região se encontra num planalto com aproximadamente 1 000 m de altitude, o que, aliado à sua situação muito interior, explica o seu clima marcadamente continental, com Verões quentes e secos e Invernos frios com neve. A precipitação é esparsa e a maior parte da região é semi árida quando não mesmo árida.

A paisagem única da região é o resultado da ação de forças naturais ao longo de milhões de anos.
Há 60 milhões de anos formou-se a cordilheira de Tauro, na Anatólia meridional, ao mesmo tempo que se formavam os Alpes. A formação daquela cordilheira deu origem a numerosas elevações e depressões na Anatólia central.
A atividade dos vulcões da Capadócia, nomeadamente o Argeu (Erciyes), Hasan, Acıgöl, Göllü e Melendiz, entre o Miocénico superior, há cerca de 10 milhões de anos, até ao Pliocénico, há cerca de 2 milhões de anos, cobriram a região de estratos ignimbriticos de diferentes densidades. No início do Quaternário, depositaram-se lavas basálticas bastante mais duras. Calcula-se que, só o Erciyes terá originado depósitos que cobriram 10 000 km² com uma espessura entre 100 e 500 metros.
Sob o efeito do arrefecimento do clima no Quaternário, a crosta basáltica abriu fendas e o solo desagregou-se, permitindo que a água e neve se infiltrassem e acentuassem a erosão, mais acentuada nos estratos mais macios, isolando cones de material mais resistente e escavando vales. Durante os períodos mais secos, foi a erosão dos ventos e da areia por eles levantada que foi mais determinante na modificação da paisagem. Este tipo de erosão é mais notável na superfície dos cones. Quando na parte superior destas elevações existe rocha basáltica, mais resistente ao efeito abrasivo, são formadas as chamadas chaminés de fadas, as quais são cones coroados por grandes pedras praticamente planas, que tanto aparecem isoladas, como em grupo, criando paisagens insólitas. Com a continuação do efeito da erosão, os pedestais dos blocos basálticos acabam por colapsar.



(Vista de um vale com chaminés de fadas)



(Alguns locais mais interessantes para o visitante da Capadócia)

(O vale de Avcilar, na região de Nevşehir)
As zonas sem basalto deram origem a vales, as zonas de tufo macio desagregaram-se completamente, formando zonas planas poeirentas, enquanto que nas encostas, a erosão esculpiu desfiladeiros, mesas, escarpas, pirâmides de 15 a 30 metros, picos, agulhas que por vezes lembram minaretes, cones e chaminés de fadas. A erosão continua nos nossos dias: os picos e cones atuais vão desaparecendo lentamente, ao mesmo tempo que outros se estão a formar nas encostas à beira dos planaltos.

A tufa desagregada dá origem a um solo muito fértil quando é irrigado e adubado com o fertilizante típico da zona, fezes de pombo.

Embora os vulcões se tenham praticamente extinguido no 2º milénio a.C., há indícios de erupções mais tardias, nomeadamente uma em 253 a.C.

Algumas das povoações mais importantes da região:
Aksaray
Avanos
Göreme
Gülagaç
Gülşehir
Kayseri (Mazaca da Antiguidade, Cesareia romana e bizantina)
Nevşehir (antiga Nissa)
Niğde
Uçhisar
Ürgüp

Alguns dos locais com mais interesse para o visitante:

Museu ao ar livre de Göreme;
Peribacalar vadisi (vale das chaminés de fada);
Cidades subterrâneas de Derinkuyu, Özkonak, Tatlarin, Mazi e Acigöl;
Vale de Zelve;
Vale de Soganli;
Vale de Soganli;
Vale de Ihlara
Gomeda;
Diversas igrejas bizantinas, a maior parte das quais em cavernas, como sejam as de El Nazar e Aynali

História

Çatalhüyük e Puruskanda

Çatalhüyük foi um povoado Neolítico situado a sul do que é hoje Konya, aproximadamente 200 km a este-sudeste de Aksaray. Durante alguns anos apontado por muitos como o mais antigo exemplo conhecido de povoamento urbano em todo o mundo, data do 7º milénio a.C.. Aí foi encontrado o que se considera o começo da história da Anatólia. Trata-se de um fresco mural, que apresenta em primeiro plano as casas da localidade, e ao fundo um vulcão fumegante em erupção. Crê-se que esse vulcão sejam o Hasan Dag, distante aproximadamente 300 km de Çatalhüyük. O fresco está exposto no Museu das Civilizações da Anatólia, em Ancara, e é provavelmente a pintura paisagística mais antiga do mundo.

Entre o 6º e o 5º milénios a.C., a Capadócia tinha vários principados independentes. A cidade mais importante desse período era Puruskanda. No século XXIII a.C. 17 destes principados uniram-se para lutar contra o rei acádio Naram-Sin, no que foi a primeira de muitas alianças na história da Anatólia e Capadócia.

Os primeiros habitantes conhecidos da Capadócia foram os hatitas, cuja capital, Hattusa, situada a aproximadamente 200&km a norte de Nevşehir, seria posteriormente a capital dos Hititas. A civilização hatita remonta ao 4º milénio a.C., época dos achados mais antigos de Alacahöyük, a estação arqueológica mais importante dessa civilização, situada a pouco mais de 20 km a norte de Hattusa.

Colónias comerciais assírias

No início do 2º milénio a.C., a Anatólia viveu um período florescente, tendo atraído numerosos habitantes. Os assírios, célebres pelas suas qualidades comerciais, instalaram-se na região, atraídos pelas suas riquezas, principalmente minerais, organizando bazares chamados kârum. O kârum mais importante foi o da cidadela de Kanesh (hoje Kültepe), a Neša dos hititas. Os assírios vendiam estanho, têxteis e perfumes, e compravam ouro prata e cobre.

Este tipo de comércio durou aproximadamente 150 anos, tendo acabado devido a guerras entre reinos da região. Em 1925, uma equipa de arqueólogos descobriu em Kültepe as Tábuas da Capadócia, que descrevem a colónia mercantil dos tempos assírios e que são o documento escrito mais antigo sobre a história da Capadócia.

(Ríton (vaso ritual) em terracota em forma de leão datado do século XVIII ou XIX a.C. encontrado em Kültepe)

Império hitita

Há poucas certezas quanto à origem da civilização hitita, embora alguns acreditem que são originários precisamente da Capadócia, mas é certo que ela floresceu na Anatólia central, com a Capadócia incluída, no 2º milénio a.C. tendo Hattusa (perto da atual Boğazkale, até recentemente, Boğazköy) como capital.
Os hititas fundaram vários povoados em conjunto com os habitantes locais e constituíram um império que se estendia até à Babilónia. O império durou cerca de 600 ou 700 anos, e pôs fim à dinastia semita de Hamurabi na Babilónia. Os séculos XV e XVI a.C. foram especialmente importantes na história hitita, marcando o apogeu da civilização. Alguns séculos mais tarde, as guerras com o Antigo Egito, que culminariam no célebre tratado de paz de Kadesh, de 1286 a.C., desgastaram o império, que acabaria por desmoronar-se cerca de 1200 a.C., com a chegada de invasores provenientes da Europa oriental, os povos do mar e os frígios.

Após a queda do império hitita, e até ao século VII a.C., a Capadócia atravessou o período mais obscuro da sua história. Cerca de 1 100 a.C. foi invadida pelo rei assírio Tiglate-Pileser I, sendo reconquistado pelos frígios no século IX a.C. e pela Lídia, em 696 a.C.. Os Medos ocupam parte do território alguns anos mais tarde, e os Cimérios fazem algumas incursões entre 650 e 630 a.C.

(Vasos rituais hititas do século XVI a.C. encontrados em Hatusa, expostos no Museu das Civilizações da Anatólia, Ancara)

Império Persa Aqueménida

(Cappadoce )

A Capadócia foi conquistada pelos persas aqueménidas em 546 a.C., durante o reinado de Ciro II, tendo-se mantido nessa situação até à conquista por Alexandre Magno, dois séculos mais tarde.
Os persas dividiram a Anatólia em províncias (satrapias) cuja administração estava a cargo de governadores (sátrapa) nomeados pelo imperador. Desde o reinado de Dario I que a Capadócia integrou a terceira satrapia. Embora formalmente fazendo parte do Império Aqueménida, a Capadócia mantém uma grande autonomia, sendo dirigida por uma aristocracia local de tipo feudal.
As províncias estavam ligadas ao porto de Éfeso (perto da atual cidade de Selçuk, na província de Esmirna [em turco: Izmir]) pela Estrada Real Persa, que começava nessa cidade e passava pelas cidades de Sardes (antiga capital do Reino da Lídia, em turco: Sart) e Mazaca (atualmente Kayseri), chegando até à Mesopotâmia e Susa, a capital do império. Os sátrapas enviavam para a Pérsia os impostos que cobravam em forma de ouro, carneiros, burros e os famosos cavalos da Capadócia.

Capadócia helenística



(Cappadoccia, foto aérea da Cidade)
Durante as campanhas de Alexandre, o Grande contra os Aqueménidas, os sátrapas da Capadócia combateram pelos estes últimos. Coube a Antígono Monoftalmo, general de Alexandre, lutar na Capadócia para manter as estradas que passavam pelo território.

Após a morte de Alexandre em 323 a.C. e a partilha do seu império, a Capadócia tornou-se satrapia de Eumenes de Cardia, um dos aliados do regente Pérdicas. Ariarate, que havia lutado por Dario III em Gaugamela, foi derrotado e executado por Pérdicas. Após várias lutas (as Guerras dos Diádocos), a Capadócia foi incorporada no reino de Seleuco Nicator.
Um sobrinho do antigo sátrapa Ariarate, também chamado Ariarate, tomou posse de parte da Capadócia, que foi aceite por Seleuco como um reino semi-dependente, e conseguiu a independência de facto durante o reinado do sucessor de Seleuco, Antíoco Sóter, pois este estava mais preocupado com a guerra contra o Egito Ptolemaico.

Período romano

Reino da Capadócia

Antes de ser anexada pelo Império Romano, o Reino da Capadócia era um dos muitos reinos sucessores do grande Império Macedônico de Alexandre, o Grande. A região foi governada pela dinastia Ariarátida10 de 331 a 95 a.C. O primeiro contato com a República Romana aconteceu no reinado de Ariarate IV, quando os capadócios se aliaram ao rei selêucida Antíoco, o Grande, durante a Guerra romano-síria de 192-188 a.C.

Depois da vitória romana sobre Antíoco, Ariarate iniciou uma relação amistosa com a República ao emtregar a mão de sua filha ao rei de Pérgamo, um aliado romano. Os reis ariarátidas passaram, a partir daí, a ser grandes aliados de Roma no oriente, agindo como um estado-tampão contra o Império Selêucida, que reivindicava o domínio sobre a região. O Reino da Capadócia também apoiou Roma na Terceira Guerra Macedônica contra Perseu da Macedônia entre 171 e 166 a.C. A vitória de Roma sobre ambos ajudou a estabelecer a República como uma das grandes potências do Mediterrâneo oriental.

Quando o rei Átalo III (r. 138-133 a.C.) morreu sem filhos em 133 a.C., ele deixou o Reino de Pérgamo para Roma. Eumenes III reivindicou o trono, ocupando a região. Em 130 a.C., o rei capadócio Ariarate V apoiou o cônsul romano Públio Licínio Crasso Dives Muciano em sua fracassada tentativa de depor Eumenes III e ambos morreram na batalha contra ele. A morte do rei resultou na ascensão de seu filho, ainda menor, Ariarate VI.

Mitrídates V, do Reino do Ponto, aproveitou-se da situação e passou a controlar o trono capadócio ao casar sua filha, Laódice com jovem rei. Mitrídates em seguida invadiu a Capadócia e transformando a região num protetorado do Ponto. Embora aidna nominalmente independente, a influência pôntica sobre a Capadócia continuou no reinado do filho de Mitrídates V, Mitrídates VI.

Em 116 a.C., Ariarate VI foi assasssinado pelo nobre capadócio Górdio por ordem de Mitrídates VI, que então instalou Laódice, sua irmã e viúva de Ariarate IV, como regência para o jovem Ariarate VII, seu sobrinho, solidificando ainda mais o controle do Ponto sobre o reino. Depois de casar-se com Laódice, o rei Nicomedes III da Bitínia tentou anexar a Capadócia ao Reino da Bitínia e depôs Ariarate VII. Mitrídates VI não esperou muito e invadiu a Capadócia, expulsando Nicomedes III e restaurando Ariarate VII. A Capadócia voltou novamente para a esfera de influência do Ponto.

Anos depois, em 101 a.C., o rei pôntico mandou assassinar Ariarate VII e instalou Ariarate IX, seu filho de apenas oito anos, no trono como um rei-fantoche. Apenas uma criança, Ariarate IX não conseguiu manter o controle do reino e seus nobres se revoltaram em 97 a.C., escolhendo Ariarate VIII, filho de Ariarate VII como rei. Mitrídates novamente agiu rapidamente e esmagou a revolta, exilando Ariarate VIII e restaurando seu filho ao trono.

Reino cliente de Roma (95 a.C. - 14 d.C.)

Por causa da instabilidade na Capadócia, Nicomedes III da Bitínia enviou uma embaixada a Roma em 95 a.C. reivindicando a região para si. Mitrídates VI fez o mesmo, buscando a permissão de Roma para anexar a Capadócia. O Senado Romano, porém, não autorizou nenhum dos dois a se apoderar da região.

Ao invés disso, os senadores exigiram que tanto Ponto quanto Bitínia se retirassem da Capadócia e garantiu sua independência, depondo Ariarate IX. Com o apoio militar do governador romano da Cilícia, Lúcio Cornélio Sula, Ariobarzanes I foi instalado como novo rei ainda no mesmo ano e o Reino da Capadócia tornou-se um reino cliente da República Romana.

Em 93 a.C., tropas do Reino da Armênia de Tigranes, o Grande, genro de Mitrídates VI, invadiram a Capadócia a pedido do rei pôntico. Tigranes depôs Ariobarzanes I, que fugiu para Roma, e coroou Górdio como novo rei cliente da Capadócia, só que desta vez subordinado à Armênia.

Com a Capadócia assegurada, Mitrídates invadiu o Reino da Bitínia e derrotou o rei Nicomedes IV, que foi forçado a fugir para a Itália, em 90 a.C. Uma delegação senatorial foi enviada ao oriente para restaurar tanto Nicomedes IV quanto Ariobarzanes I aos seus respectivos tronos e, apesar da Guerra Social ainda estar sendo travada na Itália, os romanos conseguiram repor os dois, sinal da influência cada vez maior da República na região.

Guerras Mitridáticas (88-63 a.C.)

Em 89 a.C., depois de ter firmado a paz com os romanos e da restauração de Ariobarzanes I ao trono capadócio, Mitrídates VI novamente invadiu a Capadócia, reinstalando seu filho Ariarate IX, dando início à Primeira Guerra Mitridática (89-85 a.C.), na qual Roma enfrentou o Reino do Ponto e seu aliado, o Reino da Armênia.

Lúcio Cornélio Sula assumiu o comando das tropas na região em 87 a.C. e derrotou decisivamente Mitrídates VI e seus aliados em 85 a.C. Com pressa para voltar para Roma por causa do aumento das tensões políticas, Sula impôs termos leves a Mitrídates: ele deveria desistir de controlar a Bitínia e a Capadócia, reinstalando Ariobarzanes I e Nicomedes IV como reis clientes romanos. Em troca, Roma permitiu que Mitrídates VI continuasse reinando sobre o Ponto.

Quando Nicomedes IV morreu, em 74 a.C., ele deixou o Reino da Bitínia como herança aos romanos, mas deixou um vácuo de poder na Ásia Menor que permitiu que Mitrídates VI invadisse e conqusitasse o reino sem rei. Quando ficou clara a intenção de Mitrídates VI sobre os protetorados romanos na Ásia Menor, inclusive a Capadócia, Roma iniciou a Terceira Guerra Mitridática para encerrar definitivamente a ameaça pôntica. Despachando desta vez o cônsul Lúcio Licínio Lúculo para a Ásia, Roma conseguiu expulsar o Ponto e a Armênia da região, reafirmando a dominância romana sobre os reinos clientes asiáticos em 71 a.C. e conquistando o Ponto no processo. Quando Mitrídates VI fugiu para a Armênia, Lúculo invadiu o reino também em 69 a.C.

Apesar do sucesso inicial, Lúculo não conseguiu encerrar decisivamente a guerra. Em 66 a.C., Mitrídates VI e Tigranes conseguiram retomar seus respectivos reinos e Lúculo foi convocado a Roma. O senado enviou Pompeu Magno para o oriente para tentar acabar de vez com a instabilidade. Ao ser derrotado por ele, Mitrídates VI novamente fugiu para a Armênia, mas, desta vez, Tigranes se recusou a recebê-lo, forçando-o a fugir para o norte, através do Mar Negro, para o Reino do Bósforo, cujo rei era o seu filho Macares do Bósforo, efetivamente encerrando a guerra em 65 a.C.

Quando Macares se recusou a entrar em guerra contra Roma, Mitrídates VI mandou matá-lo e assumiu pessoalmente o trono. Enquanto Mitrídates estava ansioso para enfrentar os romanos novamente, seu filho mais novo, Fárnaces II era da opinião contrária e começou a armar para depor o pai. Seus planos foram descobertos, mas o exército, que não tinha intenção alguma de enfrentar Pompeu e suas forças novamente, apoiou Fárnaces e, depois de marchar contra Mitrídates, obrigou-o a se suicidar em 63 a.C. Fárnaces II rapidamente enviou uma embaixada a Pompeu com ofertas de submissão. O general romano aceitou os termos propostos e, em troca, nomeou Fárnaces II como rei cliente de Roma no Reino do Bósforo.

Com Mitrídates VI fora do cenário político na Ásia Menor, Pompeu anexou definitivamente a Bitínia, o Ponto e a Cilícia à República Romana como províncias. Ele também invadiu a Armênia em 64 a.C. e conseguiu que Tigranes se submetesse também como rei cliente, o que permitiu que ele fosse para o sul e anexasse oficialmente a o Reino da Síria depois de depor seu rei, Antíoco XIII Asiático. Depois da morte de Ariobarzanes I, Pompeu, num de seus últimos atos no oriente antes de seu retorno triunfal a Roma, instalou o filho dele, Ariobarzanes II como novo rei da Capadócia.

Ariobarzanes II reinou até 51 a.C., quando foi assassinado por forças leais ao vizinho Império Parta. O Senado Romano declarou seu filho, Ariobarzanes III como herdeiro legítimo e, com o apoio militar do governador romano da Cilícia, Marco Túlio Cícero, instalou-o no trono capadócio. Em 50 a.C., Ariobarzanes III, com a ajuda de Cícero, descobriram um complô para depô-lo liderado por Atenais Filostórgos II, sua própria mãe, que pretendia instalar Ariarate X, seu irmão caçula, no trono. Juntos, Cícero e Ariobarzanes III exilaram Atenais, que era filha de Mitrídates VI, da Capadócia.

Guerras civis em Roma

A Capadócia aumentou muito a sua importância durante as guerras civis romanas. Quando Júlio César cruzou o Rubicão em 49 a.C. e começou a sua guerra civil, muitos membros do Senado, liderados por Pompeu, fugiram para o oriente. O rei capadócio Ariobarzanes III apoiou Pompeu contra César como retribuição pelo apoio dele ao seu pai anos antes. Porém, depois da vitória de César na Batalha de Farsalo e o subsequente assassinato de Pompeu em 48 a.C., Ariobarzanes mudou de lado e declarou sua lealdade a César, que nomeou Cneu Domício Calvino como governador da Ásia como poderes para agir em seu nome na região enquanto ele lidava com seus adversários no Egito.

Com os romanos distraídos pela guerra civil, Fárnaces II, o rei cliente do Reino do Bósforo e filho mais novo de Mitrídates VI, decidiu aproveitar a oportunidade e conquistou a Cólquida e a Armênia Menor, territórios que estavam subordinados à província romana do Ponto. Os monarcas da Capadócia e da Galácia, Ariobarzanes III e Deiótaro, respectivamente, pediram proteção a Calvino e logo as forças romanas se envolveram na disputa com Fárnaces II. Os dois exércitos finalmente se encontraram na Batalha de Nicópolis, na Anatólia oriental, na qual Fárnaces derrotou o exército romano e conquistou a maior parte da Capadócia, do Ponto e da Bitínia.
Depois de derrotar as forças ptolemaicas na Batalha do Nilo, César deixou o Egito em 47 a.C. e marchou através da Síria, Cilícia e Capadócia para enfrentar Fárnaces. Quando ele soube da chegada das forças veteranas de César, Fárnaces enviou emissários para tentar a paz, mas César não os recebeu. Os dois se encontraram na Batalha de Zela e César conseguiu derrotar Fárnaces de forma decisiva, reafirmando o poder romano na Ásia Menor. Quando voltou para o seu reino no Bósforo, Fárnaces II foi assassinado pelo genro, Asandro. Como retribuição, César nomeou-o o novo rei cliente do Bósforo. César então incorporou a Armênia Menor à Capadócia para servir como estado-tampão contra futuras agressões vindas das potências orientais, como os partas.
César foi assassinado em 15 de março de 44 a.C. pelos senadores liderados por Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino. Os "Libertadores" então fugiram da Itália e assumiram o comando das províncias e reinos clientes orientais , incluindo a Capadócia, em 43 a.C. Quando Ariobarzanes III reclamou contra a elevada interfer~encia romana em seu reino, Cássio mandou matá-lo e instalou seu irmão mais novo, Ariarate X no lugar em 42 a.C. Ainda no mesmo ano, depois da derrota de Bruto e Cássio pelo Segundo Triunvirato na Batalha de Filipos, o triúnviro Marco Antônio assumiu o comando das províncias e dos reinos cliente orientais. Em 36 a.C., Marco Antônio executou Ariarate X e instalou [{Arquelau da Capadócia|Arquelau]] como novo rei da Capadócia.

O Segundo Triunvirato expirou em 33 a.C., encerrando também o direito legal de Marco Antônio de governar a metade oriental da República. Sem ele, também se intensificaram as lutas entre Marco Antônio e Otaviano pelo poder. Este construiu sua base de apoio no ocidente enquanto Antônio se aproximou da rainha egípcia Cleópatra. Quando Otaviano declarou guerra ao Egito, Marco Antônio, apoiado pelos reinos clientes orientais (inclusive a Capadócia), marchou para lá para enfrentá-lo. A derrota de Marco Antônio na Batalha de Ácio em 31 a.C. assegurou a posição de Otaviano como único senhor do mundo romano. Arquelau declarou sua lealdade e conseguiu manter-se no trono.
Quando Otaviano tornou-se "Augusto", o primeiro imperador romano, em 27 a.C., a Capadócia tornou-se um importante e confiável estado cliente e manteve a sua independência sob o reorganizado Império Romano. Augusto considerava Arquelau um monarca confiável e se comprometeu a não converter a Capadócia uma província. Como recompensa por sua lealdade, Augusto premiou-o ainda com os territórios da Cilícia ao longo do Mediterrâneo e a Armênia Menor na costa do Mar Negro em 25 a.C., encarregando-o da missão de eliminar a pirataria que grassava nas duas regiões e para formar um estado-tampão entre Roma e o Império Parta.
Província romana e bizantina



("Igreja Escura" em Göreme)

 (Fresco da "Igreja Escura" en Göreme)

Império Seljúcida

Os seljúcidas, considerados os antepassados diretos dos turcos ocidentais, começaram a chegar à Capadócia após a Batalha de Manziquerta, em 1071, na qual as forças de Alp Arslan derrotaram o exército bizantino de Romano IV Diógenes, tendo conquistado aos poucos toda a região. Depois da conquista de Kayseri em 1082, os seljúcidas promoveram uma grande expansão urbanística, construindo mesquitas em Kayseri, Aksaray, Niğde e outras cidades, e uma escola de medicina em 1206. Construíram também inúmeros caravançarais (literalmente palácios de caravanas), estalagens fortificadas para uso dos mercadores viajantes da Rota da Seda, que aí podiam pernoitar e descansar e segurança. Alguns caravançarais tinham outros serviços para além dos de hotelaria, como enfermarias, cavalariças e mesquitas. Em toda a Turquia se encontram caravançarais, distanciando aproximadamente 30 km uns dos outros. Em tempos de guerra serviam como postos de defesa do território. Entre eles, destacam-se o de Agzikarahan, também chamado de Hoca Mesud, que se encontra a 13 km de Aksaray e foi construído no século XIII, e o de Sultanhanı, a 40 km da mesma cidade.

Nos séculos seguintes, a Anatólia em geral e a Capadócia foram palco de inúmeros conflitos entre seljúcidas, bizantinos e cruzados. Estes últimos tomaram a capital seljúcida de Iznik (antiga Niceia), obrigando os vencidos a fugir para Konya. Os seljúcidas criaram as bases para o Império Otomano, que se formou no século XV — os otomanos procediam de um dos sultanatos seljúcidas, tendo-se revoltado e ganho a independência sob a liderança de Osman I "Gazi" (triunfador ou combatente da fé). O termo otomano, em turco: osmanli, provém do seu nome.

Império Otomano

A Capadócia cai sob o domínio otomano no século XIV. Lentamente, uma parte considerável da sua população passa a ser muçulmana e adota a língua turca. Desenvolve-se uma língua intermédia, o capadócio, que sobrevive até à saída das populações gregas (cristãs) em 1923, na sequência do Tratado de Lausanne, que pôs fim à guerra greco-turca e determinou a troca de populações entre a Grécia e a Turquia com base na religião.

No século XVIII são abandonados os últimos mosteiros trogloditas. No mesmo século, o grão-vizir Ibrahim Paxá faz da sua pequena aldeia natal Nevşehir a capital regional que ainda hoje é e que é por vezes apontada como a comunidade mais rica de toda a Turquia apesar da sua aparência relativamente modesta.

Século XX e actualidade



(Balonismo, uma das atrações turísticas da região)

A Capadócia é uma região turística importante, atraindo visitantes tanto da Turquia, como de países vizinhos desde há muito. A sua popularidade na Europa e do resto do mundo foi muito impulsionada nas décadas de 1930 e 1940 com a publicação dos trabalhos do sacerdote francês Guillaume de Jerphanion sobre as igrejas da região.12 Na segunda metade do século XX assistiu-se a um grande crescimento da procura turística na Capadócia. Nos anos 1970 e 1980 a vintena de hotéis existentes então não satisfazia a grande procura, tendo os locais começado a arrendar quartos e transformar as suas propriedade para poder acolher visitantes, ao mesmo tempo que novos hotéis eram construídos. Em grande parte, as novas construções respeitam a paisagem e não chocam com as construções tradicionais. Segundo dados oficiais de 2005, a região recebeu 850 mil turistas estrangeiros e 1 milhão de nacionais.
Esta procura revitalizou a economia regional, pois a indústria turística não é a única a ser beneficiada; os produtores de cerâmica, têxteis e outro tipo de artesanato viram também o seu mercado muito alargado.

Cristianismo na Capadócia

(A "Igreja com Sandálias" em turco: Çarikli Kilise), em Göreme)
A região tem um papel muito especial na tradição cristã. Durante os primeiros anos do cristianismo, a Capadócia foi um terreno fértil para a expansão da nova religião, em parte pela sua proximidade das Sete igrejas da Ásia, mencionadas no livro do Apocalipse do Novo Testamento, e de Antioquia (atual Antakya),
onde São Pedro fundou a primeira comunidade cristã.

(fresco na Igreja das Maçãs de Göreme)

São Paulo efetuou três viagens à Capadócia entre 44 e 58. Muitos dos primeiros cristãos habitavam a região, tendo as cidades subterrâneas sido usadas como refúgio pelos primeiros cristãos durante as perseguições de que foram alvo. Durante os séculos II, III e IV. Aí nasceram nessa época pelo menos os seguintes santos e teólogos:
São Mamede, São Basílio Magno e Gregório de Nissa, de Cesareia (atual Kayseri).
Cesário de Nanzianzo, Gregório de Nanzianzo, o Velho e Gregório de Nanzianzo, o Novo, de Nanzianzo, uma antiga cidade onde agora se encontra a pequena aldeia de Berkalar (também chamada de Nenizi) e Gülagaç, entre Aksaray e Nevşehir.
Basílio, Gregório de Nissa e Gregório de Nanzianzo, o Novo, são chamados os Padres ou Filósofos Capadócios na literatura cristã, sendo apontados como importantes teólogos, tendo desenvolvido, por exemplo a doutrina da Trindade.13
Outro clérigo famoso originário da região foi João II da Capadócia, patriarca de Constantinopla entre 518 e 520, que, apesar do seu curto patriarcado, ficou famoso por ter marcado o fim de um cisma de 34 anos entre as igrejas orientais e ocidentais, originado no Concílio de Calcedónia.

(Interior de igreja troglodita em Göreme)

Apesar do assunto ser controverso, segundo a lenda, São Jorge também teria nascido na região, embora tenha ido para a Palestina, de onde a mãe era originária, ainda em criança. A lenda de São Jorge e do dragão tomou forma na Idade Média, sendo o santo convertido em padroeiro de muitos estados e coroas da Europa, nomeadamente de Aragão, Portugal, Inglaterra e Génova, entre outros. A Cruz de São Jorge ainda hoje está presente nas bandeiras da Geórgia, Inglaterra, Sardenha, Barcelona e Aragão e nos brasões de Génova e Pádua.

Existem entre 4005 e 600nt 1 igrejas na região, muitas delas escavadas em rochas, das quais largas dezenas são interessantes de visitar. As mais antigas datam provavelmente do século VI, embora a maor parte date dos séculos X e XI, o período que vai desde o fim das incursões árabes, até à chegada dos seljúcidas.

Naturais da Capadócia
São Jorge (século III-IV) — segundo a lenda, teria nascido na região, mas o tema é controverso entre os historiadores.
São Mamede
São Basílio Magno
Gregório de Nissa
Cesário de Nazianzo
Gregório de Nazianzo, o Velho
Gregório de Nazianzo, o Novo

Fotos da net
© Carlos Coelho