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segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Atenas

 Uma pérola da Humanidade

Dois imponentes monumentos só já permanecem as ruínas, mas a aura do passado mantem-se intocável. Atenas é hoje uma cidade ampla e dinâmica, edificada em redor da famosa Acrópole.

A capital da Grécia, edificada no rochedo da Acrópole, foi a pólis helénica mais importante do Século VIII e o inquestionável berço da democracia.

Atenas onde viveram os pensadores Platão, Aristóteles e Sócrates, pode não possuir o fulgor de outrora, mas ainda oferece a todos os visitantes um importante legado para o conhecimento da Humanidade.

Fonte: Revista Caras

Texto/autor: Desconhecido

Fotos da Net

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Sicília

 Sicília

A outra Itália e o seu vulcão

A ilha que parece uma bola chutada pela «bota» continental tem uma imagem de marca que também passa por um dialecto nascido de várias línguas.

A maior ilha de Itália tem um dialecto só seu que surgiu de influências do árabe, do grego, do Inglês ou do lombardo, quer dizer, é um reflexo e memória de sucessivos encontros entre quem vivia na ilha e foi sendo exposto a sucessivas invasões.

(Vista do Vulcão Etna da Cidade de Catania.)

Os gregos fundaram na ilha a sua primeira colónia, em 743 a.C., seguidos pelos cartagineses, os romanos, os bizantinos, os árabes, os normandos, os suábios (alemães), os franceses da Casa de Anjou, os aragoneses, os italianos da casa de sabóia e de novo os espanhóis, já sobre a dinastia de Bourbon. Mas não é só a peculiaridade linguística que afirma a Sicília no imaginário até daqueles que nunca puseram o pé em nenhum lugar da actual Itália, cuja unificação só foi conseguida no século XIX.

A emigração para os Estados Unidos também serviu para exportar aquilo que se tornaria matéria-prima para as salas de cinema. A máfia e os seus jogos de poder e muito sangue são também uma imagem de marca de uma ilha que está longe de ser uma das menos modestas regiões de Itália.

Tirando esse facto, a Sicília tem ainda outra força poderosa sempre presente. Chama-se Etna e é um vulcão. Continuamente a ronronar, é uma tradição imperdível, que impõe admiração e, claro, respeitinho. Porque afinal, pode muito bem acontecer ele ter um súbito ataque de tosse quando o turista está ali perto, a admirar a sua respiração.

(Sicília, Palermo a Taormina: Monte Etna, Siracusa, Agrigento.)

Palermo, a capital, localizada na Costa Norte da ilha, é a maior cidade da Sicília e a quinta mais populosa de Itália (mais de um milhão de habitantes), depois de Roma, Milão, Nápoles e Turim. É também o principal centro cultural, histórico e económico da região.

(Cidade de Ragusa, Sicília)

Ragusa (classificada Património da Humanidade) e a muito mais conhecida.

(Cidade de Siracusa, Sicília)

Siracusa são duas outras cidades que fazem parte do roteiro quase obrigatório de quem, indo uma vez à Sicília, pode supor que aquela primeira visita será também a última.

Por toda a ilha há praias, e quem gosta de estender a toalha classificá-las-á de soberbas: de areia branca, de seixos, de rocha.

À de Mondello, junto ás mansões dos aristocratas, há quem chame o «quintal» de Palermo. Nesta ou noutras, os sabores da gastronomia local são outra das atracções que podem começar por um nada indigesto chá gelado com menta ou um granizado de café. Em simples cafés à beira das estradas lá estão as bruschette (pão tostado com queijo, tomate e molhos vários) ou as bolas de carne e arroz, panadas, chamadas arancini.

(Praia em Palermo: Mondello, Sícilia)

À de Mondello, junto ás mansões dos aristocratas, há quem chame o «quintal» de Palermo. Nesta ou noutras, os sabores da gastronomia local são outra das atracções que podem começar por um nada indigesto chá gelado com menta ou um granizado de café. Em simples cafés à beira das estradas lá estão as bruschette (pão tostado com queijo, tomate e molhos vários) ou as bolas de carne e arroz, panadas, chamadas arancini.

E pasta, evidentemente muita pasta ( as massas, em português).

E gelados, que toda a Itália é famosa por eles.

Peculiaridade que não constará nos manuais de História ou das maravilhas geográficas é o modo de condução dos sicilianos. O Código da estrada é assumido como uma espécie de sugestão de regras a cumprir, pelo que os traços contínuos estão gastos de tanto serem pisados. E como, se estivessem numa tarantela, os condutores olham-se nos olhos e sabem quando deve avançar ou parar: nos cruzamentos, os carros e as motos lá vão passando, quase sempre sem discussões ou buzinadelas. Tarantella é uma dança popular e composição musical de carácter vivo, caracterizada pela troca rápida de casais…

Fonte: Revista Ver e Crer Nº3 Julho 1945

Texto:  Nuno Gaivão

Fotos da net

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

República Checa - Praga

 Praga


A Capital da Républica Checa foi fundada no século IX, nas margens do rio Moldava. A majestosa Praga é uma cidade histórica, considerada por muitos a capital cultural da Europa, daí que sejam cada vez mais aqueles que a procuram como destino turístico.

(Igreja gótica de Tyn)

A charmosa cidade velha está localizada na margem leste do rio e a elegante parte nova situa-se a sueste, datando a construção desta do século XIX.


(Camara Municipal do século XIV)

Praga que ocupa sete colinas nas margens do rio Moldava, no coração da Boémia, foi fundada no século IX, quando a família dos príncipes Premysl se estabeleceu em Vysehrad, um penhasco junto ao rio, ao sul da cidade moderna.


(Universidade de Carlos, Fundada em 1348)

A cidade velha, na margem leste do rio, conserva a igreja gótica de Tyn, a Câmara Municipal do século XIV, a Universidade de Carlos, fundada em 1348, e o gueto judaico do século X.




(Monumentos do Gueto Judaico em Praga)

A ligação entre a parte velha e a cidade menor é assegurada pela ponte, que também recebeu o nome do Imperador Carlos IV.


(Ponte Imperador Carlos IV)

A cidade nova construída no século XIX, tem como “ex-libris” a majestosa Praça de Venceslau. Visitar Praga é comungar da história do velho continente.


(Praça de Venceslau)

Nesta capital europeia não se pode ficar indiferente à arquitectura dos elegantes edifícios que povoam a cidade.

As igrejas católicas são um óptimo exemplo.



(Catedral de São Vito)

A Catedral de São Vito (em checo: Katedrála svatého Víta) é uma das principais construções da cidade de Praga e a maior igreja da República Checa.

Situada no Castelo de Praga e estando construída juntamente com o castelo, a construção da catedral no seu atual estilo gótico foi iniciada em 1344 e finalizou-se, depois de uma interrupção das obras no século XV, só em 1929. Destaca-se - entre outros - a grande Capela de São Venceslau do século XIV, compreendendo mais de 1.000 pedras semi-preciosas, a par de frescos de temas bíblicos.



(Bandeira da Républica Checa)

Texto: Autor: Revista Caras,Wikipédia.

Fotos da Net

quinta-feira, 23 de abril de 2020

1 – Grã- Bretanha

Centro urbano tão populoso como Portugal, o Grande Londres cobre uma área de quase dois mil quilómetros quadrados. Do alto da Torre do Correio, de 180 metros de altura, concluída em 1966, avalia-se bem o «peso» desta cidade.


Duas horas depois de ter chegado a Londres, vi a Rainha e o seu marido. Por coincidência dirigi-me a Piccadilly e, perto desta praça estava muita gente ao longo dos passeios. Informado do que se passava, aproximei-me do cinema onde ia ter lugar a «première» do filme Chitty-Chitty, Bang-Bang. É que o 1º. Casal inglês ia assistir à estreia desta pelicula. Sem dificuldade pude ver a Rainha sair do seu «Rolls Royce» logo seguida do duque de Edimburgo. Ambos sorridentes, acenaram e entraram no Cinema.
O «passe» turístico para uma semana facilita ao recém-chegado percorrer de metropolitano e de autocarro qualquer linha dos «Transportes Londrinos». Onde o turista mais cedo ou mais tarde tem de passar é em Piccadilly Circus – pequena praça que apresenta um dos problemas de tráfego mais difíceis. Um outro ponto que embaraça muito a circulação é o cruzamento da rua Oxford com a rua do Regente. São duas artérias que centralizam elegantes armazéns onde os compradores são aos milhares e onde a circulação é contínua.

WHITEHALL


A larga avenida que une o parlamento à praça de Trafalgar é conhecida pelo nome de Whitehall. É nesta artéria que se encontram a Casa da Guarda Real, os Ministérios e o começo da Downing Street. No nº. 10 desta pequena rua está a residência oficial do Primeiro Ministro. Foi nesta casa, durante os anos da última guerra que Sir Winston Churchill arcou com o peso da responsabilidade que teria vergado qualquer outro homem.

O PARLAMENTO


Outrora um Palácio Real, o edifício do Parlamento é a sede do Governo e o coração da Comunidade Britânica. Destruído pelo fogo em 1834, foi mais tarde reconstruído. Em 1941 apenas a Câmara dos Comuns foi destruída durante um bombardeamento. O mobiliário da sala, que se resume e longos bancos em volta da sala e uma grande mesa ao meio, não mostra nenhuma riqueza.
Pelo contrário, a enorme sala de Câmara dos Lords, de estilo gótico, está magnificamente decorada. É aqui que está o trono onde o monarca inglês se senta para assistir a reuniões que por vezes decidem o bom ou o mau futuro do reino. Quando qualquer destas duas Câmaras está reunida, os visitantes não têm aqui acesso.

ABADIA DE WESTMINSTER


Não existe na Grã-Bretanha lugar mais histórico do que a Abadia de Westminster. Desde o tempo de Guilherme o Conquistador, em 1066, todos os reis e rainhas de Inglaterra, com excepção de Eduardo V e Eduardo VII, foram coroados nesta Abadia e muitos deles estão aqui sepultados. O trono da coroação data do Seculo XIV; é um velho cadeirão, feio, de cor escura.
No tesouro da Abadia estão expostas cartas escritas desde 1374. Joana, princesa de Gales e mão do rei Ricardo II pede, por carta escrita em 12 de setembro de 1377 ao abade do convento de Westminster, seis carvalhos para plantar na sua quinta de Bushey. O original, escrito em normando-francês, está impercetível, mas através de uma fotografia sob os raios ultravioletas foi possível conhecer o seu conteúdo. Também está uma carta da futura rainha Maria Tudor a «sangrenta», escrita a seu pai Henrique VIII, em 1540. Outras cartas do tempo de Henrique V e de Ricardo III, escritas a membros de família real e eclesiásticos, enchem as várias vitrinas desta sala de pedra fria.
Também está exposto um documento, dando determinadas ordens, com a assinatura de Nelson. Ao lado está um livro de escrituração comercial que pertenceu ao chapeleiro de Nelson, aberto no fólio da conta do grande Cabo-de-mar com uma quantia devedora por saldar.

MUSEU WELLINGTON


Neste museu está exposto, em muitos retratos, o do nosso rei D. João VI, do tamanho de dois metros por um metro e trinta centímetros. Ao lado, outros de oficiais do exército português do tempo das invasões francesas.
Artur Wellesley, mais conhecido por Duque de Wellington, foi o general vitorioso de Waterloo. Ele viveu nesta casa que encheu com tesouros trazidos das suas campanhas. O seu túmulo está na catedral de S. Paulo, na «City». Uma colecção de quadros, porcelanas, pratos e louças enchem a sete salas do edifício.

TORRE DE LONDRES


À beira do Tamisa, esta antiga prisão real é um belo exemplo de fortaleza medieval. Construída há mil anos, foi durante séculos um lugar de intrigas de Estado e de assassinatos reias. No local chamado Torre Verde, ainda está assinalado o lugar onde fora erguido o cadafalso em que foram executadas Ana Bolena, catarina Howard e outras.
As Joias da Coroa, compostas pelos maiores brilhantes no mundo, estão guardadas numa funda cave com portas blindadas de aço de 40 centímetros de espessura.

MUSEU DA MARINHA


É em Greenwich, a poucos quilómetros a leste de Londres, que está o Observatório Real por onde passa o Meridiano Zero.


Junto do molhe de Greenwich, em terra seca, está exposto ao público o Cutty Sark, último veleiro dos que transportava chá do Oriente.
O museu da Marinha apresenta centenas de miniaturas dos modelos de barcos, de pinturas e de relíquias que ilustram a história da Marinha Britânica.

MUSEU BRITÂNICO


Para se ter uma impressão, mesmo sumária, do museu Britânico deve-se passar pelo menos meio-dia nas suas galerias, cujo conteúdo abrange as actividades do Homem em todas as épocas através do mundo. O título oficial do museu é: Biblioteca Nacional e Museu de História, Arqueologia, arte e Etnografia. Este título não dá uma ideia do que seja a beleza viva e dramática dos milhares de objectos exibidos no museu.

BRIGHTON


A 80 quilómetros ao sul de Londres está Brighton, uma praia de luxo e uma grande cidade de 70 cinemas, que conserva a atmosfera elegante da Inglaterra da Regência.
O Pavilhão real, palácio do estilo oriental, serve de residência de verão a alguns membros da família real.


Na velha cidade, um labirinto encantador de ruelas com muitas lojas pequenas, lembra a cidadela das cidades árabes. Atrás da cidade elevam-se as colinas de Sussex de formas arredondadas com aldeias antigas e castelos históricos.
Na secção de esqueletos do Museu Municipal há esqueletos de cobras de cinco a seis metros. A concha duma tartaruga de um metro de diâmetro é outra curiosidade deste pequeno museu. No aquário miniatura há peixes pretos de rabo amarelo, o peixe-zebra raiado a preto e branco e o peixe raio X, transparente, vendo-se a espinha. Na secção dos animais embalsamados, aquele que chama mais a atenção é o grande condor, a maior de tosa as aves de presa com uma envergadura de dois metros. Existe uma sala reservada aos transportes antigos de duas rodas. Aqui estão expostas as primeiras bicicletas: rodas de madeira e por fora uma cinta de ferro; eram adicionadas com os pés a fazerem força no chão e datam de 1818.

Fonte: Extraído do Livro Costumes e Curiosidades de 55 Países
Autor: Rogério R. Malta, Coimbra Editora, L.Da. Coimbra 1970 
Fotos da net
© Carlos Coelho

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Malta


Pode correr-se o risco de se ficar esmagado pelo gozo de gozar em gozo. O calão permite-se quando está em causa o melhor da vida. Isto é, uma capital excêntrica com nome de mulher e Rainha – Victória -, águas semi-virgens do Mediterrâneo e terra de cavaleiros do templo. Uma das três ilhas do arquipélago de Malta, o lugar imaginado da utopia. 


Se numa noite de verão o viajante subir à Cidadela de Gozo, verá divisar-se, entre as nuvens de pó que se erguem na planície, a figura mística do quinto cavaleiro. Como um mensageiro de Deus ou um anjo (ou uma alma penada), este virá montado num possante corcel, oculto por um longo manto e a dobra espessa do turbante.


Quando o vento acalmar e a investida e as patas empinadas lhe estiverem a dois palmos do nariz, o viajante fará uma vénia e subirá para o dorso musculado do corcel, levantando do chão apenas pelo sopro vulcânico da terra.


Antes de o sol nascer, e no tempo de um pestanejar, acordará deitado num tapete de Damasco e diante dos seus olhos pasmados terá no lugar de ouro, incenso e mirra, ou de um burro, uma vaca e um charolês, a sublime visão de Malta. É neste clima épico que se pronuncia a fantasia. Diz-se que os malteses herdaram o melhor dos ingleses, o que está patente na arquitectura das casas, na pontualidade, na gastronomia – as tartes são um prato recorrente – ou na língua que usam como mãe. 


Mais recentemente, as noções de aculturação estendem-se ao futebol e as ruas de Gozo e Malta encheram-se de sósias de David Beckham. Assim, rapaz que preze a virilidade usa patilhas com madeixas, muda de penteado dia sim, dia não e sonha em ter uma namorada de nome Victória, uma rainha ocidental com voz de cotovia. Talvez isso explique a metamorfose das raparigas, que se juntam aos grupinhos para ensaiar temas da pop inglesa vestidas como as Doce nos seus tempos áureos, como se o seu futuro sentimental e a hipótese de constituir família dependessem do talento para as cantigas.


Depois há as senhoras de meia-idade e as avós com caras – e bigodes – de lobo mau, que olham de lado estes excessos, pesarosas de as filhas e netinhas trocarem promissora carreira no convento por um espectáculo tão deprimente. Tudo se passa na rua e o momento é risível. Mas, se pergunto a Maria – uma das muitas Marias da terra – se se importa com os maneirismos da neta, só comenta que gostava mais de vê-la na igreja a ajudar o padre-cura na missa ou a cursar catequese. Parece medieval, mas é o que é. Os tempos mudam, porém. Os filhos e netos malteses preferem hoje imaginar-se nos palcos de concertos de musica, nos estádios de futebol – onde nunca lograram sucesso – ou nas salas de cinema com o cabedal de Brad Pitt e os penteados de David Beckham.

(O Exterior da Catedral de Assumption))

O fervor religioso foram busca-lo aos italianos, os únicos que os superam na proporção de igrejas por habitante. Dos turcos consta que a herança está no poder de encaixe… das bebidas pesadas. E se numa noite de verão o viajante se deita à varanda depois de um dia inteiro de romaria, ocorre-lhe pensar que a religião é o ópio do povo e o povo, é quem mais ordena, e o que lhe apetece, afinal, é demolhar as papilas num Lavagulin ou fumar ervas por um cachimbo de água. (O Interior da Catedral de Assumption na Cidadella em Victória)

(O Interior da Catedral de Assumption na Cidadella em Victória)

Um daqueles cachimbos de essências lúbricas dos souks do Cairo que depois de fumados deixam um homem santo. E nada é impossível de conseguir se até um reluzente disco de vinil dos Abba lhe foi dado comprar no mercado de Gharb, em Victória, ou um escafandro untado de um verdete falso posto à pressa nessa manhã e que o hábil vendedor o tentou convencer ter sido pertença de um marujo de Drake. 

(Basílica de St. George's)
(Interior da Basílica de St. George's)

Onde andaria o Drake quando Malta era potência do Mediterrâneo e vespeiro onde todos procuravam assentar o ferrão? Ainda se fosse de algum corsário fariseu a soldo de Filipe II… De resto, para animar em Malta não faltarão pretextos: das rotas esotéricas do glorioso Corto Maltese, aos trilhos dos cavaleiros da Grã Ordem, das farras olímpicas possíveis em qualquer taverna de estrada e a qualquer hora aos mais selectos restos de paleta mediterrânica, como o impagável Sultan, um grego cipriota rendido aos ares malteses, com tabanca posta nos areais de Comino.

Nota Histórica

Malta é habitada desde cerca de 5200 a.C., durante o Neolítico. Os primeiros achados arqueológicos datam aproximadamente de 3800 a.C. Existiu nas ilhas uma civilização pré-histórica significativa antes da chegada dos fenícios, que baptizaram a ilha principal Malat, o que significa refúgio seguro. 


Os agricultores neolíticos viveram sobretudo em cavernas e produziram uma cerâmica similar à encontrada na Sicília. Entre 2400 e 2000 a.C., desenvolveu-se um elaborado culto aos mortos, possivelmente influenciado pelas culturas das ilhas Ciclades e de Micenas (idade do bronze). Essa cultura foi destruída por uma invasão, provavelmente vinda do Sul da Itália. Por volta do ano 1000ª.C. as ilhas eram uma colónia fenícia. Em 736 a.C. foram ocupados pelos gregos e posteriormente passaram a ser domínio dos cartagineses (400 a.C.), e depois dos romanos (218 a. C.), quando recebeu o nome de Melita. 

(Estatuetas Neolíticas Xaghra)

Segundo a lenda nos Actos dos Apóstolos, no ano 60 da era Cristã, São Paulo naufragou e chegou à costa maltesa, onde promoveu a conversão dos seus habitantes. A partir desta data, os malteses aderiram ao Cristianismo e permanecem-lhe fiéis até hoje. Com a divisão do Império Romano em 395 d.C., a zona leste da ilha foi cedida ao domínio de Constantinopla (Império do Oriente). 

( Estes templos em Xaghra, Gozo, são dos mais importantes sítios arqueológicos em Malta.  As origens de Ggantija remontam à data de (3600-3200 a.C). 

O Império Bizantino controlou-a até 870, quando foi conquistada pelos árabes muçulmanos, que influenciaram o seu idioma e cultura. Após a conquista árabe, Malta foi convertida ao islamismo. A  Influência árabe pode ser encontrada na moderna língua maltesa, uma língua fortemente romanizada que deriva do árabe vernáculo.

(Círculo de pedra de Xaghra)

As Ilhas que fazem parte da União


A Republica de Malta é composta por um arquipélago de cinco ilhas muito próximas, situadas a 93 km do sul da Ilha da Sicília, a Sudoeste da Itália, e a 290km ao Norte da Líbia, na África. Está situada no centro do Mediterrâneo. As cinco ilhas do arquipélago maltês são: Malta, Gozo, Comino, e duas ilhas desabitadas, Cominatto e Filfla, as quais, no total, têm uma superfície de 316km2 e abrigam uma população estimada em 400 214 habitantes. A Republica de Malta passou a fazer parte da EU – União Europeia – a partir de 2004.
A terra de Corto Maltese
Entre os ilustres nativos malteses, o herói da banda desenhada Corto (Maltese) mantém a sua popularidade intacta. O viajante deve munir-se de notas biográficas de Hugo Pratt (‘O desejo de ser Inútil’, edições Relógio d’água) e fazer-se ás estradas, cavernas, grutas, rochedos, mares…
Muitas missas e festas
O Arquipélago maltês é um dos lugares com mais religiosos praticantes por metro quadrado. Recomenda-se ao visitante ateu ou beato que assista pelo menos a uma missa, e se for em época de festas, que acompanhe o corso ou a romaria.

Fonte: Revista Domingo
Texto: Tiago Salazar
Fotos da net
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