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quinta-feira, 23 de abril de 2020

1 – Grã- Bretanha

Centro urbano tão populoso como Portugal, o Grande Londres cobre uma área de quase dois mil quilómetros quadrados. Do alto da Torre do Correio, de 180 metros de altura, concluída em 1966, avalia-se bem o «peso» desta cidade.


Duas horas depois de ter chegado a Londres, vi a Rainha e o seu marido. Por coincidência dirigi-me a Piccadilly e, perto desta praça estava muita gente ao longo dos passeios. Informado do que se passava, aproximei-me do cinema onde ia ter lugar a «première» do filme Chitty-Chitty, Bang-Bang. É que o 1º. Casal inglês ia assistir à estreia desta pelicula. Sem dificuldade pude ver a Rainha sair do seu «Rolls Royce» logo seguida do duque de Edimburgo. Ambos sorridentes, acenaram e entraram no Cinema.
O «passe» turístico para uma semana facilita ao recém-chegado percorrer de metropolitano e de autocarro qualquer linha dos «Transportes Londrinos». Onde o turista mais cedo ou mais tarde tem de passar é em Piccadilly Circus – pequena praça que apresenta um dos problemas de tráfego mais difíceis. Um outro ponto que embaraça muito a circulação é o cruzamento da rua Oxford com a rua do Regente. São duas artérias que centralizam elegantes armazéns onde os compradores são aos milhares e onde a circulação é contínua.

WHITEHALL


A larga avenida que une o parlamento à praça de Trafalgar é conhecida pelo nome de Whitehall. É nesta artéria que se encontram a Casa da Guarda Real, os Ministérios e o começo da Downing Street. No nº. 10 desta pequena rua está a residência oficial do Primeiro Ministro. Foi nesta casa, durante os anos da última guerra que Sir Winston Churchill arcou com o peso da responsabilidade que teria vergado qualquer outro homem.

O PARLAMENTO


Outrora um Palácio Real, o edifício do Parlamento é a sede do Governo e o coração da Comunidade Britânica. Destruído pelo fogo em 1834, foi mais tarde reconstruído. Em 1941 apenas a Câmara dos Comuns foi destruída durante um bombardeamento. O mobiliário da sala, que se resume e longos bancos em volta da sala e uma grande mesa ao meio, não mostra nenhuma riqueza.
Pelo contrário, a enorme sala de Câmara dos Lords, de estilo gótico, está magnificamente decorada. É aqui que está o trono onde o monarca inglês se senta para assistir a reuniões que por vezes decidem o bom ou o mau futuro do reino. Quando qualquer destas duas Câmaras está reunida, os visitantes não têm aqui acesso.

ABADIA DE WESTMINSTER


Não existe na Grã-Bretanha lugar mais histórico do que a Abadia de Westminster. Desde o tempo de Guilherme o Conquistador, em 1066, todos os reis e rainhas de Inglaterra, com excepção de Eduardo V e Eduardo VII, foram coroados nesta Abadia e muitos deles estão aqui sepultados. O trono da coroação data do Seculo XIV; é um velho cadeirão, feio, de cor escura.
No tesouro da Abadia estão expostas cartas escritas desde 1374. Joana, princesa de Gales e mão do rei Ricardo II pede, por carta escrita em 12 de setembro de 1377 ao abade do convento de Westminster, seis carvalhos para plantar na sua quinta de Bushey. O original, escrito em normando-francês, está impercetível, mas através de uma fotografia sob os raios ultravioletas foi possível conhecer o seu conteúdo. Também está uma carta da futura rainha Maria Tudor a «sangrenta», escrita a seu pai Henrique VIII, em 1540. Outras cartas do tempo de Henrique V e de Ricardo III, escritas a membros de família real e eclesiásticos, enchem as várias vitrinas desta sala de pedra fria.
Também está exposto um documento, dando determinadas ordens, com a assinatura de Nelson. Ao lado está um livro de escrituração comercial que pertenceu ao chapeleiro de Nelson, aberto no fólio da conta do grande Cabo-de-mar com uma quantia devedora por saldar.

MUSEU WELLINGTON


Neste museu está exposto, em muitos retratos, o do nosso rei D. João VI, do tamanho de dois metros por um metro e trinta centímetros. Ao lado, outros de oficiais do exército português do tempo das invasões francesas.
Artur Wellesley, mais conhecido por Duque de Wellington, foi o general vitorioso de Waterloo. Ele viveu nesta casa que encheu com tesouros trazidos das suas campanhas. O seu túmulo está na catedral de S. Paulo, na «City». Uma colecção de quadros, porcelanas, pratos e louças enchem a sete salas do edifício.

TORRE DE LONDRES


À beira do Tamisa, esta antiga prisão real é um belo exemplo de fortaleza medieval. Construída há mil anos, foi durante séculos um lugar de intrigas de Estado e de assassinatos reias. No local chamado Torre Verde, ainda está assinalado o lugar onde fora erguido o cadafalso em que foram executadas Ana Bolena, catarina Howard e outras.
As Joias da Coroa, compostas pelos maiores brilhantes no mundo, estão guardadas numa funda cave com portas blindadas de aço de 40 centímetros de espessura.

MUSEU DA MARINHA


É em Greenwich, a poucos quilómetros a leste de Londres, que está o Observatório Real por onde passa o Meridiano Zero.


Junto do molhe de Greenwich, em terra seca, está exposto ao público o Cutty Sark, último veleiro dos que transportava chá do Oriente.
O museu da Marinha apresenta centenas de miniaturas dos modelos de barcos, de pinturas e de relíquias que ilustram a história da Marinha Britânica.

MUSEU BRITÂNICO


Para se ter uma impressão, mesmo sumária, do museu Britânico deve-se passar pelo menos meio-dia nas suas galerias, cujo conteúdo abrange as actividades do Homem em todas as épocas através do mundo. O título oficial do museu é: Biblioteca Nacional e Museu de História, Arqueologia, arte e Etnografia. Este título não dá uma ideia do que seja a beleza viva e dramática dos milhares de objectos exibidos no museu.

BRIGHTON


A 80 quilómetros ao sul de Londres está Brighton, uma praia de luxo e uma grande cidade de 70 cinemas, que conserva a atmosfera elegante da Inglaterra da Regência.
O Pavilhão real, palácio do estilo oriental, serve de residência de verão a alguns membros da família real.


Na velha cidade, um labirinto encantador de ruelas com muitas lojas pequenas, lembra a cidadela das cidades árabes. Atrás da cidade elevam-se as colinas de Sussex de formas arredondadas com aldeias antigas e castelos históricos.
Na secção de esqueletos do Museu Municipal há esqueletos de cobras de cinco a seis metros. A concha duma tartaruga de um metro de diâmetro é outra curiosidade deste pequeno museu. No aquário miniatura há peixes pretos de rabo amarelo, o peixe-zebra raiado a preto e branco e o peixe raio X, transparente, vendo-se a espinha. Na secção dos animais embalsamados, aquele que chama mais a atenção é o grande condor, a maior de tosa as aves de presa com uma envergadura de dois metros. Existe uma sala reservada aos transportes antigos de duas rodas. Aqui estão expostas as primeiras bicicletas: rodas de madeira e por fora uma cinta de ferro; eram adicionadas com os pés a fazerem força no chão e datam de 1818.

Fonte: Extraído do Livro Costumes e Curiosidades de 55 Países
Autor: Rogério R. Malta, Coimbra Editora, L.Da. Coimbra 1970 
Fotos da net
© Carlos Coelho

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Malta


Pode correr-se o risco de se ficar esmagado pelo gozo de gozar em gozo. O calão permite-se quando está em causa o melhor da vida. Isto é, uma capital excêntrica com nome de mulher e Rainha – Victória -, águas semi-virgens do Mediterrâneo e terra de cavaleiros do templo. Uma das três ilhas do arquipélago de Malta, o lugar imaginado da utopia. 


Se numa noite de verão o viajante subir à Cidadela de Gozo, verá divisar-se, entre as nuvens de pó que se erguem na planície, a figura mística do quinto cavaleiro. Como um mensageiro de Deus ou um anjo (ou uma alma penada), este virá montado num possante corcel, oculto por um longo manto e a dobra espessa do turbante.


Quando o vento acalmar e a investida e as patas empinadas lhe estiverem a dois palmos do nariz, o viajante fará uma vénia e subirá para o dorso musculado do corcel, levantando do chão apenas pelo sopro vulcânico da terra.


Antes de o sol nascer, e no tempo de um pestanejar, acordará deitado num tapete de Damasco e diante dos seus olhos pasmados terá no lugar de ouro, incenso e mirra, ou de um burro, uma vaca e um charolês, a sublime visão de Malta. É neste clima épico que se pronuncia a fantasia. Diz-se que os malteses herdaram o melhor dos ingleses, o que está patente na arquitectura das casas, na pontualidade, na gastronomia – as tartes são um prato recorrente – ou na língua que usam como mãe. 


Mais recentemente, as noções de aculturação estendem-se ao futebol e as ruas de Gozo e Malta encheram-se de sósias de David Beckham. Assim, rapaz que preze a virilidade usa patilhas com madeixas, muda de penteado dia sim, dia não e sonha em ter uma namorada de nome Victória, uma rainha ocidental com voz de cotovia. Talvez isso explique a metamorfose das raparigas, que se juntam aos grupinhos para ensaiar temas da pop inglesa vestidas como as Doce nos seus tempos áureos, como se o seu futuro sentimental e a hipótese de constituir família dependessem do talento para as cantigas.


Depois há as senhoras de meia-idade e as avós com caras – e bigodes – de lobo mau, que olham de lado estes excessos, pesarosas de as filhas e netinhas trocarem promissora carreira no convento por um espectáculo tão deprimente. Tudo se passa na rua e o momento é risível. Mas, se pergunto a Maria – uma das muitas Marias da terra – se se importa com os maneirismos da neta, só comenta que gostava mais de vê-la na igreja a ajudar o padre-cura na missa ou a cursar catequese. Parece medieval, mas é o que é. Os tempos mudam, porém. Os filhos e netos malteses preferem hoje imaginar-se nos palcos de concertos de musica, nos estádios de futebol – onde nunca lograram sucesso – ou nas salas de cinema com o cabedal de Brad Pitt e os penteados de David Beckham.

(O Exterior da Catedral de Assumption))

O fervor religioso foram busca-lo aos italianos, os únicos que os superam na proporção de igrejas por habitante. Dos turcos consta que a herança está no poder de encaixe… das bebidas pesadas. E se numa noite de verão o viajante se deita à varanda depois de um dia inteiro de romaria, ocorre-lhe pensar que a religião é o ópio do povo e o povo, é quem mais ordena, e o que lhe apetece, afinal, é demolhar as papilas num Lavagulin ou fumar ervas por um cachimbo de água. (O Interior da Catedral de Assumption na Cidadella em Victória)

(O Interior da Catedral de Assumption na Cidadella em Victória)

Um daqueles cachimbos de essências lúbricas dos souks do Cairo que depois de fumados deixam um homem santo. E nada é impossível de conseguir se até um reluzente disco de vinil dos Abba lhe foi dado comprar no mercado de Gharb, em Victória, ou um escafandro untado de um verdete falso posto à pressa nessa manhã e que o hábil vendedor o tentou convencer ter sido pertença de um marujo de Drake. 

(Basílica de St. George's)
(Interior da Basílica de St. George's)

Onde andaria o Drake quando Malta era potência do Mediterrâneo e vespeiro onde todos procuravam assentar o ferrão? Ainda se fosse de algum corsário fariseu a soldo de Filipe II… De resto, para animar em Malta não faltarão pretextos: das rotas esotéricas do glorioso Corto Maltese, aos trilhos dos cavaleiros da Grã Ordem, das farras olímpicas possíveis em qualquer taverna de estrada e a qualquer hora aos mais selectos restos de paleta mediterrânica, como o impagável Sultan, um grego cipriota rendido aos ares malteses, com tabanca posta nos areais de Comino.

Nota Histórica

Malta é habitada desde cerca de 5200 a.C., durante o Neolítico. Os primeiros achados arqueológicos datam aproximadamente de 3800 a.C. Existiu nas ilhas uma civilização pré-histórica significativa antes da chegada dos fenícios, que baptizaram a ilha principal Malat, o que significa refúgio seguro. 


Os agricultores neolíticos viveram sobretudo em cavernas e produziram uma cerâmica similar à encontrada na Sicília. Entre 2400 e 2000 a.C., desenvolveu-se um elaborado culto aos mortos, possivelmente influenciado pelas culturas das ilhas Ciclades e de Micenas (idade do bronze). Essa cultura foi destruída por uma invasão, provavelmente vinda do Sul da Itália. Por volta do ano 1000ª.C. as ilhas eram uma colónia fenícia. Em 736 a.C. foram ocupados pelos gregos e posteriormente passaram a ser domínio dos cartagineses (400 a.C.), e depois dos romanos (218 a. C.), quando recebeu o nome de Melita. 

(Estatuetas Neolíticas Xaghra)

Segundo a lenda nos Actos dos Apóstolos, no ano 60 da era Cristã, São Paulo naufragou e chegou à costa maltesa, onde promoveu a conversão dos seus habitantes. A partir desta data, os malteses aderiram ao Cristianismo e permanecem-lhe fiéis até hoje. Com a divisão do Império Romano em 395 d.C., a zona leste da ilha foi cedida ao domínio de Constantinopla (Império do Oriente). 

( Estes templos em Xaghra, Gozo, são dos mais importantes sítios arqueológicos em Malta.  As origens de Ggantija remontam à data de (3600-3200 a.C). 

O Império Bizantino controlou-a até 870, quando foi conquistada pelos árabes muçulmanos, que influenciaram o seu idioma e cultura. Após a conquista árabe, Malta foi convertida ao islamismo. A  Influência árabe pode ser encontrada na moderna língua maltesa, uma língua fortemente romanizada que deriva do árabe vernáculo.

(Círculo de pedra de Xaghra)

As Ilhas que fazem parte da União


A Republica de Malta é composta por um arquipélago de cinco ilhas muito próximas, situadas a 93 km do sul da Ilha da Sicília, a Sudoeste da Itália, e a 290km ao Norte da Líbia, na África. Está situada no centro do Mediterrâneo. As cinco ilhas do arquipélago maltês são: Malta, Gozo, Comino, e duas ilhas desabitadas, Cominatto e Filfla, as quais, no total, têm uma superfície de 316km2 e abrigam uma população estimada em 400 214 habitantes. A Republica de Malta passou a fazer parte da EU – União Europeia – a partir de 2004.
A terra de Corto Maltese
Entre os ilustres nativos malteses, o herói da banda desenhada Corto (Maltese) mantém a sua popularidade intacta. O viajante deve munir-se de notas biográficas de Hugo Pratt (‘O desejo de ser Inútil’, edições Relógio d’água) e fazer-se ás estradas, cavernas, grutas, rochedos, mares…
Muitas missas e festas
O Arquipélago maltês é um dos lugares com mais religiosos praticantes por metro quadrado. Recomenda-se ao visitante ateu ou beato que assista pelo menos a uma missa, e se for em época de festas, que acompanhe o corso ou a romaria.

Fonte: Revista Domingo
Texto: Tiago Salazar
Fotos da net
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Eslováquia

Tatras


Num raio de vinte quilómetros – um dia a pé de caminho - não haverá mais do que um par de abrigos de montanha para recuperar das fadigas a mitigar os calos com um chocolate tépido ou um sifão de Borovitska, o sulfuroso vodka doméstico.
Quem pretenda cruzar as montanhas de uma tirada – a viagem mais demorada durará cinco dias – é, aqui que deve pernoitar. Os abrigos recebem até 20 pessoas e a acomodação faz-se em beliches num dormitório espaçoso – se reservar com antecedência terá um quarto duplo disponível a cerca de cinco euros por cabeça. Hospedaria básica, ruidosa, bulhenta, mas asseada, e com a garantia de uma noite de antologia entre os ‘highlanders’, os indígenas tátricos famosos pelas suas vozes epidurais e folclore arrebatador.

(Grandhotel Praha)

A alternativa aos abrigos é fazer caminhadas de um dia e volta  e escolher para estadia um dos hotéis do sopé das montanhas, como o Grandhotel Praha, um monumento de Art Nouveau fundado em 1906 pelos franco-belgas da Wagons Lits, ou a recém aberta Penzion Teniscentrum, um sóbrio aparthotel do impagável Peter Simcák, uma velha glória do ténis que não se fará rogado em desafia-lo para um bate-bolas de Tchecov ou Kundera (em alemão).

(Penzion Teniscentrum)

Poderá ainda instalar-se num dos muitos sanatórios convertidos em hospedarias chiques nas margens do lago Strbské Pleso, o remanso para onde o escritor Frank Kafka se recolheu atacado de tuberculose: a morada certa é a Villa Tatra, em Tatranske Matliare. 

(Lago Strbské Pleso)

Ou então, para uma derradeira experiência tátrica, deverá reservar o quarto 25 do Hotel Tulipán, em Tatranská Lomnica, onde o actor britânico Jeremy Irons procurou o bom aconchego das sopas de alho, dos patês de ganso e da simpática ‘chefa’ Francisca durante as filmagens de ‘ Harry Potter’, a saga juvenil criada pela escritora multimilionária J.K.Rowling.
Mas a maneira mais genuina ( e que mobiliza um milhão de visitantes por ano) é ensacar umas peúgas acolchoadas, um anoraque de penas e umas calças coleantes e fazer-se à montanha livre de ornamentos e exigências urbanas. Se não for renitente a uma higiene  elementar e a alimentar-se um par de dias de gulash, cogumelos e tarte de maçã, terá aqui o ensejo para experimentar o tantrismo dos tatras. Isto se a face de pedra atapetada de musgo não lhe servir como repouso nocturno, embora o acto seja desaconselhado, pois os ursos ainda são animais classificados na fauna local.

(A entrada nas montanhas Tatras e High Tatras, na Eslováquia)

Os ursos e os russos cujas propriedades selvagens são motivo de grande indignação para Matej Sanitrár, um empresário de Banska Bystrica que em tempos negociou lã de carneiros merinos para todo o Reino Unido. Não apurámos se é dor de corno ou uma grande verdade, mas Matej engrossa mesmo a voz para acusar os russos de andarem a judiar, de forma deveras imbatível, os pastores com “rublos de origem duvidosa”.


Uma semana depois ainda não houve um patriota que dissesse bem destes novos russos vistos como uma legião de alpinistas alternativos. A última declaração do Império (espécie de neo-colonialismo à russa) é decorar os Tatras de hotéis de luxo e estâncias de esqui inspiradas nas vertentes alpinas.” São excelentes entertainers e fazem boas casas”, garante o empresário Matej Sanitrár. “ No apréssky gostam de mergulhar em Dom Perignon, caviar Iraniano e mamilos dos Urais às estepes”, respondo-lhe com conhecimento de causa.

(O pico mais alto das Tatra é o Gerlachovský štít, (anteriormente chamado de pico Franz Joseph) e encontra-se a 2.655 metros de altitude, na Eslováquia)

É contra esse espírito de saque progressista (velha herança da indústria siviete) que proposta Dusan Hudák, um guia de mntanha, e estudante de Filosofia em Bratislava, nado e criado no coração dos Tatras, que anda a ultimar uma espécie de Greenpeace tátrico contra os abusos tétricos. “Não precisamos do dinheiro russo para salvar as montanhas. Sempre que houve uma crise – como a tempestade ciclópica de 19 de Novembro de 2004 que devastou a face dos Altos Tatras e ainda é visível, ou a separação indesejada da República Checa – fomos nós que nos voltamos a levantar sozinhos”, troveja o jovem gigante. 

(Santuário da Rainha de Tatras)

Dusan, de trança viking na nuca, um metro e noventa e sete de altura e voz grossa à Charles Bronson, será o nosso pastor de almas. Como diria o Signore Pavel, “ o rapaz mais indicado para mostrar a sabedoria da montanha”. Ora nem mais.

Fonte: Revista Domingo
Texto: Tiago Salazar
Fotos da Net
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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Salzburgo

Na terra de Mozart


Entre ruas estreitas, casas antigas, igrejas com cúpulas verdes e montanhas imponentes, Salzburgo parece o cenário de um filme do século XIX. Ideal para dias de Outono com cheiro a lareira, e muita música.
Quase acreditamos que Mozart continua vivo. Quando se chega à pequena cidade de Salzburgo, na Áustria, tudo parece antigo, muito antigo. A paisagem é de presépio, com as ruelas, casas em pedra, imponentes teatros de de talha dourada e tectos pintados à mão, e há sempre em fundo sons de musica clássica.
Não há dúvida: é ma terra de música.


De Mozart à família Von Trapp – ou não tivesse sido este o cenário do filme Música no Coração. Em qualquer altura do ano é possível ver grupos de turistas a palmilhar os sítios onde foram gravadas cenas do filme… O melhor é trocar-lhes as voltas, pegar numa bicicleta e começar por conhecer a cidade com um passeio à beira do rio Salzach.

(O Imóvel mais famoso da Getreidegasse fica no número 9. Foi lá que nasceu, em 27  de Janeiro de 1756,Wolfgang Amadeus Mozart)

Termine na praça central e retempere forças no Café Tomasell, uma instituição local desde 1705, Mozart costumava passar por lá para beber um chocolate quente. Mas isso eram outros tempos, a especialidade da casa agora é o strudel de queijo e o tomaselliums café: moca, licor de Mozart e natas batidas com amêndoas lascadas. Imperdível.
A seguir descubra a rua principal, a Getreidegasse. Cheira a lareira e não faltam lojas de decoração de Natal (em qualquer altura do ano), instrumentos musicais e licores.


Se for uma quinta-feira, de manhã vá até ao mercado Verde de St. Andrews Church, que vende queijos, enchidos e compotas da melhor qualidade.
Já pela hora de almoço, não deixe o centro histórico sem uma passagem pelo Carpe Diem e experimente as entradas de salmão fumado, rosbife e carneiro servidas em cones de baunilha. 

(jardins de Mirabell )

Á tarde, entre um passeio pelos jardins de Mirabell e uma subida á encosta, para visitar o Museu de Arte Moderna, reserve o princípio da noite para um cocktail no lounge envidraçado do Hotel Stein. Fica no último piso, com uma vista soberba sobre a cidade.
Para jantar reserve mesa no Restaurante Magazin, um dos melhores da cidade. Peça ostras frescas antes de um cordeiro no forno.
O ideal é terminar o dia com um dos muitos concertos que se realizam diariamente, em salas lindíssimas. O preço médio ronda os 30 euros por pessoa e o repertório vai de Brahms a Strauss, passando, como não podia deixar de ser, por Mozart.

Fonte: Revista Sábado
Texto: Catarina Serra Lopes
Fotos da Net
𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð

domingo, 9 de outubro de 2016

Grécia


Uma viagem cultural
Aliar o descanso à descoberta do passado é sinónimo de optar por uns dias de férias num país onde a cultura e as raízes passadas sempre falaram e continuam a falar por si mesmas.

Foi a anfitriã de um dos maiores encontros mundiais, ou seja dos Jogos Olímpicos, mas a Grécia tem, na sua natureza, muitas e diversas atracções turísticas. Na verdade, este é um país bastante procurado, tanto pela sua beleza como pela grandiosidade e sumptuosidade dos seus patrimónios centenários e afamados além-fronteiras. Se quer reunir a tranquilidade à ânsia de descoberta, a Grécia é um destino a ser considerado.

Um passado com história


De acordo com os historiadores, a Grécia antiga construiu uma civilização que, ainda hoje, continua a exercer o seu fascínio nos vários domínios do saber humano. Desde a ciência até à política, passando pela literatura, a filosofia, a arte, entre outros campos de interesse, a sua influência mantem-se intacta e vários são os turistas que procuram conhecer um pouco melhor os segredos de um país que está tipicamente ligado ao mistério e a um passado pautado de diversos testemunhos efémeros e eternos. Apesar de quase todas as cidades serem conhecidas pelas suas raízes históricas, Atenas parece ser, ainda hoje, o local mais procurado. Para além dos Mosteiros de Meterora, uma das curiosidades mais célebres da Grécia, os turistas poderão ainda admirar o centro religioso e monástico datado dos séculos XII ao XVII, constituindo-se como uma verdadeira obra de referência.

A Paixão pelos Deuses


Se há países que são conhecidos por serem católicos ou protestantes, esta é uma nação vista como puramente mitológica. Na verdade, falar da Grécia é falar da deusa Afrodite, da Atena ou mesmo do deus Dionísio e ninguém consegue dissociar a ideia da mitologia ao conhecimento mais profundo deste país. Quem visita os locais históricos depressa se vê a “penetrar” num mundo diferente onde descobrir é a premissa principal, ao mesmo tempo que nos deixamos levar pelo mistério de uma tradição singular e única.

O Povo


Para além dos monumentos tão populares, a Grécia é também conhecida pelo seu povo. Desde sempre os gregos se destacaram em variadíssimos temas, como por exemplo, na cultura, na escrita e na matemática. Quem não conhece as divagações de Sócrates ou então o tão falado Onassis, um empresário de renome, já falecido, mas em tempos portador de uma fortuna que, ainda hoje, é vista como a maior do mundo? Uma coisa é certa: quem visita este país não se dedica apenas ao descanso. Visitar a Grécia é aprofundar os nossos conhecimentos e, acima de tudo, aprender a gostar de uma cultura que, apesar de ser uma das mais antigas, continua a ser de referência e de eleição mundial.

Fonte: Revista Click In
Texto/Autor: Desconhecido
Fotos da Revista
𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Liverpool

Liverpool

Liverpool, uma das cidades mais carismáticas de Inglaterra. Ancorada na margem norte do estuário do Rio Mersey, no noroeste do país, a pouco mais de 50 km da vizinha Manchester, esta grande cidade portuária não costuma fazer parte dos roteiros turísticos portugueses.

E é pena porque Liverpool é muito mais do que o berço dos lendários ‘The Beatles’ e do famoso clube de futebol.
 
Trata-se de uma cidade populosa (cerca de meio milhão de habitantes) cheia de história, pergaminhos e bens culturais… que, apesar do tradicional nevoeiro e do robusto legado patrimonial vitoriano, não é um lugar tipicamente inglês, tão profunda foi (e continua a ser) a influência Irlandesa e escocesa na matriz da cidade. Para aqui fugiram milhares de irlandeses por altura da Grande fome e por aqui se fixaram outros milhares de escoceses quando as docas do porto fervilhavam de movimento e requeriam mão-de-obra barata.

 
(Pier Head )
 
O porto de Liverpool já era um dos mais movimentados do mundo antes de se tornar peça chave na hegemonia marítima e comercial do vasto Império Britânico. A cidade tornou-se uma potência mercantil de primeira ordem – por exemplo, o desafortunado paquete Titanic estava registado em Liverpool – e quando o império se esfumou. Liverpool soube aproveitar os despojos desse tempo de glória em benefício dos habitantes.

 
(The liver)
 
Com vastas áreas reconvertidas em espaços de passeio e lazer, a frente ribeirinha de Liverpool é hoje um dos ‘waterfronts’ mais notáveis da Europa; o troço mais famoso e verdadeiro ‘coração’ de Merseyside é o chamado Pier Head e o seu famoso horizonte urbano denominado pelo conjunto arquitectónico ‘Liver Birds’. O Pier Head, o porto de Liverpool e os edifícios ‘ The Liver’ e ‘The Cunard’ foram, aliás, declarados Património Mundial pela Unesco.(The Liver)

(The Cunard)
Outra atracção é a Albert Dock, plena de bares e restaurantes sofisticados. Liverpool também oferece um espólio arquitectónico e cultural surpreendente para quem pensa que a Inglaterra se resume ao magnetismo de Londres.(the Cunard)
 
 
(Albert Dock)
 
Com mais salas de teatro, cinemas, museus, galerias e edifícios históricos classificados do qualquer outra cidade das ilhas britânicas (à excepção de Londres), a história de Liverpool está intimamente ligada á cultura e ás artes performativas que encontraram terreno fértil no espírito rebelde, criativo e humorado que historicamente caracteriza os seus habitantes – os ‘scousers’.

A cidade é um bastão da poesia e da música britânica desde os anos sessenta e recebe milhares de visitantes entusiastas dos ‘Beatles’ e o inconfundível ‘Merseybeat’, hoje presente em novas bandas como os ‘The Coral’ e os ‘The Zutons’.

Fonte: Revista Domingo (Correio da Manhã)
Texto: André Pipa
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Fotos da Net
© Carlos Coelho