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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Berlioz



Luís Heitor Berlioz, nasceu um Côte St. André, a 11 de Dezembro de 1803. Como em Côte St. André não havia piano, o pequeno e simpático Berlioz limitava-se a tocar guitarra. Aos doze anos já compunha músicas de notável inspiração e cujos temas ele aproveitou mais tarde. A família enviou-o para Paris, desejosa de vê-lo seguir estudos capazes de lhe garantirem um futuro próspero. Mas todo o seu entusiasmo era pelo teatro e música. Assim, escreveu em 1828 as Oito Cenas do Fausto, e, dois anos depois, a Sinfonia Fantástica. Neste mesmo ano de 1830 alcançou um prémio, que o devia encorajar. Teve uma ambição suprema: conquistar Paris, a grande cidade do Pensamento e da Arte. O publico Parisiense, que mostrara interesse pelas primeiras obras do jovem compositor, manifestou-lhe depois certa frieza. Trabalhando sempre, Berlioz resolveu buscar o amparo e a glória fora da França, e ei-lo percorrendo a Alemanha, a Áustria e a Rússia. Os Russos compreenderam-no melhor que os franceses. Dotado de grande impressionabilidade, chegou a perder a fé na sua própria arte: duvidou mesmo do seu talento e de tudo quanto escreveu.
A vida sentimental de Berlioz foi um rosário de tristezas. Muito novo, sentiu que a actriz inglesa Harriett Smithson lhe enchia de amor a alma. Harriett veio a corresponder a este afecto sincero por meio de casamento.
Berlioz depressa compreendeu que se enganara, porque Harriett não era o anjo que ele havia fantasiado. Por isso abandonou-a por causa de uma insignificante cantora espanhola, Maria Recio. A morte porém, roubou-lhe tudo. O pai, a mãe, as irmãs, Harriett Smithson, Maria Recio e um filho. Ficou mergulhado na sua dor imensa. Tinham desaparecido para sempre as afeições que mais o poderiam prender à vida, e, no seu angustioso isolamento, principiou a pensar na Morte e a desejá-la. E a Morte chegou: em 8 de Março de 1869 Berlioz obteve o descanso final.

Fonte: Almanaque Diário de Notícias (1954)
Texto/Autor: Desconhecido
Foto do Almanaque
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