Luís Heitor Berlioz,
nasceu um Côte St. André, a 11 de Dezembro de 1803. Como em Côte St. André não
havia piano, o pequeno e simpático Berlioz limitava-se a tocar guitarra. Aos
doze anos já compunha músicas de notável inspiração e cujos temas ele
aproveitou mais tarde. A família enviou-o para Paris, desejosa de vê-lo seguir
estudos capazes de lhe garantirem um futuro próspero. Mas todo o seu entusiasmo
era pelo teatro e música. Assim, escreveu em 1828 as Oito Cenas do Fausto, e,
dois anos depois, a Sinfonia Fantástica. Neste mesmo ano de 1830 alcançou um
prémio, que o devia encorajar. Teve uma ambição suprema: conquistar Paris, a
grande cidade do Pensamento e da Arte. O publico Parisiense, que mostrara
interesse pelas primeiras obras do jovem compositor, manifestou-lhe depois
certa frieza. Trabalhando sempre, Berlioz resolveu buscar o amparo e a glória
fora da França, e ei-lo percorrendo a Alemanha, a Áustria e a Rússia. Os Russos
compreenderam-no melhor que os franceses. Dotado de grande impressionabilidade,
chegou a perder a fé na sua própria arte: duvidou mesmo do seu talento e de
tudo quanto escreveu.
A vida sentimental de
Berlioz foi um rosário de tristezas. Muito novo, sentiu que a actriz inglesa
Harriett Smithson lhe enchia de amor a alma. Harriett veio a corresponder a
este afecto sincero por meio de casamento.
Berlioz depressa compreendeu
que se enganara, porque Harriett não era o anjo que ele havia fantasiado. Por
isso abandonou-a por causa de uma insignificante cantora espanhola, Maria
Recio. A morte porém, roubou-lhe tudo. O pai, a mãe, as irmãs, Harriett
Smithson, Maria Recio e um filho. Ficou mergulhado na sua dor imensa. Tinham
desaparecido para sempre as afeições que mais o poderiam prender à vida, e, no
seu angustioso isolamento, principiou a pensar na Morte e a desejá-la. E a
Morte chegou: em 8 de Março de 1869 Berlioz obteve o descanso final.
Fonte: Almanaque Diário de
Notícias (1954)
Texto/Autor: Desconhecido
Foto do Almanaque
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