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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Austrália - Queensland

Queensland, entre o mar e a floresta


A norte de Sydney, entre paisagens de águas infestadas de crocodilos e de sonhos apenas possíveis na Grande Barreira de Coral, fica a mais antiga floresta tropical do mundo.

Cidade de Queensland

O EXTREMO NORTE de Queensland, um dos estados mais intocados da Austrália envolto na mais antiga floresta tropical do mundo e pela Grande Barreira de Coral, é um privilégio ao alcance de muitos – o que poderia retirar-lhe algum do encanto que as férias proporcionam – mas a excelência com que a natureza nos brinda é tal que a experiência só pode ser considerada luxuosa. Há inconvenientes em tanto exotismo, caso das medusas que interditam meses a fio os banhos em várias praias, como perigos tão sérios que as autoridades estabelecem um «risco medusa» (stinger risk) cujo índice é afixado diariamente em areias como Cow Bay. 

Praias Cow Bay

Ou um outro perigo permanece ao longo de todo o ano, ao contrário das alforrecas de mau feitio, que são mais assíduas de Novembro a Abril. São os crocodilos de água salgada, maiores (podem atingir seis metros) e mais agressivos do que os seus primos de água doce, e que todos os anos fazem vítimas mortais.
Ultrapassada essa frustração ao primeiro impulso de mergulhar nas águas para os quais o calor nos empurra, é obrigatório visitar a Grande Barreira de Coral, Património da Humanidade formado por milhares de milhões de pólipos que criam um recorte único de 2900 recifes individuais e de mais novecentas ilhas, ao longo de 2600 quilómetros ao largo da costa de Queensland. É uma maravilha tão grande que pode ser avistada dos aviões de rotas comerciais que voam a onze mil metros de altitude.

Grande Barreira de Coral

A Barreira é uma oferta interminável de encantos e motiva uma extensa gama de meios de visita, pelo que há dezenas de barcos a largar da marina de Cairns, com escolhas possíveis entre barcos de borracha a motor ou super iates, com cambiantes de nível a condizer: incursões em recifes garridos povoados por tubarões, dugongos, mantas, tartarugas, golfinhos… ou cruzeiros ruidosos. De um modo mais exclusivo ou popular, a Grande Barreira de Coral recebe todos os anos mais de dois milhões de visitantes e o seu contributo para a economia do país é da ordem dos 2,7 milhões de euros.

Dugongo

Viajar da costa para o interior leva o visitante ao extremo do privilégio quando se adentra – ou paira sobre – a mais antiga floresta tropical do mundo, também ela classificada como Património da Humanidade pela UNESCO: com 135 milhões de anos, é considerada um dos mais activos palcos das principais etapas da evolução do planeta e abriga uma biodiversidade única e espantosamente rica.
O Skyrail conduz-nos por 7,5 quilómetros de floresta e terras riquíssimas, território dos tjapukai, povo aborígene que, como todos os outros do país, sofreu quase até à extinção com a colonização e hoje vive um período em que pelo menos alguns aspectos das suas culturas, tradições e direitos são protegidos pela Constituição australiana. No contracto com a realidade da natureza e com os homens que a integram enriquece-se o viajante que procura o luxo das experiências autênticas.

Skyrail

No regresso pelo pitoresco Kuranda Scenic Railway pode o olhar deleitar-se com a paisagem tornada acessível com o trabalho do homem, que construiu as ferrovias a golpe de picareta e suor, materializando numa maravilha da técnica o engenho dos pioneiros que o construíram em 1891 para escoar os produtos – sobretudo ouro e estanho – que quase levaram ao desaparecimento os outros povos da floresta. 

Kuranda Scenic Railway

O estado de Queensland, prolonga-se para sul, para Atherton Tableland, onde o verde luxuriante da floresta dá lugar a um planalto fértil de origem vulcânica, onde as vilas e aldeias evocam reminiscências alpinas, devido à altitude, às temperaturas amenas e aos lagos que pontilham a paisagem e acolhem gado e homens. 

Florestas de Kuranda

Pelo meio, entre Cairns e Atherton Tableland, o viajante pode perder-se na sofisticação de Port Douglas ou no desfiladeiro de Mossman, paragens obrigatórias num percurso que inclui plantações de cana, selva e praias. Sempre as praias.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Texto/Autor: Revista Volta ao Mundo
Fotos da Net
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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Nauru

Único País no Mundo sem Capital
Morar num país que tem duas escritoras, mas até importa a água para beber…
Uma pequena ilha do Império Britânico, cuja evolução política e o quotidiano acompanha há anos.

Nauru, esse país independente cuja dimensão, em termos de Estados com assento na ONU, só é superado em pequenez pelo Vaticano e pelo Mónaco. 
Já bastavam os seus 21,3 quilómetros quadrados, um quase nada mais do que a açoriana Ilha do Corvo e um terço da dimensão da cidade do Funchal, para esta republica insular, situada entre a Austrália e as Ilhas Havai, ser um país digno de nota.

Mas, ainda por cima, é o único do planeta que, apesar de ter hino e bandeira, língua nacional e duas poetisas (Margaret Hendrie e Joanne Gobure), não dispõe de uma capital – o parlamento e os edifícios governamentais ficam num dos 14 distritos, o de Yaren.

A História desta peculiar república, um atol da Micronésia cujo ponto mais elevado fica a 61 metros acima do nível do mar (o nova-iorquino Empire State Building mede 381 metros), localizado quase em cima da linha do Equador, onde o Britânico John Fearn acostou em 1798 e que é independente desde 31 de Janeiro de 1968, também tem direito a menos fotos a preto e branco do que a selos com a chancela do país.

Nauru, foi anexado pela Alemanha em 1888, ocupado pela Austrália na I Grande Guerra, depois governado por Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia por mandato da Liga das Nações, invadido pelos japoneses na II Guerra Mundial e a seguir debaixo da soberania do mesmo trio de países por indicação da ONU.
Apenas uma parte dos 13770 habitantes da ilha, que conversam mais em iInglês e usam o dólar australiano, são descendentes das doze tribos originais representadas na bandeira, pois também ali se encontram filipinos e chineses, outros micronésios e mesmo europeus. 
A religião totémica daquele povo que, antes da colonização europeia, era poligâmico e tinha danças demasiado sexuais, está quase perdida – hoje, quase todos são protestantes ou católicos.

Excluindo os cocos e derivados, as receitas quase se resumem aos fosfatos, cuja extração transformou o centro da ilha oval, de praias e corais, numa paisagem quase lunar – mas deu aos Naurianos, durante muito tempo, um dos mais elevados níveis de vida do Terceiro Mundo.

Mesmo sem espionagem,e quando a bandeira nacional se estreou nuns Jogos Olímpicos, deve ser interessante este país que tem aeroporto e estação de rádio, ciber-café e saúde gratuita, mas necessita importar água para beber.

E como se arranjará um postal ilustrado para mandar a um amigo, desta pequena ilha do império Britânico?


Fonte: JN 
Autor/Texto: Fernando Madaíl
Fotos da Net