Um dos maiores bailarinos de
sempre
Desde que foi um dos maiores
bailarinos clássicos do mundo já muito se escreveu. As suas qualidades, e
também os defeitos, fizeram correr rios de tinta, mas com a sua morte sobrevém
a sensação de perda que só se sente quando desaparecem os expoentes maiores da
cultura.
Rudolfo Hametovich Nureyev
nasceu numa carruagem de comboio, a 17 de Março de 1938. A sua família não
tinha nenhuma tradição no campo da dança ou de qualquer outra arte. Daí que
fosse a contragosto de seu pai que, com onze anos de idade, começasse a estudar
bailado na escola de Ópera de UFA.
Em Setembro iniciava o seu
treino e foi aqui que encontrou o mestre que acabou por ser decisivo na
evolução da sua carreira: Alexander Pushkin. Em Junho de 1958, aquando duma
competição em Moscovo, conseguiu fazer-se notado por parte de alguns
responsáveis por outros corpos de ballet mais importantes e acabou por
ingressar na companhia de Leninegrado. A sua estreia aconteceu com o bailado Laurencia
e três anos depois dançava já todo o reportório clássico, tendo por pares Irina
Kolpakova ou Alla Shelest.
Em 1961 foi incluído na
visita do Kirov a Paris e obteve grandes sucessos. Foi nesta altura que Nureyev
resolveu pedir asilo político ao governo Francês. É o início de uma carreira
mundial.
32 anos de sucesso
Rudolfo Nureyev acabou por
conhecer duas pessoas extremamente importantes para a sua carreira artística:
Margot Fonteyn e Erik Bruhn. Este dançarino dinamarquês acabou por ser o seu
conselheiro artístico, quase até à data da sua morte, em 1986. Margot também já
falecida, levou-o para o Royal Ballet inglês. Juntos formaram uma das maisaplaudidas
duplas desta metade do século.
(Rudolfo
Nureyev e Margot Fonteyn)
Nureyev também esteve entre
nós. Lisboa pôde aplaudi-lo, em 1969, em bailados como Giselle, Corsário e Margarida
e Armando, no Teatro Nacional de São Carlos e no Coliseu dos Recreios. Mais
recentemente, naquela que foi anunciada como a tournée de despedida, pudemos
vê-lo de novo no Coliseu com o espectáculo Nureyev e Amigos.
Mas já não era o mesmo
dançarino de outrora. A doença minara-lhe o fulgor de outros tempos e só os
olhos reflectiam o fogo do grande bailarino.
A 6 de janeiro de 1993 apagou-se
a estrela de Rudolfo Nureyev, vítima de Sida, mas a sua memória vai continuar
viva para sempre. Com a sua morte desaparece um dos maiores bailarinos de todos
os tempos, mas o seu nome fica gravado a ouro na história do bailado. Morreu
Nureyev. Viva Nureyev.
Fonte/texto: Desconhecido
Fotos da Net
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