domingo, 15 de fevereiro de 2015

Os Segredos da Múmia

Os segredos da múmia


Com raios-X de alta resolução, os cientistas estão a conseguir imagens espantosas de uma menina que morreu cedo demais.

Viveu nos tempos de Cristo, mas não durante muito tempo.Com cerca de 5 anos, esta menina egípcia, que tinha menos de 1 metro e 20 de altura, passou por aquilo que o seu povo acreditava ser a próxima vida. Na preparação para esta jornada, os seus órgãos internos – todos excepto o coração- foram retirados e substituídos por conservantes aromáticos. Depois foi envolvida em ligaduras, mumificada e colocada num caixão feito de um material similar ao papier-mâché.
Assim ficou durante 2 mil anos – primeiro no Egipto e, nos últimos 80 anos, no Museu Egípcio Rosicruciano em San Jose, na california (Estados Unidos).Durante vários meses, a menina – que entretanto recebeu o nome de Sherit, uma antiga palavra egípcia que significava «pequena» - visitou o Centro Nacional de Biocomputação de Stanford – NASA, perto de Palo Alto.
Foi ali que os médicos e outros cientistas, em colaboração com especialistas em imagem da Silicon Graphies, tem estado a desembrulha-la – não fisicamente, o que poderia provocar enormes danos, mas virtualmente. Utilizando mais de 60 mil imagens de raios-X de alta resolução que produzem 35 vezes mais informação do que as imagens do Faraó Tut divulgadas no inicio deste ao, a equipa compôs um retrato tridimensional do que jaz dentro do caixão.

A pista dos dentes

Observando os ossos da múmia, por exemplo, os cientistas concluíram que Sherit devia poder andar normalmente e não tinha quaisquer doenças crónicas debilitantes.
Muito provavelmente, sucumbiu a uma infecção, devido a água contaminada ou a comida estragada, como acontecia a cerca de metade das crianças no antigo Egipto antes de perfazerem um ou dois anos.
Os ossos e os dentes também ajudaram a estimar a sua idade – ainda não lhe tinham caído os dentes de leite e os definitivos nunca chegaram a descer. E a sua mascara dourada, onde foram encontrados resíduos de perfume caro, indica que os pais eram abastados. Com imagens de maior resolução, os cientistas talvez consigam um dia decifrar os hieróglifos no interior do papel mascado – e assim, talvez, dar à pequena o seu verdadeiro nome.

Fonte: Revista Visão
Time Inc.Traduzido da TIME Magazine

Foto da Revista
© Carlos Coelho