sábado, 10 de janeiro de 2015

Turquia - Capadócia

(Καππαδοκία)

A Capadócia (em turco: Kapadokya, em grego: Καππαδοκία; transl.:  Kappadokía) é uma região histórica e turística da Anatólia central, na Turquia.
A noção de "Capadócia" é tanto geográfica como histórica, tendo os seus contornos variado consideravelmente, conforme as épocas e pontos de vista. O geógrafo e historiador grego Heródoto considerava que a Capadócia estava delimitada pelos Montes Tauro a sul, pelo Lago Tuz (em turco: Tuz Gölü) a oeste, pelo rio Eufrates a leste, e pelo mar Negro a norte, uma área que, com algumas variações, foi sucessivamente uma satrapia (província) persa, satrapia do Império Macedónio, Reino da Capadócia e província romana.
Atualmente, o termo Capadócia tanto pode referir-se a uma área de aproximadamente 15 000 km² entre Aksaray, Hacıbektaş, Kayseri e Niğde, cuja população total não chega ao milhão de habitantes,  como a uma área muito mais restrita, o triângulo com aproximadamente 20 km de lado delimitado por Nevşehir, Avanos e Mustafapaşa, a sul de Ürgüp, sendo esta última zona a mais conhecida em termos turísticos. Em muitos mapas, o nome da Capadócia não é mencionado, já que não corresponde a qualquer demarcação política.


(Capadócia com neve)

Em alguns contextos, principalmente na Antiguidade, o termo Capadócia designa uma região ainda mais vasta que a descrita por Heródoto, estendendo-se à costa mediterrânica a sul e quase até o que é hoje a Arménia a norte. O historiador grego Estrabão chama Cilícia à zona administrativa do que é hoje Kayseri, a antiga Cesareia e Mazaca, um termo que é mais usualmente aplicado, pelo menos em registos mais recentes, à região costeira do sul/sudeste da Anatólia. 
As características mais distintivas da região são as formações geológicas únicas, resultado de fenómenos vulcânicos e da erosão, e o seu rico património histórico e cultural, nomeadamente cidades subterrâneas e inúmeras habitações e igrejas escavadas em rocha, muitas destas com admiráveis frescos. 
Em 1985, o Parque Nacional de Göreme, uma das áreas mais famosas da região, com 9 576 ha, foi declarada Património Mundial pela UNESCO.


(Parque Nacional de Göreme)

A região é habitada há milhares de anos continuamente. Algumas civilizações antigas floresceram aqui, como a dos Hititas, tendo a região sido ocupada e sofrido influências de outras civilizações originárias da Europa e da Ásia Menor, tendo todas elas deixado a suas marcas.

(habitações trogloditas)
As características geológicas deram origem a paisagens que são frequentemente descritas como lunares, se bem que a região não seja desértica. As rochas da região, principalmente tufo calcário,[carece de fontes] adquiriram formas caprichosas ao longo de milhões de anos de erosão, e são suficientemente macio para permitir que os humanos construam as suas habitações escavando-as, em vez de erigir edifícios, o que faz com que nessas paisagens lunares abundem cavernas naturais e artificiais, algumas delas ainda habitadas.
A situação geográfica da Capadócia, tornou-a encruzilhada de rotas comerciais importantes ao longo dos séculos e tornou-a alvo de contínuas invasões. Para se refugiarem durante as invasões e razias, os habitantes construíram refúgios subterrâneos, por vezes verdadeiras cidades, supondo-se que as mais antigas podem remontar ao tempo dos Hititas, há mais de 3 000 anos, e que muitas ainda estarão por descobrir. Algumas podem ser visitadas, como é o caso das de Derinkuyu, Kaymakli, Özkonak e Mazi. Estas cidades teem vários níveis — a de Kaymakli, por exemplo, tem nove, embora apenas quatro estejam abertos ao público, estando as outras reservadas para investigação arqueológica e antropológica, — e dispõem de canais de ventilação, cavalariças, padarias, poços de água e tudo o mais necessário para que os seus ocupantes, cujo número podia alcançar os 20 000, pudessem resistir durante vários meses sem que fossem detectados pelos invasores. Durante o período bizantino, algumas destas construções subterrâneas foram transformadas em igrejas e decoradas com frescos nas paredes e tectos.

Origem e significado do nome

Crê-se que o nome Capadócia provém do vocábulo hitita Katpadukyant  (terra de cavalos de raça). Outras fontes apontam a origem do nome nos persas, que chamaram à região Katpatuka (igualmente "terra de cavalos de raça" ou de "terra de belos cavalos"). No entanto, o termo Katpatuka não é de origem persa, embora Heródoto referisse na sua descrição da conquista da Lídia pelos Hititas que era esse o nome dado à região pelos persas. Os gregos chamavam à região Leucosyri (Λευκόσυροι, (sírios brancos).

A fama dos cavalos da região remonta, pelo menos, ao tempo dos assírios. Há registos dos reis Assurbanípal (século VII a.C.), da Assíria, Dario I (521–485 a.C.) e o seu filho Xerxes I (519–465 a.C.), da Pérsia, terem recebido como presente cavalos da Capadócia, e Estrabão relata que os cavalos faziam parte do tributo da região aos persas.

(Detalhe assírio no Museu das Civilizações da Anatólia, Ancara)
Geografia e geologia

 (O vulcão Argeu (Erciyes Dağı), a montanha mais alta da Capadócia e da Anatólia Central (3 917 m))



(O vulcão Hasan (3 268 m))
Toda a região se encontra num planalto com aproximadamente 1 000 m de altitude, o que, aliado à sua situação muito interior, explica o seu clima marcadamente continental, com Verões quentes e secos e Invernos frios com neve. A precipitação é esparsa e a maior parte da região é semi árida quando não mesmo árida.

A paisagem única da região é o resultado da ação de forças naturais ao longo de milhões de anos.
Há 60 milhões de anos formou-se a cordilheira de Tauro, na Anatólia meridional, ao mesmo tempo que se formavam os Alpes. A formação daquela cordilheira deu origem a numerosas elevações e depressões na Anatólia central.
A atividade dos vulcões da Capadócia, nomeadamente o Argeu (Erciyes), Hasan, Acıgöl, Göllü e Melendiz, entre o Miocénico superior, há cerca de 10 milhões de anos, até ao Pliocénico, há cerca de 2 milhões de anos, cobriram a região de estratos ignimbriticos de diferentes densidades. No início do Quaternário, depositaram-se lavas basálticas bastante mais duras. Calcula-se que, só o Erciyes terá originado depósitos que cobriram 10 000 km² com uma espessura entre 100 e 500 metros.
Sob o efeito do arrefecimento do clima no Quaternário, a crosta basáltica abriu fendas e o solo desagregou-se, permitindo que a água e neve se infiltrassem e acentuassem a erosão, mais acentuada nos estratos mais macios, isolando cones de material mais resistente e escavando vales. Durante os períodos mais secos, foi a erosão dos ventos e da areia por eles levantada que foi mais determinante na modificação da paisagem. Este tipo de erosão é mais notável na superfície dos cones. Quando na parte superior destas elevações existe rocha basáltica, mais resistente ao efeito abrasivo, são formadas as chamadas chaminés de fadas, as quais são cones coroados por grandes pedras praticamente planas, que tanto aparecem isoladas, como em grupo, criando paisagens insólitas. Com a continuação do efeito da erosão, os pedestais dos blocos basálticos acabam por colapsar.



(Vista de um vale com chaminés de fadas)



(Alguns locais mais interessantes para o visitante da Capadócia)

(O vale de Avcilar, na região de Nevşehir)
As zonas sem basalto deram origem a vales, as zonas de tufo macio desagregaram-se completamente, formando zonas planas poeirentas, enquanto que nas encostas, a erosão esculpiu desfiladeiros, mesas, escarpas, pirâmides de 15 a 30 metros, picos, agulhas que por vezes lembram minaretes, cones e chaminés de fadas. A erosão continua nos nossos dias: os picos e cones atuais vão desaparecendo lentamente, ao mesmo tempo que outros se estão a formar nas encostas à beira dos planaltos.

A tufa desagregada dá origem a um solo muito fértil quando é irrigado e adubado com o fertilizante típico da zona, fezes de pombo.

Embora os vulcões se tenham praticamente extinguido no 2º milénio a.C., há indícios de erupções mais tardias, nomeadamente uma em 253 a.C.

Algumas das povoações mais importantes da região:
Aksaray
Avanos
Göreme
Gülagaç
Gülşehir
Kayseri (Mazaca da Antiguidade, Cesareia romana e bizantina)
Nevşehir (antiga Nissa)
Niğde
Uçhisar
Ürgüp

Alguns dos locais com mais interesse para o visitante:

Museu ao ar livre de Göreme;
Peribacalar vadisi (vale das chaminés de fada);
Cidades subterrâneas de Derinkuyu, Özkonak, Tatlarin, Mazi e Acigöl;
Vale de Zelve;
Vale de Soganli;
Vale de Soganli;
Vale de Ihlara
Gomeda;
Diversas igrejas bizantinas, a maior parte das quais em cavernas, como sejam as de El Nazar e Aynali

História

Çatalhüyük e Puruskanda

Çatalhüyük foi um povoado Neolítico situado a sul do que é hoje Konya, aproximadamente 200 km a este-sudeste de Aksaray. Durante alguns anos apontado por muitos como o mais antigo exemplo conhecido de povoamento urbano em todo o mundo, data do 7º milénio a.C.. Aí foi encontrado o que se considera o começo da história da Anatólia. Trata-se de um fresco mural, que apresenta em primeiro plano as casas da localidade, e ao fundo um vulcão fumegante em erupção. Crê-se que esse vulcão sejam o Hasan Dag, distante aproximadamente 300 km de Çatalhüyük. O fresco está exposto no Museu das Civilizações da Anatólia, em Ancara, e é provavelmente a pintura paisagística mais antiga do mundo.

Entre o 6º e o 5º milénios a.C., a Capadócia tinha vários principados independentes. A cidade mais importante desse período era Puruskanda. No século XXIII a.C. 17 destes principados uniram-se para lutar contra o rei acádio Naram-Sin, no que foi a primeira de muitas alianças na história da Anatólia e Capadócia.

Os primeiros habitantes conhecidos da Capadócia foram os hatitas, cuja capital, Hattusa, situada a aproximadamente 200&km a norte de Nevşehir, seria posteriormente a capital dos Hititas. A civilização hatita remonta ao 4º milénio a.C., época dos achados mais antigos de Alacahöyük, a estação arqueológica mais importante dessa civilização, situada a pouco mais de 20 km a norte de Hattusa.

Colónias comerciais assírias

No início do 2º milénio a.C., a Anatólia viveu um período florescente, tendo atraído numerosos habitantes. Os assírios, célebres pelas suas qualidades comerciais, instalaram-se na região, atraídos pelas suas riquezas, principalmente minerais, organizando bazares chamados kârum. O kârum mais importante foi o da cidadela de Kanesh (hoje Kültepe), a Neša dos hititas. Os assírios vendiam estanho, têxteis e perfumes, e compravam ouro prata e cobre.

Este tipo de comércio durou aproximadamente 150 anos, tendo acabado devido a guerras entre reinos da região. Em 1925, uma equipa de arqueólogos descobriu em Kültepe as Tábuas da Capadócia, que descrevem a colónia mercantil dos tempos assírios e que são o documento escrito mais antigo sobre a história da Capadócia.

(Ríton (vaso ritual) em terracota em forma de leão datado do século XVIII ou XIX a.C. encontrado em Kültepe)

Império hitita

Há poucas certezas quanto à origem da civilização hitita, embora alguns acreditem que são originários precisamente da Capadócia, mas é certo que ela floresceu na Anatólia central, com a Capadócia incluída, no 2º milénio a.C. tendo Hattusa (perto da atual Boğazkale, até recentemente, Boğazköy) como capital.
Os hititas fundaram vários povoados em conjunto com os habitantes locais e constituíram um império que se estendia até à Babilónia. O império durou cerca de 600 ou 700 anos, e pôs fim à dinastia semita de Hamurabi na Babilónia. Os séculos XV e XVI a.C. foram especialmente importantes na história hitita, marcando o apogeu da civilização. Alguns séculos mais tarde, as guerras com o Antigo Egito, que culminariam no célebre tratado de paz de Kadesh, de 1286 a.C., desgastaram o império, que acabaria por desmoronar-se cerca de 1200 a.C., com a chegada de invasores provenientes da Europa oriental, os povos do mar e os frígios.

Após a queda do império hitita, e até ao século VII a.C., a Capadócia atravessou o período mais obscuro da sua história. Cerca de 1 100 a.C. foi invadida pelo rei assírio Tiglate-Pileser I, sendo reconquistado pelos frígios no século IX a.C. e pela Lídia, em 696 a.C.. Os Medos ocupam parte do território alguns anos mais tarde, e os Cimérios fazem algumas incursões entre 650 e 630 a.C.

(Vasos rituais hititas do século XVI a.C. encontrados em Hatusa, expostos no Museu das Civilizações da Anatólia, Ancara)

Império Persa Aqueménida

(Cappadoce )

A Capadócia foi conquistada pelos persas aqueménidas em 546 a.C., durante o reinado de Ciro II, tendo-se mantido nessa situação até à conquista por Alexandre Magno, dois séculos mais tarde.
Os persas dividiram a Anatólia em províncias (satrapias) cuja administração estava a cargo de governadores (sátrapa) nomeados pelo imperador. Desde o reinado de Dario I que a Capadócia integrou a terceira satrapia. Embora formalmente fazendo parte do Império Aqueménida, a Capadócia mantém uma grande autonomia, sendo dirigida por uma aristocracia local de tipo feudal.
As províncias estavam ligadas ao porto de Éfeso (perto da atual cidade de Selçuk, na província de Esmirna [em turco: Izmir]) pela Estrada Real Persa, que começava nessa cidade e passava pelas cidades de Sardes (antiga capital do Reino da Lídia, em turco: Sart) e Mazaca (atualmente Kayseri), chegando até à Mesopotâmia e Susa, a capital do império. Os sátrapas enviavam para a Pérsia os impostos que cobravam em forma de ouro, carneiros, burros e os famosos cavalos da Capadócia.

Capadócia helenística



(Cappadoccia, foto aérea da Cidade)
Durante as campanhas de Alexandre, o Grande contra os Aqueménidas, os sátrapas da Capadócia combateram pelos estes últimos. Coube a Antígono Monoftalmo, general de Alexandre, lutar na Capadócia para manter as estradas que passavam pelo território.

Após a morte de Alexandre em 323 a.C. e a partilha do seu império, a Capadócia tornou-se satrapia de Eumenes de Cardia, um dos aliados do regente Pérdicas. Ariarate, que havia lutado por Dario III em Gaugamela, foi derrotado e executado por Pérdicas. Após várias lutas (as Guerras dos Diádocos), a Capadócia foi incorporada no reino de Seleuco Nicator.
Um sobrinho do antigo sátrapa Ariarate, também chamado Ariarate, tomou posse de parte da Capadócia, que foi aceite por Seleuco como um reino semi-dependente, e conseguiu a independência de facto durante o reinado do sucessor de Seleuco, Antíoco Sóter, pois este estava mais preocupado com a guerra contra o Egito Ptolemaico.

Período romano

Reino da Capadócia

Antes de ser anexada pelo Império Romano, o Reino da Capadócia era um dos muitos reinos sucessores do grande Império Macedônico de Alexandre, o Grande. A região foi governada pela dinastia Ariarátida10 de 331 a 95 a.C. O primeiro contato com a República Romana aconteceu no reinado de Ariarate IV, quando os capadócios se aliaram ao rei selêucida Antíoco, o Grande, durante a Guerra romano-síria de 192-188 a.C.

Depois da vitória romana sobre Antíoco, Ariarate iniciou uma relação amistosa com a República ao emtregar a mão de sua filha ao rei de Pérgamo, um aliado romano. Os reis ariarátidas passaram, a partir daí, a ser grandes aliados de Roma no oriente, agindo como um estado-tampão contra o Império Selêucida, que reivindicava o domínio sobre a região. O Reino da Capadócia também apoiou Roma na Terceira Guerra Macedônica contra Perseu da Macedônia entre 171 e 166 a.C. A vitória de Roma sobre ambos ajudou a estabelecer a República como uma das grandes potências do Mediterrâneo oriental.

Quando o rei Átalo III (r. 138-133 a.C.) morreu sem filhos em 133 a.C., ele deixou o Reino de Pérgamo para Roma. Eumenes III reivindicou o trono, ocupando a região. Em 130 a.C., o rei capadócio Ariarate V apoiou o cônsul romano Públio Licínio Crasso Dives Muciano em sua fracassada tentativa de depor Eumenes III e ambos morreram na batalha contra ele. A morte do rei resultou na ascensão de seu filho, ainda menor, Ariarate VI.

Mitrídates V, do Reino do Ponto, aproveitou-se da situação e passou a controlar o trono capadócio ao casar sua filha, Laódice com jovem rei. Mitrídates em seguida invadiu a Capadócia e transformando a região num protetorado do Ponto. Embora aidna nominalmente independente, a influência pôntica sobre a Capadócia continuou no reinado do filho de Mitrídates V, Mitrídates VI.

Em 116 a.C., Ariarate VI foi assasssinado pelo nobre capadócio Górdio por ordem de Mitrídates VI, que então instalou Laódice, sua irmã e viúva de Ariarate IV, como regência para o jovem Ariarate VII, seu sobrinho, solidificando ainda mais o controle do Ponto sobre o reino. Depois de casar-se com Laódice, o rei Nicomedes III da Bitínia tentou anexar a Capadócia ao Reino da Bitínia e depôs Ariarate VII. Mitrídates VI não esperou muito e invadiu a Capadócia, expulsando Nicomedes III e restaurando Ariarate VII. A Capadócia voltou novamente para a esfera de influência do Ponto.

Anos depois, em 101 a.C., o rei pôntico mandou assassinar Ariarate VII e instalou Ariarate IX, seu filho de apenas oito anos, no trono como um rei-fantoche. Apenas uma criança, Ariarate IX não conseguiu manter o controle do reino e seus nobres se revoltaram em 97 a.C., escolhendo Ariarate VIII, filho de Ariarate VII como rei. Mitrídates novamente agiu rapidamente e esmagou a revolta, exilando Ariarate VIII e restaurando seu filho ao trono.

Reino cliente de Roma (95 a.C. - 14 d.C.)

Por causa da instabilidade na Capadócia, Nicomedes III da Bitínia enviou uma embaixada a Roma em 95 a.C. reivindicando a região para si. Mitrídates VI fez o mesmo, buscando a permissão de Roma para anexar a Capadócia. O Senado Romano, porém, não autorizou nenhum dos dois a se apoderar da região.

Ao invés disso, os senadores exigiram que tanto Ponto quanto Bitínia se retirassem da Capadócia e garantiu sua independência, depondo Ariarate IX. Com o apoio militar do governador romano da Cilícia, Lúcio Cornélio Sula, Ariobarzanes I foi instalado como novo rei ainda no mesmo ano e o Reino da Capadócia tornou-se um reino cliente da República Romana.

Em 93 a.C., tropas do Reino da Armênia de Tigranes, o Grande, genro de Mitrídates VI, invadiram a Capadócia a pedido do rei pôntico. Tigranes depôs Ariobarzanes I, que fugiu para Roma, e coroou Górdio como novo rei cliente da Capadócia, só que desta vez subordinado à Armênia.

Com a Capadócia assegurada, Mitrídates invadiu o Reino da Bitínia e derrotou o rei Nicomedes IV, que foi forçado a fugir para a Itália, em 90 a.C. Uma delegação senatorial foi enviada ao oriente para restaurar tanto Nicomedes IV quanto Ariobarzanes I aos seus respectivos tronos e, apesar da Guerra Social ainda estar sendo travada na Itália, os romanos conseguiram repor os dois, sinal da influência cada vez maior da República na região.

Guerras Mitridáticas (88-63 a.C.)

Em 89 a.C., depois de ter firmado a paz com os romanos e da restauração de Ariobarzanes I ao trono capadócio, Mitrídates VI novamente invadiu a Capadócia, reinstalando seu filho Ariarate IX, dando início à Primeira Guerra Mitridática (89-85 a.C.), na qual Roma enfrentou o Reino do Ponto e seu aliado, o Reino da Armênia.

Lúcio Cornélio Sula assumiu o comando das tropas na região em 87 a.C. e derrotou decisivamente Mitrídates VI e seus aliados em 85 a.C. Com pressa para voltar para Roma por causa do aumento das tensões políticas, Sula impôs termos leves a Mitrídates: ele deveria desistir de controlar a Bitínia e a Capadócia, reinstalando Ariobarzanes I e Nicomedes IV como reis clientes romanos. Em troca, Roma permitiu que Mitrídates VI continuasse reinando sobre o Ponto.

Quando Nicomedes IV morreu, em 74 a.C., ele deixou o Reino da Bitínia como herança aos romanos, mas deixou um vácuo de poder na Ásia Menor que permitiu que Mitrídates VI invadisse e conqusitasse o reino sem rei. Quando ficou clara a intenção de Mitrídates VI sobre os protetorados romanos na Ásia Menor, inclusive a Capadócia, Roma iniciou a Terceira Guerra Mitridática para encerrar definitivamente a ameaça pôntica. Despachando desta vez o cônsul Lúcio Licínio Lúculo para a Ásia, Roma conseguiu expulsar o Ponto e a Armênia da região, reafirmando a dominância romana sobre os reinos clientes asiáticos em 71 a.C. e conquistando o Ponto no processo. Quando Mitrídates VI fugiu para a Armênia, Lúculo invadiu o reino também em 69 a.C.

Apesar do sucesso inicial, Lúculo não conseguiu encerrar decisivamente a guerra. Em 66 a.C., Mitrídates VI e Tigranes conseguiram retomar seus respectivos reinos e Lúculo foi convocado a Roma. O senado enviou Pompeu Magno para o oriente para tentar acabar de vez com a instabilidade. Ao ser derrotado por ele, Mitrídates VI novamente fugiu para a Armênia, mas, desta vez, Tigranes se recusou a recebê-lo, forçando-o a fugir para o norte, através do Mar Negro, para o Reino do Bósforo, cujo rei era o seu filho Macares do Bósforo, efetivamente encerrando a guerra em 65 a.C.

Quando Macares se recusou a entrar em guerra contra Roma, Mitrídates VI mandou matá-lo e assumiu pessoalmente o trono. Enquanto Mitrídates estava ansioso para enfrentar os romanos novamente, seu filho mais novo, Fárnaces II era da opinião contrária e começou a armar para depor o pai. Seus planos foram descobertos, mas o exército, que não tinha intenção alguma de enfrentar Pompeu e suas forças novamente, apoiou Fárnaces e, depois de marchar contra Mitrídates, obrigou-o a se suicidar em 63 a.C. Fárnaces II rapidamente enviou uma embaixada a Pompeu com ofertas de submissão. O general romano aceitou os termos propostos e, em troca, nomeou Fárnaces II como rei cliente de Roma no Reino do Bósforo.

Com Mitrídates VI fora do cenário político na Ásia Menor, Pompeu anexou definitivamente a Bitínia, o Ponto e a Cilícia à República Romana como províncias. Ele também invadiu a Armênia em 64 a.C. e conseguiu que Tigranes se submetesse também como rei cliente, o que permitiu que ele fosse para o sul e anexasse oficialmente a o Reino da Síria depois de depor seu rei, Antíoco XIII Asiático. Depois da morte de Ariobarzanes I, Pompeu, num de seus últimos atos no oriente antes de seu retorno triunfal a Roma, instalou o filho dele, Ariobarzanes II como novo rei da Capadócia.

Ariobarzanes II reinou até 51 a.C., quando foi assassinado por forças leais ao vizinho Império Parta. O Senado Romano declarou seu filho, Ariobarzanes III como herdeiro legítimo e, com o apoio militar do governador romano da Cilícia, Marco Túlio Cícero, instalou-o no trono capadócio. Em 50 a.C., Ariobarzanes III, com a ajuda de Cícero, descobriram um complô para depô-lo liderado por Atenais Filostórgos II, sua própria mãe, que pretendia instalar Ariarate X, seu irmão caçula, no trono. Juntos, Cícero e Ariobarzanes III exilaram Atenais, que era filha de Mitrídates VI, da Capadócia.

Guerras civis em Roma

A Capadócia aumentou muito a sua importância durante as guerras civis romanas. Quando Júlio César cruzou o Rubicão em 49 a.C. e começou a sua guerra civil, muitos membros do Senado, liderados por Pompeu, fugiram para o oriente. O rei capadócio Ariobarzanes III apoiou Pompeu contra César como retribuição pelo apoio dele ao seu pai anos antes. Porém, depois da vitória de César na Batalha de Farsalo e o subsequente assassinato de Pompeu em 48 a.C., Ariobarzanes mudou de lado e declarou sua lealdade a César, que nomeou Cneu Domício Calvino como governador da Ásia como poderes para agir em seu nome na região enquanto ele lidava com seus adversários no Egito.

Com os romanos distraídos pela guerra civil, Fárnaces II, o rei cliente do Reino do Bósforo e filho mais novo de Mitrídates VI, decidiu aproveitar a oportunidade e conquistou a Cólquida e a Armênia Menor, territórios que estavam subordinados à província romana do Ponto. Os monarcas da Capadócia e da Galácia, Ariobarzanes III e Deiótaro, respectivamente, pediram proteção a Calvino e logo as forças romanas se envolveram na disputa com Fárnaces II. Os dois exércitos finalmente se encontraram na Batalha de Nicópolis, na Anatólia oriental, na qual Fárnaces derrotou o exército romano e conquistou a maior parte da Capadócia, do Ponto e da Bitínia.
Depois de derrotar as forças ptolemaicas na Batalha do Nilo, César deixou o Egito em 47 a.C. e marchou através da Síria, Cilícia e Capadócia para enfrentar Fárnaces. Quando ele soube da chegada das forças veteranas de César, Fárnaces enviou emissários para tentar a paz, mas César não os recebeu. Os dois se encontraram na Batalha de Zela e César conseguiu derrotar Fárnaces de forma decisiva, reafirmando o poder romano na Ásia Menor. Quando voltou para o seu reino no Bósforo, Fárnaces II foi assassinado pelo genro, Asandro. Como retribuição, César nomeou-o o novo rei cliente do Bósforo. César então incorporou a Armênia Menor à Capadócia para servir como estado-tampão contra futuras agressões vindas das potências orientais, como os partas.
César foi assassinado em 15 de março de 44 a.C. pelos senadores liderados por Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino. Os "Libertadores" então fugiram da Itália e assumiram o comando das províncias e reinos clientes orientais , incluindo a Capadócia, em 43 a.C. Quando Ariobarzanes III reclamou contra a elevada interfer~encia romana em seu reino, Cássio mandou matá-lo e instalou seu irmão mais novo, Ariarate X no lugar em 42 a.C. Ainda no mesmo ano, depois da derrota de Bruto e Cássio pelo Segundo Triunvirato na Batalha de Filipos, o triúnviro Marco Antônio assumiu o comando das províncias e dos reinos cliente orientais. Em 36 a.C., Marco Antônio executou Ariarate X e instalou [{Arquelau da Capadócia|Arquelau]] como novo rei da Capadócia.

O Segundo Triunvirato expirou em 33 a.C., encerrando também o direito legal de Marco Antônio de governar a metade oriental da República. Sem ele, também se intensificaram as lutas entre Marco Antônio e Otaviano pelo poder. Este construiu sua base de apoio no ocidente enquanto Antônio se aproximou da rainha egípcia Cleópatra. Quando Otaviano declarou guerra ao Egito, Marco Antônio, apoiado pelos reinos clientes orientais (inclusive a Capadócia), marchou para lá para enfrentá-lo. A derrota de Marco Antônio na Batalha de Ácio em 31 a.C. assegurou a posição de Otaviano como único senhor do mundo romano. Arquelau declarou sua lealdade e conseguiu manter-se no trono.
Quando Otaviano tornou-se "Augusto", o primeiro imperador romano, em 27 a.C., a Capadócia tornou-se um importante e confiável estado cliente e manteve a sua independência sob o reorganizado Império Romano. Augusto considerava Arquelau um monarca confiável e se comprometeu a não converter a Capadócia uma província. Como recompensa por sua lealdade, Augusto premiou-o ainda com os territórios da Cilícia ao longo do Mediterrâneo e a Armênia Menor na costa do Mar Negro em 25 a.C., encarregando-o da missão de eliminar a pirataria que grassava nas duas regiões e para formar um estado-tampão entre Roma e o Império Parta.
Província romana e bizantina



("Igreja Escura" em Göreme)

 (Fresco da "Igreja Escura" en Göreme)

Império Seljúcida

Os seljúcidas, considerados os antepassados diretos dos turcos ocidentais, começaram a chegar à Capadócia após a Batalha de Manziquerta, em 1071, na qual as forças de Alp Arslan derrotaram o exército bizantino de Romano IV Diógenes, tendo conquistado aos poucos toda a região. Depois da conquista de Kayseri em 1082, os seljúcidas promoveram uma grande expansão urbanística, construindo mesquitas em Kayseri, Aksaray, Niğde e outras cidades, e uma escola de medicina em 1206. Construíram também inúmeros caravançarais (literalmente palácios de caravanas), estalagens fortificadas para uso dos mercadores viajantes da Rota da Seda, que aí podiam pernoitar e descansar e segurança. Alguns caravançarais tinham outros serviços para além dos de hotelaria, como enfermarias, cavalariças e mesquitas. Em toda a Turquia se encontram caravançarais, distanciando aproximadamente 30 km uns dos outros. Em tempos de guerra serviam como postos de defesa do território. Entre eles, destacam-se o de Agzikarahan, também chamado de Hoca Mesud, que se encontra a 13 km de Aksaray e foi construído no século XIII, e o de Sultanhanı, a 40 km da mesma cidade.

Nos séculos seguintes, a Anatólia em geral e a Capadócia foram palco de inúmeros conflitos entre seljúcidas, bizantinos e cruzados. Estes últimos tomaram a capital seljúcida de Iznik (antiga Niceia), obrigando os vencidos a fugir para Konya. Os seljúcidas criaram as bases para o Império Otomano, que se formou no século XV — os otomanos procediam de um dos sultanatos seljúcidas, tendo-se revoltado e ganho a independência sob a liderança de Osman I "Gazi" (triunfador ou combatente da fé). O termo otomano, em turco: osmanli, provém do seu nome.

Império Otomano

A Capadócia cai sob o domínio otomano no século XIV. Lentamente, uma parte considerável da sua população passa a ser muçulmana e adota a língua turca. Desenvolve-se uma língua intermédia, o capadócio, que sobrevive até à saída das populações gregas (cristãs) em 1923, na sequência do Tratado de Lausanne, que pôs fim à guerra greco-turca e determinou a troca de populações entre a Grécia e a Turquia com base na religião.

No século XVIII são abandonados os últimos mosteiros trogloditas. No mesmo século, o grão-vizir Ibrahim Paxá faz da sua pequena aldeia natal Nevşehir a capital regional que ainda hoje é e que é por vezes apontada como a comunidade mais rica de toda a Turquia apesar da sua aparência relativamente modesta.

Século XX e actualidade



(Balonismo, uma das atrações turísticas da região)

A Capadócia é uma região turística importante, atraindo visitantes tanto da Turquia, como de países vizinhos desde há muito. A sua popularidade na Europa e do resto do mundo foi muito impulsionada nas décadas de 1930 e 1940 com a publicação dos trabalhos do sacerdote francês Guillaume de Jerphanion sobre as igrejas da região.12 Na segunda metade do século XX assistiu-se a um grande crescimento da procura turística na Capadócia. Nos anos 1970 e 1980 a vintena de hotéis existentes então não satisfazia a grande procura, tendo os locais começado a arrendar quartos e transformar as suas propriedade para poder acolher visitantes, ao mesmo tempo que novos hotéis eram construídos. Em grande parte, as novas construções respeitam a paisagem e não chocam com as construções tradicionais. Segundo dados oficiais de 2005, a região recebeu 850 mil turistas estrangeiros e 1 milhão de nacionais.
Esta procura revitalizou a economia regional, pois a indústria turística não é a única a ser beneficiada; os produtores de cerâmica, têxteis e outro tipo de artesanato viram também o seu mercado muito alargado.

Cristianismo na Capadócia

(A "Igreja com Sandálias" em turco: Çarikli Kilise), em Göreme)
A região tem um papel muito especial na tradição cristã. Durante os primeiros anos do cristianismo, a Capadócia foi um terreno fértil para a expansão da nova religião, em parte pela sua proximidade das Sete igrejas da Ásia, mencionadas no livro do Apocalipse do Novo Testamento, e de Antioquia (atual Antakya),
onde São Pedro fundou a primeira comunidade cristã.

(fresco na Igreja das Maçãs de Göreme)

São Paulo efetuou três viagens à Capadócia entre 44 e 58. Muitos dos primeiros cristãos habitavam a região, tendo as cidades subterrâneas sido usadas como refúgio pelos primeiros cristãos durante as perseguições de que foram alvo. Durante os séculos II, III e IV. Aí nasceram nessa época pelo menos os seguintes santos e teólogos:
São Mamede, São Basílio Magno e Gregório de Nissa, de Cesareia (atual Kayseri).
Cesário de Nanzianzo, Gregório de Nanzianzo, o Velho e Gregório de Nanzianzo, o Novo, de Nanzianzo, uma antiga cidade onde agora se encontra a pequena aldeia de Berkalar (também chamada de Nenizi) e Gülagaç, entre Aksaray e Nevşehir.
Basílio, Gregório de Nissa e Gregório de Nanzianzo, o Novo, são chamados os Padres ou Filósofos Capadócios na literatura cristã, sendo apontados como importantes teólogos, tendo desenvolvido, por exemplo a doutrina da Trindade.13
Outro clérigo famoso originário da região foi João II da Capadócia, patriarca de Constantinopla entre 518 e 520, que, apesar do seu curto patriarcado, ficou famoso por ter marcado o fim de um cisma de 34 anos entre as igrejas orientais e ocidentais, originado no Concílio de Calcedónia.

(Interior de igreja troglodita em Göreme)

Apesar do assunto ser controverso, segundo a lenda, São Jorge também teria nascido na região, embora tenha ido para a Palestina, de onde a mãe era originária, ainda em criança. A lenda de São Jorge e do dragão tomou forma na Idade Média, sendo o santo convertido em padroeiro de muitos estados e coroas da Europa, nomeadamente de Aragão, Portugal, Inglaterra e Génova, entre outros. A Cruz de São Jorge ainda hoje está presente nas bandeiras da Geórgia, Inglaterra, Sardenha, Barcelona e Aragão e nos brasões de Génova e Pádua.

Existem entre 4005 e 600nt 1 igrejas na região, muitas delas escavadas em rochas, das quais largas dezenas são interessantes de visitar. As mais antigas datam provavelmente do século VI, embora a maor parte date dos séculos X e XI, o período que vai desde o fim das incursões árabes, até à chegada dos seljúcidas.

Naturais da Capadócia
São Jorge (século III-IV) — segundo a lenda, teria nascido na região, mas o tema é controverso entre os historiadores.
São Mamede
São Basílio Magno
Gregório de Nissa
Cesário de Nazianzo
Gregório de Nazianzo, o Velho
Gregório de Nazianzo, o Novo

Fotos da net
© Carlos Coelho

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Cosmos de Casal


O cosmos é uma planta com flor que encanta jardineiros com as suas inúmeras variedades com flores simples ou duplas de diferentes cores que vão do branco ao vermelho ao rosa, amarelo, marrom chocolate ou laranja. Como o campo da cultura, o cosmos cresce bem em solos pobres. Finalmente, embora o cosmos podem viver por vários anos, é habitual para renovar as plantas a cada ano.


O cosmos é uma planta ornamental decídua. Ao Ar Livre, o cosmos pode ser cultivada em jardins de pedra, fronteiras e camas. Adapta-se bem dentro de casa em vasos ou floreiras, desde que o intervalo apropriado é escolhido.


Cosmos género é dividido em várias espécies, que por sua vez têm diversas variedades. De Cosmos sulfúreos, por exemplo, podemos citar pequenas variedades como Sol de Ouro, o pássaro Lady e Sunny Vermelha, que raramente ultrapassam os 40 cm, e outra de tamanho médio (cerca de 70 cm), como o Diablo e Polidor. O Cosmos bipinnatus, entretanto, tem grandes variedades que podem chegar a 120 cm de altura e gigante Sensation precoce, a psique e Picotee.


O cosmos é bem prosperar em áreas ensolaradas e solos bem drenados, com pH neutro ou alcalino. Então, não devemos cultivar em solos alterados ricos em fertilizantes, para evitar que as plantas cresçam de forma desproporcional à custa da floração. Esta é também idealmente plantas que crescem em climas quentes e secos; de facto, o cultivo deve ser realizado de preferência a uma temperatura de 25 ° C. A floração dura de Junho até o início do grande frio, que o cosmos é muito sensível.


Fotos da net
© Carlos Coelho

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Fique a saber





Fonte: Revista Maria
Carlos Coelho

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Psychotria elata


A flor-do-beijo é uma planta arbustiva ou uma pequena árvore, semilenhosa e florífera, que chama a atenção principalmente por suas inflorescências viçosas, de brácteas vermelho vivo, brilhantes e que lembram lábios carnudos. As pequenas flores surgem entre as brácteas e são pentâmeras, como pequenas estrelas de cor creme pálido. A flor-do-beijo é muito atractiva para borboletas e beija-flores. Suas folhas são verdes, lustrosas, opostas, pubescentes, ovaladas, acuminadas e com nervuras salientes e de cor mais clara. A ramagem é avermelhada, erecta e ramificada. Os frutos são bagas ovais, pequenas e azuis.


Esta bela e rara espécie é encontrada em estado selvagem nas florestas tropicais de alguns países da América Central e do Sul, tais como Colômbia, Equador, Panamá, Jamaica e Costa Rica. Ela está ameaçada de extinção devido ao avanço constante do desmatamento sobre o seu habitat.
Deve ser cultivada sob meia sombra, em solo rico em matéria orgânica, drenável e irrigado frequentemente. Aprecia o calor e a humidade tropicais. Não resiste ao frio, geadas ou estiagem. Multiplica-se por sementes e por estacas semi-lenhosas.

Fonte: http://www.jardineiro.net/
Foto da net
Carlos Coelho

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Brigitte Bardot

Elas têm todas a mesma idade, mas…

B. Bardot os anos não a têm poupado

Será que Brigitte Bardot desconhece o “segredo” de Raquel Welch, Sophia Loren e Jane Fonda? É que estas quatro mulheres, apesar de não parecer, têm quase todas a mesma idade, aproximadamente 60 anos.

O peso da idade tem-se manifestado bastante em Brigitte Bardot (63 anos), especialmente se recordarmos as imagens dela no cinema dos anos cinquenta ou se a compararmos com algumas actrizes suas contemporâneas. Fazendo esse pequeno exercício de comparação, nota-se que a velhice se manifesta de forma ainda mais inequívoca em BB do que nas “avozinhas” Raquel Welch (58 anos), Sophia Loren (63) e Jane Fonda (60) que parecem autênticas meninas de colégio”!


Raquel Welch (na foto) não aparenta 58 anos... Já os 63 de Brigitte Bardot são indesmentíveis.

Queda da “rainha”

Se há mulheres que “limpam” do rosto as sequelas do tempo, Bardot optou por não o fazer. Pele enrugada e 2papos” debaixo dos olhos (os mesmos olhos azuis de sempre) não são, afinal, motivo suficiente de preocupação para ela. Ninguém pode dizer ao certo, qual a razão para o desmazelo da actriz. Alguns justificam o degradado estado da sua pele com o facto de ter muitas horas de exposição ao sol nas praias do Mediterrâneo (onde se tornou “rainha” de St. Tropez).

Vaidade nos actos

Mas é realmente de desleixo que se trata? A verdade é que  BB tem-se dedicado arduamente a outros campos que não o seu bem-estar. Vaidade, para ela, não é sinónimo de algumas esticadelas de pele. O verdadeiro motivo de orgulho de Brigitte Bardot é a sua generosidade e afeição em relação aos animais. Toda a gente lhe reconhece a extrema dedicação ao bem-estar animal. Causa com que se ocupa a tempo inteiro nestes últimos anos.


Sophia Loren também tem os mesmos 63 anos de Brigitte Bardot...


Ninguém apesar de tudo, pode criticar o facto de mulheres de idade avançada pretenderem disfarçar o processo de envelhecimento, como são os casos de Raquel Welch, de Sophia Loren ou da guru do fitness Jane Fonda, que representam na perfeição, a prova de que, mesmo aos sessenta, se pode ter glamour e, porque não?, sensualidade.


Jane Fonda é quem parece preservar-se melhor: a guru do fitness dobrou agora mesmo os 60. Inacreditável!!!



As opiniões dividem-se. Enquanto uns valorizam o aspecto humano da sua existência, outros optam por preservar a beleza exterior tanto quanto possível, durante o máximo de tempo possível. Mas o ideal era reunir ambas as qualidades.

Fonte: Revista NOVA 1999
Fotos da revista
Carlos Coelho

domingo, 4 de janeiro de 2015

Freddie Mercury

O animal de palco que era tímido

“Não serei um astro do rock, serei uma lenda”. A afirmação, de Freddie Mercury, denunciava a antevisão de uma banda rock, formada por quatro amigos de faculdade, que haveria de vender mais de 300 milhões de discos.
A história do cantor cola-se á história dos Queen, apesar da sua vida não se limitar ao seu lugar numa das maiores bandas de sempre. Farrokh Bulsara nasceu na ilha de Zanzibar, em 1946, mas foi na Índia, terra natal dos progenitores, que deu os primeiros passos e foi também ai que se iniciou na música, com aulas de piano, aos sete anos.


Os pais, Bomi e Jer, eram parsis de Bombain e praticavam o zaroastrismo, a religião de Zaratustra, pelo qual Mercury sempre se regeu. O pai havia levado a família para Zanzibar onde o governo colonial britânico lhe dera emprego, mas inscreveram o filho mais velho na escola britânica de Bombaim, St. Peter’s School.


Foi aí que aos 12 anos, encontrou companheiros para formar a sua primeira banda, The Hectics, que faziam covers de Cliff Richard e Little Richard. Quando fez 17 anos, a família mudou-se para Inglaterra, e Farrokh, que era já tratado por Freddie, candidatou-se ao Curso de Arte e Design Gráfico, em Londres. Era um jovem tímido quando, no final da década de 60, passou por várias bandas, nomeadamente Ibex, Wreckage e Sour Milk Sea, que terminaram antes de encontrarem o seu caminho.



Enquanto trabalhava no aeroporto de Heathrow, aumentava o seu interesse pela música, mas só em 1970 daria o passo certeiro. Tim Staffell era seu colega de quarto quando fundou a banda Smile, com Brian May e Roger Taylor. Freddie há muito acompanhava o trajecto da banda, participando e assistindo aos ensaios, por isso, quando Tim deixou a banda, sabia que o lugar seria seu.O carisma do novo vocalista, que rebaptizou a banda, rapidamente o tornou líder incontestado, mas só 1971 encontrariam o baixista ideal para o quarteto: John Deacon. Nasceram os Queen.


A banda ficará par a história da música por conseguir conquistar audiência em espectáculos de massas, onde dezenas de milhares de pessoas respondiam em uníssono a temas que se transformaram em hinos internacionais. Já o lado teatral da banda e a transformação do tímido vocalista em animal de palco quando acendiam as luzes fizeram o resto. “ Eu sou uma prostituta musical”, admitiu uma vez Freddie Mercury, revelando que nem sempre fez a música que mais lhe inspirava a alma.



Apaixonado por homens e mulheres

Foi no inicio da década de 70 que o jovem cantor, que entretanto adotara o nome de Freddie Mercury, conheceu Mary Austin. Apesar de nunca casarem, estava sinceramente apaixonado pela jovem a quem dedicou vários temas, nomeadamente o belíssimo Love of my life. Só quando descobriu uma crescente atração por pessoas do mesmo sexo preferiu terminar a relação, que de imediato se transformou numa bela e honesta amizade. O cantor considerava que Mary era a sua única amiga e foi a sua confidente ao longo dos anos de estrondoso sucesso que se seguiram. “Todos os meus amantes me perguntavam porque não podiam substituir a Mary, mas era simplesmente impossível. É a minha única amiga e para mim, era a minha mulher. Para mim foi um casamento”, explicou já depois do início do sucesso.


O primeiro álbum da banda, intitulado Queen, caracterizava-se por sonoridades bastante pesadas. Queen II, de onde se destaca Seven Seas of Rhye, apresentava já o som mais melódico de Freddie. Foi o terceiro álbum, Sheer Heart Attack, em 1974, que tornou os Queen conhecidos do outro lado do Atlântico. Aquela que é considerada por muitos a sua obra prima foi lançada no ano seguinte. A Night at the Opera vendeu mais de um milhão de cópias e criou um novo estilo: o rock arte que, para além de temas muito complexos, conta com uma superprodução em videoclips e concertos. A day at the Races volta a ser dirigido pela guitarra de Brian may e pela bateria de Roger Taylor, mas inclui Somebody to Love, um dos melhores exercícios vocais de Freddie. Em 1977, News of the World trouxe os grandes êxitos We Will Rock You e We Are The Champions e enche estádios. Os anos 80 trouxeram a electrónica à banda, nomeadamente com o êxito Another One Bites The Dust. Mas, à medida que o sucesso internacional aumentava, Freddie começava a divorciar-se do rock, apostando numa carreira a solo, o que começou a motivar discussões e ameaças constantes entre o grupo.


Apesar de tudo nunca se separaram. Lançaram em 1984 o álbum The Works e fizeram várias digressões internacionais, passando pela América Latina e por África. Nesse mesmo ano, o concerto no Rock in Rio ficou na história da música. A actuação de 1985 no Live Aid, em favor das vítimas da fome em África, perante 72000 espectadores, foi mesmo considerada a maior performance ao vivo na história da música rock.
Nesse ano, depois de ter uma relação com a actriz Barbara Valentin conheceu o cabeleireiro Jim Hutton, que foi o seu companheiro até ao fim.
A digressão do álbum A Kind of magic foi a mais lucrativa da banda, mas o concerto de dia 9 de Agosto 1986, em Inglaterra, que juntou 140 mil fãs, foi quase uma despedida dos palcos. É que pouco depois, Freddie Mercury descobre um caroço no ombro e a biopsia revela-lhe que é seropositivo.

O início do fim

Freddie terá revelado apenas às pessoas mais próximas que tinha HIV, então demonizado pela esmagadora maioria das pessoas. Jim Hutton, o seu companheiro, também soube que era seropositivo em 1990, mas acabou por morrer de cancro, há dois anos.


Apesar de muitos acharem que Freddie Mercury era homossexual, na realidade sentiu-se atraído por várias mulheres ao longo da sua vida. E, apesar da sua exuberância em palco, nunca assumiu publicamente a homossexualidade, que havia sido legalizada no Reino Unido apenas anos antes, em 1967.


Alguns grupos defendem que o cantor devia ter tornado publico que era seropositivo, para poder participar nas campanhas de informação e conseguir angariar fundos para a investigação, mas a verdade é que, apesar de ser muito extrovertido em palco, Freddie Mercury sempre foi muito discreto e particularmente tímido.
Nos últimos anos, dedicou-se a concretizar alguns sonhos artísticos. Lançou o álbum Barcelona, com a cantora de ópera Monserrat caballé, que adorava desde sempre, e The Miracle, com a banda.


O álbum Innuendo foi a preparação da despedida. The Show Must Go On, These Are The Days Of Our Lives, Innuendo e I’m Going Slightly Mad davam já indícios de que seria o último.
A progressiva degradação física do cantor havia já lançado suspeitas de que estava muito doente, quando finalmente decidiu partilhar a verdade com os fãs. ”Resolvi confirmar ao público as suspeitas que a imprensa tem levantado há algumas semanas: eu tenho sida e tenho lutado contra esta doença há alguns anos. Espero que daqui para a frente todos se consciencializem e se unam para enfrentar este terrível mal”. Morreu menos de 24 horas depois de fazer o comunicado, dia 24 de Novembro de 1991, de uma broncopneumonia.


O funeral foi privado, de acordo com os princípios zoroástricos e, tal como havia desejado, foi cremado e as suas cinzas foram dispersadas em local incerto. Por não haver um túmulo, os locais que marcaram a sua vida, nomeadamente a sua casa, transformaram-se em memorial e ainda hoje são visitados por milhares de fãs. Fiel a quem amava, deixou grande parte dos royalties e a mansão a Mary Austin, com quem havia casado, pelo menos ideologicamente. “ Se tivesse sido minha mulher teria tudo para ela”, justificou, dividindo o resto da fortuna entre a família e o companheiro.
Com o apoio de Jim Hutton e da amiga de sempre, passou as ultimas semanas na sua casa, em Kensington.


Ao perceber que o processo era irreversível, decidiu deixar de tomar a medicação, para acelerar o fim. “ Eu não tenho a mínima vontade de viver até aos 70 anos, acho que seria enfadonho”, disse em tempos. O destino fez-lhe a vontade.

Fonte: Revista VIP
Texto: Elizabete Agostinho
Fotos da Net

CarlosCoelho

sábado, 3 de janeiro de 2015

Mount Washington Hotel


O Mount Washington Resort, em Carroll, New Hampshire, foi inaugurado em 1902 e é declaradamente o lar de diversos espíritos. O mais conhecido deles é o fantasma de uma princesa que, em todos os Verões, fica no hotel, sempre na mesma suite, e a sua cama permanece no quarto 314 até hoje.
...
A equipe de investigação paranormal do Ghost Hunters fez uma investigação sobre o hotel e produziu uma das provas mais incríveis de manifestação espiritual. Em um clipe de áudio, feito dentro da famosa Suíte da Princesa, Jay e Grant perguntaram: "Princesa, você está aqui?" e a resposta foi imediata: "Claro que eu estou aqui. Onde você está?".

Fonte: Assusta Net
Foto da net
Carlos Coelho

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Jacinto


Orientalis Jacinto (jacinto comum, jacinto jardim ou jacinto holandês), é uma planta herbácea perene, nativa do sudoeste da Ásia, sul e centro da Turquia, no noroeste da Síria, Líbano e norte de Israel. Foi introduzida na Europa no século 16. É amplamente cultivada em todo o mundo temperado por suas flores perfumadas que aparecem fortemente excepcionalmente no início da temporada e, frequentemente, forçados a flor na época do Natal.

Descrição


É uma planta bulbosa, com uma lâmpada de 3-7 cm de diâmetro. As folhas são em forma de alça, 15-35 cm de comprimento e 1-3 cm de largura, com uma textura macia, suculenta, e produzido em uma espiral basal. A haste de floração é um pico, que cresce de 20-35 cm (raramente até 45 cm) de altura, tendo 2-50 flores roxas perfumadas 2-3,5 cm de comprimento com um tubular, perianto seis lóbulos.

Mitologia

Na mitologia grega, Hyakinthos era um jovem admirado por Apollo e Zephyr, mas morto por um disco em uma briga de ciúmes entre os dois deuses; uma flor teria sido nomeada após ele quando ele saltou de seu sangue. No entanto, Teofrasto descreve tanto uma cultivada e uma planta selvagem chamado άκινθος (Hyakinthos), nenhuma das quais são consideradas como o jacinto moderno.

Reprodução

A reprodução da planta em cultivo pode ser feita facilmente, dividindo as lâmpadas recentemente apareceram a partir da planta principal. Na natureza, este método também é utilizado pelo jacinto mas a planta tem também determinado tipo de reprodução por sementes.
A planta é polinizada por insectos diferentes, como as abelhas. As flores são muito perfumadas e atraem os insectos por recompensando-os com o néctar.

Após a floração a maturação das cápsulas de sementes começa. São estruturas carnudas e esféricas. Quando as cápsulas atingem a maturidade, elas ficam secas e dividem-se em três partes. Cada parte tem duas subdivisões e contém a quantidade diferente de sementes. As sementes são os grãos pretos com um elaiossomo branco que o tamanho pode variar. Como parece já que as sementes têm tal estrutura, que são dispersas através mirmecocoria. As formigas encontram as sementes e levam-nas para as suas tocas onde elas usam o elaiossomo por comida. Lá as sementes podem germinar.

Cultivo


Cultivares Jacinto, mostrando a gama de cores disponíveis

H. orientalis tem uma longa história de cultivo como planta ornamental, cultivada em toda a região do Mediterrâneo, e mais tarde a França (onde é utilizada em perfumaria), Países Baixos (um importante centro de cultivo) e em outros lugares. É flores no início da primavera, que crescem melhor em pleno sol a sombra em parte bem drenado, mas não seca, o solo. Ele requer um período de dormência de inverno, e só vai persistir em regiões de clima frio. É cultivada para os aglomerados de fortemente perfumadas flores, de cores vivas. Mais de 2.000 cultivares foram seleccionados e nomeados, com a cor da flor, variando de azul, branco, amarelo pálido, rosa, vermelho ou roxo; a maioria das cultivares também foram selecionadas por pontos da flor mais densas do que o tipo selvagem, tendo 40-100 ou mais flores em cada espiga.

Cultivares

Os seguintes cultivares ganharam Prémio da Royal Horticultural Society do Jardim de Mérito: -

Forçando

Jacintos estão entre as lâmpadas mais populares seleccionadas para o processo conhecido como forçar, pelo qual as plantas são induzidas a flor mais cedo do que a sua estação natural (no presente caso, de Natal).

Toxicidade

H. orientalis contém alcalóides e é tóxico se ingerido em grandes quantidades. A lâmpada, no entanto, é a parte mais venenosa e não deve  ser ingerido  sob qualquer circunstância.

Fonte: Wikipedia
Fotos da net

CarlosCoelho  

Pântano de Manchac


Fantasmas, sepulturas em massa, jacarés, e árvores com aparências assustadoras decoram este pântano horrível em Louisiana, nos EUA....
As fotos resumem a reputação assombrada do local. Em 1915, Julia Brown previu o dia de sua morte ao cantar uma canção que dizia “Quando eu morrer vou levar toda a cidade comigo”. O funeral de Julia foi destruído quando um vento e uma tempestade carregaram centenas de pessoas até uma terrível morte nas profundezas do pântano de Manchac. Quem passa por lá diz ouvir os gritos das vitimas. Aparições também são comuns.
E ser assustador não é novidade para o local. Séculos atrás, o Pântano da Louisiana era o ponto predileto para práticas vudu. Relatos sobre zumbis que vagavam pelo pântano e rituais de sacrifícios humanos feitos pelos senhores de fazendas para manter sua prosperidade eram comuns. Dizem ainda que o pântano foi o lar de uma rainha-bruxa.
Se você é um cético de carteirinha, vai ficar feliz em saber que, pelo que podemos provar, só tem crocodilos em Manchac – o que já é suficiente para nos manter longe de lá. Se você é dos curiosos, no entanto, existem excursões com tochas à meia-noite pelo pântano. Cenas do filme A Colheita do Mal foram gravadas no local, o que o torna um bom destino turístico no quesito “terror”.




Manchac é uma pequena cidade da Louisiana, localizada no Lago Maurepas, região do sul dos Estados Unidos colonizada por franceses. Com eles, vieram os escravos africanos, e também as tradições, religiões e rituais do continente, como o vodu.


Reza a lenda que uma rainha praticante de vodu (Marie Laveau, 1794-1881) foi acusada de feitiçaria e condenada a passar toda a vida em uma cadeia local. Para se vingar, ela teria lançado uma maldição sobre a região: os belos ciprestes assumiram formas tenebrosas, as águas ficaram turvas e os crocodilos aprenderam a espreitar silenciosamente suas vítimas. Laveau seria a responsável pelo furacão de 1915, que destruiu três pequenas cidades da região. Mas você pode ouvir ainda uma outra lenda, dependendo do morador com quem conversar. Julie White era uma princesa praticante de vodu, que costumava se sentar na varanda de sua casa e cantar: “Um dia vou morrer e levarei todos comigo”. Por incrível que pareça, o furacão de 1915 assolou a Lousiana exatamente no dia de seu funeral.

Mas não são apenas as lendas de feitiços e magia negra que inspiram temor. Os imigrantes franceses temiam o sanguinário Rougarou, a versão cajun do lobisomem.
Talvez você não acredite nessas histórias fantasiosas, mas deve haver alguma explicação para os sucessivos desaparecimentos de pescadores e turistas. Até os guias mais experientes evitam os pântanos e certas áreas consideradas “sombrias”.
As formas retorcidas das árvores são como garras, prestes a arrastar quem se aventurar em seus domínios. O canto das rãs inquieta os mais corajosos. As águas turvas transmitem a sensação de que ninguém ouvirá um pedido de socorro. Tudo isso faz do Pântano de Manchac o cenário ideal para os filmes de terror, onde vários diretores filmaram clássicos do género.
Você pode evitar passar pela região e se contentar em apreciá-la por fotos, mas seus moradores têm menos sorte: são obrigados a atravessar a ponte do Pântano de Manchac, a terceira maior do mundo, com quase 37 quilômetros de extensão, e a única ligação da cidade com a rodovia estadual 55.
Diversas aparições de espíritos e sombras nas brumas do pântano são relatadas, e até gritos já foram ouvidos durante a travessia. A população acredita que essas aparições são as almas das finadas vítimas da maldição vodu.
Se nada disso foi o suficiente para assustá-lo, você é um forte candidato a visitar um dos lugares mais temidos e interessantes do planeta. Com um pouco de sorte, você poderá avistar os olhos vermelhos dos crocodilos à espreita, ou mesmo o cadáver de uma das vítimas boiando nas águas do pântano. Talvez você se arrisque a encontrar a última morada da rainha vodu, o lugar que muitos tentaram encontrar, mas jamais retornaram.

Fonte: Minilua.com
Fotos minilua.com
Carlos Coelho