Centro urbano tão populoso como Portugal, o Grande Londres cobre uma área de quase dois mil quilómetros quadrados. Do alto da Torre do Correio, de 180 metros de altura, concluída em 1966, avalia-se bem o «peso» desta cidade.
Duas horas depois de ter chegado a Londres, vi a Rainha e o seu marido. Por coincidência dirigi-me a Piccadilly e, perto desta praça estava muita gente ao longo dos passeios. Informado do que se passava, aproximei-me do cinema onde ia ter lugar a «première» do filme Chitty-Chitty, Bang-Bang. É que o 1º. Casal inglês ia assistir à estreia desta pelicula. Sem dificuldade pude ver a Rainha sair do seu «Rolls Royce» logo seguida do duque de Edimburgo. Ambos sorridentes, acenaram e entraram no Cinema.
O «passe» turístico para uma semana facilita ao recém-chegado percorrer de metropolitano e de autocarro qualquer linha dos «Transportes Londrinos». Onde o turista mais cedo ou mais tarde tem de passar é em Piccadilly Circus – pequena praça que apresenta um dos problemas de tráfego mais difíceis. Um outro ponto que embaraça muito a circulação é o cruzamento da rua Oxford com a rua do Regente. São duas artérias que centralizam elegantes armazéns onde os compradores são aos milhares e onde a circulação é contínua.
WHITEHALL
A larga avenida que une o parlamento à praça de Trafalgar é conhecida pelo nome de Whitehall. É nesta artéria que se encontram a Casa da Guarda Real, os Ministérios e o começo da Downing Street. No nº. 10 desta pequena rua está a residência oficial do Primeiro Ministro. Foi nesta casa, durante os anos da última guerra que Sir Winston Churchill arcou com o peso da responsabilidade que teria vergado qualquer outro homem.
O PARLAMENTO
Outrora um Palácio Real, o edifício do Parlamento é a sede do Governo e o coração da Comunidade Britânica. Destruído pelo fogo em 1834, foi mais tarde reconstruído. Em 1941 apenas a Câmara dos Comuns foi destruída durante um bombardeamento. O mobiliário da sala, que se resume e longos bancos em volta da sala e uma grande mesa ao meio, não mostra nenhuma riqueza.
Pelo contrário, a enorme sala de Câmara dos Lords, de estilo gótico, está magnificamente decorada. É aqui que está o trono onde o monarca inglês se senta para assistir a reuniões que por vezes decidem o bom ou o mau futuro do reino. Quando qualquer destas duas Câmaras está reunida, os visitantes não têm aqui acesso.
ABADIA DE WESTMINSTER
Não existe na Grã-Bretanha lugar mais histórico do que a Abadia de Westminster. Desde o tempo de Guilherme o Conquistador, em 1066, todos os reis e rainhas de Inglaterra, com excepção de Eduardo V e Eduardo VII, foram coroados nesta Abadia e muitos deles estão aqui sepultados. O trono da coroação data do Seculo XIV; é um velho cadeirão, feio, de cor escura.
No tesouro da Abadia estão expostas cartas escritas desde 1374. Joana, princesa de Gales e mão do rei Ricardo II pede, por carta escrita em 12 de setembro de 1377 ao abade do convento de Westminster, seis carvalhos para plantar na sua quinta de Bushey. O original, escrito em normando-francês, está impercetível, mas através de uma fotografia sob os raios ultravioletas foi possível conhecer o seu conteúdo. Também está uma carta da futura rainha Maria Tudor a «sangrenta», escrita a seu pai Henrique VIII, em 1540. Outras cartas do tempo de Henrique V e de Ricardo III, escritas a membros de família real e eclesiásticos, enchem as várias vitrinas desta sala de pedra fria.
Também está exposto um documento, dando determinadas ordens, com a assinatura de Nelson. Ao lado está um livro de escrituração comercial que pertenceu ao chapeleiro de Nelson, aberto no fólio da conta do grande Cabo-de-mar com uma quantia devedora por saldar.
MUSEU WELLINGTON
Neste museu está exposto, em muitos retratos, o do nosso rei D. João VI, do tamanho de dois metros por um metro e trinta centímetros. Ao lado, outros de oficiais do exército português do tempo das invasões francesas.
Artur Wellesley, mais conhecido por Duque de Wellington, foi o general vitorioso de Waterloo. Ele viveu nesta casa que encheu com tesouros trazidos das suas campanhas. O seu túmulo está na catedral de S. Paulo, na «City». Uma colecção de quadros, porcelanas, pratos e louças enchem a sete salas do edifício.
TORRE DE LONDRES
À beira do Tamisa, esta antiga prisão real é um belo exemplo de fortaleza medieval. Construída há mil anos, foi durante séculos um lugar de intrigas de Estado e de assassinatos reias. No local chamado Torre Verde, ainda está assinalado o lugar onde fora erguido o cadafalso em que foram executadas Ana Bolena, catarina Howard e outras.
As Joias da Coroa, compostas pelos maiores brilhantes no mundo, estão guardadas numa funda cave com portas blindadas de aço de 40 centímetros de espessura.
MUSEU DA MARINHA
É em Greenwich, a poucos quilómetros a leste de Londres, que está o Observatório Real por onde passa o Meridiano Zero.
Junto do molhe de Greenwich, em terra seca, está exposto ao público o Cutty Sark, último veleiro dos que transportava chá do Oriente.
O museu da Marinha apresenta centenas de miniaturas dos modelos de barcos, de pinturas e de relíquias que ilustram a história da Marinha Britânica.
MUSEU BRITÂNICO
Para se ter uma impressão, mesmo sumária, do museu Britânico deve-se passar pelo menos meio-dia nas suas galerias, cujo conteúdo abrange as actividades do Homem em todas as épocas através do mundo. O título oficial do museu é: Biblioteca Nacional e Museu de História, Arqueologia, arte e Etnografia. Este título não dá uma ideia do que seja a beleza viva e dramática dos milhares de objectos exibidos no museu.
BRIGHTON
A 80 quilómetros ao sul de Londres está Brighton, uma praia de luxo e uma grande cidade de 70 cinemas, que conserva a atmosfera elegante da Inglaterra da Regência.
O Pavilhão real, palácio do estilo oriental, serve de residência de verão a alguns membros da família real.
Na velha cidade, um labirinto encantador de ruelas com muitas lojas pequenas, lembra a cidadela das cidades árabes. Atrás da cidade elevam-se as colinas de Sussex de formas arredondadas com aldeias antigas e castelos históricos.
Na secção de esqueletos do Museu Municipal há esqueletos de cobras de cinco a seis metros. A concha duma tartaruga de um metro de diâmetro é outra curiosidade deste pequeno museu. No aquário miniatura há peixes pretos de rabo amarelo, o peixe-zebra raiado a preto e branco e o peixe raio X, transparente, vendo-se a espinha. Na secção dos animais embalsamados, aquele que chama mais a atenção é o grande condor, a maior de tosa as aves de presa com uma envergadura de dois metros. Existe uma sala reservada aos transportes antigos de duas rodas. Aqui estão expostas as primeiras bicicletas: rodas de madeira e por fora uma cinta de ferro; eram adicionadas com os pés a fazerem força no chão e datam de 1818.
Fonte: Extraído do Livro Costumes e Curiosidades de 55 Países
Autor: Rogério R. Malta, Coimbra Editora, L.Da. Coimbra 1970
Fotos da net
© Carlos Coelho