sábado, 9 de julho de 2011

Psoríase



Pode surgir em qualquer idade e não tem cura. Afecta homens e mulheres e cerca de dois por cento dos portugueses sofre deste problema. Na maioria dos casos existe uma predisposição genética, mas há algumas excepções.
No entanto, não se sabe o que motiva o seu aparecimento.
A psoríase
É uma doença inflamatória da pele, crónica recorrente, que se caracteriza pelo aparecimento de áreas avermelhadas e cobertas de escamas secas e prateadas. Só em casos muito raros é considerada uma doença grave, mas pode afectar psicologicamente a pessoa que dela padece. As desagradáveis lesões que provoca na pele podem levar o indivíduo a sofrer de problemas emocionais.



O que o origina


Para melhor se compreender esta patologia é necessário perceber como é feita a renovação da pele. Ou seja, a pele está em constante renovação. À medida que na camada interna da epiderme se vão formando células novas, que são impelidas para fora, as células mortas vão-se soltando. Este é o processo normal para qualquer pele. Mas na psoríase as coisas não se passam bem assim. A formação das células é tão célere, que estas vão-se acumulando, formando escamas de uma coloração prateada.
A Nível da derme também ocorrem alterações. Novos vasos sanguíneos são formados para alimentar essas células precoces da epiderme. Daí a vermelhidão da pele, característica da psoríase.


Como são as lesões


As lesões, em forma de pápulas e placas escamosas, causadas por esta doença surgem em diversas zonas do corpo. Inicialmente parecem no couro cabeludo, pescoço, atrás das orelhas, cotovelos, joelhos, á volta das unhas das mãos e dos pés embora possam surgir em outras zonas.
A psoríase pode manifestar-se de uma forma ligeira, surgindo apenas uma ou duas lesões no corpo, ou de forma bem mais intensa, atingindo o corpo todo. Por sua vez as lesões possuem tamanhos muito diferentes, podendo medir apenas poucos centímetros ou atingir uma parte muito grande da pele. E em determinadas situações pode mesmo acontecer uma junção de placas, de forma a abranger grande parte da epiderme.


Predisposição genética



A psoríase costuma aparecer pela primeira vez entre os 15 e os 30 anos, embora possa manifestar-se durante qualquer idade. Pensa-se que exista uma certa predisposição hereditária.



Na maioria dos casos, as pessoas com antecedentes familiares de psoríase têm mais probabilidades de vir a sofrer desta doença. Alguns especialistas defendem mesmo que quanto mais cedo se manifesta, mais ligada está à herança familiar. Outros acreditam que uma pessoa tem cerca de 25 por cento de hipóteses de vir a sofrer da doença, caso o pai sofra desta patologia e aumenta para 75 por cento se ambos os progenitores foram afectados.
Porém, em determinadas situações - o que acontece geralmente em pessoas com mais de 40 anos - a psoríase não está ligada a factores genéticos e os especialistas não conseguiram ainda
encontrar uma explicação para estes casos em que a doença surge pela primeira vez num indivíduo que não tem antecedentes familiares com da doença.
Também se sabe que as pessoas de pele branca são mais vulneráveis e a raça branca é mais afectada do que as outras.


Comportamento imprevisível


A Psoríase varia de pessoa para pessoa, surgindo em alguns casos de forma brutal e noutros de um modo ligeiro. Aliás o mesmo paciente pode sofrer um episódio marcado por grandes lesões e outro com pequenas marcas. E a duração desses episódios também é variável. Trata-se de uma doença de comportamento imprevisível e a sua evolução pode caracterizar-se por permanência, melhoria ou desaparecimento das lesões. Neste último caso, as lesões podem desaparecer durante meses ou mesmo anos.


Embora seja uma doença que possa suscitar muitas dúvidas, sabe-se, pelo menos, que não é contagiosa nem dolorosa, embora alguns pacientes refiram um certo ardor (que na maioria dos casos é de sintoma psicológico). Na verdade, o grande problema desta patologia tem a ver com as complicações emocionais que desencadeia no individuo por causa do aspecto das lesões.



Outras formas da doença



Existem situações esporádicas em que o corpo fica todo vermelho e coberto de escamas, a que se dá o nome de eritrodermia. A psoríase pustulosa é outra forma grave da doença e caracteriza-se pelo aparecimento de escamas nas palmas das mãos e plantas dos pés.
Outra situação que pode suceder é o paciente desenvolver artrite psoriática (doença muito semelhante à artrite reumatóide), muito incapacitante, que pode ir desde as deformações nas mãos a lesões graves na coluna vertebral.
A psoríase nas unhas pode assemelhar-se a uma micose, com os mesmos sinais, desde descamação, engrossamento, descoloração e separação entre unha e carne, etc.



O que pode desencadear um episódio



Apesar de haver ainda muita coisa por descobrir, principalmente saber o que motiva o seu aparecimento, é ponto assente que a psoríase é uma reacção cutânea a determinados estímulos. Por exemplo, o calor e o sol são benéficos para a maioria dos pacientes, enquanto para outros pode agravar a doença. A reacção a alguns medicamentos, infecções e stress são situações que podem originar episódios de psoríase. Por outro lado, estudos efectuados relacionaram a doença com falta de cálcio.



Tratamentos possíveis



A psoríase não tem cura, pelo que existe alguma subjectividade quando se fala nos tratamentos para esta doença. Por exemplo, a única coisa que podemos esperar é a melhoria dos sintomas. Mesmo assim o tratamento a efectuar depende também da zona afectada. Se se tratar de áreas pequenas, a aplicação de uma pomada pode ter um bom resultado. Outro medicamento que se tem revelado promissor é um derivado da vitamina D, que retarda o desenvolvimento das células novas.



Quando as situações são mais graves é aconselhada a foto quimioterapia, através do qual a pele é exposta aos raios ultravioleta A. Mas esta parte do tratamento só é efectuado após a administração de psoraleno (um medicamento oral que intensifica a capacidade curativa da luz).
Outro método administrado aos casos mais graves são os medicamentos antineoplásicos, que atrasa a produção das células novas.
Por último, o etretinato, um antipsoriático de administração oral derivado da vitamina A tem-se mostrado benéfico no tratamento da psoríase.

Tudo o que agrava as lesões

Como lemos anteriormente, esta doença comporta-se de forma imprevisível e as lesões tão depressa surgem como também desaparecem. Mas se há factores que podem desencadear a doença e que desconhecemos, outros há que podem agravar as lesões, como os que a seguir refiro:



Se em algumas pessoas o sol pode ter efeito benéfico, causando algumas melhorias, em outras as lesões podem agravar-se;



As infecções sobretudo na garganta;



Golpes ou simplesmente fricções, nas zonas afectadas;



Pressões emocionais ou stress;



O frio. As lesões tendem a agravar no inverno;



Algumas alterações hormonais. Por exemplo a puberdade e a menopausa são períodos complicados;



Alguns medicamentos.

Mikii
Fonte: Revista Mulher Moderna nº 580
(Fotos da Net)