


Quando morreu, a igreja Ortodoxa tornou o bom bispo em santo, pelos milagres que fazia, e passou a ser conhecido por S. Nicolau, ou Santus Nicolaus na antiga língua chamada latim, muito usada na religião. A Igreja Católica também reconheceu Nicolau por ajudar as crianças e os pobres. S. Nicolau tornou-se o patrono das crianças, dos órfãos e dos marinheiros… mas até os ladrões pedem protecção a este santo.

De longas barbas brancas e com veste dos bispos ortodoxos, a imagem de S. Nicolau foi-se alterando ao longo dos tempos. Perdeu a roupa da igreja, mas manteve o ar bondoso e a barba. Também o seu nome se foi alterando de país para país, e nem sempre se parece com Nicolau.

Santa Claus e as suas renas
Nos Estados Unidos da América, o nome Santus Nicolau manteve-se, mas um pouco alterado. Santus transformou-se em Santa e Nicolau ficou abreviado para Claus. Mas a verdadeira explicação para Santa Claus vem da Holanda, onde o nome de Nicolau era Sinter Nikolass, mas foi abreviado para Sinter Klaas. Quando os holandeses emigraram para a América do Norte, o nome transformou-se em Santa Claus.

Em 1808, o autor americano Washington Irving, que assinava como Diedrich Knickerbocker, criou uma nova versão do velho St. Nick, que voava sobre as copas das árvores numa carroça puxada por um cavalo “largando presentes pelas chaminés dos seus meninos preferidos”. No seu livro, A História Nova York, Irving descrevia o Santa como um alegre Holandês que fumava um longo cachimbo e que “… punha um dedo ao lado do nariz”. Em 1822 Clement Clarke Moor recuperou esta frase no seu poema Uma Visita de S. Nicolau, mais conhecido por A noite antes do Natal.
O poema de Moore emprestou o ambiente do Árctico à imagem do Pai Natal quando substituiu o cavalo e a carroça por oito pequenas renas e um trenó. É a descrição que Moore fez de Santa Claus que ainda hoje prevalece: "Ele tinha uma cara bochechuda, e uma barriguinha redonda, que tremia quando ria, como uma taça cheia de gelatina.”
Até esta altura, a imagem do Pai Natal dependia da interpretação de cada um. Em 1863, Thomas Nast, um emigrante alemão, criou a figura bonacheirona do velhote que viria a ser aceite em todo o Mundo. Foi também Nast que lhe deu uma casa no Pólo Norte, com a oficina dos brinquedos, e a lista dos meninos bons e dos meninos maus do Planeta.
Durante muito tempo, pensou-se que o Pai Natal vivia no Pólo Norte, onde tinha a sua fábrica de brinquedos. Mas não era bem assim, porque as famosas renas voadoras não conseguiriam suportar tanto frio. Foi o finlandês Markus Rautio, “tio Markus” para as crianças, que revelou, pela primeira vez em 1927, a verdadeira morada do Pai Natal: a cidade de Korvatunturi – Ear Fell (Colina das Orelhas), na Lapónia.

A partir de 1950, o Pai Natal decidiu fazer a sua própria vila, onde montou um escritório e os seus próprios correios. É a vila do Pai Natal em Napapiiri, perto de Rovaniemi, na Fillândia. A morada é: Escritório do Santa Claus, FIN-96930 Círculo Árctico, Finlândia. Mas atenção, é preciso pôr selos na carta, porque esta morada existe mesmo.
O moderno Santa Claus nasceu dos retoques feitos pelo artista Haddon Sundblom e com a sua publicidade para a Coca-Cola, em 1931. Os cartazes representavam-no grande e com ar de avô, com bochechas rosadas e brilhantes.

No fundo, não importa como é o Pai Natal, nem como ele se chama. Importa, isso sim que é um exemplo de generosidade e bondade. É o representante universal da inocência infantil… e porque a bondade é a sua própria essência, também os adultos aprendem que em cada gesto amável e generoso o Pai natal será sempre recordado.

C@rlos@lmeida
Fonte: Revista Nova Gente nº 1316 de 05/12/2001
Texto: Filomena Marta