sexta-feira, 10 de setembro de 2010

EUA. Despiste de doenças sexuais alarga negócio

O Primeiro bordel de homens


O anúncio para o primeiro bordel masculino pedia homens com idade entre os 30 e os 50 anos, boa forma física e atitude positiva. Num dia apareceram 60 candidatos. Só dois vão começar a trabalhar em Janeiro.


No Shady Kady Ranch, Nevada, EA, trabalham três mulheres que cobram cerca de 200 euros à hora por serviços sexuais. Mas em Janeiro deixaram de ser a única oferta do bordel, situado a duas horas de carro de Las Vegas, que é um dos mais pequenos daquele estado norte-americano, onde, desde 1971, há casas de sexo legalizadas. A novidade para 2010 é que o Shady Lady vai ter dois homens, situação só possível porque as autoridades de saúde locais aprovaram, há duas semanas, um método de despiste de doenças sexualmente transmissíveis (DST) para prostitutos.

Num negócio que caiu para metade desde que começou a crise, os proprietários dos bordéis acreditam que este pode ser o impulso necessário para o reavivar. “Já tivemos pedidos de homens no passado e não há nada assim noutro sítio”, disse Bobbi Davis, a proprietária do Shady Lady Ranch, à agência Associated Press (AP). A empresária ainda não definiu os preços para os seus novos trabalhadores, mas já decidiu que terão de ser diferentes dos cobrados pelas colegas.

A explicação é simples: “ Temos consciência de que as mulheres podem precisar de mais tempo, talvez de um pouco mais de romance. Não são como os homens nesse aspecto”, justificou a proprietária, que já faz descontos a partir de uma hora: 350 euros por duas horas e 550 por três. Mas, segundo Bobbi Davis, os seus futuros funcionários poderão escolher se preferem atender homens ou mulheres, abrindo assim portas à clientela gay.

É precisamente este aspecto que está a perturbar a Associação de Proprietários de Bordéis do Nevada. George Flint, que reconhece que o negócio sofreu um rombo com a crise, diz que a associação a que preside está preocupada em manter uma indústria que agrade a liberais e a conservadores. E a ideia de prostitutos a servir uma cliente masculina pode, na sua opinião, “causar repugnância” a algumas pessoas.

Embora o Shady Lady ainda necessite de aprovação das autoridades para ser o primeiro bordel a oferecer esta alternativa, a legalização da prostituição masculina nestas casas é inevitável. E o motor desta reviravolta foi Bobbi Davis, que apresentou uma proposta de despiste DST nos prostitutos através da uretra. 

Até agora, os homens estavam impedidos de trabalhar nos bordéis porque a legislação obrigava as prostitutas a submeterem-se a testes por meio de recolha de muco cervical, produzido pelo colo do útero, o que excluía os homens. As 300 mulheres a trabalhar nos 24 bordéis legalizados do Nevada são sujeitas a análises semanais de despiste de gonorreia e de clamídia e, uma vez por mês, de VIH e sifílis. 

Estas medidas preventivas resultaram- em mais de 25 anos, segundo a Associação de Proprietários de Bordéis, nenhuma prostituta legalizada contraiu VIH no Nevada.

Com a possibilidade de a sua proposta ser aprovada, Bobbi Davis, a madame do Shady Lady Ranch, começou a procurar novos funcionários em Setembro. 

Só num dia apareceram 60 candidatos, que responderam ao anúncio no site do bordel. Os requisitos? Ter entre 30 anos e 50, estar em boa forma física, ter forte ética de trabalho, atitude positiva e, claro, vontade de satisfazer os outros – ou outras.

Factos da prostituição:

Já podia haver um bordel masculino no Nevada se a dona não tivesse sido presa.
Legal: Na Austrália (excepto na Tasmânia), há mais de mil bordéis com homens e mulheres legais.
Heidi Fleiss. A madame de Hollywood, quis abrir em 2005 um destes bordéis no Nevada, a Quinta dos Garanhões, mas foi presa por posse de droga.
Licença. Os bordéis de Nevada pagam entre 69 mil e 140 mil euros anuais.

Fonte: Revista Sábado de 23 de Dezembro de 2009
Fotos da Net



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