Escrevia-te uma carta
Se tu a soubesses ler,
Mas tu dá-la a ler a outrem,
Tudo se vem a saber.
A carta que me escreveste
Inda não ia acabada
Faltava-le pôr no meio
Uma rosa encarnada.
Cartas de amor são mentiras
E amores mentiras são;
Mentira foi teu amor
Que enganou meu coração.
Escreve-me, amor, escreve.
Lá do meio do caminho;
Se não achares papel,
Nas asas de um passarinho.
'Inda bem que agora te acho,'
Inda bem que já te achê;
Tenho andado à tua cata
Agora é que te encontrê.
Se eu soubesse padre-nossos,
Como sei cantar cantigas
Andava pelas igrejas
Rezando pelas raparigas.
Eu trabalho noite e dia
À chuva e ao calor
Há tanta ideia perdida
Não há quem lhe dê valor.
Poemas tradicionais Portugueses
relativos ao Dia de São Valentim