O Deus Supremo
Governante dos deuses e
homens, Odin era, ao mesmo tempo, deus da sabedoria e da guerra, protector das
famílias e “pai dos tempos”, Senhor de muitos disfarces, aparecia geralmente
sob a forma de um velho alto e barbudo, cego de um olho, que tinha sacrificado
para poder beber do poço da sabedoria. Como senhor dos exércitos empunha
habitualmente a lança Gungnir, feita pelos gnomos, também autores de Draupner,
o anel do poder que Odin ostenta. Esta figura fantástica, que se alimentava
apenas de vinho, cavalga Sleipnir, o extraordinário cavalo de oito patas,
comanda os lobos Geri e Freki, fazendo-se acompanhar para todo o lado por dois
corvos, Huginn e Munnin (Pensamento e Memória), aos quais ordena que voem pelo
mundo, para que ele tudo possa inspeccionar.
Como deus das batalhas,
Odin era não só propiciador de vitórias, como anfitrião dos guerreiros tombados
em combate, que ele acolhia num vasto recinto dourado, com escudos por tecto e
paredes formadas por lanças, designado por Valhalla, o paraíso dos bravos. Mas
Odin era também um insaciável pesquisador de conhecimento, na busca do qual não
só perdeu um olho, como se sacrificou a si próprio na árvore Yggdrasil, onde se
aprisionou durante nove dias e nove noites. Trespassado por uma lança, Odin
procurou aí através do sofrimento, atingir o conhecimento oculto, que veio a
atingir com a revelação das runas, símbolos alfabéticos do Norte da Europa,
usadas em rituais mágicos, para lançar encantamentos ou atribuir poderes
sobrenaturais aos objectos em que eram escritas.
Fonte: DomingoMagazine
Autor: Manuel Rosado
Por: C@rlos@lmeida