Palermo
Velha demais de 2500
anos, Palermo foi fundada pelos Fenícios no século VII a. C. com o nome de Ziz,
“a flor”. Conquistada, dominada e perdida por vários povos e culturas, a cidade
conheceu romanos, árabes, normandos e bizantinos, entre outros. As vicissitudes
por que passou culminaram no século XX, com os bombardeamentos que foi sujeita
durante a II Guerra Mundial. Também as marcas do tremor de terra de 1968 ainda
hoje são visíveis, e alguns bairros, muito destruídos, nunca chegaram a
recuperar o esplendor de outros tempos.
A cidade conheceu períodos de prosperidade a que se seguiram tempos de decadência. Este ciclo repetiu-se ao longo dos anos e deixou um precioso património arquitetónico e cultural que constitui a mais-valia de Palermo.
A cidade italiana está em permanente atividade e parece nunca descansar. Quem chega rapidamente coloca de parte o automóvel alugado, pois o trânsito é caótico e os“palermitas”conduzem de forma intimidatória. Assim, o melhor é mesmo escolher um hotel central e visitar a cidade a pé.
Dividida em bairros
cujos nomes remontam às origens da urbe, palermo é uma cidade que tem muitos
dos seus monumentos mais importantes concentrados na zona histórica. As duas
principais avenidas, Maqueda e Corso Emanuele, cruzam-se na famosa Praça
Quattro canti, que se encontra rodeada de palácios datados do século XVII, de
fachadas côncavas ricamente trabalhadas. Esta pequena praça é considerada por
muitos o local ideal para o começo da visita à velha cidade.
Os mosaicos bizantinos
da capela Palatina, no Palácio dos Normandos, e da Igreja La Martorana são de
tal forma admiráveis que constituem como que o ex-libris de Palermo. O
imponente edifício da catedral remonta ao tempo dos Normandos, mas sofreu
sucessivas alterações, que vieram desvirtuar a traça original. Contudo, quem o
visita não fica indiferente à sua generosidade.
Os habitantes de palermo
gozam de uma reputação duvidosa, inúmeras vezes retratada em filmes que fazem
parte da história do cinema. Hoje em dia a cidade é bastante mais segura do que
há duas décadas. O ambiente é acolhedor e mesmo nos bairros mais degradados é
possível passear com segurança. Os negócios escuros, se os há, fazem-se à
margem dos turistas que invadem a zona, sedentos de se embrenharem nas
estreitas ruas, repletas de história, e de absorverem o seu mágico perfume
oriental.
Texto: Peres Rodrigues
Fonte: Revista Caras