O Começo e o fim
Jano, o deus romano de cujo nome
deriva o mês de Janeiro (Januarius, em latim), era uma das mais importantes
divindades do panteão romano. Diz a lenda que, originário da Tessália, na
Grécia, navegou até Itália, onde se estabeleceu na região do Lácio. Sob o seu
reinado foram introduzidas as leis, a agricultura e o dinheiro, pelo que Jano
surge, desde logo associado à transição da barbárie da civilização. Deus da
mudança e do recomeço, entre os seus muitos atributos destaca-se o dom de
conhecer o passado e o futuro, sendo por isso, habitualmente representado com
duas faces, olhando em sentidos opostos. Tornou-se desta forma, o Deus que
presidia às mudanças, do passado para o futuro, de um mundo para o outro, da
paz para a guerra, do ano que finda para o ano que inicia.
Era sob a égide de Jano que os
romanos iniciavam as sementeiras ou realizavam os casamentos; era a sua protecção
que invocavam para os recém-nascidos e a sua bênção que pediam no começo de
cada dia e de cada mês, bem como no início do ano, no primeiro dia do mês de
Jano.
Deus do Céu e da Terra,
simbolizados na sua dupla face, porteiro do Céu e mediador das preces dirigidas
aos outros deuses, era pelas portas do templo a ele dedicado que passavam os
comandantes das legiões quando marchavam para a guerra. Com eles partia Jano e,
por isso, enquanto as hostilidades durassem, as portas do templo, situado no
Fórum, ficavam abertas, só voltando a ser fechadas quando a paz regressasse e,
com ela, Jano voltasse ao seu santuário.
Autor: Manuel Rosado
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