Perto de Alcácer do Sal, a
pouco mais de mil metros para o ocidente, existe uma vasta necrópole, cuja
exploração tem prendido, de há meio século a esta parte, as atenções de
distintos arqueólogos, como por exemplo, o sr. dr. Vergílio Correia que dedicou
uma larga actividade ao estudo da interessante região.
Todo o espólio da necrópole de
Alcácer do Sal, é composto por coisas romanas e coisas anteriores ao domínio
Romano em Portugal. Daqui se pode facilmente concluir que a necrópole foi
utilizada durante um largo período.
Dos inúmeros objectos que lá
foram encontrados e cujo estudo pode prestar óptimos esclarecimentos ao
investigador de diversos povos habitantes desta zona, reproduzimos uma
interessante falcata, uma adaga de antenas
e a empunhadura de um escudo.
Falcata é uma
espada de folha curta e recurva que se encontra com frequência na península,
principalmente ao sul, e que já no século V era usada pelos guerreiros gregos.
Não é fácil determinar como
entrou o seu uso na Iberia, no entanto, introduzida por via guerreira ou
comercial, o que é certo é que este instrumento se encontra em quantidade por
toda a região da Meseta.
A mais rica Falcata que se conhece, é de
Almedinilla, e constitui uma bela peça, de maravilhosa execução,
encantadoramente decorada com motivos característicos Jónicos.
A Falcata que reproduzimos, apresenta ainda duas braçadeiras da
bainha, tam largas como o bocal, o que indica que ela era rectangular, á
maneira grega.
A adaga de antenas encontra-se
também em Espanha meridional e central e abunda segundo a sistematização de
Jimpera, no século IV e princípios do III.
Esta arma que foi introduzida
nas coortes romanas por altura da segunda guerra púnica, depois dos formidáveis
movimentos bélicos dessa época, que arregimentaram mercenários de toda a conca
mediterrânica, era dsnominada, pela sua origem, por hispânica, e usada sobre a coxa direita.
A empunhadura de que igualmente
damos reprodução é idêntica aos fragmentos de peças congéneres que foram
encontrados em Almedinilla e que passaram para o Museu Arqueológico de Madrid.
Fonte: Almanaque Ilustrado O
Século (1931)
Texto/Autor: Desconhecido
Fotos da net
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