sábado, 15 de setembro de 2018

Malietoa Tanumafili II

O Rei do paraíso


Os samoanos, diz-se, gostavam deste homem forte e sorridente que, à maneira polinésia, posava com farfalhudos colares de flores e os representava (sem os governar directamente) desde 1962, o ano da morte do seu pai, Malietoa Tanumafili I. A seguir ao Rei Bhumibol da Tailândia e à Rainha Isabel II de Inglaterra, Tanumafili II era o mais antigo soberano do mundo em exercício. Se contássemos com Fidel castro, passaria para quarto lugar. No que respeita a idade, tratava-se do governante mais velho no seu posto.


Neste infinito domínio das curiosidades e das estatísticas, o segundo utente do nome Tanumafili era a segunda testa coroada do mundo, a seguir à Rainha Maria da Roménia, a professora e fé Baha’i, de quem fez eregir um digno templo (embora não tão imponente como os Delhi e Haifa) em Tiapapata, a oito quilómetros de Ápia, a capital do minúsculo estado perdido no Pacífico. 


Foi no dia 11 de Maio de 2007 que Tanumafili II cerrou os olhos aos 94 anos no hospital de Moto’otua e partiu para se juntar aos seus antepassados da estirpe Malietoa, no panteão das infinitas pastagens marinhas que rodeiam o minúsculo reino oceânico de samoa, cruzado por ventos, aventuras, tragédias e sonhos à maneira de Maugham e de Conrad.

 Fonte: Revista Visão

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©CarlosCoelho