O gigante que viveu depressa
demais
“Cinco minutos podem ter uma importância muito maior do que um dia”. Quem o disse foi Antoine de Saint-Exupéry, em “O Principezinho”. O livro preferido do actor norte-americano. E foram cinco minutos que mudaram o rumo da proeminente história de James Dean.
A 8 de Fevereiro passam 85 anos do nascimento do actor, conhecido pelo estilo inconfundível, agitada vida social e fascínio por carros velozes. Foi considerado um ícone pela beleza, atitude rebelde e desafiadora, e ao mesmo tempo vulnerável e angustiada, própria da juventude de meados da década de 1950.
“Sonhe como se fosse viver para
sempre, viva como se fosse morrer hoje”, é uma citação de James Byron Dean, que
viveu intensamente 24 anos. O céu não era sequer o limite. E previa-se uma vida
repleta de grandes feitos…
(Paixão Fatal)
A sua primeira “máquina” foi
uma moto Triumph, que ganhou pelas mãos do tio. Mais tarde o pai ofereceu-lhe
um Chevrolet, mas é em Fevereiro de 1955 que realiza um sonho de comprar um
Porsche 356 Super Speedster. A vasta colecção de carros e o deslumbramento por
corridas garantiram-lhe uma vida de adrenalina e emoção.
No mês da sua morte,
em Setembro de 1955, não resistiu ao luxo do ‘Little Bastard’ – o nome que
deu ao famoso Porsche 550 Spyder
prateado. Foi no dia 30 que tudo mudou. De acordo com a biografia do actor, Dean
teria sido multado por excesso de velocidade horas antes do acidente que lhe
roubou a vida na Califórnia e terá dado, também, uma entrevista na qual
alertava os jovens amantes da alta velocidade a conduzirem de forma ponderada.
Irónico.
(Jovem Promessa)
Desde cedo a vida prometia ser
difícil para James Dean. Aos nove anos, perdeu a mãe e foi morar para a fazenda
dos tios, em Fairmount. Aprendeu a ordenhar e a conduzir tractores. Mas a
representação era, e sempre foi, uma extensão de si e acabou por mais tarde,
formar-se na área. Participou em várias séries televisivas mas juntou apenas
três filmes no currículo. O suficiente para se tornar numa das maiores estrelas
de Hollywood ‘A Leste do Paraíso’, ’Rebelde sem causa’ e ‘O Gigante’ levaram a
crer que a sua vida artística seria dominada por sucessos. Em pouco tempo
esgotou bilheteiras e conquistou o título de ‘rebelde da América’ atribuído por
Ronald Reagan, também actor, que viria a ser presidente dos Estados Unidos.
Homem de grandes paixões,
muitas inventadas pelos estúdios, disse que a actriz Pier Angeli foi o amor da
sua vida, o que não o impediu de ter muitas namoradas.
Eternizado como lenda mundial
do cinema, tornou-se no primeiro actor a receber duas indicações póstumas na
história dos Óscares, relativas aos dois primeiros filmes, e venceu dois Globos
de Ouro, nas categorias de ‘ Melhor actor’ e ‘Actor favorito do público’.
(James Dean e Pier Angeli)
Não há nenhuma explicação
simples sobre o motivo pelo qual passou a significar tanto para tantas pessoas
hoje. Talvez seja porque na representação, ele tivesse o talento intuitivo para
expressar as esperanças e medos comuns aos jovens. De alguma forma mágica,
conseguiu brilhantemente dramatizar as perguntas de cada jovem na devida geração”, afirmou Joe Hyams, autor
da biografia do actor.
(James Dean e Ursula Andress)
O rapaz introspectivo, nascido
em Indiana, ficou no top 100 das maiores estrelas de cinema de todos os tempos
da revista ‘Empire’, conquistou uma estrela no ‘Passeio da Fama’ em Hollywood,
e protagonizou uma das mais breves e espectaculares carreiras de sempre. “ Se
um homem pode fazer a ponte entre a vida e a morte, se ele viver depois da sua
morte, então talvez ele tenha sido um grande homem”, afirmava no auge da fama.
James Dean foi, definitivamente, um grande homem.
Fonte: Revista Share Magazine
Jan/Fev 2016
Texto: Daniela Carrilho
Fotos da Net
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