Imagine Fred Astaire e Ginger Rogers a sapatear
alegremente nas margens do Rio Moldava. Repita o exercício adicionado a este
compasso no Centro de Praga uma boa porção de aço Inoxidável, vidro e cimento.
Se preferir, para ajudar à dança, perspective um gelado a derreter num dia de
Verão escaldante. Resultado? Uma ‘Casa Dançante’, um dos edifícios mais
insólitos que a Republica Checa viu despontar na sua paisagem urbana pelos
traços da dupla Frank O. Gehry e V. Milunic. Um entre vários pretextos para uma
volta ao Mundo em edifícios excêntricos, alheios aos roteiros convencionais,
numa escapadinha de férias perto de si.
(Dancing House)
Construída em 1989, a famosa ‘Dancing House’
trazia na manga uma lufada de ar fresco para a cidade, erigida como símbolo da
libertação, sequiosa de afugentar um passado político cinzento. A sua forma,
semelhante à imbatível parelha de bailarinos, representou uma verdadeira
loucura arquitectónica que abriu alas para o cosmopolitismo a Leste. Chegado a
Praga, se perguntar pela estrutura ‘Ginger e Fred’, todos saberão indicar-lhe o
caminho. Inusitadamente inclinado, o edifício ocupa uma superfície de 5400
metros quadrados e põe em relevo a impressionante torre de vidro que rompe com
todas as normas estabelecidas ao ser quebrado pela metade e suspenso por
pilares curvos. Entre os seus habitantes contam-se multinacionais e um
restaurante Francês.
(Ray and Maria Stata Center, MIT)
A milhares de quilómetros de distância, os jogos
visuais despertam nova curiosidade. No estado de Massachusetts, nos EUA, o
mesmo Frank O. Gehry confiou o protagonismo da sua obra à estética da banda
desenhada e dos filmes da Disney para dar vida a um edifício científico. O
Stata Center, sede da computação científica e inteligência artificial do
Instituto de Tecnologia (MIT) dá provas da união entre o talento e a imaginação
sem limites do seu criador. O ‘pai’ do Stata alude a uma ‘festa de robôs
embriagados’ para caracterizar o seu arrojado projecto.
(‘Ripley’s’? Ex-libris da cidade de Branson)
E que dizer do ‘Ripley’s’? Ex-libris da cidade
de Branson, no Colorado, é uma das casas mais fotografadas da região. Concebido
com uma enorme fenda, em 1988, homenageia o sismo na escala 8 de Richter que
devastou a zona em 1812.
(o ‘The Wilson Hall’)
Menos exuberante, mas igualmente apelativo, o
‘The Wilson Hall’ foi construído em 1971 e 1974 em Sumter, Carolina do Norte. O
seu design único deu um novo fôlego ao sentido da arquitectura e ajustou-se
como uma luva ao espírito dos seus ‘inquilinos’ mais de 1500 cientistas
dispersos por espaços laboratórios e centenas de escritórios.
(A casa ‘Astra’ de Hamburgo)
Na Alemanha, a casa ‘Astra’ de Hamburgo, actual
cervejeira, volta a por em relevo a originalidade. Outras obras únicas
testemunham os desafios superados pela arquitectura de autor, como um simpático
restaurante em Windsor, Inglaterra.
(‘Robot Building’)
Em 1985, o coração financeiro de
Banguecoque, abria os seus braços ao ‘Robot Building’, um robô gigante, símbolo
da modernidade, que deu abrigo ao grande Banco da Àsia.
(O Hotel Sofitel Tóquio)
Já na cidade de Tóquio, ergue-se um edifício
inspirado nos templos japoneses e na árvore da vida. O Hotel Sofitel, desenhado
por Kikutake Kiyonori, é um dos mais espectaculares do país.
(o Restaurante Sakasa)
Do Japão chegam outros
regalos para a vista. Será que o Restaurante Sakasa saiu do meio de um cenário
dos Playmobil? Construída com um ângulo de 135 graus, parece impossível
descobrir vida lá dentro. Mas que há, há!
(‘Crooked House’)
Como um boneco animado as linhas sinuosas da (‘Crooked House’), assemelha-se a uma pisadela de gigante. Atracção turística de
um centro comercial de Sopot, na Polónia, foi edificada em 2004 por Szotynscy
& Zalesky. Há quem arrisque perguntar, qual será a reacção de uma pessoa
sobre o efeito do álcool quando conhece esta casa.
(A Casa da Música no Porto)
A Rotunda da Boavista entre o centro histórico e
a Foz do Porto, é habitada por uma das mais recentes e arrojadas obras em
território Português que merece uma visita in loco pela sua origina volumetria. A Casa da Música, da autoria do arquitecto e urbanista holandês Rem Koolhaas,
foi concebida para servir o projecto Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura.
Actualmente é palco para todas as variantes da sua convidada mais nobre: a
música. Da clássica, à electrónica passando pelo fado e pelo jazz, pelas
grandes produções internacionais e pelos pequenos projectos experimentais, a
diversidade habituou-se a pisar esta sala de espectáculos situada a Norte.
Aliando a arquitectura e a engenharia, a Casa destaca-se pelos elementos
estruturais principais do edifício dos Auditórios, como a casca formada pelos
painéis das paredes exteriores em betão armado, com 0,40m de espessura. A ideia
inicial pressupunha um edifício ‘ translucido’ com uma estrutura metálica, mas
razões de custo e a perda do efeito de transparência a que a densidade de
elementos estruturais inevitavelmente obrigaria, levaram à opção pelo betão
branco (pouco comum nos países do Norte da Europa). Mesmo assim, a ideia
agradou a Rem Koolhaas.
Fonte: Revista Domingo
Texto: Maria Ramos Silva
Fotos da Net
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