segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

James Dean

O gigante que viveu depressa demais


 “Cinco minutos podem ter uma importância muito maior do que um dia”. Quem o disse foi Antoine de Saint-Exupéry, em “O Principezinho”. O livro preferido do actor norte-americano. E foram cinco minutos que mudaram o rumo da proeminente história de James Dean.
A 8 de Fevereiro passam 85 anos do nascimento do actor, conhecido pelo estilo inconfundível, agitada vida social e fascínio por carros velozes. Foi considerado um ícone pela beleza, atitude rebelde e desafiadora, e ao mesmo tempo vulnerável e angustiada, própria da juventude de meados da década de 1950.


“Sonhe como se fosse viver para sempre, viva como se fosse morrer hoje”, é uma citação de James Byron Dean, que viveu intensamente 24 anos. O céu não era sequer o limite. E previa-se uma vida repleta de grandes feitos…

(Paixão Fatal)

A sua primeira “máquina” foi uma moto Triumph, que ganhou pelas mãos do tio. Mais tarde o pai ofereceu-lhe um Chevrolet, mas é em Fevereiro de 1955 que realiza um sonho de comprar um Porsche 356 Super Speedster. A vasta colecção de carros e o deslumbramento por corridas garantiram-lhe uma vida de adrenalina e emoção. 


No mês da sua morte, em Setembro de 1955, não resistiu ao luxo do ‘Little Bastard’ – o nome que deu  ao famoso Porsche 550 Spyder prateado. Foi no dia 30 que tudo mudou. De acordo com a biografia do actor, Dean teria sido multado por excesso de velocidade horas antes do acidente que lhe roubou a vida na Califórnia e terá dado, também, uma entrevista na qual alertava os jovens amantes da alta velocidade a conduzirem de forma ponderada. Irónico.

(Jovem Promessa)


Desde cedo a vida prometia ser difícil para James Dean. Aos nove anos, perdeu a mãe e foi morar para a fazenda dos tios, em Fairmount. Aprendeu a ordenhar e a conduzir tractores. Mas a representação era, e sempre foi, uma extensão de si e acabou por mais tarde, formar-se na área. Participou em várias séries televisivas mas juntou apenas três filmes no currículo. O suficiente para se tornar numa das maiores estrelas de Hollywood ‘A Leste do Paraíso’, ’Rebelde sem causa’ e ‘O Gigante’ levaram a crer que a sua vida artística seria dominada por sucessos. Em pouco tempo esgotou bilheteiras e conquistou o título de ‘rebelde da América’ atribuído por Ronald Reagan, também actor, que viria a ser presidente dos Estados Unidos.

Homem de grandes paixões, muitas inventadas pelos estúdios, disse que a actriz Pier Angeli foi o amor da sua vida, o que não o impediu de ter muitas namoradas.
Eternizado como lenda mundial do cinema, tornou-se no primeiro actor a receber duas indicações póstumas na história dos Óscares, relativas aos dois primeiros filmes, e venceu dois Globos de Ouro, nas categorias de ‘ Melhor actor’ e ‘Actor favorito do público’.

(James Dean e Pier Angeli)

Não há nenhuma explicação simples sobre o motivo pelo qual passou a significar tanto para tantas pessoas hoje. Talvez seja porque na representação, ele tivesse o talento intuitivo para expressar as esperanças e medos comuns aos jovens. De alguma forma mágica, conseguiu brilhantemente dramatizar as perguntas de cada jovem  na devida geração”, afirmou Joe Hyams, autor da biografia do actor. 


(James Dean e Ursula Andress)

O rapaz introspectivo, nascido em Indiana, ficou no top 100 das maiores estrelas de cinema de todos os tempos da revista ‘Empire’, conquistou uma estrela no ‘Passeio da Fama’ em Hollywood, e protagonizou uma das mais breves e espectaculares carreiras de sempre. “ Se um homem pode fazer a ponte entre a vida e a morte, se ele viver depois da sua morte, então talvez ele tenha sido um grande homem”, afirmava no auge da fama. James Dean foi, definitivamente, um grande homem.

Fonte: Revista Share Magazine Jan/Fev 2016
Texto: Daniela Carrilho
Fotos da Net
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