terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sabia que... (1)

Sabia que…

Reserva Natural de Massai Mara

- A famosa Reserva natural de Massai Mara, se situa no Quénia, que é um país africano?

- A Síria faz fronteira com a Turquia, o Iraque, a Jordânia, o líbano e Israel?

- O Escudo é a unidade monetária de Cabo Verde?
  
- A Nicarágua e as Honduras partilham a Costa dos Mosquitos?

Mapa Costa dos Mosquitos

- Que a capital da Gâmbia é Banjul?  

- Que Abuja é a capital da Nigéria?
  
- A Cidade Inglesa de Liverpool fica situada nas margens do estuário do Rio Mersey?

Liverpool - Rio Mersey

- A Cidade de Pitsburgo fica situada no estado norte-americano da Pensilvânia?

- O Suriname faz fronteira com a Guiana, a Guiana Francesa e o Brasil?

- A Ilha mais pequena das chamadas Antilhas Holandesas chama-se Aruba?

Ilha Aruba

Fonte: Revista Diário de Notícias
Fotos da Net
© Carlos Coelho

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Orquídea Negra

Cymbidium Kiwi Midnight - Orquídea Negra

Como e onde identificar um híbrido


Quando vocês estiverem interessados em descobrir a origem do nome de uma orquídea híbrida, o melhor lugar a se procurar é a Royal Horticultural Society, uma instituição inglesa fundada em 1804, sob o nome de Horticultural Foundation of London, por sir Joseph Banks. Trata-se de uma das mais tradicionais sociedades de horticultura do mundo. Os registros de novos híbridos são feitos através dela. Algo como um registro de patentes, uma vez que o registro tem menos a haver com as características botânicas do que com o seu valor comercial. O nome científico de um híbrido é normalmente desconhecido do público, que se satisfaz, normalmente, com o nome comercial.

Por exemplo, recentemente ficou muito famosa uma Phalaenopsis Blue Mystique, que na verdade, não é um híbrido, mas um processo de tingimento desenvolvido em Phalaenopsis x hybrida. O “x”, no caso, determina que se trata de um híbrido, e os nomes anteriores e posteriores indicam os “pais”.
Assim, temos Dendrobium bigibbum Lindl. x Dendrobium phalaenopsis Fitzg., em que a orquídea “mãe”, que acolhe o pólen, vem indicada primeiro, e é chamada em inglês, pot (ou seed) parente, enquanto a segunda, o fornecedor de pólen, ou pollen parent.

Cymbidium Janet Holland x Cymbidium Khairpour

No caso dessa nossa Cymbidium Kiwi, ela é o resultado da “interacção” entre duas outras Cymbidium que, por sua vez, também são híbridos, a Janet Holland, e a Khairpour. Cymbidium Kiwi Midnight, portanto, é apenas um nome comercial. No entanto, mesmo o nome comercial dá algumas informações interessantes quanto a origem dos híbridos. No caso, entre aspas, temos Geyserland, que vem a ser o nome de uma horticultora australiana, a Geyserland Orchids. Os responsáveis por ela, são Andy Easton, hoje no comando da holandesa New Horizon, e W. D. Bailey.

Sei que muitas pessoas na nossa fan page do Facebook torceram o nariz para essa orquídea, cuja cor preta parece antinatural, mórbida, ou até mesmo a faça semelhante a um morcego. Na verdade, a cor preta não está ausente nas flores naturais, como é o caso do Dracunculus vulgaris, que vocês podem ver abaixo (e imediatamente repudiar, pois realmente não é o que se pode chamar de exuberante). De toda maneira, nossa Kiwi Midnight já recebeu duas premiações, sinalizadas em seu nome. As siglas FCC e AOS significam, respectivamente, “First Class Certificate” e “American Orchid Society“.



Como cultivar seu Cymbidium

Quanto ao cultivo, basta observar os mesmos cuidados que merecem outras orquídeas do mesmo género. Valho-me de informações colectadas na Cymbidium American Society. Também recomendo a leitura desse texto do Orquídeas no Apê, do Sérgio Oyama Júnior, em que ele relata como deixou o uso de químicos e obteve bons resultados com cuidados básicos de iluminação, rega e substrato com suas Cymbidium.


O género Cymbidium ocorre principalmente na Ásia (China e Japão), mas algumas espécies podem ser encontradas também na Austrália. São plantas de clima temperado de altitude que florescem entre o inverno e a primavera em seu habitat natural. O fato de necessitarem de dias quentes e noites frias para obterem uma boa floração leva muitas pessoas a prática de borrifar água gelada durante a noite. Não posso afirmar que o método traga resultados, pois nunca fiz uso dele em minhas plantas. De toda maneira, o importante é que, durante os meses quentes, essas orquídeas gostam de regas mais contantes (2 ou três vezes por semana) e abundantes. Água corrente é recomendável, especialmente em regiões litorâneas onde a exposição a maresia é facilitada e, em geral, quando a água encanada for rica em cal. Essas plantas não gostam de salubridade nas suas folhas e a água corrente, com boa drenagem, pode diminuir a quantidade de sal.


O ambiente deve ser muito bem iluminado, sem incidência directa de luz solar. Ao contrário do que ocorre com a água, no inverno podem tomar um pouco mais de sol e, no verão, evitá-lo totalmente.

Quanto ao substrato, pode ser usado composto bem drenável, levemente ácido. Cymbidiums são espécies terrestres, por isso, podem ser plantadas tanto no solo directo, em canteiro preparado, ou em potes, com substrato adequado.

Fotos da net
©Carlos Coelho

domingo, 18 de janeiro de 2015

O sorriso do diabo


O Diabo da Tasmânia é uma espécie da família dos ursos em vias de extinção e que, para piorar a situação, está a ser dizimada por um tipo de tumor facial. Na foto, um diabo da Tasmânia mostra os dentes, num centro de quarentena em Hobart, na Austrália.

Fonte: Revista Flash
© Carlos Coelho

sábado, 17 de janeiro de 2015

As Mansões dos Famosos - 17

Michael Douglas & Catherine Zeta-Jones

Um ninho de amor, de luxo e à prova de bala


Inspirada nas mansões de Hollywood, a nova residência da família Douglas, em Swansea, no País de gales, possui todas as mordomias próprios de duas conceituadas estrelas da sétima arte. Depois de dois anos de problemas legais e disputas com a vizinhança, Catherine Zeta-Jones e Michael Douglas vão, finalmente, poder ocupar a sua nova moradia, avaliada em três milhões e meio de euros.


Os cerca de 1500 m2 da habitação albergam quatro quartos duplos com casa de banho privativa, jacuzzi, sauna, ginásio, biblioteca, duas salas de estar, uma sala de jantar e uma cozinha. Acrescente-se, ainda uma penthouse destinada, exclusivamente, a ser o espaço de divertimento dos dois filhos do casal. Como se não bastasse, Catherine Zeta-Jones e Michael Douglas exigiram que todos os vidros da habitação fossem à priva de bala e aproveitaram também para revestir o seu exterior com varandins com banho de cobre (no valor de 60 mil euros). Note-se que, além desta luxuosa moradia, o casal possui, em Nova Iorque, nas Bermudas e em Palma de Maiorca.

Nada falta no novo “refúgio” do casal de estrelas de Hollywood. Avaliada em cerca de três milhões e meio de euros, a moradia reúne os mais  variados luxos e até está protegida contra ataques criminosos.

Fonte: Revista VIP
Fotos da revista
Carlos Coelho

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Fabergé

A visão de um génio


São os ovos imperiais mais famosos do Mundo e têm a marca de Peter Carl Fabergé, o joalheiro da corte russa, durante o reinado do czar Aleksandre III e de Nicolau II. Cada ovo era talhado com uma perfeição quase sobrenatural e nele ficava bem implícito a visão de um génio que iria marcar para sempre o mundo da joalharia. A tradição das encomendas do czar a Fabergé tiveram início em 1885 e até 1917, 56 destas obras primas foram produzidas. A leiloeira leiloou algumas  dessas peças do génio, que se crê valerem mais de 90 milhões de euros cada uma, mas que valem cada cêntimo.


























Fonte: Revista Ego
Créditos: Reuters
Foto da net
© Carlos Coelho

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Audrey Hepburn

Uma “Lady” inesquecível

Impossível esquecer a personagem que a celebrizou: Eliza Doolitle, uma pobre florista mal educada, refilona, tagarela e com um forte sotaque cockney que, em My Fair Lady, o professor Higgins quer transformar numa senhora de alta sociedade. Depois de muito cantar The Rain In Spain Stays Mainly in the Plain, Higgins lá consegue transformer a gata borralheira numa verdadeira princesa.


A atriz deu voz às famosas canções do filme e ficou chocada quando viu que tinha sido dobrada por Marni Nixon, o que a fez ficar insegura, porque a sua escolha para interpretar Eliza, imposta ao realizador George Cukor, não tinha sido pacífica.
Este queria que o papel principal fosse atribuído a uma jovem estrela ascendente da Broadway, Julie Andrews (que nesse ano foi nomeada para o Óscar de melhor actriz com o filme Mary Poppins).


Apesar de todos estes contratempos, Audrey Hepburn fez de My Fair Lady um dos filmes mais emblemáticos da história do cinema, e ficou, ao longo da sua carreira, para sempre associada à imagem juvenil de Eliza.

Uma beleza que desobedecia aos padrões da Época

No Auge da carreira de Audrey, nos anos 50, o corpo franzino, mas esbelto, os seios pequenos e as ancas estreitas iam contra os padrões de beleza das estrelas mais famosas da altura, como Marilyn Monroe (que chegou a ser proposta para protagonista de Boneca de Luxo) e Elizabeth Taylor, mulheres de seios fartos e ancas bem torneadas. No entanto, o seu ar de maria-rapaz, assexuado quando comparado com as sex-symbols da altura, conquistou todos.


Talvez devido à sua aparente fragilidade, os actores que eram escolhidos para contracenar com Audrey ou eram mais velhos ou tinham ar de másculo e paternal. Humphrey Bogart (em Sabrina), Henry Fonda (em Guerra e Paz), Gary Cooper (em Ariane),Cary Grant (em Charada), Rex Harrison (em My Fair Lady) ou Sean Connery (em A Flecha e a Rosa) foram alguns dos seus pares românticos na tela.
O que mais fascinava os realizadores em Audrey era o seu porte majestoso embora humilde, os eu longo e belo pescoço de cisne, os seus olhos tristes, mas sobretudo, os eu rosto expressivo, para alguns só comparável ao de outras actrizes europeias, as igualmente grandes Greta Garbo e Ingrid Bergman.


O rosto de traços geométricos, a elegância e a fotogenia de Audrey desde cedo chamaram a atenção dos editores das revistas de moda. Foi sete vezes capa de uma das mais importantes publicações americanas, a “Life”, proeza só igualada por Marilyn Monroe.

De Princesa a Anjo-da-Guarda


Com o seu porte elegante, o rosto perfeito – dizia o realizador Billy Wilder: “Deus beijou o rosto de Audrey… e ei-la” – e um olhar doce e meigo, era impossível que Audrey não tivesse um papel de princesa no primeiro filme americano que protagonizou, ao lado de Gregory Peck, o adorável Férias em Roma, que lhe valeu um Óscar.


Edda Kathleen Van Heemstra Hepburn-Ruston pertencia, de facto, à aristocracia, pois era filha de uma baronesa Holandesa e de um banqueiro Britânico, nascida na Bélgica em 1929, teve uma adolescência difícil na Holanda ocupada pelos nazis, que destruíram o seu sonho de se tornar bailarina. O encontro com a escritora Colette, que insistiu que ela fosse a sua Gigi na Broadway, seria o primeiro passo na sua carreira de actriz. Daí em diante, os êxitos bateram-lhe à porta: Sabrina, Cinderela em Paris, Boneca de Luxo, entre outros.


Aos 60 anos, no seu último filme, Sempre, de Steven Spielberg, etérea, de branco vestida, Audrey encarnou a personagem que sempre pareceu: um anjo.
Filha de uma baronesa holandesa e de um banqueiro britânico, Audrey tinha para oferecer a Hollywood a distinção que faltava às americanas. O seu porte elegante, a sua graciosidade e os eu rosto perfeito, que Billy Wilder considerou uma dádiva divina, fizeram o resto.

Uma “Boneca de Luxo” humilde e generosa

Desde os tempos de “Sabrina” quem desenhava a roupa que Audrey usava nos filmes era Givenchy. Em “Quando Paris Delira” na foto e “Cinderela em Paris”, com Fred Astaire aparece elegante e sofisticada como sempre.
Se a sorte lhe sorriu em termos profissionais, na vida pessoal Audrey não foi muito feliz. Casada duas vezes, a primeira com o actor Mel Ferrer, a segunda com o neurologista italiano Andreia Dotti, teves grandes dificuldades em concretizar um dos seus maiores desejos: ser mãe. Ao longo da sua vida teve cinco abortos espontâneos, que nem o nascimento de dois filhos ajudou a ultrapassar. 


Fumava muito e perdia muito peso, ela que já era bastante magra. Talvez devido à sua dificuldade em engravidar, e pelo seu visível amor pelas crianças, em 1987 foi oficialmente nomeada embaixadora da boa vontade da UNICEF, uma organização para a qual anteriormente tinha contribuído, ajudando a angariar dinheiro. Nesta qualidade, viajou por todo o mundo, de Macau ao Japão, passando pela Etiópia, Honduras e Guatemala, levando ajuda financeira e a doçura do seu sorriso às crianças. 


Já afectada pelo cancro no cólon que a viria a matar, empreendeu a mais difícil dessas viagens, à Somália, onde a extrema pobreza que viu a marcou profundamente. A quatro meses do seu 64º aniversário, a doença venceu-a após um longo período de sofrimento. Audrey Hepburn morreu na sua casa, na Suíça, onde viveu nos últimos anos. A princesa tornava-se, finalmente, um anjo.

Fonte: Revista Caras
Fotos: Atlantis Press / AEI
CarlosCoelho

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

As Mansões dos Famosos - 16

Federico da Dinamarca & Mary Donaldson

Um palácio de presente

De personalidade discreta e extremamente recatada, o príncipe Federico da Dinamarca é um verdadeiro mestre do secretismo. Pouco se sabe da sua vida privada – que não seja com o seu inteiro consentimento – e nem mesmo o amor o tornou mais solto. Aos 35 anos, o herdeiro à coroa é pressionado pelo seu povo para casar e arranjar descendência, mas o príncipe Federico não quer saber de imposições.
De namoro firme com a australiana Mary Donaldson, de 32 anos, o príncipe continua sem querer marcar data para a boda, talvez porque já faz vida de casado. Seja como for, antes de falecer, a rainha Ingrid deixou-lhe em testamento uma belíssima prenda de casamento: nada mais nada menos do que o palácio Federico VIII, uma das quatro propriedades de Amalienborg.
O edifício, com 4000 metros quadrados de área, data de 1750 e foi mandado construir pelo barão Joachim Brockdorff. As últimas obras de restauro aconteceram em 1934, por ordem do casal real Federico IX e Ingrid, avós de príncipe Federico.
Agora, é também intensão do príncipe e da sua bonita namorada renovarem algumas divisões do grandioso palácio, nomeadamente, a cozinha e casas de banho, que se encontram muito degradadas. Enquanto isso, é na casa Kandelli, anexa ao Castelo de Fredensborg, que os “noivos” têm a sua “modesta” residência.

Fonte: Revista Nova Gente
Fotos: Dana Press / Cityfiles
Carlos Coelho

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Alimentos e fragrâncias afrodisíacas

Sentidos ao serviço do prazer

Saboreie os frutos da paixão







 Fonte: Revista Ego
Carlos Coelho

domingo, 11 de janeiro de 2015

Ercole Pignetelli


Ercole Pignetelli nasceu em Lecce, Itália, em 1935, numa villa do século XVII, e começa por se deslumbrar com as formas e cores dos bordados da avó materna. Apesar da oposição familiar, de 1950 a 1953 estuda no Instituto de Arte Giuseppe Pellegrino com o escultor Aldo Calò e Luigi Gabrielle, enquanto frequenta o estúdio de Lino Surpressa, que patrocina a sua primeira exposição no Circolo Cittadino. Em Milão, em 1954, conhece Lucio Fontana e o poeta Basilo Real, de quem ilustra o primeiro livro, Forse il Mare. Em 1957 cumpre serviço militar na Força Aérea. Em 1960 conhece Kline, na Bienal de Veneza, que o convida a participar numa colectiva onde expõem também Tamayo e Warhol, entre outros, e em 1978 expõe na Bienal de Veneza. Foram-lhe atribuídos vários prémios, como o San Fedele e o Ramazzotti.




Nesta obra, Pignatelli faz uma interpretação livre da obra O Nascimento de Vénus, de Botticelli, um dos mestres maiores da pintura do Quatrocento Italiano. O pintor repete aqui um processo de apropriação similar ao que já havia assumido relativamente à obra de Picasso, em 1965, quando sente a necessidade e de se tornar mais instintivo, ou em relação à obra de Di Chirico, em 1967. Depois de, em 1964, já em Milão, a sua pintura ter assumido um universo cromático mais cintilante e ácido e as figuras femininas tornado mais “rotundas”, Pignatelli percorre um léxico, sobretudo no que se refere à figuração, um pouco entre as gramáticas formais de Léger e as do neo-realismo – às quais Picasso também aderiu no inicio da década de 20.



O pintor incorporou nas mesmas toda uma sensualidade barroca, potenciada pela cor e pela exploração sensorial das texturas, a que aliou recentemente a volúpia e a inconstância do espelho. Pignatelli persegue na sua obra a emoção e a sensação aliadas à luminosidade e á cor.

Fonte: Revista Caras
Texto: Arte por Júlio Quaresma
© Carlos Coelho

sábado, 10 de janeiro de 2015

Turquia - Capadócia

(Καππαδοκία)

A Capadócia (em turco: Kapadokya, em grego: Καππαδοκία; transl.:  Kappadokía) é uma região histórica e turística da Anatólia central, na Turquia.
A noção de "Capadócia" é tanto geográfica como histórica, tendo os seus contornos variado consideravelmente, conforme as épocas e pontos de vista. O geógrafo e historiador grego Heródoto considerava que a Capadócia estava delimitada pelos Montes Tauro a sul, pelo Lago Tuz (em turco: Tuz Gölü) a oeste, pelo rio Eufrates a leste, e pelo mar Negro a norte, uma área que, com algumas variações, foi sucessivamente uma satrapia (província) persa, satrapia do Império Macedónio, Reino da Capadócia e província romana.
Atualmente, o termo Capadócia tanto pode referir-se a uma área de aproximadamente 15 000 km² entre Aksaray, Hacıbektaş, Kayseri e Niğde, cuja população total não chega ao milhão de habitantes,  como a uma área muito mais restrita, o triângulo com aproximadamente 20 km de lado delimitado por Nevşehir, Avanos e Mustafapaşa, a sul de Ürgüp, sendo esta última zona a mais conhecida em termos turísticos. Em muitos mapas, o nome da Capadócia não é mencionado, já que não corresponde a qualquer demarcação política.


(Capadócia com neve)

Em alguns contextos, principalmente na Antiguidade, o termo Capadócia designa uma região ainda mais vasta que a descrita por Heródoto, estendendo-se à costa mediterrânica a sul e quase até o que é hoje a Arménia a norte. O historiador grego Estrabão chama Cilícia à zona administrativa do que é hoje Kayseri, a antiga Cesareia e Mazaca, um termo que é mais usualmente aplicado, pelo menos em registos mais recentes, à região costeira do sul/sudeste da Anatólia. 
As características mais distintivas da região são as formações geológicas únicas, resultado de fenómenos vulcânicos e da erosão, e o seu rico património histórico e cultural, nomeadamente cidades subterrâneas e inúmeras habitações e igrejas escavadas em rocha, muitas destas com admiráveis frescos. 
Em 1985, o Parque Nacional de Göreme, uma das áreas mais famosas da região, com 9 576 ha, foi declarada Património Mundial pela UNESCO.


(Parque Nacional de Göreme)

A região é habitada há milhares de anos continuamente. Algumas civilizações antigas floresceram aqui, como a dos Hititas, tendo a região sido ocupada e sofrido influências de outras civilizações originárias da Europa e da Ásia Menor, tendo todas elas deixado a suas marcas.

(habitações trogloditas)
As características geológicas deram origem a paisagens que são frequentemente descritas como lunares, se bem que a região não seja desértica. As rochas da região, principalmente tufo calcário,[carece de fontes] adquiriram formas caprichosas ao longo de milhões de anos de erosão, e são suficientemente macio para permitir que os humanos construam as suas habitações escavando-as, em vez de erigir edifícios, o que faz com que nessas paisagens lunares abundem cavernas naturais e artificiais, algumas delas ainda habitadas.
A situação geográfica da Capadócia, tornou-a encruzilhada de rotas comerciais importantes ao longo dos séculos e tornou-a alvo de contínuas invasões. Para se refugiarem durante as invasões e razias, os habitantes construíram refúgios subterrâneos, por vezes verdadeiras cidades, supondo-se que as mais antigas podem remontar ao tempo dos Hititas, há mais de 3 000 anos, e que muitas ainda estarão por descobrir. Algumas podem ser visitadas, como é o caso das de Derinkuyu, Kaymakli, Özkonak e Mazi. Estas cidades teem vários níveis — a de Kaymakli, por exemplo, tem nove, embora apenas quatro estejam abertos ao público, estando as outras reservadas para investigação arqueológica e antropológica, — e dispõem de canais de ventilação, cavalariças, padarias, poços de água e tudo o mais necessário para que os seus ocupantes, cujo número podia alcançar os 20 000, pudessem resistir durante vários meses sem que fossem detectados pelos invasores. Durante o período bizantino, algumas destas construções subterrâneas foram transformadas em igrejas e decoradas com frescos nas paredes e tectos.

Origem e significado do nome

Crê-se que o nome Capadócia provém do vocábulo hitita Katpadukyant  (terra de cavalos de raça). Outras fontes apontam a origem do nome nos persas, que chamaram à região Katpatuka (igualmente "terra de cavalos de raça" ou de "terra de belos cavalos"). No entanto, o termo Katpatuka não é de origem persa, embora Heródoto referisse na sua descrição da conquista da Lídia pelos Hititas que era esse o nome dado à região pelos persas. Os gregos chamavam à região Leucosyri (Λευκόσυροι, (sírios brancos).

A fama dos cavalos da região remonta, pelo menos, ao tempo dos assírios. Há registos dos reis Assurbanípal (século VII a.C.), da Assíria, Dario I (521–485 a.C.) e o seu filho Xerxes I (519–465 a.C.), da Pérsia, terem recebido como presente cavalos da Capadócia, e Estrabão relata que os cavalos faziam parte do tributo da região aos persas.

(Detalhe assírio no Museu das Civilizações da Anatólia, Ancara)
Geografia e geologia

 (O vulcão Argeu (Erciyes Dağı), a montanha mais alta da Capadócia e da Anatólia Central (3 917 m))



(O vulcão Hasan (3 268 m))
Toda a região se encontra num planalto com aproximadamente 1 000 m de altitude, o que, aliado à sua situação muito interior, explica o seu clima marcadamente continental, com Verões quentes e secos e Invernos frios com neve. A precipitação é esparsa e a maior parte da região é semi árida quando não mesmo árida.

A paisagem única da região é o resultado da ação de forças naturais ao longo de milhões de anos.
Há 60 milhões de anos formou-se a cordilheira de Tauro, na Anatólia meridional, ao mesmo tempo que se formavam os Alpes. A formação daquela cordilheira deu origem a numerosas elevações e depressões na Anatólia central.
A atividade dos vulcões da Capadócia, nomeadamente o Argeu (Erciyes), Hasan, Acıgöl, Göllü e Melendiz, entre o Miocénico superior, há cerca de 10 milhões de anos, até ao Pliocénico, há cerca de 2 milhões de anos, cobriram a região de estratos ignimbriticos de diferentes densidades. No início do Quaternário, depositaram-se lavas basálticas bastante mais duras. Calcula-se que, só o Erciyes terá originado depósitos que cobriram 10 000 km² com uma espessura entre 100 e 500 metros.
Sob o efeito do arrefecimento do clima no Quaternário, a crosta basáltica abriu fendas e o solo desagregou-se, permitindo que a água e neve se infiltrassem e acentuassem a erosão, mais acentuada nos estratos mais macios, isolando cones de material mais resistente e escavando vales. Durante os períodos mais secos, foi a erosão dos ventos e da areia por eles levantada que foi mais determinante na modificação da paisagem. Este tipo de erosão é mais notável na superfície dos cones. Quando na parte superior destas elevações existe rocha basáltica, mais resistente ao efeito abrasivo, são formadas as chamadas chaminés de fadas, as quais são cones coroados por grandes pedras praticamente planas, que tanto aparecem isoladas, como em grupo, criando paisagens insólitas. Com a continuação do efeito da erosão, os pedestais dos blocos basálticos acabam por colapsar.



(Vista de um vale com chaminés de fadas)



(Alguns locais mais interessantes para o visitante da Capadócia)

(O vale de Avcilar, na região de Nevşehir)
As zonas sem basalto deram origem a vales, as zonas de tufo macio desagregaram-se completamente, formando zonas planas poeirentas, enquanto que nas encostas, a erosão esculpiu desfiladeiros, mesas, escarpas, pirâmides de 15 a 30 metros, picos, agulhas que por vezes lembram minaretes, cones e chaminés de fadas. A erosão continua nos nossos dias: os picos e cones atuais vão desaparecendo lentamente, ao mesmo tempo que outros se estão a formar nas encostas à beira dos planaltos.

A tufa desagregada dá origem a um solo muito fértil quando é irrigado e adubado com o fertilizante típico da zona, fezes de pombo.

Embora os vulcões se tenham praticamente extinguido no 2º milénio a.C., há indícios de erupções mais tardias, nomeadamente uma em 253 a.C.

Algumas das povoações mais importantes da região:
Aksaray
Avanos
Göreme
Gülagaç
Gülşehir
Kayseri (Mazaca da Antiguidade, Cesareia romana e bizantina)
Nevşehir (antiga Nissa)
Niğde
Uçhisar
Ürgüp

Alguns dos locais com mais interesse para o visitante:

Museu ao ar livre de Göreme;
Peribacalar vadisi (vale das chaminés de fada);
Cidades subterrâneas de Derinkuyu, Özkonak, Tatlarin, Mazi e Acigöl;
Vale de Zelve;
Vale de Soganli;
Vale de Soganli;
Vale de Ihlara
Gomeda;
Diversas igrejas bizantinas, a maior parte das quais em cavernas, como sejam as de El Nazar e Aynali

História

Çatalhüyük e Puruskanda

Çatalhüyük foi um povoado Neolítico situado a sul do que é hoje Konya, aproximadamente 200 km a este-sudeste de Aksaray. Durante alguns anos apontado por muitos como o mais antigo exemplo conhecido de povoamento urbano em todo o mundo, data do 7º milénio a.C.. Aí foi encontrado o que se considera o começo da história da Anatólia. Trata-se de um fresco mural, que apresenta em primeiro plano as casas da localidade, e ao fundo um vulcão fumegante em erupção. Crê-se que esse vulcão sejam o Hasan Dag, distante aproximadamente 300 km de Çatalhüyük. O fresco está exposto no Museu das Civilizações da Anatólia, em Ancara, e é provavelmente a pintura paisagística mais antiga do mundo.

Entre o 6º e o 5º milénios a.C., a Capadócia tinha vários principados independentes. A cidade mais importante desse período era Puruskanda. No século XXIII a.C. 17 destes principados uniram-se para lutar contra o rei acádio Naram-Sin, no que foi a primeira de muitas alianças na história da Anatólia e Capadócia.

Os primeiros habitantes conhecidos da Capadócia foram os hatitas, cuja capital, Hattusa, situada a aproximadamente 200&km a norte de Nevşehir, seria posteriormente a capital dos Hititas. A civilização hatita remonta ao 4º milénio a.C., época dos achados mais antigos de Alacahöyük, a estação arqueológica mais importante dessa civilização, situada a pouco mais de 20 km a norte de Hattusa.

Colónias comerciais assírias

No início do 2º milénio a.C., a Anatólia viveu um período florescente, tendo atraído numerosos habitantes. Os assírios, célebres pelas suas qualidades comerciais, instalaram-se na região, atraídos pelas suas riquezas, principalmente minerais, organizando bazares chamados kârum. O kârum mais importante foi o da cidadela de Kanesh (hoje Kültepe), a Neša dos hititas. Os assírios vendiam estanho, têxteis e perfumes, e compravam ouro prata e cobre.

Este tipo de comércio durou aproximadamente 150 anos, tendo acabado devido a guerras entre reinos da região. Em 1925, uma equipa de arqueólogos descobriu em Kültepe as Tábuas da Capadócia, que descrevem a colónia mercantil dos tempos assírios e que são o documento escrito mais antigo sobre a história da Capadócia.

(Ríton (vaso ritual) em terracota em forma de leão datado do século XVIII ou XIX a.C. encontrado em Kültepe)

Império hitita

Há poucas certezas quanto à origem da civilização hitita, embora alguns acreditem que são originários precisamente da Capadócia, mas é certo que ela floresceu na Anatólia central, com a Capadócia incluída, no 2º milénio a.C. tendo Hattusa (perto da atual Boğazkale, até recentemente, Boğazköy) como capital.
Os hititas fundaram vários povoados em conjunto com os habitantes locais e constituíram um império que se estendia até à Babilónia. O império durou cerca de 600 ou 700 anos, e pôs fim à dinastia semita de Hamurabi na Babilónia. Os séculos XV e XVI a.C. foram especialmente importantes na história hitita, marcando o apogeu da civilização. Alguns séculos mais tarde, as guerras com o Antigo Egito, que culminariam no célebre tratado de paz de Kadesh, de 1286 a.C., desgastaram o império, que acabaria por desmoronar-se cerca de 1200 a.C., com a chegada de invasores provenientes da Europa oriental, os povos do mar e os frígios.

Após a queda do império hitita, e até ao século VII a.C., a Capadócia atravessou o período mais obscuro da sua história. Cerca de 1 100 a.C. foi invadida pelo rei assírio Tiglate-Pileser I, sendo reconquistado pelos frígios no século IX a.C. e pela Lídia, em 696 a.C.. Os Medos ocupam parte do território alguns anos mais tarde, e os Cimérios fazem algumas incursões entre 650 e 630 a.C.

(Vasos rituais hititas do século XVI a.C. encontrados em Hatusa, expostos no Museu das Civilizações da Anatólia, Ancara)

Império Persa Aqueménida

(Cappadoce )

A Capadócia foi conquistada pelos persas aqueménidas em 546 a.C., durante o reinado de Ciro II, tendo-se mantido nessa situação até à conquista por Alexandre Magno, dois séculos mais tarde.
Os persas dividiram a Anatólia em províncias (satrapias) cuja administração estava a cargo de governadores (sátrapa) nomeados pelo imperador. Desde o reinado de Dario I que a Capadócia integrou a terceira satrapia. Embora formalmente fazendo parte do Império Aqueménida, a Capadócia mantém uma grande autonomia, sendo dirigida por uma aristocracia local de tipo feudal.
As províncias estavam ligadas ao porto de Éfeso (perto da atual cidade de Selçuk, na província de Esmirna [em turco: Izmir]) pela Estrada Real Persa, que começava nessa cidade e passava pelas cidades de Sardes (antiga capital do Reino da Lídia, em turco: Sart) e Mazaca (atualmente Kayseri), chegando até à Mesopotâmia e Susa, a capital do império. Os sátrapas enviavam para a Pérsia os impostos que cobravam em forma de ouro, carneiros, burros e os famosos cavalos da Capadócia.

Capadócia helenística



(Cappadoccia, foto aérea da Cidade)
Durante as campanhas de Alexandre, o Grande contra os Aqueménidas, os sátrapas da Capadócia combateram pelos estes últimos. Coube a Antígono Monoftalmo, general de Alexandre, lutar na Capadócia para manter as estradas que passavam pelo território.

Após a morte de Alexandre em 323 a.C. e a partilha do seu império, a Capadócia tornou-se satrapia de Eumenes de Cardia, um dos aliados do regente Pérdicas. Ariarate, que havia lutado por Dario III em Gaugamela, foi derrotado e executado por Pérdicas. Após várias lutas (as Guerras dos Diádocos), a Capadócia foi incorporada no reino de Seleuco Nicator.
Um sobrinho do antigo sátrapa Ariarate, também chamado Ariarate, tomou posse de parte da Capadócia, que foi aceite por Seleuco como um reino semi-dependente, e conseguiu a independência de facto durante o reinado do sucessor de Seleuco, Antíoco Sóter, pois este estava mais preocupado com a guerra contra o Egito Ptolemaico.

Período romano

Reino da Capadócia

Antes de ser anexada pelo Império Romano, o Reino da Capadócia era um dos muitos reinos sucessores do grande Império Macedônico de Alexandre, o Grande. A região foi governada pela dinastia Ariarátida10 de 331 a 95 a.C. O primeiro contato com a República Romana aconteceu no reinado de Ariarate IV, quando os capadócios se aliaram ao rei selêucida Antíoco, o Grande, durante a Guerra romano-síria de 192-188 a.C.

Depois da vitória romana sobre Antíoco, Ariarate iniciou uma relação amistosa com a República ao emtregar a mão de sua filha ao rei de Pérgamo, um aliado romano. Os reis ariarátidas passaram, a partir daí, a ser grandes aliados de Roma no oriente, agindo como um estado-tampão contra o Império Selêucida, que reivindicava o domínio sobre a região. O Reino da Capadócia também apoiou Roma na Terceira Guerra Macedônica contra Perseu da Macedônia entre 171 e 166 a.C. A vitória de Roma sobre ambos ajudou a estabelecer a República como uma das grandes potências do Mediterrâneo oriental.

Quando o rei Átalo III (r. 138-133 a.C.) morreu sem filhos em 133 a.C., ele deixou o Reino de Pérgamo para Roma. Eumenes III reivindicou o trono, ocupando a região. Em 130 a.C., o rei capadócio Ariarate V apoiou o cônsul romano Públio Licínio Crasso Dives Muciano em sua fracassada tentativa de depor Eumenes III e ambos morreram na batalha contra ele. A morte do rei resultou na ascensão de seu filho, ainda menor, Ariarate VI.

Mitrídates V, do Reino do Ponto, aproveitou-se da situação e passou a controlar o trono capadócio ao casar sua filha, Laódice com jovem rei. Mitrídates em seguida invadiu a Capadócia e transformando a região num protetorado do Ponto. Embora aidna nominalmente independente, a influência pôntica sobre a Capadócia continuou no reinado do filho de Mitrídates V, Mitrídates VI.

Em 116 a.C., Ariarate VI foi assasssinado pelo nobre capadócio Górdio por ordem de Mitrídates VI, que então instalou Laódice, sua irmã e viúva de Ariarate IV, como regência para o jovem Ariarate VII, seu sobrinho, solidificando ainda mais o controle do Ponto sobre o reino. Depois de casar-se com Laódice, o rei Nicomedes III da Bitínia tentou anexar a Capadócia ao Reino da Bitínia e depôs Ariarate VII. Mitrídates VI não esperou muito e invadiu a Capadócia, expulsando Nicomedes III e restaurando Ariarate VII. A Capadócia voltou novamente para a esfera de influência do Ponto.

Anos depois, em 101 a.C., o rei pôntico mandou assassinar Ariarate VII e instalou Ariarate IX, seu filho de apenas oito anos, no trono como um rei-fantoche. Apenas uma criança, Ariarate IX não conseguiu manter o controle do reino e seus nobres se revoltaram em 97 a.C., escolhendo Ariarate VIII, filho de Ariarate VII como rei. Mitrídates novamente agiu rapidamente e esmagou a revolta, exilando Ariarate VIII e restaurando seu filho ao trono.

Reino cliente de Roma (95 a.C. - 14 d.C.)

Por causa da instabilidade na Capadócia, Nicomedes III da Bitínia enviou uma embaixada a Roma em 95 a.C. reivindicando a região para si. Mitrídates VI fez o mesmo, buscando a permissão de Roma para anexar a Capadócia. O Senado Romano, porém, não autorizou nenhum dos dois a se apoderar da região.

Ao invés disso, os senadores exigiram que tanto Ponto quanto Bitínia se retirassem da Capadócia e garantiu sua independência, depondo Ariarate IX. Com o apoio militar do governador romano da Cilícia, Lúcio Cornélio Sula, Ariobarzanes I foi instalado como novo rei ainda no mesmo ano e o Reino da Capadócia tornou-se um reino cliente da República Romana.

Em 93 a.C., tropas do Reino da Armênia de Tigranes, o Grande, genro de Mitrídates VI, invadiram a Capadócia a pedido do rei pôntico. Tigranes depôs Ariobarzanes I, que fugiu para Roma, e coroou Górdio como novo rei cliente da Capadócia, só que desta vez subordinado à Armênia.

Com a Capadócia assegurada, Mitrídates invadiu o Reino da Bitínia e derrotou o rei Nicomedes IV, que foi forçado a fugir para a Itália, em 90 a.C. Uma delegação senatorial foi enviada ao oriente para restaurar tanto Nicomedes IV quanto Ariobarzanes I aos seus respectivos tronos e, apesar da Guerra Social ainda estar sendo travada na Itália, os romanos conseguiram repor os dois, sinal da influência cada vez maior da República na região.

Guerras Mitridáticas (88-63 a.C.)

Em 89 a.C., depois de ter firmado a paz com os romanos e da restauração de Ariobarzanes I ao trono capadócio, Mitrídates VI novamente invadiu a Capadócia, reinstalando seu filho Ariarate IX, dando início à Primeira Guerra Mitridática (89-85 a.C.), na qual Roma enfrentou o Reino do Ponto e seu aliado, o Reino da Armênia.

Lúcio Cornélio Sula assumiu o comando das tropas na região em 87 a.C. e derrotou decisivamente Mitrídates VI e seus aliados em 85 a.C. Com pressa para voltar para Roma por causa do aumento das tensões políticas, Sula impôs termos leves a Mitrídates: ele deveria desistir de controlar a Bitínia e a Capadócia, reinstalando Ariobarzanes I e Nicomedes IV como reis clientes romanos. Em troca, Roma permitiu que Mitrídates VI continuasse reinando sobre o Ponto.

Quando Nicomedes IV morreu, em 74 a.C., ele deixou o Reino da Bitínia como herança aos romanos, mas deixou um vácuo de poder na Ásia Menor que permitiu que Mitrídates VI invadisse e conqusitasse o reino sem rei. Quando ficou clara a intenção de Mitrídates VI sobre os protetorados romanos na Ásia Menor, inclusive a Capadócia, Roma iniciou a Terceira Guerra Mitridática para encerrar definitivamente a ameaça pôntica. Despachando desta vez o cônsul Lúcio Licínio Lúculo para a Ásia, Roma conseguiu expulsar o Ponto e a Armênia da região, reafirmando a dominância romana sobre os reinos clientes asiáticos em 71 a.C. e conquistando o Ponto no processo. Quando Mitrídates VI fugiu para a Armênia, Lúculo invadiu o reino também em 69 a.C.

Apesar do sucesso inicial, Lúculo não conseguiu encerrar decisivamente a guerra. Em 66 a.C., Mitrídates VI e Tigranes conseguiram retomar seus respectivos reinos e Lúculo foi convocado a Roma. O senado enviou Pompeu Magno para o oriente para tentar acabar de vez com a instabilidade. Ao ser derrotado por ele, Mitrídates VI novamente fugiu para a Armênia, mas, desta vez, Tigranes se recusou a recebê-lo, forçando-o a fugir para o norte, através do Mar Negro, para o Reino do Bósforo, cujo rei era o seu filho Macares do Bósforo, efetivamente encerrando a guerra em 65 a.C.

Quando Macares se recusou a entrar em guerra contra Roma, Mitrídates VI mandou matá-lo e assumiu pessoalmente o trono. Enquanto Mitrídates estava ansioso para enfrentar os romanos novamente, seu filho mais novo, Fárnaces II era da opinião contrária e começou a armar para depor o pai. Seus planos foram descobertos, mas o exército, que não tinha intenção alguma de enfrentar Pompeu e suas forças novamente, apoiou Fárnaces e, depois de marchar contra Mitrídates, obrigou-o a se suicidar em 63 a.C. Fárnaces II rapidamente enviou uma embaixada a Pompeu com ofertas de submissão. O general romano aceitou os termos propostos e, em troca, nomeou Fárnaces II como rei cliente de Roma no Reino do Bósforo.

Com Mitrídates VI fora do cenário político na Ásia Menor, Pompeu anexou definitivamente a Bitínia, o Ponto e a Cilícia à República Romana como províncias. Ele também invadiu a Armênia em 64 a.C. e conseguiu que Tigranes se submetesse também como rei cliente, o que permitiu que ele fosse para o sul e anexasse oficialmente a o Reino da Síria depois de depor seu rei, Antíoco XIII Asiático. Depois da morte de Ariobarzanes I, Pompeu, num de seus últimos atos no oriente antes de seu retorno triunfal a Roma, instalou o filho dele, Ariobarzanes II como novo rei da Capadócia.

Ariobarzanes II reinou até 51 a.C., quando foi assassinado por forças leais ao vizinho Império Parta. O Senado Romano declarou seu filho, Ariobarzanes III como herdeiro legítimo e, com o apoio militar do governador romano da Cilícia, Marco Túlio Cícero, instalou-o no trono capadócio. Em 50 a.C., Ariobarzanes III, com a ajuda de Cícero, descobriram um complô para depô-lo liderado por Atenais Filostórgos II, sua própria mãe, que pretendia instalar Ariarate X, seu irmão caçula, no trono. Juntos, Cícero e Ariobarzanes III exilaram Atenais, que era filha de Mitrídates VI, da Capadócia.

Guerras civis em Roma

A Capadócia aumentou muito a sua importância durante as guerras civis romanas. Quando Júlio César cruzou o Rubicão em 49 a.C. e começou a sua guerra civil, muitos membros do Senado, liderados por Pompeu, fugiram para o oriente. O rei capadócio Ariobarzanes III apoiou Pompeu contra César como retribuição pelo apoio dele ao seu pai anos antes. Porém, depois da vitória de César na Batalha de Farsalo e o subsequente assassinato de Pompeu em 48 a.C., Ariobarzanes mudou de lado e declarou sua lealdade a César, que nomeou Cneu Domício Calvino como governador da Ásia como poderes para agir em seu nome na região enquanto ele lidava com seus adversários no Egito.

Com os romanos distraídos pela guerra civil, Fárnaces II, o rei cliente do Reino do Bósforo e filho mais novo de Mitrídates VI, decidiu aproveitar a oportunidade e conquistou a Cólquida e a Armênia Menor, territórios que estavam subordinados à província romana do Ponto. Os monarcas da Capadócia e da Galácia, Ariobarzanes III e Deiótaro, respectivamente, pediram proteção a Calvino e logo as forças romanas se envolveram na disputa com Fárnaces II. Os dois exércitos finalmente se encontraram na Batalha de Nicópolis, na Anatólia oriental, na qual Fárnaces derrotou o exército romano e conquistou a maior parte da Capadócia, do Ponto e da Bitínia.
Depois de derrotar as forças ptolemaicas na Batalha do Nilo, César deixou o Egito em 47 a.C. e marchou através da Síria, Cilícia e Capadócia para enfrentar Fárnaces. Quando ele soube da chegada das forças veteranas de César, Fárnaces enviou emissários para tentar a paz, mas César não os recebeu. Os dois se encontraram na Batalha de Zela e César conseguiu derrotar Fárnaces de forma decisiva, reafirmando o poder romano na Ásia Menor. Quando voltou para o seu reino no Bósforo, Fárnaces II foi assassinado pelo genro, Asandro. Como retribuição, César nomeou-o o novo rei cliente do Bósforo. César então incorporou a Armênia Menor à Capadócia para servir como estado-tampão contra futuras agressões vindas das potências orientais, como os partas.
César foi assassinado em 15 de março de 44 a.C. pelos senadores liderados por Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino. Os "Libertadores" então fugiram da Itália e assumiram o comando das províncias e reinos clientes orientais , incluindo a Capadócia, em 43 a.C. Quando Ariobarzanes III reclamou contra a elevada interfer~encia romana em seu reino, Cássio mandou matá-lo e instalou seu irmão mais novo, Ariarate X no lugar em 42 a.C. Ainda no mesmo ano, depois da derrota de Bruto e Cássio pelo Segundo Triunvirato na Batalha de Filipos, o triúnviro Marco Antônio assumiu o comando das províncias e dos reinos cliente orientais. Em 36 a.C., Marco Antônio executou Ariarate X e instalou [{Arquelau da Capadócia|Arquelau]] como novo rei da Capadócia.

O Segundo Triunvirato expirou em 33 a.C., encerrando também o direito legal de Marco Antônio de governar a metade oriental da República. Sem ele, também se intensificaram as lutas entre Marco Antônio e Otaviano pelo poder. Este construiu sua base de apoio no ocidente enquanto Antônio se aproximou da rainha egípcia Cleópatra. Quando Otaviano declarou guerra ao Egito, Marco Antônio, apoiado pelos reinos clientes orientais (inclusive a Capadócia), marchou para lá para enfrentá-lo. A derrota de Marco Antônio na Batalha de Ácio em 31 a.C. assegurou a posição de Otaviano como único senhor do mundo romano. Arquelau declarou sua lealdade e conseguiu manter-se no trono.
Quando Otaviano tornou-se "Augusto", o primeiro imperador romano, em 27 a.C., a Capadócia tornou-se um importante e confiável estado cliente e manteve a sua independência sob o reorganizado Império Romano. Augusto considerava Arquelau um monarca confiável e se comprometeu a não converter a Capadócia uma província. Como recompensa por sua lealdade, Augusto premiou-o ainda com os territórios da Cilícia ao longo do Mediterrâneo e a Armênia Menor na costa do Mar Negro em 25 a.C., encarregando-o da missão de eliminar a pirataria que grassava nas duas regiões e para formar um estado-tampão entre Roma e o Império Parta.
Província romana e bizantina



("Igreja Escura" em Göreme)

 (Fresco da "Igreja Escura" en Göreme)

Império Seljúcida

Os seljúcidas, considerados os antepassados diretos dos turcos ocidentais, começaram a chegar à Capadócia após a Batalha de Manziquerta, em 1071, na qual as forças de Alp Arslan derrotaram o exército bizantino de Romano IV Diógenes, tendo conquistado aos poucos toda a região. Depois da conquista de Kayseri em 1082, os seljúcidas promoveram uma grande expansão urbanística, construindo mesquitas em Kayseri, Aksaray, Niğde e outras cidades, e uma escola de medicina em 1206. Construíram também inúmeros caravançarais (literalmente palácios de caravanas), estalagens fortificadas para uso dos mercadores viajantes da Rota da Seda, que aí podiam pernoitar e descansar e segurança. Alguns caravançarais tinham outros serviços para além dos de hotelaria, como enfermarias, cavalariças e mesquitas. Em toda a Turquia se encontram caravançarais, distanciando aproximadamente 30 km uns dos outros. Em tempos de guerra serviam como postos de defesa do território. Entre eles, destacam-se o de Agzikarahan, também chamado de Hoca Mesud, que se encontra a 13 km de Aksaray e foi construído no século XIII, e o de Sultanhanı, a 40 km da mesma cidade.

Nos séculos seguintes, a Anatólia em geral e a Capadócia foram palco de inúmeros conflitos entre seljúcidas, bizantinos e cruzados. Estes últimos tomaram a capital seljúcida de Iznik (antiga Niceia), obrigando os vencidos a fugir para Konya. Os seljúcidas criaram as bases para o Império Otomano, que se formou no século XV — os otomanos procediam de um dos sultanatos seljúcidas, tendo-se revoltado e ganho a independência sob a liderança de Osman I "Gazi" (triunfador ou combatente da fé). O termo otomano, em turco: osmanli, provém do seu nome.

Império Otomano

A Capadócia cai sob o domínio otomano no século XIV. Lentamente, uma parte considerável da sua população passa a ser muçulmana e adota a língua turca. Desenvolve-se uma língua intermédia, o capadócio, que sobrevive até à saída das populações gregas (cristãs) em 1923, na sequência do Tratado de Lausanne, que pôs fim à guerra greco-turca e determinou a troca de populações entre a Grécia e a Turquia com base na religião.

No século XVIII são abandonados os últimos mosteiros trogloditas. No mesmo século, o grão-vizir Ibrahim Paxá faz da sua pequena aldeia natal Nevşehir a capital regional que ainda hoje é e que é por vezes apontada como a comunidade mais rica de toda a Turquia apesar da sua aparência relativamente modesta.

Século XX e actualidade



(Balonismo, uma das atrações turísticas da região)

A Capadócia é uma região turística importante, atraindo visitantes tanto da Turquia, como de países vizinhos desde há muito. A sua popularidade na Europa e do resto do mundo foi muito impulsionada nas décadas de 1930 e 1940 com a publicação dos trabalhos do sacerdote francês Guillaume de Jerphanion sobre as igrejas da região.12 Na segunda metade do século XX assistiu-se a um grande crescimento da procura turística na Capadócia. Nos anos 1970 e 1980 a vintena de hotéis existentes então não satisfazia a grande procura, tendo os locais começado a arrendar quartos e transformar as suas propriedade para poder acolher visitantes, ao mesmo tempo que novos hotéis eram construídos. Em grande parte, as novas construções respeitam a paisagem e não chocam com as construções tradicionais. Segundo dados oficiais de 2005, a região recebeu 850 mil turistas estrangeiros e 1 milhão de nacionais.
Esta procura revitalizou a economia regional, pois a indústria turística não é a única a ser beneficiada; os produtores de cerâmica, têxteis e outro tipo de artesanato viram também o seu mercado muito alargado.

Cristianismo na Capadócia

(A "Igreja com Sandálias" em turco: Çarikli Kilise), em Göreme)
A região tem um papel muito especial na tradição cristã. Durante os primeiros anos do cristianismo, a Capadócia foi um terreno fértil para a expansão da nova religião, em parte pela sua proximidade das Sete igrejas da Ásia, mencionadas no livro do Apocalipse do Novo Testamento, e de Antioquia (atual Antakya),
onde São Pedro fundou a primeira comunidade cristã.

(fresco na Igreja das Maçãs de Göreme)

São Paulo efetuou três viagens à Capadócia entre 44 e 58. Muitos dos primeiros cristãos habitavam a região, tendo as cidades subterrâneas sido usadas como refúgio pelos primeiros cristãos durante as perseguições de que foram alvo. Durante os séculos II, III e IV. Aí nasceram nessa época pelo menos os seguintes santos e teólogos:
São Mamede, São Basílio Magno e Gregório de Nissa, de Cesareia (atual Kayseri).
Cesário de Nanzianzo, Gregório de Nanzianzo, o Velho e Gregório de Nanzianzo, o Novo, de Nanzianzo, uma antiga cidade onde agora se encontra a pequena aldeia de Berkalar (também chamada de Nenizi) e Gülagaç, entre Aksaray e Nevşehir.
Basílio, Gregório de Nissa e Gregório de Nanzianzo, o Novo, são chamados os Padres ou Filósofos Capadócios na literatura cristã, sendo apontados como importantes teólogos, tendo desenvolvido, por exemplo a doutrina da Trindade.13
Outro clérigo famoso originário da região foi João II da Capadócia, patriarca de Constantinopla entre 518 e 520, que, apesar do seu curto patriarcado, ficou famoso por ter marcado o fim de um cisma de 34 anos entre as igrejas orientais e ocidentais, originado no Concílio de Calcedónia.

(Interior de igreja troglodita em Göreme)

Apesar do assunto ser controverso, segundo a lenda, São Jorge também teria nascido na região, embora tenha ido para a Palestina, de onde a mãe era originária, ainda em criança. A lenda de São Jorge e do dragão tomou forma na Idade Média, sendo o santo convertido em padroeiro de muitos estados e coroas da Europa, nomeadamente de Aragão, Portugal, Inglaterra e Génova, entre outros. A Cruz de São Jorge ainda hoje está presente nas bandeiras da Geórgia, Inglaterra, Sardenha, Barcelona e Aragão e nos brasões de Génova e Pádua.

Existem entre 4005 e 600nt 1 igrejas na região, muitas delas escavadas em rochas, das quais largas dezenas são interessantes de visitar. As mais antigas datam provavelmente do século VI, embora a maor parte date dos séculos X e XI, o período que vai desde o fim das incursões árabes, até à chegada dos seljúcidas.

Naturais da Capadócia
São Jorge (século III-IV) — segundo a lenda, teria nascido na região, mas o tema é controverso entre os historiadores.
São Mamede
São Basílio Magno
Gregório de Nissa
Cesário de Nazianzo
Gregório de Nazianzo, o Velho
Gregório de Nazianzo, o Novo

Fotos da net
© Carlos Coelho