sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Novo Coronavírus


O que se sabe

Surgiu na China e alastrou a outros países


Este novo vírus que está a deixar o mundo em alerta, debilita o sistema imunitário e pode causar infeções potencialmente mortais.



A pneumonia viral que começou na cidade de Wuhan, na China, no final do ano passado e que conta com mais de 140 casos de infeção, colocou as autoridades em alerta. A Organização Mundial de Saúde já avisou que o vírus pode alastrar-se a outros países e apesar das autoridades continuarem a garantir que as possibilidades de transmissão de humano para humano são muito limitadas, com três casos confirmados fora da China – Tailândia Coreia do Sul e Japão -, isso tornou-se motivo para preocupação, o que pode significar que um surto internacional da doença está próximo.

Atenção aos sintomas



Esta pneumonia é causada pelo chamado coronavírus, um grupo de vírus que causam infeções respiratórias em seres humanos e animais e são transmitidos por via aérea (através da tosse ou espirros) ou contacto físico. Alguns destes vírus resultam apenas numa constipação, enquanto outros podem gerar doenças respiratórias mais graves, como a pneumonia atípica. Os sinais clínicos relatados pelos doentes são febre, dificuldades respiratórias e dores musculares e as autoridades de saúde já avisaram que todos os cidadãos devem estar atentos a estes sintomas.

Como se prevenir

Em Portugal, a Direcção Geral de Saúde emitiu um comunicado com cuidados para quem viajar para a zona asiática.
- Lavar frequentemente as mãos;
-Evitar contacto com animais e pessoas com infecções respiratórias agudas;
- Tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
- Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.

Fonte: Revista Maria
Foto: net
© Carlos Coelho

terça-feira, 12 de junho de 2018

Ciência

Sapos anunciam sismos?


O Êxodo de sapos da região de Abruzzo, em Itália, onde a terra tremeu destruindo boa parte da cidade de Áquila, leva os cientistas a reforçarem a ideia de que os animais têm formas de predizer a ocorrência de tremores de terra. Até agora, estudos com várias espécies (cães, vacas, raposas e até peixes) registam algum tipo de comportamento estranho antes dos abalos, mas uma investigadora britânica deu conta do sumiço dos sapos de uma colónia que estudava, cinco dias antes do sismo – 96por cento dos machos fugiram cinco dias antes e três dias antes do abalo não restava nenhum.

Fonte: Revista Notícias Sábado

Autor: LM.

Fotos da Net

©CarlosCoelho

sábado, 5 de maio de 2018

Shakespeare

Shakespeare existiu!

 


Escreveu William Shakespeare as obras que lhe são atribuídas? Ou pior ainda: Shakespeare existiu? Mark Twain, Henry James ou Freud, entre outros, chegaram a pôr em dúvida que tivesse havido um só autor para todas as obras de Shakespeare. Se os cépticos continuam a fazer-se ouvir, há quem os desminta com base na investigação histórica. É o caso do norte-americano James Shapiro, Professor da Universidade de Columbia, que considera que as dúvidas sobre a existência do autor, filho de um comerciante, que só surgiram dois séculos após a sua morte, mas não sã do que a prova de preconceito cultural e snobismo.

Fonte: Revista Notícias Sábado

Autor: J.A.S

Foto da Net

©CarlosCoelho

 

sexta-feira, 2 de março de 2018

Morte

Morrer Islâmico

No médio Oriente é difícil morrer sozinho. O Médico, em viagem, descobre uma cultura feita de rituais diferentes, rigorosos e sem pressas.

 

(Cemitério muçulmano de Sidi el Mezri em Monastir Tunísia)

A morte é parte da vida. Uma parte da vida tão difícil de aceitar quanto mais sofisticada é a cultura e que se morre. Se alguns povos celebram a morte como um renascimento, outros são os que a choram perpetuamente inumando as suas vidas em roupa negra e cemitérios solitários. Hábitos e culturas diferentes. Nascemos a gritar no meio de muita gente. Todos se preparam para nos receber em festa. Quando morremos, muitas vezes fazemo-lo sozinhos, sem que ninguém se aperceba em silêncio.

No médio Oriente é difícil morrer sozinho. Só existe um tipo de família: aquela em que todos partilham o mesmo chão, a mesma refeição, o mesmo quotidiano, o mesmo tempo. Quando o fim se anuncia, há sempre tempo. Tempo para pegar numa mão, para beijar uma face. Tempo para trocar as últimas palavras de afecto. Tempo para começar a construção da memória, essa vida eterna que nos assiste.

A morte anuncia-se discretamente e tudo deve ser executado segundo esta regra. O ritmo acelera. Há pouco tempo para preparar o enterro. Todo o processo será feito com rigor mas rapidamente. Inicia-se a lavagem do corpo. Homens lavam mulheres e mulheres lavam mulheres. Crianças com menos de oito anos de idade podem ser lavadas por ambos os sexos. Depois de colocar o corpo num estrado elevado, circula-se à sua volte três, cinco ou sete vezes queimando incenso. É chegado o momento de lavar o corpo três vezes. Se estiver limpo não é necessário lavar outra vez. No entanto, se o corpo ainda não estiver conforme o estabelecido deve continuar a ser lavado sempre em número ímpar de vezes. Se à sexta lavagem já estiver pronto, uma sétima lavagem será executada.

A água deve ser fria, a não ser que o tempo não o permita ou o corpo demasiado sujo. Pode-se perfumar as partes do corpo que contactam com o chão durante a prostração.

O corpo correctamente lavado deve ser correctamente vestido. A escolha do vestuário é criteriosa. As roupas devem ser do próprio mas, se não existir roupa digna, é da responsabilidade do seu representante legal providenciar o traje. O cadáver só está autorizado a vestir aquilo que lhe era permitido em vida. Seda pura tingida com açafrão ou bordados com ouro são estritamente proibidos aos homens. São igualmente proibidos versos do Corão no vestido, roupa excessivamente cara ou escolhida em vida para o efeito. Deseja-se roupa branca, a estrear ou usada, simples. A oração pode ser feita em casa, na mesquita ou no cemitério, mas obedece a uma fórmula obriga ao seu reinício. O corpo é colocado diante dos crentes com a cabeça do lado direito. Uma pessoa falecida deve ser sempre acompanhada até ao local do seu enterro. Se o cortejo se fizer a pé, toda a gente segue à frente do caixão. Uma mulher só é autorizada a seguir atrás do caixão caso se trate do seu marido e apenas se se souber comportar dignamente. Chorar é permitido, mas manifestações exaltadas são completamente interditas. Disse o profeta Maomé: «Aquele que bate na sua cara, rasga a sua roupa ou chora os seus mortos como no tempo dos dias da ignorância não é um de nós.»

Fonte: Revista Única (Expresso)

Texto: Luís Mieiro

Fotos da Net

©CarlosCoelho

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Henrique VIII de Inglaterra

 O Rei Tirano


Obcecado por ter um filho varão, o monarca casou-se seis vezes, decapitou duas rainhas, rompeu com a Igreja Católica e fundou a sua própria religião.

Nomeação: Henrique tornou-se rei por acaso. A coroa pertencia ao seu irmão mais velho, Artur, que morreu precocemente, o que levou Henrique a ser nomeado e a casar-se com a cunhada.

Amor: O Rei Inglês teve seis mulheres e várias amantes. No entanto, o seu grande amor foi Ana Bolena, que o levou a divorciar-se da sua primeira mulher Catarina, e, consequentemente, a romper com a Igreja Católica. Porém, quando Ana o desiludiu por não lhe dar o tão esperado filho varão, ele mandou enforca-la.

Guerra: O segundo rei da dinastia Tudor procurou sempre a honra da guerra e na década de 50 invadiu a França.

Religião: Depois de romper com a Igreja Católica, devido ao seu divórcio, Henrique perseguiu o clero e fundou a Igreja Anglicana.

Físico: Henrique VIII recebeu o cognome de O Gordo. Quando morreu, a sua cintura tinha 137centímetros.

Sucessão: Apesar de ter um filho varão, Eduardo, foram as suas duas primeiras filhas, Maria I e Isabel I, que subiram ao trono.

1491 – Nasce Henrique, filho de Henrique VII e Elizabete de York.

1499 – O irmão mais velho de Henrique, Artur, Casa-se com Catarina de Aragão.

1502 – Artur morre.

1503 – Catarina de Aragão fica noiva de Henrique.

1509 – Henrique sobe ao trono após a morte do pai.

1525-1533 – O rei pede o divórcio, mas é recusado pelo Papa.

1533 – Henrique anula o seu casamento e é excomungado.

1534 – Henrique cria a Igreja Anglicana.

1536 – O rei apodera-se das propriedades da Igreja.

1547 – Henrique morre aos 55 anos.

As mulheres de Henrique VIII

Catarina de Aragão – (1509-1533)

Esteve grávida seis vezes, mas apenas Mary sobreviveu.

Ana Bolena (1533-1536)

Teve uma filha, Isabel, e abortou duas vezes.

Jane Saymour (1536-1537)

Deu o tão esperado varão a Henrique VIII Eduardo, mas morreu duas semanas após o parto.

Ana de Cleves (Jan a Jul. de 1540)

O casamento nunca chegou a ser consumado.

Catarina Howard (1540-1542)

Trinta anos mais nova do que o rei inglês, era estéril e foi enforcada por adultério.

Catarina Parr (1543-1547)

Cuidou de Henrique na velhice e morreu um ano depois dele.

 

Fonte: Revista Maria

Texto: Mónica Santos/Ronnie V.

Fotos da net

© Carlos Coelho

terça-feira, 7 de março de 2017

Índia

 Índia - Em busca do Império Vijayanagara


Tesouro incalculável, as ruínas da antiga Cidade de Hampi são dos destinos mais procurados do estado de Karnataka, no sul da Índia. Os seus 35º templos são a memória do esplendor de Vijayanagara, o maior império depois do mongol.



Já contávamos encontrar grandes surpresas na Índia. No entanto, Hampi, o imponente complexo de Templos históricos do sul do estado de Karnataka, superou as espectativas. Aqui não afloram vãs nostalgias daquele poderio distante ou da magnificência das suas construções, cenários de uma vida de ostentação e requinte. Pelo contrário, tudo é mais uma recordação imortalizada do distante esplendor indiano. Sentimos isso ao lado dos brâmanes e das belas mulheres de sari, cuja pele dourada contrasta com os tons turquesa brilhantes das fúchsias, os vermelhos e os azuis, como há mil anos. 


Frequentado principalmente por viajantes nacionais, o local é uma espécie de espelho no qual a grandeza desses tempos idos, do místico e do sagrado, dos ritos e histórias de séculos perdidos, fazem reviver pedras e pintura como se tudo estivesse a acontecer aqui e agora. “Like the painting, right? “, Pergunta Suri, o guia, que esconde um sorriso malicioso a cada paragem. 


Nestes templos, as origens reconstroem-se no presente. Os trajes antigos, as jóias falsas das adolescentes, as inúmeras vacas deambulantes e um elefante que entrega bênçãos de água parecem cenas tiradas dos quadros e estátuas de 1300.


Elefante santifica família

Partindo de Bangalore, a capital do Sul. Famosa por dominar o mercado mundial de software, em concorrência com a China e Estados Unidos, o encontro com o parque arqueológico exige que se percorra um caminho que se contorce ao ritmo do mudra (dança com as mãos). 

    
A estrada segue a sua melodia em cada aldeia por onde passamos, enquanto nos campos entre aldeias predominam os verdes dos campos de arroz, em plena época de colheita. Há também mulheres e meninas que caminham pelos bordos destes ressaltos em busca de um rio ou canal para lavar as roupas que levam á cabeça, em grandes tinas coloridas.

Hemakuta Hill 

Algumas horas depois, chegamos ao espectacular Royal Orchid, o hotel de cinco estrelas que nos introduzirá no esplendor asiático, nas massagens ayuevédicas e nos alimentos afrodisíacos, dando inicio a um turbilhão de contrastes difícil de acomodar na mente. The Sacred Center . O Centro Sagrado
The Sacred Center . O Centro Sagrado

Perto dali, a cidade vizinha de Hospet é a passagem intermédia para chegar ao destino: lá vamos nós, evitando as ultimas vacas a toque de buzina, uma habilidade demonstrada por Suri, também nosso motorista. Conduzirá o grupo durante vários dias para percorrer Karnataka, o diamante em bruto do sul da Índia, de Hampi é a estrela.

Virupaksha Temple ou Templo Pampapati

Meca turística da região e Património da Humanidade consagrado pela UNESCO na década de 1980, a reserva tem grande valor para arqueólogos e arquitectos de todo o mundo. Ainda hoje é preservada e estudada pelo Archaeological Survey of Índia. Hampi foi a capital de quase toda a Índia austral, onde se fundou um dos reinos mais ricos da terra, o Império Vijayanagara, recordando entre outras coisas pelos seus comerciantes de diamantes.

Krishna Temple

Os seus 350 templos em ruínas, 83 deles recuperados e visitáveis, foram esculpidos até ao inimaginável, ornamentando-se cantos, ângulos, tetos e lugares que vemos apenas com o auxílio de uma lanterna, dando vida a cenas de dançarinos e músicos, de sexo e espiritualidade, de animais míticos e deuses virtuosos de mãos múltiplas. 

Lakshmi Narasimha Templo

Situa-se a sul de Hampi. Num único bloco de pedra com cerca de 6.7 m de altura foi esculpida a estátua de Narasimha. Narasimha (significa nas línguas locais meio-homem, meio leão-leão) é esta é uma das dez encarnações de Vishnu. A estátua foi recentemente restaurada. 

Em frente ao tempo está o famoso carro de pedra (Stone Charriot ou Kallina Ratha), um símbolo da perfeição artística do Império Vijayanagara. Não é um carro, como um nome sugere, mas sim um santuário construído em forma de um carro.


Stone Charriot ou Kallina Ratha

Todos vivem esculpidos na rocha. Não muito longe, logo que amanhece desperta um mundo que flutua entre o comércio e a vida religiosa quotidiana. Montam-se ali as tendas dos feirantes e arranca a venda de tecidos, alimentos e pós sagrados, bem como sabão e champô para quem quiser banhar no Rio Tungabhadra. Suri conta que por detrás da torre de Virupaksha, ao longe, o rio fornece imagens menos turísticas, mais rurais, onde os habitantes locais rezam e lavam as suas roupas. “Eu quero estar allí agora que nace el sol.

The King's Balance 

Esta estrutura, o Tulapurushandana, fica a sudoeste do templo Vittala. É composto por dois pilares esculpidos em granito, unidos por uma trave horizontal também de granito.

Podemos fazer muito bonitas imágenes”, explica em portunhol Fernando Quevedo, conhecido fotógrafo de O Globo e intrépido perseguidor de leões na savana africana. Claro que o seguimos. Em poucos minutos chegamos à costa e imediatamente somos surpreendidos por um desses rituais de que tanto tínhamos ouvido falar: algumas mães dão banho aos filhos, enquanto um elefante santifica com água da sua tromba a família de um bebé recém-nascido. Longos saris estão estendidos nas escadas e anciãos com metade do corpo debaixo de água agradecem aos céus, rodeados de templos que depressa ficam sob a fúria do sol escaldante. Uma autêntica porta aberta para a Índia milenária.



Ramachandra Temple ou Hazara Rama Temple 

O templo fica num pátio rectangular, com entradas viradas para o leste. Encontram-se vários relevos nas paredes internas e externas. O Templo pode ter sido exclusivamente para uso real.

O fim do Imperio Vijayanagara

Também chamada “Cidade da Vitória”, Hampi deu três gerações de chefes hindus durante dois séculos. No seu Centro Sagrado erguem-se os templos de Krishna e Achyuta Raya, assim como pinturas, gravuras, esculturas e estátuas sagradas. 


Lotus Mahal - (Palácio da Rainha)

Era um palácio para a rainha, que tem, entre outras coisas, tubos com água corrente. a sua construção foi posterior ao período Vijayanagara, mostrando esta estrutura influências islâmicas.

Uma destas chama especialmente a atenção: é Narasimha, divindade sulista de mãos virtuosas, a reencarnação do deus Vishnu em homem-leão. A ele e aos outros dois deuses centrais do hinduísmo, Brahma e Shiva, não pouparão honrarias os sacerdotes, brâmanes e pagadores de promessas. 


Pushkarani 

Também chamado Stepped Bath, ou Queen's Bath, era um projecto desenhado para banhos. Estes poços submersos foram criados para proporcionar alívio do calor durante o dia. Teria sido coberto quando a cidade era ocupada. 

Ali perto, no Centro Real, ergue-se o templo de Hazara Rama, os estábulos de pedra onde a rainha recolhia os elefantes., a piscina para festas e o seu incrível palácio. Mas é o templo Vitthala e o seu Palácio da Música que nos deixam fascinados. 


Elephant stables - Estábulo dos Elefantes

Este quadro mostra  a posição de soldados e comerciantes, uma amostra da prosperidade do Império

Era um conjunto de grandes estábulos, para abrigar os elefantes cerimoniais da casa real. a área na frente deles era um ponto de parada para os elefantes e para as tropas. esta estrutura mostra também a influência islâmica nas suas cúpulas e pórticos arqueados. o quartel dos guardas estavam localizados ao lado do estábulo dos elefantes.

Vittala Temple

Situado a nordeste de Hampi, em frente à vila de Anegondi, é um dos principais monumentos da cidade. É dedicado a Vittala, acredita-se que data do século 16. Uma das características notáveis do Templo Vittala são os pilares musicais. Cada um dos pilares que sustentam o telhado do templo principal é suportado por um pilar que representa um instrumento musical.

Pilares de Pedra no Templo de Vittala 

“Cada uma das colunas que aqui vêem foi construída com uma nota musical, do dó ao si. Think at the time… quando cada canto deste templo, iluminado pelas estrelas, soava segundo os golpes que os mestres da música davam com pequenos ferros em cada coluna. É nem mais nem menos que o triunfo da beleza, da arte e da mente, há séculos e séculos atrás.”, Pode ler-se. É uma maravilha musical esculpida à mão.

Mas tudo tem um fim, e o Império Vijayanagara e dos seus palácios foi em 1565. Apesar do seu grande poderio (o maior depois dos mongóis), os sultões muçulmanos do Decão aliaram-se e venceram-nos na batalha de Talikota, recorrendo a uma antiga prática de conquista e subjugação: a destruição imediata dos santuários e templos que hoje percorremos. Apesar de estarem em ruinas são muito visitados. 

Este Templo dedicado as Senhor Shiva foi construido muitos metros abaixo do nível do solo. Por esta razão, o Templo está alagado muitas vezes, limitando assim a entrada para as áreas interiores.


Underground Shiva Temple

Os vizinhos do Norte do país, os feirantes de Hospet e das aldeias limítrofes também rezam aqui como num templo activo. Descalçam-se como fazem em casa e dão inicio a manifestações com ofertas de frutas, juntando as mãos, fazendo movimentos circulares, inclinações e alguns cânticos, até que o ritual hindu lhes chegue à alma. Alguns sacerdotes distribuem água e cada um bebe-a na palma da sua mão, enquanto o fumo do sândalo em incenso vai subindo pelas colunas esculpidas e penetra nas pequenas cavidades dos deuses de pedra. O mundo aparente e o real, o que alimenta o corpo e a alma, são aqui a mesma coisa. A Índia sagrada mantém-se viva.

Fonte: Jornal Buenos Aires /http://ferias-paratodos.blogspot.pt
Texto/Autor: Paul Donadio/ http://ferias-paratodos.blogspot.pt
Tradutora: Aida Macedo
Fotos: Wikipedia /http://ferias-paratodos.blogspot.pt
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Drácula - Vlad Tepes

Drácula, sangue por sangue



Para os ocidentais, Vlad Tepes é o Conde Drácula. Para os Romenos é um príncipe sanguinário mas justo, o defensor do povo, que só empalava traidores e ladrões.

As opiniões dos historiadores romenos dividem-se alguns comparam Vlad Tepes a Drácon de Atenas (legislador grego do século VII a.C.) e veem-no como um génio político; outros consideram-no um celerado sádico.
“O Empalador” continua a ser uma figura muito presente no imaginário colectivo e dos decepcionados com a sociedade de hoje, a corrupção e a injustiça invocam-no novamente, como fez outrora o grande poeta romeno Mihai Eminescu (no final do Século XIX): “Porque não voltas, Senhor Vlad, o Empalador?”


O historiador Bogdan Ioan critica a tendência de alguns estudiosos para fantasiar sobre Vlad Tepes. Alerta para que a historiografia romena tem tendência para apresentar o voivoda (príncipe) como protector dos pobres e dos justos, bem como um governante organizador. Para Bogdan, “O Empalador” foi “um tirano brutal e um monstro desumano”. “Deviamos ter vergonha, e não apresenta-lo como um modelo de bravura e patriotismo”, escreveu.

Tanto bom quanto mau. E vilão?


Outros historiadores, como Constantine C. Giurescu, justificam os seus actos de crueldade com o superior interesse da nação: “As torturas e as execuções não eram caprichos; tinham a sua razão de ser num mundo onde ainda não tinha sido inventado o principio da  diversidade de opinião”. Os massacres teriam, portanto, justificação, já que visavam instalar ordem e a honestidade, e consolar o reino.


No entanto, a imagem mais desfavorável de Vlad, “O Empalador”, encontra-se nas crónicas germânicas e eslavas. Alguns especialistas desacreditam-nas totalmente, dizendo que são absolutamente falsas. Outros embora conscientes de que contêm elementos inventados, destinados a impressionar um público ávido de sensionalismo, acham que são documentos com valor histórico.


O historiador Lucian Boia acredita que se criou em torno de Vlad Tepes um mito de Rei duro, mas justo, que matava os nobres gananciosos e corruptos: “ É uma mitologia que ainda está muito viva na Roménia e de que os romenos  deviam passar a desconfiar. É o característico culto romeno do líder, resultado de uma sociedade camponesa, respeitosa do príncipe. Vlad Tepes é o soberano que tem sempre razão, contra uma elite ávida de riqueza e poder. O seu sucesso prendeu-se com a veneração por um povo insuficientemente politizado, que adora os dirigentes, sejam eles príncipes, reis, presidentes comunistas ou pós-comunistas”.


Outro historiador, Neagu Djuvara, descreve, no seu livro O Scurt? Istoire a Românilor Povestit? Celor Tineri (Breve história dos romenos contada aos jovens), a execução por empalação: “Era uma agonia terrível. Espetava-se uma grande estaca no chão e o condenado era como que crucificado nela. Depois – coisa terrível só de se dizer – untava-se um pau com sebo e introduzia-se-lhe entre as nádegas; mas muito lentamente, para não causar morte imediata. Não devia perfurar o fígado nem o coração, antes se pretendia que saísse pelo pescoço. E o homem ficava em exposição, para que os corvos lhe comessem os olhos”.


Embora lhe tenham criado uma imagem de monarca justo, próximo do povo, as crónicas eslavas contam, que certa vez, o voivoda ordenou a reunião dos mendigos e doentes do território, trancou-os numa casa, alimentou-os à saciedade e, em seguida, ateou fogo ao edifício.

Um tirano demente e vingativo


Os saxões da Transilvânia contam-se entre as vítimas de Vlad Tepes. Descontentes com as facilidades comerciais concedidas pelo governante romeno, os saxões de Sibiu e de Brasov deram apoio e abrigo a vários pretendentes ao trono. Como resultado, “O Empalador” cruzou várias vezes as montanhas dos Cárpatos para assolar as aldeias da região de Tara Barsei (Burzenland, no Sul da Transilvânia). Rezam as crónicas que o governante confiscou a fortuna de 600 comerciantes de Burzenland, antes de os empalar.
As crónicas descrevem também o cinismo do voivoda: terá obrigado um pretendente ao trono a cavar a sua própria sepultura antes de o matar; e terá empalado o comandante otomano Hamza com uma vara maior do que a de outros turcos.


Uma das histórias eslavas que, ao que parece, era leitura de cabeceira de Ivan, “ O Terrível”, narra um episódio em que alguns turcos se recusaram a descobrir-se perante ele; Vlad ordenou que os turbantes fossem pregados às suas cabeças. Está escrito que, certa vez, na estrada, encontrou um homem com uma camisa suja; foi a casa dele e mandou empalar a mulher ali mesmo, para puni-la pela sua preguiça.
O que é garantido, para lá das histórias improváveis surgidas da imaginação delirante dos contemporâneos, é que Vlad Tepes foi um homem de rara crueldade, mesmo para a época. O original do seu famoso retracto, que aparece nos manuais escolares, está ainda hoje no castelo de Ambras, perto de Innsbruck, num museu dos horrores, entre outras monstruosidades imortalizadas em pintura.

Fonte: Jornal Evenimentul Zilei (Bucareste)
Texto/Autor: Andreea Dogar
Fotos da net
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

É uma casa portuguesa


As casas de papel, ou casas de armar, popularizaram-se a partir da década de 1930, graças à inclusão em revistas e suplementos infantis de jornais.
Um País para recortar e colar.
Em Abril de 1934, a revista A Arquitectura Portuguesa alertava para a proximidade do dia em que o nudismo se tornaria «um império absoluto no mundo». Pensem no total desguarnecimento de roupas em certas zonas balneares, apliquem-no à arquitectura e verão o dia em que «toda a construção se reduzirá a paredes lisas com buracos». Não é particularmente excitante. Na verdade, corresponde ao cenário mais vulgar dos nossos horrendos subúrbios – reflexo do tempo em que «as cidades serão construídas por cubos ou outros sólidos», e os arquitectos se tornarão os «arquidesgraçados» do futuro», como então descrevia o autor do artigo. Ao arrepio deste prognóstico, as casas de armar representaram no entretenimento sólido pelas várias gerações de crianças. Além de cola e tesoura, pedia-se paciência e perfeccionismo, uma dupla hoje tão fora de moda como as pobres Manas Perliquitetes. Ideologicamente, representavam um Portugal globalizado á escala regional, um outro Portugal dos Pequenitos, para quem não tinha televisão nem automóvel. Numa viagem à roda do quarto, planificava-se e construía-se um país de papel. Num extremo, a casa minhota, de pedra granítica e balcão de madeira alpendrado, com a latada a fazer sombra e, por baixo, a corte dos animais. No outro, as brancas açoteias algarvias, de um cubismo radical e ofuscante, uma espécie de antípodas onde as pessoas andavam em cima do telhado, coisa estranha. Mas bastava seguir as instruções à risca e tudo fazia sentido.

Fonte: Revista Notícias Magazine
Texto: Carla Maia de Almeida
Fotos da Net
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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Ilhas Errantes

Que desaparecem e aparecem desafiando todas as teorias científicas


Do ponto de vista das suas constantes variações, a Ilha do Falcão, uma das que fazem parte do arquipélago de Tonga, nas românticas paragens do Pacífico Sul, é, com certeza, a mais estranha de quantas se situam nas rotas, mais ou menos frequentadas, das carreiras de navegação. Um capitão de navios que no seu diário de bordo tinha registado a sua localização, comprimento e largura, poderá, breves tempos depois, ser desmentido por outro, que em sua busca tenha consumido bastantes quilos de combustível. De facto, a Ilha do Falcão aparece, aquece-se, altera-se e desaparece com irregulares intervalos, de meses ou de anos, sem a menor consideração pelos estudos ou observações dos cientistas.


Recebeu o seu nome do que na proa ostentava o orgulhoso navio de guerra «Falcão», navegando sob a bandeira de Sua Majestade Britânica. Em 1865, o comandante de barco assinalou a presença de um recife, que imediatamente proclamou propriedade inglesa. Doze anos depois. Outro navio britânico, o »Sappho», deu conta de haver divisado fumos de proveniência vulcânica saindo do solo da ilha. No ano de 1880, um comandante francês procurou, em vão, a jovem ilha. Cinco anos mais tarde, um navio inglês demandou as águas da ilha do Falcão e o seu comandante procedeu a rigorosas medidas, que revelaram uma extensão superior em três quilómetros à observada  em 1865 e uma diferença, para mais, de 45 metros na altura. Em Abril de 1894, um veleiro passou por cima do local onde estivera a ilha; três meses depois esta era novamente assinalada, desta vez com mais 7 quilómetros de comprimento. Dois anos decorridos, novo desaparecimento. Já no século XX, em Junho de 1927, a sua altura ascendia a 110 metros.


Perante tamanhas divergências, um geógrafo americano, depois de se assegurar da consistência do solo, resolveu fazer investigações in loco. Por toda a parte, largamente disseminadas, encontrou cinzas e lavas, um quieto lago de água quente, no centro da ilha, e um monte com 150 m de altitude. A partir da data destes estudos, a ilha voltou a diminuir em extensão, largura e altura.
Durante a guerra de 1939/45 um escritor europeu sugeriu que a ilha do Falcão fosse o destino dos criminosos de guerra. Esta ideia, que não foi posta em prática recebeu entretanto, o aplauso de muitos.
Segundo uma das muitas teorias, a Ilha do Falcão é o produto das erupções intermitentes de um vulcão submarino. Nos períodos de inactividade vulcânica, ás águas do mar lavam as cinzas, desagregam a lava e a ilha desaparece.


Não se julgue, todavia, que a Ilha do Falcão é a única no Mundo a confundir navegantes e geógrafos. Duas outras ilhas, ao sul de Yokosuka, no mar do Japão, desapareceram em 1946. A Ilha de Fu, no Oceano Índico, submergiu-se no ano de 1948. No arquipélago das Novas Hébridas assinalou-se o aparecimento de uma nova Ilha em Novembro de 1949, descoberta pelo piloto de um avião comercial.
Bem perto da grande cidade de Nova Iorque há uma outra ilha, bem conhecida dos pescadores do Lago Tiorati. Esta tem o estranho hábito de vaguear, fugindo, qual tímida gazela, mal dela se afastam os olhos. Para evitar essas fugas, os pescadores atam-na a outra ilha por meio de fortes espias. Quando sopra o temporal, a ilha desaparece, voltando a surgir com a calmaria, muitas vezes longe do ponto onde se encontrava. No Inverno de 1953, os pescadores tiveram de a rebocar durante quase um quilómetro para a colocarem no local mais conveniente para as suas pescarias.

Fonte: Almanaque Diário de Notícias (1954)
Texto/Autor: Desconhecido
Foto da Net/Cnes Airbus/Orbassano
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