A poética da nostalgia
As obras de Jun Shirasu (1965)
mais reconhecidas em Portugal encontram-se na estação ferroviária de Palmela:
uma série de painéis de azulejos, onde a côr principal é o azul, que o artista
japonês cria com óxido de cobalto, chá japonês e outros pós secretos. O azul é,
para Shirasu, uma linguagem universal estabelecida com a chegada dos Portugueses
a Tanegasahima, em 1543. O nome japonês significa «ilha da semente»; Shirasu
aproveita esta etimologia para marcar, no título da mostra, o seu regresso a
Lisboa e convocar a lembrança do passado luso-nipónico. A tradição é marca
importante deste trabalho, pois Shirasu, professor de gravura em Tóquio,
considera que a revolução do modernismo na arte japonesa aconteceu com a
chegada dos portugueses – que revelaram ao Oriente a pintura Europeia
renascentista. O azul de Shirasu é claro, aguado, espesso, escuro… tinge
completamente o azulejo ou toca-o serenamente.
Fonte: Revista Visão
Autor do Texto: Cláudia Almeida
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Fotos da Net
© Carlos Coelho