Fernando Pessoa é um dos
maiores poetas portugueses e o mais original de todos porque não foi só um
poeta, foi muitos. Criou várias personagens – os heterónimos – a quem deu um
nome, uma biografia, uma personalidade, e que, sendo ele, eram outros,
escrevendo outras poesias, outras histórias, outros ensaios, diferentes dos
seus.
Fernando António Nogueira
Pessoa faria ontem 121 anos. Nasceu a 13
de Junho em 1888, em Lisboa. Aos cinco anos o pai morreu e quando a mãe voltou
a casar, com o cônsul de Portugal em Durban (na África do Sul), a família
mudou-se para aquela cidade, onde pessoa viveu dos 8 aos 17 anos, fazendo a
maioria dos seus estudos em inglês, língua em que foram escritos os seus
primeiros poemas. Desde cedo, revelou-se um jovem reservado, vivia num mundo só
dele, mas esse era um mundo cheio de imaginação. Aos 17 anos voltou para Lisboa
e nunca mais de lá saiu. Entrou no Curso Superior de Letras, mas logo o
abandonou, sem acabar o primeiro ano. Preferia estudar sozinho na Biblioteca
Nacional.
Entre 1910 e 1935, data da sua
morte, não parou de escrever: sobretudo poesia, mas também prosa, ensaio,
crítica literária. Milhares e milhares de folhas manuscritas e dactilografadas.
Pouco foi editado enquanto foi vivo, mas muitos escritos seus foram publicados
em revistas com as quais colaborava. A sua profissão era tradutor ou
«correspondente estrangeiro em casas comerciais», como diria uma nota
autobiográfica, acrescentando que «ser poeta e escritor não constitui
profissão, mas vocação». E foi a esta vocação que dedicou toda a sua vida, que
se confunde com a sua obra.
Nunca se casou, a única
namorada que se lhe conheceu foi Ofélia, a quem escrevia muitas cartas de amor,
e viveu grande parte da vida adulta com a família numa casa em Campo de
Ourique, que é hoje a Casa Fernando Pessoa. Interessava-se por astrologia e até
fazia horóscopos e cartas astrais, era frequentador de cafés e participava em
várias tertúlias literárias – grupos de artistas e escritores que se juntavam
para trocar ideias -, mas mantinha-se um homem discreto e talvez por isso o seu
génio só foi completamente conhecido e reconhecido depois da sua morte. Segundo
Richard Zenith, que escreveu uma pequena biografia de Pessoa, o poeta escreveu
sob dezenas de nomes, uma prática que começou na infância, tendo chamado
heterónimos aos mais importantes destes «outros eu», dotando-os de biografias,
características físicas, personalidades e actividades literárias próprias.
Algumas das suas maiores obras em português foram atribuídas aos três
principais heterónimos poéticos – Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de
Campos – e ao «semi-heterónimo» Bernardo Soares.
Fernando Pessoa morreu em
Lisboa, com apenas 47 anos, mas inscreveu o seu nome no grupo dos imortais da
literatura portuguesa.
«O primeiro poema de Fernando
pessoa foi escrito com sete anos. Tinha como título À minha querida mamã e
dizia assim: «Ó terras de Portugal/ Ó terras onde eu nasci/ por muito que goste
delas/ Inda gosto mais de ti.»
Fonte: Revista Terra do Nunca
Foto da net
𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
Sem comentários:
Enviar um comentário