quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa é um dos maiores poetas portugueses e o mais original de todos porque não foi só um poeta, foi muitos. Criou várias personagens – os heterónimos – a quem deu um nome, uma biografia, uma personalidade, e que, sendo ele, eram outros, escrevendo outras poesias, outras histórias, outros ensaios, diferentes dos seus.


Fernando António Nogueira Pessoa faria ontem 121 anos. Nasceu a  13 de Junho em 1888, em Lisboa. Aos cinco anos o pai morreu e quando a mãe voltou a casar, com o cônsul de Portugal em Durban (na África do Sul), a família mudou-se para aquela cidade, onde pessoa viveu dos 8 aos 17 anos, fazendo a maioria dos seus estudos em inglês, língua em que foram escritos os seus primeiros poemas. Desde cedo, revelou-se um jovem reservado, vivia num mundo só dele, mas esse era um mundo cheio de imaginação. Aos 17 anos voltou para Lisboa e nunca mais de lá saiu. Entrou no Curso Superior de Letras, mas logo o abandonou, sem acabar o primeiro ano. Preferia estudar sozinho na Biblioteca Nacional.
Entre 1910 e 1935, data da sua morte, não parou de escrever: sobretudo poesia, mas também prosa, ensaio, crítica literária. Milhares e milhares de folhas manuscritas e dactilografadas. Pouco foi editado enquanto foi vivo, mas muitos escritos seus foram publicados em revistas com as quais colaborava. A sua profissão era tradutor ou «correspondente estrangeiro em casas comerciais», como diria uma nota autobiográfica, acrescentando que «ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação». E foi a esta vocação que dedicou toda a sua vida, que se confunde com a sua obra.


Nunca se casou, a única namorada que se lhe conheceu foi Ofélia, a quem escrevia muitas cartas de amor, e viveu grande parte da vida adulta com a família numa casa em Campo de Ourique, que é hoje a Casa Fernando Pessoa. Interessava-se por astrologia e até fazia horóscopos e cartas astrais, era frequentador de cafés e participava em várias tertúlias literárias – grupos de artistas e escritores que se juntavam para trocar ideias -, mas mantinha-se um homem discreto e talvez por isso o seu génio só foi completamente conhecido e reconhecido depois da sua morte. Segundo Richard Zenith, que escreveu uma pequena biografia de Pessoa, o poeta escreveu sob dezenas de nomes, uma prática que começou na infância, tendo chamado heterónimos aos mais importantes destes «outros eu», dotando-os de biografias, características físicas, personalidades e actividades literárias próprias. Algumas das suas maiores obras em português foram atribuídas aos três principais heterónimos poéticos – Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos – e ao «semi-heterónimo» Bernardo Soares.
Fernando Pessoa morreu em Lisboa, com apenas 47 anos, mas inscreveu o seu nome no grupo dos imortais da literatura portuguesa.
«O primeiro poema de Fernando pessoa foi escrito com sete anos. Tinha como título À minha querida mamã e dizia assim: «Ó terras de Portugal/ Ó terras onde eu nasci/ por muito que goste delas/ Inda gosto mais de ti.»

Fonte: Revista Terra do Nunca
Foto da net

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