quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Calendários de vários cantos do Mundo


Diferentes formas de contar o tempo

Estamos na reta final de 2012, mas já parou para pensar em algumas questões que tomamos como certas, como, por exemplo, o porquê de um ano ter 12 meses e 365 dias?

As origens são remotas e possuem cálculos diferentes, consoante a cultura, para nos localizar no tempo. A origem da palavra “calendário” surgiu na Roma Antiga. Na época, cada mês correspondia ao intervalo de tempo que separava as duas luas novas consecutivas e cuja duração era de, aproximadamente, vinte e nove dias e meio, ou seja, o mesmo tempo que a lua demora a dar uma volta em torno da Terra. O primeiro dia de cada mês era chamado “calendas” (proveniente do latim calendae), que inspirou a palavra calendário. Assim como o Sol, a trajetória da Terra em Volta da estrela é um aspeto fulcral para os calendários de muitos povos.

Solar

O primeiro povo a basear-se no Sol para determinar o respetivo calendário foi o egípcio, há cerca de seis mil anos. Segundo este sistema, é avaliado o tempo que a Terra leva a dar uma volta completa em redor do Sol. Este trajeto dura 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Para simplificar e arredondar para 365 dias, essas horas, que sobram, também arredondadas em seis, a cada ano são somadas em seis, a cada ano são somadas até que completem 24 horas. Por isso, de quatro em quatro anos temos um ano bissexto.

Lunar

As origens deste calendário remontam aos povos nómadas do Médio Oriente e baseiam-se nas diferentes fases da Lua. Segundo este, o dia começa com o pôr-do-sol e o ano inicia-se sempre com uma lua nova. Contudo, o mês lunar não é igual a um número inteiro, alternam-se meses de 29 e 30 dias. Para corrigir esta diferença de 11 dias em relação ao ano solar, é incluído um mês extra periodicamente. Este sistema serviu de base para calendários como o Chinês e o Judaico.

Chinês

Este calendário, influenciado pelo método lunar, é dividido em ciclos de 12 anos, que começam na lua nova, entre 21 de janeiro e 20 de Fevereiro, e recebem o nome de um dos 12 animais do horóscopo chinês: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, carneiro, macaco, galo, cão e porco.

 Cristão

Foi criado em 525 pelo Abade Dionísio, o Exíguo, com base no calendário romano. Ele definiu que Jesus Cristo teria nascido no ano de 753 da fundação de Roma, após ter estudado os períodos dos reinados romanos. Assim, e segundo este pensamento, o nascimento de Jesus seria o ano1 da Era Cristã.

Romano

Este é a base do calendário que consultamos atualmente. A primeira “versão” suspeita-se que tenha sido criado por Rómulo em 753 a. C., ano de fundação de Roma, baseado no calendário egípcio. O ano tinha 304 dias divididos por dez meses. Mais tarde, Numa Pompílio, o rei que sucede a Rómulo, dá ao calendário uma base astronómica, acrescentando dois meses.

Judaico

Este é baseado no movimento lunar. O início dá-se com a lua nova e conta-se de Setembro a Setembro. Por isso, cada mês tem de 29 a 30 dias e cada ano, 353, 354 ou 355 dias, no caso de 12 meses, e de 383 a 385 para os anos em que há um 13º mês. Esse mês é incluído para compensar a diferença entre os calendários lunar e solar.

Egípcio

Trata-se do primeiro calendário de que se tem conhecimento na história da Humanidade, que surgiu cerca de 3000 a. C. O ano, para o calendário egípcio, tem 365 dias, 12 meses de 30 dias e outros cinco dias de festivais dedicados a deuses. Começa quando a estrela Sírius aparece no mesmo lugar em que o Sol nasce, na hora em que o rio Nilo atinge a sua maior cheia.

Islâmico

Segundo o calendário islâmico, o ano 1 começou no dia 16 de Julho de 622, data em que o profeta Maomé fugiu de Meca para Medina. Desde então, que os dias e as horas são definidos através da consulta deste calendário.

Maia e Astecas

Estes povos têm um calendário religioso e outro solar. O primeiro compreende 260 dias, divididos em treze meses de 20 dias. Cada dia possui um nome diferente. O calendário solar de 365 dias contém 18 meses de 20 dias e mais um mês de cinco dias. Um ciclo de 52 anos solares harmoniza os calendários religiosos e solar. A cada dois ciclos (104 anos) coincidem um ano solar, um ano sagrado e um novo ciclo.

Fonte: Revista Mulher Moderna
Fotos da net
Por: C@rlos@lmeida

Francisco Bores


Francisco Bores Lopez nasce em 1898 em Madrid, onde frequenta a escola de Cecilio Pla, na qual conheceu Manuel Ángeles Ortiz, Cossío e Peiñado, com quem parte para Paris em 1925.

Nesse ano torna-se um nome consagrado, participando com uma sala individual na Exposição dos Artistas Ibéricos. Depois de fazer parte, desde 1923, do movimento ultraísta, forma, com Cossío e Hernando Viñes, o grupo da Escola de Paris.


Em 1940 muda-se para San Juan de Luz na companhia de Matisse. Em 1949 o MOMA adquire-lhe um quadro e em 1966 André Malraux nomeia-o Oficial da Ordem das Artes e Letras. No entanto, a Espanha só o reconhece em 1971, quando lhe faz a sua primeira retrospectiva em Madrid, um ano antes da sua morte, ocorrida em Paris.
 

Bores , um dos representantes da pintura espanhola do século XX, respeitado e condecorado em França durante muito tempo ignorado em Espanha. Inicialmente usuário de um léxico neoclássico, em Paris face a um novo conjunto de preocupações e pesquisas, enforma-se como um sintetizador das linguagens cubistas de Picasso e Matisse, cujos léxicos absorve.


Cria então uma linguagem própria, estruturada sobre um jogo cromático e temático claramente otimista e alegre. No convívio com a modernidade, Bores, detentor de uma sensibilidaede poética, tenta libertar o cubismo dos seus esquemas demasiado rígidos. Depois de uma viagem ao Midi, inicia o seu período “pintura-fruta”, como ele próprio o intitulava, conjugando o vigor construtivista com o desfrute sensorial da cor.
Fonte: Revista Caras
Por C@rlos@lmeida
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domingo, 21 de outubro de 2012

Odin


O Deus Supremo

Odin, chefe dos deuses e senhor do Universo, era filho dos gigantes de gelo Bor e Bestia. Juntamente com os seus irmãos, Ve e Vili, Odin derrotou o gigante Ymir, com o corpo do qual formou o mundo, tendo em seguida criado o homem e a mulher.
Governante dos deuses e homens, Odin era, ao mesmo tempo, deus da sabedoria e da guerra, protector das famílias e “pai dos tempos”, Senhor de muitos disfarces, aparecia geralmente sob a forma de um velho alto e barbudo, cego de um olho, que tinha sacrificado para poder beber do poço da sabedoria. Como senhor dos exércitos empunha habitualmente a lança Gungnir, feita pelos gnomos, também autores de Draupner, o anel do poder que Odin ostenta. Esta figura fantástica, que se alimentava apenas de vinho, cavalga Sleipnir, o extraordinário cavalo de oito patas, comanda os lobos Geri e Freki, fazendo-se acompanhar para todo o lado por dois corvos, Huginn e Munnin (Pensamento e Memória), aos quais ordena que voem pelo mundo, para que ele tudo possa inspeccionar.

Como deus das batalhas, Odin era não só propiciador de vitórias, como anfitrião dos guerreiros tombados em combate, que ele acolhia num vasto recinto dourado, com escudos por tecto e paredes formadas por lanças, designado por Valhalla, o paraíso dos bravos. Mas Odin era também um insaciável pesquisador de conhecimento, na busca do qual não só perdeu um olho, como se sacrificou a si próprio na árvore Yggdrasil, onde se aprisionou durante nove dias e nove noites. Trespassado por uma lança, Odin procurou aí através do sofrimento, atingir o conhecimento oculto, que veio a atingir com a revelação das runas, símbolos alfabéticos do Norte da Europa, usadas em rituais mágicos, para lançar encantamentos ou atribuir poderes sobrenaturais aos objectos em que eram escritas.

Fonte: DomingoMagazine Autor: Manuel Rosado
Por: C@rlos@lmeida

sábado, 20 de outubro de 2012

Fertilidade


“Entre nós, os primeiros filhos estão a nascer quando as mulheres têm mais ou menos 30 anos. Quer dizer, coincidentemente com a fase em que em termos estritamente biológicos, a fertilidade começa a declinar.”

Há muitas maneiras de as pessoas serem férteis: nos afectos que prodigalizam, nas ideias que recriam e desenvolvem, nas atenções que dispensam, nas narrativas que produzem e ajudam outros a crescer, no que constroem e é, em si mesmo, marcante ou sentido por alguém como tal.

A fertilidade de alguns escritores, artistas, ideólogos e também a de desconhecidos nossos, que se desmultiplicam em gestos e atitudes que, consensualmente, cremos produtivos, está ai todos os dias a dizer-nos que ser fértil não acaba nem começa no ter filhos.

Apesar disso, apesar dos múltiplos sentidos que a fertilidade pode ter, acho que irremediavelmente a associação vai direitinha para a capacidade de procriar. Parece mais acessível e de prazer mais imediato ter filhos que fazer obra. Parece que ter filhos é um dado da Natureza, que se deve estimar e cumprir e que, ainda por cima, tem a enorme vantagem de nos fazer iguais aos outros, de testemunhar do nosso estado adulto e do nosso desejo de dádiva e de continuidade.

Acontece que nós, seres humanos, tratamos a Natureza com despudorado laxismo. Não lhe ligamos muito. Escrevemos sobre ela, e a propósito dela, discursos curiosíssimos: uns pouco em alguma sintonia e uns muitos à completa revelia dos caminhos que ela parece indicar. Uns desses tortuosos resultados é aquele que se prefigura hoje na questão da fertilidade humana.

Entre nós, os primeiros filhos estão a nascer quando as mulheres têm mais ou menos 30 anos. Quer dizer, coincidentemente com a frase em que, em termos estritamente biológicos, a fertilidade começa a declinar. Depois de termos decidido que os anos abaixo dos 20 eram impróprios para a conceção, em nome de uma longevidade humana cada vez maior, de uma necessidade de diferenciação escolar e profissional crescente, de uma imaturidade psicológica e social óbvias, fazemos agora o mesmo com os 20, mais ou menos pelos mesmos motivos.

Ficamos assim, com a década dos 30 e uma parte da dos 40 como fase procriativa, em que a vida está arrumada, o conforto a garantir às crianças já é possível e todos os precisos parecem nos conformes.

Aí, acontece cada vez mais frequentemente descobrir-se que a criança que se deseja não vem. Que os tratamentos disponíveis não são milagreiros e também eles são atentos à idade dos progenitores. Mais de 35 anos já merecem um olhar esguelhado. Descobre-se que afinal os homens também não são tão férteis quanto a tradição garantia e que muitas vezes o esforço de ter um filho se torna numa aventura traumática e complexa. Depois vem o espanto, o descrédito:

Como é que ninguém me disse que eu, tão novo para tantas coisas, já sou velho para outras?”

Provavelmente ninguém disse, porque felizmente não é sempre assim, mas lá que a situação começa a ser parecida com um problema, começa. Ainda agora uma mulher de 36 anos, com ar de menina, me dizia que um dia talvez gostasse de ter filhos. Espero que esse dia não seja um qualquer tarde de mais.

 
Autor: Isabel Leal
Professora de Psicologia
Clínica no ISPA
Fotos da net
Por: C@rlos@lmeida

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Sicília

 

Palermo
 
Velha demais de 2500 anos, Palermo foi fundada pelos Fenícios no século VII a. C. com o nome de Ziz, “a flor”. Conquistada, dominada e perdida por vários povos e culturas, a cidade conheceu romanos, árabes, normandos e bizantinos, entre outros. As vicissitudes por que passou culminaram no século XX, com os bombardeamentos que foi sujeita durante a II Guerra Mundial. Também as marcas do tremor de terra de 1968 ainda hoje são visíveis, e alguns bairros, muito destruídos, nunca chegaram a recuperar o esplendor de outros tempos.
 
A cidade conheceu períodos de prosperidade a que se seguiram tempos de decadência. Este ciclo repetiu-se ao longo dos anos e deixou um precioso património arquitetónico e cultural que constitui a mais-valia de Palermo.
 
 
A cidade italiana está em permanente atividade e parece nunca descansar. Quem chega rapidamente coloca de parte o automóvel alugado, pois o trânsito é caótico e os“palermitas”conduzem de forma intimidatória. Assim, o melhor é mesmo escolher um hotel central e visitar a cidade a pé.
 
 
Dividida em bairros cujos nomes remontam às origens da urbe, palermo é uma cidade que tem muitos dos seus monumentos mais importantes concentrados na zona histórica. As duas principais avenidas, Maqueda e Corso Emanuele, cruzam-se na famosa Praça Quattro canti, que se encontra rodeada de palácios datados do século XVII, de fachadas côncavas ricamente trabalhadas. Esta pequena praça é considerada por muitos o local ideal para o começo da visita à velha cidade.
Os mosaicos bizantinos da capela Palatina, no Palácio dos Normandos, e da Igreja La Martorana são de tal forma admiráveis que constituem como que o ex-libris de Palermo. O imponente edifício da catedral remonta ao tempo dos Normandos, mas sofreu sucessivas alterações, que vieram desvirtuar a traça original. Contudo, quem o visita não fica indiferente à sua generosidade.
Os habitantes de palermo gozam de uma reputação duvidosa, inúmeras vezes retratada em filmes que fazem parte da história do cinema. Hoje em dia a cidade é bastante mais segura do que há duas décadas. O ambiente é acolhedor e mesmo nos bairros mais degradados é possível passear com segurança. Os negócios escuros, se os há, fazem-se à margem dos turistas que invadem a zona, sedentos de se embrenharem nas estreitas ruas, repletas de história, e de absorverem o seu mágico perfume oriental.
Texto: Peres Rodrigues
Fonte: Revista Caras



 


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C@rlos@lmeida

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mango, o excêntrico

Não se trata de querer dar nas vistas. Não se trata de ser vaidoso. O que se passa é que o diferente é sempre atrativo, ainda que, como é o caso, isso se deva a uma aberração da Natureza. Este tubarão-port-jackson, amarelo fluorescente, é extremamente raro e a ciência explica  a sua cor luminosa como uma invulgar forma de albinismo, que impossibilita o tubarão de se camuflar no seu meio ambiente. Este port-jackson, de dois anos, recebeu o nome de mango e vive no Aquarium de Sydney, na Austrália, após ter sido apanhado numa rede de pesca. Uma fatalidade que lhe terá poupado a vida, já que o problema de pigmentação lhe permitiria sobreviver no seu habitat natural. Mango é por isso um excêntrico que todos desejam conhecer.
 
Fonte: Revista Caras

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Chá - O Aliado Oriental


Embora o frio e a chuva lhe assentem bem, o chá é mais do que uma paixão de Inverno. Ideal e receptivo, aconchega-se aos nossos estados de alma sem perder a personalidade.

As mãos treinadas na colheita de chá desenham as formas dos jardins do Assam, no Nordeste da Índia, retirando as folhas do verde absoluto. São mãos de mulheres, quase sem excepção e pesam-lhes todos os séculos do mesmo destino incontestado. Apesar disso, movem-se com destreza e sabedoria, rápidas como um vento outonal – escolhendo aqui, declinando ali – e recortam os arbustos à medida da perfeição que o chá exige, atentas a subtilezas que uma máquina seria incapaz de perceber.

Talvez haja, nesta tarefa artesanal sem princípio nem fim, uma certa semelhança com a caligrafia e a sua técnica contida e rigorosa, mas animada pelo essencial. Se uma carta manuscrita é portadora de identidade, também é certo que não existem dois chás iguais. Serão as folhas colhidas nos jardins do Assam – e em todos os jardins de chá do mundo – letras de um alfabeto que cada um de nós escreverá à sua maneira? Quase podemos assegurar: prepara-me um chá, dir-te-ei quem és… Ou então: prepara-me um chá, dir-me-ás quem sou.

Da Mão para o Bule


O chá foi um dos temas de eleição de António Mega Ferreira para o livro Uma Caligrafia de Prazeres (Texto Editora), um itinerário personalizado por certos lugares, ideias, vozes, aromas, paladares, livros e outras coisas que trazem significado à vida – e, além de significado, também beleza e intensidade. Os desenhos de Fernanda Fragateiro fazem luz sobre as palavras, discretamente.

Apesar de ter crescido «na convicção de que o chá era bebida essencialmente feminina, por contraposição ao café», Mega Ferreira tomou-lhe o gosto na adolescência, em companhia de um pequeno grupo de amigos, adeptos do bridge fora de horas. «O chá, que nunca deixei de frequentar, tornou-se com o tempo, a minha bebida de estimação: uma longa teoria de chás adorna a prateleira da cozinha, respondendo aos meus humores de momento», escreve.

De verão e de Inverno, convoca o chá para a mesa do pequeno-almoço e declara preferência por chás «fortes, escuros, apaladados», embora nem todos se prestem ao consumo matinal. Caso de um chá preto fumado, o Lapsang Souchong chinês, que acompanha com distinção pratos de carne de aves e aperitivos salgados ou condimentados. À tarde será sempre bem acolhido um chá perfumado como o Earl Grey. A resumir uma prática dos chás, haverá que ter em conta um só princípio: «deve-se beber chá quando nos apetece».

Geografias do Chá

 
O Chá é a bebida mais consumida no mundo, depois da água. Chá preto, chá verde, chá branco, chá semi-fermentado, chá fumado… todas as variedades têm origem na mesma planta, a Camélia sinensis. As diferenças procedem, essencialmente, da época de colheita, do método de fabrico, das características do solo e do clima, da qualidade da água e da forma de o preparar. Na China e no Japão, o chá verde é mestre e imperador; no Magrebe, bebe-se com folhas de menta e muito açúcar; os tibetanos juntam-lhe sal e manteiga de iaque; na Grã-Bretanha e na Irlanda, acrescenta-se-lhe quase sempre um pouco de leite…


Razão tem quem disse: «Por estranho que pareça, até agora a humanidade encontrou-se na chávena de chá. É o único cerimonial asiático que merece a estima universal». De Kakuzo Okakura, O Livro do Chá (ed.Cotovia) permanece, desde a publicação no início  do século XX, um legado fundamental da sabedoria do chá. Indissociável do budismo zen e do taoísmo, a cerimónia do chá japonesa faz parte de «uma religião da arte da vida».

Como poderemos nós, os náufragos da cidade, alguma vez entender isto? Como podemos ser salvos por um saquinho de chá desconsolado, a afundar-se na água quente de uma cafeteira inox?
Fonte:Revista NotíciasMagazine
Texto: Carla Maria de Almeida
Ilustrações retiradas de O livro de chá, de J.Duarte Amaral, Ed.Temas e Debates,2001
C@rlos@lmeida

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tarzan

Da Selva para o Mundo

Tarzan nasceu em África mas tornou-se conhecido nos Estados Unidos, tendo mais tarde conquistado fãs em todo o planeta. Foi, sem dúvida, a maior personagem saída da imaginação de Edgar Rice Burroughs, um Norte-americano oriundo de Chicago que fez de tudo um pouco até criar o jovem “rei da selva”, numa vida tão recheada que dava uma história de aventuras.

Habituado a ler as “pulp magazines” do inicio do séculoXX, Edgar Burroughs cedo decidiu deitar mãos à obra e fazer, ele mesmo, várias novelas. Começou com “Dejah Thoris, Martian Princess”, depois intitulada “A Princess of Mars”, na qual utilizou o pseudónimo Normal Bean. A obra valeu-lhe 400 Dólares, uma fortuna para a altura, e funcionou como estímulo para continuar. Após a rejeição da segunda novela, o escritor não parou e em 1912 produziu o conto “Tarzan of the Apes”, que marcou o aparecimento de Tarzan no meio Literário.

A partir de então, seguiram-se as adaptações ao cinema, a primeira das quais em 1918 (a primeira película sonorizada sob a égide da MGM apareceu apenas em 1932, com o título “Tarzan, o Homem Macaco”), dando ainda mais popularidade ao seu autor.

Edgar Burroughs escreveu um total de 26 livros do Tarzan, foi o correspondente de guerra mais velho a operar no cenário do pacífico – aconteceu devido a ter ido viver para o Hawai – e chegou a ter uma editora livreira. Morreu a 19 de Março de 1950.

Fonte: Revista Domingo Magazine Correio da Manhã
Fotos da net

Jano


O Começo e o fim
Jano, o deus romano de cujo nome deriva o mês de Janeiro (Januarius, em latim), era uma das mais importantes divindades do panteão romano. Diz a lenda que, originário da Tessália, na Grécia, navegou até Itália, onde se estabeleceu na região do Lácio. Sob o seu reinado foram introduzidas as leis, a agricultura e o dinheiro, pelo que Jano surge, desde logo associado à transição da barbárie da civilização. Deus da mudança e do recomeço, entre os seus muitos atributos destaca-se o dom de conhecer o passado e o futuro, sendo por isso, habitualmente representado com duas faces, olhando em sentidos opostos. Tornou-se desta forma, o Deus que presidia às mudanças, do passado para o futuro, de um mundo para o outro, da paz para a guerra, do ano que finda para o ano que inicia.
Era sob a égide de Jano que os romanos iniciavam as sementeiras ou realizavam os casamentos; era a sua protecção que invocavam para os recém-nascidos e a sua bênção que pediam no começo de cada dia e de cada mês, bem como no início do ano, no primeiro dia do mês de Jano.
Deus do Céu e da Terra, simbolizados na sua dupla face, porteiro do Céu e mediador das preces dirigidas aos outros deuses, era pelas portas do templo a ele dedicado que passavam os comandantes das legiões quando marchavam para a guerra. Com eles partia Jano e, por isso, enquanto as hostilidades durassem, as portas do templo, situado no Fórum, ficavam abertas, só voltando a ser fechadas quando a paz regressasse e, com ela, Jano voltasse ao seu santuário.

Autor: Manuel Rosado
Foto da net
 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Torre de Pisa

Porque descai a torre
Pode parecer pouco, mas inclinando-se ao ritmo de um milímetro por ano a torre teve de ser encerrada em 1990, seis séculos após a conclusão da sua construção.
Apesar de reaberta ao público, corre o risco de ruir.
“ O Enigma da Torre de Pisa”, mostra-nos o trabalho de uma equipa internacional de cientistas que tenta compreender  e evitar o colapso, aparentemente inevitável, do célebre monumento.
Foram debatidas várias teorias de engenheiros e arquitectos que há anos estudam a torre, procurando descobrir o motivo da inclinação.
De acordo com alguns dos investigadores, a torre soçobra cerca de um milímetro por ano. A instabilidade da estrutura motivou o seu encerramento em 1990, por motivos de segurança. Reaberta anos depois, os turistas acorrem ao local, sem que o problema básico tenha sido resolvido.
A Torre de Pisa foi construída para albergar o sino da Catedral da cidade, e ao contrário do que muitos crêem, não foi projectada para ser inclinada. O fenómeno surgiu durante as obras de construção, realizadas entre 1173 e 1350. Os problemas estruturais que surgiram durante a construção foram o principal motivo da demora na edificação da torre.
Quando os primeiros três andares do monumento haviam sido construídos, já a inclinação começara a notar-se. Os trabalhos estiveram parados durante cerca de 100 anos, e os primeiros esforços para contrariar a inclinação da estrutura foram levados a cabo em 1275, quando as obras reiniciaram.
Fonte: Revista TV Correio da Manhã
Texto: Miguel Ângelo Ribeiro

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A importância dos minerais

Apesar de frequentemente relegados para segundo plano, os minerais são uma inesgotável fonte de beleza e saúde do nosso organismo. Saiba quais os minerais essenciais ao seu bem-estar.

Encontrando-se no nosso organismo, numa percentagem muito reduzida, os minerais são oligoelementos indispensáveis, já que a sua carência pode influenciar negativamente o nosso bem-estar e a nossa saúde.
Apesar de termos a possibilidade de os fornecer ao organismo através dos alimentos, em especial das frutas e das verduras, é provável que, ao ingerirmos poucas quantidades destes alimentos, estejamos a contribuir para a sua carência, pelo que, também os minerais ou oligoelementos nos podem ser fornecidos através de produtos químicos, em suplementos alimentares.

Flúor é indispensável para os ossos




O flúor é um oligoelemento imprescindível e um constituinte básico dos ossos, bem como dos dentes e ajuda à absorção do cálcio, essencial para o aumento do nível do mesmo no organismo.
Onde encontrar: Água fluorada, chá, café, soja, carne e crustáceos.

Magnésio para a boa disposição





Ajuda-nos a conservar a boa forma e a boa disposição, sendo um elemento que regula a actividade da bomba cardíaca, das células nervosas e dos músculos, evitando que se formem cálculos renais. Sintomas como cãibras e estado depressivo são sinais de carência deste oligoelemento.
Onde encontrar: Farelos, cereais integrais, aveia, cacau, nozes, beterraba, peixe, soja, bananas, maçã, chocolate, leite e levedura.

Zinco para sexo vigoroso



É um mineral que é indispensável, pela capacidade que tem de regular o funcionamento de certas enzimas, sendo muito importante para uma actividade sexual saudável. Actua, igualmente, como um excelente cicatrizante, pelo que é utilizado em cosméticos específicos, para peles acneicas com lesões cutâneas. Como tal, a pele ficaria seca e descamada sem a sua presença.
Onde encontrar: Cereais integrais, banana, cereja, uvas, leite, beterraba, crustácea, fígado, carne de vaca, ovos, carne de aves, levedura, batata e feijão.

Músculos tonificados com manganésio



Actua sobre a tonificação muscular. Juntamente com a vitamina B1, intervém no metabolismo dos carbohidratos e é indispensável ao funcionamento das enzimas. Intervindo nos processos reprodutivos, relaciona-se com os níveis de açúcar no sangue.
Onde encontrar: Nozes, cereais integrais, aveia, fígado, hortaliças de folhas verdes, ananás, leite, cerejas, cogumelos, chá, café e cacau.

Organismo purificado com enxofre





Existe nas células e é um depurador do organismo. É indispensável para as funções hepáticas em geral, porque participa na formação de parte dos compostos sulfurados que, ao entrarem em contacto com as substâncias tóxicas, as eliminam.
Onde encontrar: Brócolos e outras hortaliças verdes.

Iodo para conservar a linha




O iodo é necessário para a produção de uma substância chamada tireoxina, uma das hormonas que é produzida na tireóide. Ajuda a conservar a linha e encontra-se presente em climas marinhos e alimentos do mar. A sua carência dá origem a obesidade, desiquilibrio de peso e bócio. Como curiosidade, diremos que os banhos de sol moderados ajudam a aumentar o nível de iodo no organismo, um mineral indispensável para o bom funcionamento da glândula tireóide, aquela que regula o peso do corpo.
Onde encontrar: Alho, peixes do mar, crustáceos, sal iodado e tomate.

O cobre potencia a acção da vitamina C



Estimula a respiração celular e participa na formação de glóbulos vermelhos, quando associado ao ferro e ao cobalto; intervém na formação do pigmento capilar e funciona como catalisador das enzimas, relacionadas com a formação das fibras musculares e nervosas. Desenvolve, ainda, a actividade da vitamina C para aumentar as defesas naturais do organismo.
Onde encontrar: Fígado de porco e de vaca, rins, cacau, nozes, crustáceos, leguminosas secas, uvas, óleo de milho.

Potássio beneficia o controlo muscular



Já o potássio é um mineral que se associa ao sódio e é muito importante para o controlo muscular, incluindo o do músculo cardíaco, que intervém na estimulação dos impulsos nervosos; ajuda, ainda, a equilibrar a osmose e os níveis de água no organismo.
Onde encontrar: Batatas, leite, banana, maçã, ananás, laranjas, trigo, leguminosas secas, café, chá e cacau.

Coração forte com selénio



É reconhecido como um antioxidante e, por isso, o mineral da juventude. Participa no bom funcionamento do coração e mantém os tecidos elásticos. Relacionado com a vitamina E, parece ter uma acção preventiva contra certos tipos de cancro. Existindo em quantidade ao nível da retina, parece ser importante para a visão.
Onde encontrar: Peixe, crustáceos, gema de ovo, cereais integrais, alho, tomate, frango e outras carnes.

Ossos fortes com cálcio



Essencial para a formação e conservação dos ossos e dos dentes. Intervém na coagulação sanguínea, na transmissão nervosa e na contracção muscular e ajuda a regularizar a tensão.
Onde encontrar: leite e derivados, salmão, sardinhas, espinafres e brócolos.

Fósforo para o crescimento



Sendo o mais activo de todos os minerais, o fósforo existe em todas as células do organismo, especialmente necessário ao crescimento, à sobrevivência e à regeneração das células, intervindo na transmissão da energia e dos impulsos nervosos. É este mineral que transmite as características genéticas hereditárias.
Onde encontrar: Leite e queijos, peixes, carne, gema de ovo, leguminosas secas, frutos secos e oleaginosas, alho, cenoura, couve, limão e cacau.

C@rlos@lmeida
Fonte: Revista Ana
Texto: Helena Gameiro
(Fotos da Net)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Natureza a seu favor



Frutos Secos dão-nos energia

O seu consumo proporciona-nos mais força e vitalidade desde que ingeridos em pequenas quantidades ao longo do ano. Constituem uma fonte de energia, fornecendo-nos fósforo (ajuda o sistema nervoso), enxofre (melhora a pele), potássio (controla a obesidade) e ferro.

Amêndoas. Importante fonte de ferro e fósforo. O seu leite é recomendado para combater as diarreias e os eczemas.
Avelãs. Ricas em minerais, são muito energéticas. O seu leite tem propriedades similares às das amêndoas.
Amendoins. Ricos em tiamina, niacina e proteínas.
Castanhas. Ricas em água. Contém hidratos de carbono e são pobres em proteínas e em gorduras.
Nozes. Tornam-se muito energéticas devido ao seu alto conteúdo de gordura e proteínas.
Passas. Excelente efeito laxativo. O seu xarope é muito bom para a tosse.

C@rlos@lmeida
Fonte: Revista Guia

Júlio Iglésias

Estávamos em Novembro de 2003 e Júlio Iglésias dava uma das suas grandes entrevistas á Revista EGO. Actualmente o cantor tem 72 anos.

Aos 60 anos, este galã colocou à venda o seu paraíso na República Dominicana, um dos muitos que detém pelo Mundo. Para além disso, falou-nos da família com notório deleite e da sua vida regrada actual.


Conseguiu o que a maioria dos mortais nem sonha atingir. Admite que, olhando para trás, já não se deixa impressionar pelo seu currículo e é com a mesma ausência de falsas modéstias que reconhece ser um veterano em quase tudo. É por isto tudo que, ao fim de dois anos de interlúdio e sem grande aparato – seria necessário? – Regressa com o álbum intitulado Divórcio.


EGO: Não lhe bastou o ocorrido na sua vida privada para dar este nome ao novo disco?

Júlio Iglésias: O título do disco, nada tem a ver com o meu divórcio nem com nenhum outro! É apenas uma metáfora. Como compreenderá, a vida está cheia de pequenos conflitos, separações, enfim, divórcios que não são necessariamente maritais.
(Perspectivas da sala de jantar)




EGO: Mas não haverá um segundo sentido?

Júlio Iglésias: Tudo o que faço é profundamente equacionado. Baptizei o disco com este nome porque é, reconheço, um pouco provocatório. Sabia que haveriam de fazer este tipo de perguntas sobre ele.



(... da sala de estar...)



EGO: E, mais uma vez, as suas expectativas não saíram logradas.

Júlio Iglésias: Sim, mas o mais importante é que este disco diverte-me. Até porque tenho vindo a receber os melhores elogios dos últimos anos.



(...e um dos muitos quartos espalhados pela mansão)



EGO: Vendeu milhões de discos, deu milhares de concertos e recebeu inúmeros prémios. Posto isto, a vida continua igual?

Júlio Iglésias: É a mesma que cantei em La Vida Sigue Igual: Há sempre uma razão para viver, algo pelo qual vale a pena lutar, mas mudou substancialmente. A minha essência continua a mesma, mas o ambiente que me rodeia é totalmente diferente de quando escrevi essa canção.


(a grandiosa piscina exterior onde não faltam espreguiçadeiras de pedra)



EGO: Sessenta anos não são demais?

Júlio Iglésias: Gardel disse que 20 anos não eram demais, mas comparando-os com os meus, torna-se um número ridículo. Quando tinha 33 anos, intitulei um disco com essa idade, por pensar que esse seria o meio da minha vida. Agora caminho em direcção ao dobro e sinto que ainda há tanto para fazer.



EGO: Nesta altura, o que pede da vida?

Júlio Iglésias: Coisas muito rotineiras, como beber mais e melhor vinho, partilha-lo com os amigos e, acima de tudo, ver os meus filhos crescerem e os mais velhos a continuarem o sucesso que têm tido até esta altura.



(Pormenor da sumptuosa sala de estar onde predominam os azuis)



EGO: Tornou-se um melhor pai com a idade?


Júlio Iglésias: Penso ser um pai mais profissional, que diz mais vezes "sim" e menos "não". Sou igualmente um pai menos culpado e mais consciente, mas nem por isso com mais amor pelos mais velhos; o amor e as preocupações são sempre iguais para todos, sem previlégios.



(mais uma divisão onde sobressai a claridade dos sofás em contraste com as paredes em tom castanho)


EGO: O orgulho de pai também é repartido da mesma forma?

Júlio Iglésias: Tenho três filhos mais velhos com bastante sucesso, que eles próprios construíram. Tinham, claro, as portas abertas, mas souberam-nas aproveitar. Tenho também quatro crianças bem mais novas, às quais desejo tanto ou mais sucesso ainda. Tenho um orgulho gigantesco de todas elas.



(Um dos quartos pronto para receber os habituais convidados)


EGO: Como é o avô Júlio Iglésias?

Júlio Iglésias: A verdade é que não desempenho um grande papel a esse nível. Não porque não o deseje, apenas porque mal tenho tempo. A minha filha Chábeli toma muito bem conta do Alejandro. Não é suposto os avós educarem os netos, só servimos para consentirmos tudo deles e estraga-los com mimos. Gosto muito de ser avô.



EGO: Há alguns dias, disse-se que poderia ter um irmão, fruto da relação entre o seu pai e Ronna…

Júlio Iglésias: Se o meu pai me dissesse algum dia que eu tinha um irmão, dir-lhe-ia sem hesitar: “Pai, o que fizeste?”. Não me imagino com um novo irmão, mas do meu pai, contudo, posso esperar quase tudo!



EGO: Como se sente com 60 anos?

Júlio Iglésias: (risos) Tenho menos objecções à vida e menos vergonha na cara, mas não o posso descrever pormenorizadamente. Para tal, teria de me dar uma boa garrafa de vinho e deixar o gravador ligado durante a noite certa.


EGO: E o que nos revelaria?

Júlio Iglésias: Descobriria que eu não sou muito sensato, que não sou um cantor excepcional, que me considero com algum estilo, mas, acima de tudo, um grande profissional.


EGO: Foi tudo isso que fez com que Miranda se apaixonasse?

Júlio Iglésias: A Miranda é a mulher por quem eu sempre esperei. Estou muito apaixonado; ela é a mulher da minha vida, mas não quer casar comigo. Imploro-lhe todas as manhãs, mas é escusado. Foi amor à primeira vista, mas estamos mais apaixonados a cada dia que passa. Ela cuida muito bem de mim, vive para mim e para os nossos filhos, é a mulher perfeita que faz sonhar qualquer homem.



EGO: Fez de si um homem feliz?

Júlio Iglésias: Sem qualquer margem para dúvidas. Gozei grandes momentos na vida, também tive os meus tempos menos felizes, mas ela criou ao meu redor todo um ambiente de paz, tudo aquilo que sempre quis e nunca tive. Não posso ser injusto com nada nem com ninguém: a vida tratou-me muito bem e é nesses momentos de reflexão que penso ser um homem de muita sorte e alegria.

C@rlos@lmeida
Fonte: Revista Ego 07/Novembro/2003
Queen International
Amalia J. Enriques
Fotos: Revista Ego