sexta-feira, 24 de junho de 2016

Osteoporose

A 24 de Junho assinala-se o Dia Mundial da Osteoporose.

Damos-lhe algumas dicas para a prevenção




A osteoporose ocorre quando a quantidade de massa óssea diminui, desenvolvendo ossos ocos, finos e de sensibilidade extrema, ficando mais sujeitos a fracturas. Apesar de ser considerada a doença da velhice, nem sempre aparece nessa altura e pode desenvolver-se durante anos ou décadas, por isso, a prevenção é importante. As instituições de nutrição recomendam a ingestão de 1200 miligramas de cálcio por dia partir dos 50 anos e 1000 miligramas antes dessa idade.

Infusão da Cavalinha


Esta planta é recomendada não pela grande concentração de cálcio, mas sim por ser rica em silício. Este mineral estimula a absorção do cálcio e, como consequência, fortalece a calcificação dos ossos.

Refeições equilibradas


Adira á comida tradicional portuguesa. Sabia que as sopas são ricas em cálcio? Escolha entre caldo verde, sopa de nabiças, de espinafres ou agriões. Os jaquinzinhos e a petinga frita também ajudam na calcificação dos ossos e, se conseguir, coma também as espinhas.

Leite em pó


Apenas uma colher (de chá) de leite em pó magro equivale a 50 miligramas de cálcio e tem a vantagem de não conter gordura. Basta adicionar uma colher a sopas guisados e bebidas.

Fonte: Revista Maria
Texto: Dr. Custódio César, Nutricionista
Foto da net
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segunda-feira, 13 de junho de 2016

A trindade Portuguesa dos Santos de Junho

Se fôssem vivos na Terra, S. João, o Baptista, e S. Pedro iriam fazer, não tarda muito, dois mil anos. S. João, que foi santificado no ventre da sua mãe, era um pedacinho mais velho que S. pedro. (Santo António de Lisboa)


(Santo António de Lisboa)

Quanto a Santo António, em comparação com os seus companheiros das festividades portuguesas de Junho - seria uma criança. Teria apenas, agora precisamente, 750 anos.
Em verdade, o nosso povo vê o santo de Lisboa como um rapazinho; fixou-o na idade adolescente, nimbou-o de lirismo e adormeceu-o às pedreiras da Sé ou nos Olivais de Coimbra – mas nunca em Pádua. Não está convencido o povo que o Santo de suaves mãos milagrosas e dôce jeito de sgurar o Menino Jesus, tivesse alguma vez saído de Portugal.(Igreja de Santo António de Lisboa)


(Igreja de Santo António de Lisboa)

Tudo quanto êle fez – teve de ser feito forçosamente na nossa terra, à sombra de um campanário de rústico semelhante ou junto das várzeas húmidas da água que escorre dos chafarizes, onde crescem violetas.

Quanto a S. João e a S. Pedro, o nosso povo aceita-os tal e qual êles nos chegaram na iconografia que já era velha quando Portugal nasceu para rezar, bailar e tecer redondilhas.

Dos três Santos de Junho, o Baptista é o único que usou sempre e nos transmitiu o seu verdadeiro nome: João, filho de Zacarias e de Isabel. S. Pedro não era Pedro – mas Simão. Santo António não era António – mas Fernando.
Isto são particularidades com os quais em rigor o povo nada tem. Contudo, se o santo de Lisboa se chamasse Fernando, era o chefe dos discípulos e apóstolos se se chamasse Simão – não teria isso poesia nenhuma. João, esse está muito bem. 


(São João Baptista)

Esta trindade gloriosa da Igreja tomou-a o povo português para si, ou à sua conta, conforme muito bem lhe apeteceu. Nos tempos da devoção mais pura, nunca a gente da nossa terra deixou de querer bem a qualquer dêstes santos, dentro dos ensinamentos da Igreja, acerca de suas vidas e obras, da sua bemaventurança. O lirismo português não sacrificou a verdade. Simplesmente, logo que cumpria o dever da oração, saltava á romaria e desfiava cantigas nas quais os santos de Junho já são outros. 


(Igreja de São João Baptista na Foz do Douro Porto)

Os atributos destes santos são para o povo aqueles que mais se enquadram ao entendimento simplista da sua obra. 



(Santo São Pedro Pescador)

São Pedro não é o discípulo apóstolo, o primeiro Papa, apedra angular. É o pescador. Tem as chaves do céu, mas as redes é que explicam a devoção dos homens dos litorais, das procissões à beira-mar, das irmandades marítimas.
S. João tem o cordeirinho ao colo, usa uma pele de ovelha, não era possível conceber para o conceito dos povos das terras e dos campos melhores atributos. O cordeirinho! Depois, parece que se alimentava de gafanhotos e de mel silvestre. Baptizou Jesus Cristo, mas a concha é atributo que escapa á observação de crentes através dos séculos. 


(Igreja de São Pedro Penaferrim - Sintra)

Santo António é só Lisboa – esta Lisboa onde em tôdas as igrejas e capelas houve e há sempre um altar de Santo António, nas ruas e ruelas existiam dezenas de nichos e de oratórios com a sua imagem, e ainda subsistem dezassete ruas ou serventias com o seu nome, mas onde – e é curioso – só há meia dúzia de meses se fez uma paroquial de Santo António. Talvez porque existisse como Casa da Cidade – a Igreja de Santo António da Sé.
Assim os Santos de Junho – a 13, 24 e a 29 – eram, até há pouco estridulamente festejados, numa série quase contínua de vésperas e de domingos, porque estes santos, através das idades e da evolução dos costumes e práticas, os compreendeu sempre o povo. As gentes das serras preferiam S. João, na sua primitividade silvestre; as das praias preferiam S. Pedro na sua humildade piscatória; as gentes da diocese lisbonense davam-se a Santo António na sua ingenuidade lírica e milagreira.


E por isso na cidade, que é um foco de gentes de todas as províncias, o S. João começa em Santo António e Santo António acaba em São Pedro.
Um anho de meia dúzia de dias, um barco de proa alta em bico, uma bilha que ninguém diz que esteve rachada – eis a explicação da trindade portuguesa dos Santos de Junho.
Não existe em outro qualquer país da cristandade.

Fonte: Revista Ver e Crer nº 2 de Junho 1945
Texto: Norberto de Araujo (escrito na integra como foi na época)
Fotos da net
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domingo, 5 de junho de 2016

António José Maia Pereira

Arte por Júlio Quaresma

António José Maia Pereira nasceu em Santo Tirso, em 1959, no seio de uma família de proprietários agrícolas. Desde muito cedo manifestou-se a sua vocação para as artes, para a qual foi incentivado por Fátima Azevedo, a sua professora no ciclo, e pela mãe que, desde os 5 anos de idade, o via desenhar sobre o pavimento de xisto negro da casa e, um pouco mais tarde, fazer os seus próprios brinquedos.
Entre 1980 e 85, licencia-se em pintura na Escola de Belas Artes do Porto, onde teve como mestres os pintores Domingos Pinho e Pedro Rocha, e chega mesmo a ser assistente nos últimos anos. Nessa mesma escola conhece Ana de Castro, escultora com quem vem a casar-se, em 1986. Nesse mesmo ano parte para Londres onde ficou a residir até 2000, altura em que regressa a Portugal. Faz uma pós graduação na St. Martins School em 86, e, em 89, e a vez do mestrado no Royal College.


“Botão”. Óleo sobre tela (75x100cm),datado de 2001

Galardoado com vários prémios, entre os quais se destacam o prémio “Benetton” da St. Martins School (86), o “Allen Lane Penguin Book”, no Royal College (89), e os primeiros prémios nacionais de pintura: I Bienal AIP (94) e Jovens Artistas BCM (95), José Maia apresenta-nos uma obra consolidada nos meios londrinos e sobretudo nas séries das Inundações, apresentadas na European Academy for Arts, que corporiza uma pesquisa sobre o tempo, os seus próprios fantasmas e a dimensão da pintura.

Fonte: Revista Caras
Texto: Júlio Quaresma
Fotos da Net
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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Da Ignorância

Sabemos que não sabemos e por isso esforçamo-nos por clarificar aspectos que possam ter a ver com o que aí vem. Ou então angustiamo-nos. Porque o reino dos céus é só dos que da ignorância sabem nada.


1 – Sabemos que não sabemos.
Não sabemos muito mais do que o que sabemos sobre assunto algum, e o tamanho da nossa ignorância agiganta-se de forma directamente proporcional à quantidade de conhecimento que conseguimos assimilar e elaborar. Quanto mais sabemos, melhor percebemos o pouco que isso é e, sem querer, vamos chegando a um qualquer entendimento dos dizeres socráticos. Vamos dando conta das perguntas que somos capaz de formular, sem vislumbre de respostas. Vamos percebendo como crenças arreigadas ocupam o lugar de informação que não temos. Vamos entendendo como as nossas muitas duvidas nos facilitam a aceitação de verdades mal esgalhadas. Vamos, dia a dia, situando-nos como podemos, face às nossas incertezas e à volubilidade do conhecimento que julgamos deter.

2 – Sabemos que não temos a menor ideia de como será o que há-de vir.
Percebemos de forma indistinta que o que guardamos como memória do passado, o nosso e o do mundo, é parcial, rebuscado, opinioso e , eventualmente, mesmo falacioso.
Sabemos que aquilo que vamos assumindo como certo, como bom ou como útil, dura o que dura, o que é sempre demasiado, pouco para acalmar frustrações ou para permitir sonhos de certezas.
Vivemos, actuamos e procedemos cheios de uma atitude de segurança que só pode vir, em função do que sabemos sobre o que não sabemos, da nossa intrínseca capacidade de lidar com o desconhecido.

3 – Porque sabemos que não sabemos, alguns de nós, migalha a migalha, grão a grão, esforçam-se por aclarar aspectos novos, diferentes ou negligenciados, de uma qualquer realidade, tão parcelar e obscura como todas as realidades.
Outros, angustiam-se terrivelmente pela consciência de desamparo que tamanha ignorância pode querer significar e, ou invocam deuses novos e velhos em vão e a propósito de questões triviais, ou deprimem-se e azedam num funeral precoce de toda a capacidade de esperança.
Entre uns e outros, restam todos os outros, que de conhecimento têm pouco e da ignorância sabem nada. Parece que é deles um reino mítico dos céus.

Fonte: Revista Notícias Magazine
Texto: Isabel Leal (Psicologa)
Foto da Revista
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quarta-feira, 1 de junho de 2016

Frida Kahlo

Corrida contra a morte


Reza a história que Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu na manhã quente de 6 de Julho de 1907 na Cidade do México.
Aos 17 anos sofreu um terrível acidente foi perfurada por um corrimão de ferro, num autocarro – qua a obrigou a usar cintas ortopédicas durante dois anos. Forçada a viver deitada, começou a pintar.


(Esquerda: Diego Rivera no seu estúdio. Direita: Frida Kahlo no Jardim da sua casa.)

Recuperada, ‘foi atrás’ de Diego Rivera – o mais famoso pintor mexicano do século XX, por quem nutria uma grande admiração desde os seus tempos de menina – para que este lhe desse uma opinião sobre os seus primeiros trabalhos. Nessa altura, vivia a chamada ‘fase masculina’, ou seja, tinha especial aptidão para se vestir como se fosse homem. Mas, ao conhecer Diego, mudou. Rauda Jamis (‘Frida’) recorda que depois de ter encontrado Diego, trocou o trajo masculino pela imagem típica da mulher mexicana, usando saiotes, rendas, vestidos coloridos…”.


(Frida Kahlo na sua pintura no estúdio, Retrato de Meu Pai.)

Segundo Le Clézio (‘Diego & Frida’), Diego Rivera era “um homem provocador, inquietante, mentiroso, violento, vingador e terrivelmente sedutor na sua imensa fealdade…”. Mesmo assim, Frida apaixonou-se por ele e, contra a vontade da mãe, casou com o pintor, vinte e um ano mais velho que ela, em 1929. 

Ele era mulherengo, infiel e um péssimo marido. Mas o amor de Frida por este homem venceu todos os obstáculos. Casaram, perderam um filho, divorciaram-se e voltaram a casar. Eles partilhavam a paixão pela pintura. A vida de Frida Kahlo fou pautada pela dor e pela doença.


( Esquerda : Frida Kahlo no seu quarto. Direita: Frida Kahlo e Dr. Juan Farill fotografado na sua casa.)

Nunca recuperou do acidente que teve e o seu estado físico foi-se agravando. No entanto era uma mulher bonita, apesar das suas deficiências e, principalmente, determinada. Passou uma longa temporada nos EUA, ao lado de Diego e, em 1939, deslocou-se para Paris onde inaugurou uma exposição. Nessa altura, a Europa aplaudiu esta artista ‘Exótica’ e Frida conheceu Picasso, Breton, Duchamp e Kandinsky, entre outros. Farta das infidelidades, decidiu viver as suas próprias aventuras amorosas. 


A primeira ocorreu com Leon Trotski, quando este se refugiou em sua casa no México. Seguiram-se outros casos, como o fotógrafo Nickolas Muray. Mas foi ao lado de Diego que, aos 47 anos de idade, morreu. Entre os vários escritos de Diego encontra-se este: “Frida é o único exemplo na história da arte de alguém que arranca o seu próprio seio e o próprio coração para dizer a verdade biológica que sente neles”.

Fonte: Revista Correio da Manhã Domingo Magazine
Texto: Sofia Rato
Fotos da Net
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sexta-feira, 27 de maio de 2016

A grande sorte de ser o mais feio

Califórnia, EUA

Elwood tem uma língua maior do que a boca. A sua origem resulta do cruzamento de um Chihuahua chinês com um dálmata.
O insólito cão foi eleito por ampla maioria do certame ‘O cão mais feio do Mundo’, durante a feira de Sonoma Marin (Petaluna, Califórnia). Segundo Karen Nau, uma das juradas, a razão do triunfo de Elwood reside na sua personalidade. A dona bem pode esfregar as mãos de contente. Pelo menos para os antecessores do animal, o título foi a sorte grande. Aparições no programa de Jay Leno, campanhas publicitárias e participações em filmes de terror abriram o caminho da fama.

Fonte: Revista Domingo
Foto da Net
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domingo, 15 de maio de 2016

Adoçante

Adoçante

Existem vários tipos de adoçantes no mercado. Na compra de qualquer um deles deve-se ter em atenção vários factores:
. O uso de adoçantes não deve ser indiscriminado, mas feito com peso e medida, uma vez que estes produtos têm calorias.
. Utilizar com cautela os produtos que têm sorbitol, pois possuem efeito laxativo (a sensibilidade varia de pessoa para pessoa).
. As pessoas com tensão alta (hipertensas) ou problemas nos rins devem ter atenção aos adoçantes cujo conteúdo tem sódio.
Tipo de adoçantes:


. Aspartame: tem um sabor semelhante ao açúcar, adoça 200 vezes mais do que ele e possui quatro calorias por grama. Não pode ser utilizado em produtos que vão ao forno.


. Frutose: é natural, pois é extraída de frutas; pode ser utilizada no preparo de receitas que vão ao forno e têm quatro calorias por grama; os diabéticos não podem, porém, usar sem receita médica.



. Ciciamato de sódio: não deixa sabor residual na boca e não tem calorias; adoça menos do que os outros adoçantes e não pode ser utilizado em produtos que vão ao forno.


. Sacarina: não tem calorias; adoça 300 vezes mais, mas deixa um sabor amargo na boca quando usada em grande quantidade; pode ser utilizada em receitas que vão ao forno.

. Sucralose: não é calórica e possui um sabor semelhante ao do açúcar; adoça 600 vezes mais do que açúcar e pode ser usada no forno.

Fonte: Revista Correio da Manhã Domingo
Foto da net

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© Carlos Coelho 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Salvador Dali

Herança maldita

 
Quando Salvador Dali disse “ Para mim, o erótico deve ser sempre feio, o estético divino e a morte bela “ nunca imaginou que, após a sua própria morte (23 de Janeiro de 1989), os direitos de utilização das suas obras fizessem correr tanta tinta…
A mais recente sentença, saída de um tribunal alemão, estabelece que a Demart Pro Arte, dirigida por Robert Descharnes – amigo e colaborador íntimo do pintor espanhol, tem todos os direitos sobre a obra de Dali e obriga a sociedade de autores Bild Kunst a pagar àquela empresa todas as transacções realizadas até ao momento, incorrendo numa multa de 250 mil de euros. A sentença serve também para o estado espanhol, a Fundação Gala-Dali e a companhia Vegap – dentro do território da Alemanha, até 11 de Maio de 2004, data em que expirou o contrato celebrado entre Dali e o amigo.

O tribunal civil de Frankfurt, na Alemanha, determinou ainda que  a sociedade de autores do seu país deve entregar a Descharnes toda a  informação relativa às licenças outorgadas desde 1997, altura em que decidiu rescindir o contrato que existia entre as partes, condenando-a igualmente a pagar à empresa Demart todos os gastos e perdas ocasionais pelas suas ações.
 
Toma lá dá cá contudo a fundação Gali-Dalí representante legal do Estado espanhol- não reconhece tal sentença, nem tão pouco a veracidade do contracto realizado entre o pintor e o amigo, afirmando que o mesmo foi apenas verbal. Um processo que se adivinha moroso, já que não se vislumbra uma solução satisfatória para os homens que fazem um braço-de-ferro sem cessar – Robert Descharnes, empresário e  Ramon Boixodós, presidente da fundação – ambos interessados na gestão dos direitos de propriedade intelectual do pintor.

Senão vejamos já em Setembro de 1994, o Ministério da Cultura espanhol enviara uma carta a Robert descarnes advertindo-o de que o documento firmado entre ele e Dalí não era um contrato de cedência de direitos, mas sim um mandato verbal que se extinguiu imediatamente após a morte do pintor. Mas há mais. Em Março um julgado de primeira estância de Madrid despojou Descharnes de tais direitos em benefício do Estado espanhol. Ficou ainda sentenciado que; até Janeiro de 2003, a Demart Pro Art deverá dar conta da sua gestão e entregar bens e rendimentos obtidos ao longo dos anos ao Ministério da Cultura espanhol.
 
O descobrimento da América por Cristóvão Colombo 
 
Ainda sobre a decisão do tribunal alemão, a fundação e o Estado espanhol consideram que a mesma não interfere na situação actual nem no contencioso existente entre a Demart e a Fundação. Esta entidade não só remeteu a sentença para o território Alemão, como é peremptória em afirmar que a tudo isto se sobrepõe as palavras de Dalí. “ Sempre que haja qualquer dúvida, dever-se-ão pautar pela legislação espanhola”. Quanto à cobrança, diz fonte daquela instituição que “Demart cobra agora à Bild Kunt, mas mais cedo ou mais tarde terá de prestar contas ao Estado Espanhol”.

Fontes de discórdia discreta tem sido a postura de Robert Descharnes, mas o empresário não deixa os seus créditos em mãos alheias e já recorreu ao tribunal de oito países, em quatro dos quais obteve sentença favorável contra o Estado espanhol e a Fundação Gala-Dalí. Os tribunais do Japão, França e Suiça reconheceram a veracidade do contrato celebrado entre Dalí e o seu colaborador sobre a “utilização dos direitos de propriedade intelectual” do mestre, vigente até 2004. Contudo tanto a Fundação como o Ministério da Cultura espanhol minimizam as sentenças de outros países. Alegam que compareceram apenas no tribunal francês para solicitar que se suspendesse o processo e afirmam que “determinar os direitos sobre a obra do pintor é competência dos tribunais espanhóis”.
 
O grande masturbador
Fonte da Fundação afirmou que o país vizinho lhe deu ouvidos, tanto que Descharnes foi expulso da sociedade de direitos franceses (ADAGP) e, ainda que tenha havido irregularidade nesta expulsão, a verdade é que nada se alterou. O Juiz não concedeu àquela sociedade de autores o direito de gerir a obra de Dalí em representação da Demart.

Mas afinal a quem pertence a exploração dos direitos de autor de Salvador Dalí? Para já é uma incógnita. Por muito surreal e bizarro, este é um conflito que se adivinha interminável e, infelizmente é graças a ele que muitos países não têm podido apreciar a obra do mestre espanhol. Sobretudo quando se trata de exposições comissariadas por Robert Descharnes.

O mestre Excêntrico

As suas aptidões para as belas-artes manifestaram-se bem cedo. Filho de um notário de Figueres, Salvador Dalí nasceu em Port Lligart, a 11 de Maio de 1904 e, desde muito jovem, dedicou-se ao desenho e à pintura. Em 1922 entrou nas Belas-Artes, em Madrid, e durante a sua estada na residência de estudantes manteve uma grande amizade com o Poeta Garcia Lorca e o cineasta Luis Buñuel, com o qual levou a cabo numerosos projectos artísticos vanguardistas.
Depois de estudar em Madrid e de participar nos debates artísticos renovadores dos anos 20 na Catalunha, Dalí rumou a Paris e integrou-se num grupo de pintores e escritores surrealistas. Deste período datam algumas das obras que o converteram num dos máximos representantes do surrealismo, como “O grande masturbador” ou “O Espectro do sex-appeal”.
 
 
O Espectro do sex-appeal

Em 1929 conheceu a jovem russa Helena Diakonova, conhecida por Gala, que se tornou sua modelo e companheira. Com o ínicio da Segunda Guerra Mundial, Salvador Dalí e Gala estabeleceram-se durante alguns anos nos Estados-Unidos, onde a sua pintura de estilo realista e onírica obteve enorme êxito.
Dali converteu-se num dos pintores mais famosos do outro lado do Atlântico mas em 1948 regressaria  à Europa.
A religião, a história e a ciência ocuparam grande parte da sua obra durante os anos 50 e 60. “A Última Ceia” e “O descobrimento da América por Cristóvão Colombo” são desse período e das pinturas mais conhecidas de Dalí.
 
Fundação Gala-Salvador
 
Nos anos 70 o pintor dedica-se à criação e inauguração do Teatro-Museu Dali em Figueres, onde se encontra exposta a maior colecção da sua obra, e em 1983 criou a Fundação Gala-Salvador Gali, a instituição que gere, protege e fomenta o seu legado artístico e intelectual.

Fonte: Revista Correio da Manhã Domingo
Texto de: Teresa Oliveira
Fotos da Net

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© Carlos Coelho 

terça-feira, 10 de maio de 2016

10 Incriveis factos sobre a civilização Maia

Porque caiu a civilização Maia?

A civilização Maia se concentrava na América Central e do Sul, e era a única a ter uma linguagem escrita na época pré-colombiana. Os Maias também são conhecidos pela sua arte, arquitectura, matemática e sistema astronómico. Existem várias concepções erradas sobre esta incrível civilização, então confira esta lista para descobrir várias curiosidades sobre os Maias!
Entre 700 e 800 d.C., uma mudança radical no regime das chuvas pode ter ajudado à queda da civilização Maia, na América Central, e da dinastia Tang, na China. A Conclusão é da Revista Nature, segundo a qual outras causas também deverão ter contribuído para o fim das duas importantes culturas.

1 - Mistério Antigo


 

O fim da civilização Maia ainda é um mistério muito debatido. Durante os séculos 8 e 9, as grandes cidades Maias foram entrando em declínio e depois foram abandonadas, deixando para trás uma arquitectura incrível e sinais da civilização. Algumas teorias acreditam que isso aconteceu devido à superpopulação, invasão de estrangeiros, revoltas da população e até problemas com as rotas usadas para trocas comerciais.
Outras teorias, entretanto, afirmam que o declínio pode ter ocorrido devido a desastres ambientais, como doenças e mudanças climáticas. Existem evidências que a população excedeu a capacidade de seu solo, acabando com o potencial da sua agricultura e caça. Actualmente, alguns estudiosos acreditam que uma seca de mais de dois séculos possa ter acabado com a civilização.
 
2 – A vida Continua
 

 

Ao contrário do que é muito divulgado, os Maias não têm um calendário, e sim vários calendários – e nenhum deles afirma que o mundo iria acabar em 2012. O que ocorre é que a mitologia Maia acredita que o mundo está na sua quarta “criação”. A última criação acabou em 12.19.19.17.19, na linguagem de um de seus calendários, esta sequência iria-se repetir no dia 20 de Dezembro de 2012. Esta data será, entretanto, marcada pelo fim de um ciclo e o início de outro, para os Maias, e não o fim do mundo, como o ano novo para a civilização ocidental.

3 – O último estado Maia

 
A cidade de Tayasal foi o último reino Maia, e acabou apenas em 1697, quando padres espanhóis entraram em contacto com o rei Maia e dominaram a população do local.
4 – Saunas
 
Uma espécie de sauna era um importante elemento de purificação para os Maias. Essas “saunas” eram construídas com paredes e tecto de pedras, com uma pequena abertura no topo. A água entrava por este buraco e entrava em contacto com as rochas quentes, produzindo vapor para retirar impurezas do corpo, segundo a crença da civilização.
5 - Quadras de desportos
 
O jogo mesoamericano era um desporto com associação com rituais, jogado por até 3 mil anos antes da chegada de Colombo na América. O desporto sofreu várias modificações com o tempo, e uma versão do jogo, chamada de Ulama, ainda é jogada em alguns lugares pela população Maia actual.
As quadras de desportos eram utilizadas como uma área para rituais religiosos e culturais e para os jogos. A quadra era feita em formato da letra “I” maiúscula, e o jogo era realizado com uma bola mais ou menos do tamanho de uma bola de vólei, feita de borracha (extraída de vegetais) e bem pesada. A decapitação é muito associada com o jogo, e há especulações que cabeças decepadas e caveiras eram utilizadas como bolas no jogo.
6 – O Uso de analgésicos
 
Mesmo na época pré-colombiana, o conhecimento médico dos Maias permitia que eles utilizassem plantas como analgésicos. Plantas alucinogénias utilizadas em rituais religiosos eram também usadas com este propósito.
7 – Sacrifícios humanos
 
A tradição Maia sempre teve o costume de realizar sacrifícios de sangue por motivos religiosos e médicos, e muitos Maias ainda realizam este tipo de sacrifícios. Mas não se preocupe, hoje em dia o sangue humano foi substituído pelo de animais para realizar as tradições ritualísticas de seus ancestrais.
8 – As Habilidades médicas
 
A saúde na sociedade Maia era uma mistura entre ciência, religião, mente e corpo. Poucos cidadãos estudavam a medicina a fundo e praticavam feitiçarias, de modo a curar, ver o futuro e controlar eventos naturais. A medicina tinha uma forte relação com a religião, mas as práticas médicas dos Maias eram muito avançadas. Sabe-se que os médicos realizavam suturas com cabelos humanos, cuidavam de fracturas, e até faziam próteses dentárias.
9 – A Infância Maia
 
A civilização Maia desejava características físicas específicas de seus filhos, e faziam intervenções para alcançar este padrão. Quando a criança ainda era pequena, blocos de madeira eram empurrados contra sua testa para que ela ficasse mais achatada. Outra intervenção era feita para deixar as crianças vesgas. Objectos eram balançados na frente de recém-nascidos, até que eles ficassem estrábicos.
Outra curiosidade é que os Maias davam os nomes de seus filhos de acordo com o dia em que eles nasciam. Cada dia do ano tinha um nome feminino e um masculino, e esta era uma tradição seguida fielmente pelos pais.
10 – Alguns Maias ainda vivem na sua região original
 
Actualmente, mais de sete milhões de Maias vivem nas suas regiões originais, e muitos ainda mantêm muito de sua cultura ancestral. Alguns estão integrados com a cultura dos países onde vivem, mas muitos ainda utilizam a linguagem Maia como idioma principal.
As maiores populações dos Maias modernos habitam os estados mexicanos de Yucatán, Campeche, Quintana Roo, Tabasco e Chiapas. Na América Central, eles costumam ser encontrados em Belize, Guatemala e nas regiões oeste de Honduras e El Salvador.
Fonte: Listverse /hypescience
Fotos da net
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© Carlos Coelho