sábado, 8 de outubro de 2016

O Sushi

Japoneses e ocidentais estão a extinguir o atum azul, cuja carne é a base do sushi.
No Pacífico e no Índico já quase desapareceu.



Está a provocar a extinção de várias espécies de peixes. A pesca industrial já levou a que  12 tipos de tubarão ficassem comercialmente esgotados no Mar Mediterrâneo. No Mar do Norte, o fiel amigo, o bacalhau, praticamente desapareceu. E a próxima vítima, ao que parece, será o atum azul. A sua carne macia e muito apreciada – especialmente a da barriga – faz as delícias do Mundo inteiro, sob a forma de sushi e do seu “primo”, o sashimi.
A captura deste animal começou a duplicar regularmente durante a década de 1990, á medida que os pratos japoneses se tornavam populares na Europa (uma moda que chegou tarde a Portugal) e
Nos Estados Unidos da América. A actividade dotou-se de recursos tecnológicos poderosos – como sonares, aviões de reconhecimento e satélites – eliminando as hipóteses de fuga dos cardumes perseguidos.
No Mediterrâneo, há em vários países viveiros, para nde esta espécie é levada depois de pescada. Aí, ficam dentro de gaiolas, ou aquários, em processo de engorda. Quando atingem o peso ideal, são abatidos e comercializados. Claro que, com uma procura tão intensa, as populações não têm tempo para se renovar.


Cada exemplar nascido demora dez anos a ser capaz de procriar. Agora são capturados antes de conseguir fazê-lo. As duas principais zonas onde este ser cobiçado é apanhado são o Mediterrâneo e o Atlântico. Nas duas, as quantidades existentes hoje representam dez por cento das que havia na passada década de 1950. Nos oceanos Pacífico e Índico, os Japoneses capturaram-no com tal intensidade que se encontra semiextinto. Na Escandinávia, já não existe.
Mesmo nos viveiros que foram construídos no Ocidente, os stocks baixaram 25 por cento nos últimos dois anos.
Em Espanha, por exemplo, seis deles já foram encerrados.
Foi no ínicio dos anos 1960 que os nipónicos concluíram ser o atum azul um ingrediente inagualável na confecção do sushi. Mas só três décadas depois é que o consumo aumentou drasticamente.


Um estudo do Governo daquele país indica que a culpa foi do aumento do número de mulheres a trabalhar fora de casa e de pessoas a viver sozinhas. Os japoneses passaram a gastar menos 30 por cento com a alimentação no lar, ao passo que a compra de sushi em restaurantes de fast-food cresceu 30 por cento. Nos supermercados e lojas de conveniência a subida foi de 70 por cento.

Fonte: Revista Nova Gente
Texto: Rosana Zakabi/Revista Veja
Fotos da Net

Sem comentários:

Enviar um comentário