Japoneses e ocidentais estão a
extinguir o atum azul, cuja carne é a base do sushi.
No Pacífico e no Índico já
quase desapareceu.
Está a provocar a extinção de
várias espécies de peixes. A pesca industrial já levou a que 12 tipos de tubarão ficassem comercialmente
esgotados no Mar Mediterrâneo. No Mar do Norte, o fiel amigo, o bacalhau,
praticamente desapareceu. E a próxima vítima, ao que parece, será o atum azul.
A sua carne macia e muito apreciada – especialmente a da barriga – faz as
delícias do Mundo inteiro, sob a forma de sushi
e do seu “primo”, o sashimi.
A captura deste animal começou
a duplicar regularmente durante a década de 1990, á medida que os pratos
japoneses se tornavam populares na Europa (uma moda que chegou tarde a
Portugal) e
Nos Estados Unidos da América.
A actividade dotou-se de recursos tecnológicos poderosos – como sonares, aviões
de reconhecimento e satélites – eliminando as hipóteses de fuga dos cardumes
perseguidos.
No Mediterrâneo, há em vários
países viveiros, para nde esta espécie é levada depois de pescada. Aí, ficam
dentro de gaiolas, ou aquários, em processo de engorda. Quando atingem o peso
ideal, são abatidos e comercializados. Claro que, com uma procura tão intensa,
as populações não têm tempo para se renovar.
Cada exemplar nascido demora
dez anos a ser capaz de procriar. Agora são capturados antes de conseguir
fazê-lo. As duas principais zonas onde este ser cobiçado é apanhado são o
Mediterrâneo e o Atlântico. Nas duas, as quantidades existentes hoje
representam dez por cento das que havia na passada década de 1950. Nos oceanos
Pacífico e Índico, os Japoneses capturaram-no com tal intensidade que se
encontra semiextinto. Na Escandinávia, já não existe.
Mesmo nos viveiros que foram
construídos no Ocidente, os stocks baixaram 25 por cento nos últimos dois anos.
Em Espanha, por exemplo, seis
deles já foram encerrados.
Foi no ínicio dos anos 1960 que
os nipónicos concluíram ser o atum azul um ingrediente inagualável na confecção
do sushi. Mas só três décadas depois é que o consumo aumentou drasticamente.
Um estudo do Governo daquele
país indica que a culpa foi do aumento do número de mulheres a trabalhar fora
de casa e de pessoas a viver sozinhas. Os japoneses passaram a gastar menos 30
por cento com a alimentação no lar, ao passo que a compra de sushi em
restaurantes de fast-food cresceu 30 por cento. Nos supermercados e lojas de
conveniência a subida foi de 70 por cento.
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