Tikashi Fukushima nasceu em
1920 em Suma, Fukushima, no Japão. Trabalha na lavoura e como desenhador de
aviões. Com 20 anos emigra para o Brasil, instalando-se no interior de São
Paulo, em Lins, onde conhece Manabu Mabe.
Começa a pintar. Seis anos depois muda-se para o Rio de Janeiro e estuda
pintura com Tadashi Kaminagai.
Regressando a São paulo, em 1949 casa-se com Ai Saito, abre uma oficina de molduras e forma o Grupo Guanabara,
fazendo tertúlias com vários pintores, entre os quais Arcangelo Ianelli. Participa em diferentes iniciativas, como o
Salão Paulista de Arte Moderna, tendo obtido vários galardões, entre os quais p
Prémio Leirner na pintura, e figurado sete vezes na Bienal de São Paulo, desde
o início, em 1951, até 1967. Foi eleito presidente da comissão do Salão de
Artes Bunkyo, cargo que ocupou até 1999.
“ Composição em Vermelho e Azul”, óleo sobre tela (135,5cm x 65cm), executado em 1962.
Tikashi Fukushima é mais um dos
pintores nipo-brasileiros que tem grande responsabilidade na afirmação da
pintura abstracta no Brasil, talvez porque, no pensamento japonês, o abstracto
é o concreto firmem relações dialécticas de proximidade e intensidade.
Germinando no seio de uma comunidade que se fixa no Brasil na altura da Segunda
Guerra Mundial, as linguagens abstractas permitem na sua padronização a
liberdade individual expressa na cor, matéria e gestualidade, que marca
formalmente a tela e se afirma no primeiro plano. A obra de Fukushima,
inicialmente, nas décadas 40 e 50, centrada na pintura de paisagens com alguma
referência pós-impressionista, a partir de 1957 evolui para um registo mais
emocional e para uma linguagem claramente abstracta. Estruturada a partir de
registos de grande carga dramática, que neste caso a enorme porção de vermelho
acentua. A sua pintura é sobretudo uma exposição de sensações numa simbiose
entre referências a estados de espírito subjectivos e paisagens atmosféricas ou
eventos cósmicos.
Fonte: Revista Caras
Texto/Autor: Júlio Quaresma
Foto da Revista
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