domingo, 25 de fevereiro de 2007

Mosteiro Saint-Michel

Um museu de monges

O mosteiro do Mont Saint-Michel, construído no século X sobre uma ilha rochedo, no Norte da França, é um paraíso para turistas. O problema é que o rodopio provocado pelos 3 milhões de visitantes anuais não combina com os votos de solidão da congregação beneditina que ali vive. Um a um, fartos de viver num museu vivo e dos hotéis e restaurantes que os rodeiam, os monges têm abandonado o mosteiro. Restam dois. «Os turistas não têm sentido de privacidade. Se eu não trancasse todas as portas atrás de mim, remexeriam nas gavetas das minhas meias e revistariam a minha carteira á procura de lembranças. É um stress viver assim». Comenta o Padre André, líder da comunidade.

Saint-Michel esteve abandonado durante 200 anos, até que em, 1969, um grupo de beneditinos voltou a ocupar o mosteiro. Mas a desejada vida de retiro espiritual não durou muito tempo. A invasão de turistas começou ainda na década de 80 e aumentou, insuportavelmente, ao ritmo das lojinhas de recordações que foram abrindo á volta.

Hoje, sobra uma última esperança aos religiosos de serem salvos da extinção – no dia 24 de Junho, chegam cinco freiras e quatro monges de uma outra ordem francesa. «Sei que vamos precisar de algum tempo para nos habituarmos», diz a irmã Judith, uma das novas inquilinas do mosteiro. «O Padre André avisou-nos do que se passa. Mas nós estamos habituados a viver em Paris. Nesse sentido, somos diferentes dos beneditinos.»

Fonte: Revista Visão 7 de Junho de 2001

Texto/Autor: Desconhecido

Foto da net



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