O mosteiro do Mont
Saint-Michel, construído no século X sobre uma ilha rochedo, no Norte da
França, é um paraíso para turistas. O problema é que o rodopio provocado pelos
3 milhões de visitantes anuais não combina com os votos de solidão da
congregação beneditina que ali vive. Um a um, fartos de viver num museu vivo e
dos hotéis e restaurantes que os rodeiam, os monges têm abandonado o mosteiro.
Restam dois. «Os turistas não têm sentido de privacidade. Se eu não trancasse
todas as portas atrás de mim, remexeriam nas gavetas das minhas meias e
revistariam a minha carteira á procura de lembranças. É um stress viver assim».
Comenta o Padre André, líder da comunidade.
Saint-Michel esteve
abandonado durante 200 anos, até que em, 1969, um grupo de beneditinos voltou a
ocupar o mosteiro. Mas a desejada vida de retiro espiritual não durou muito
tempo. A invasão de turistas começou ainda na década de 80 e aumentou,
insuportavelmente, ao ritmo das lojinhas de recordações que foram abrindo á
volta.
Hoje, sobra uma última
esperança aos religiosos de serem salvos da extinção – no dia 24 de Junho,
chegam cinco freiras e quatro monges de uma outra ordem francesa. «Sei que
vamos precisar de algum tempo para nos habituarmos», diz a irmã Judith, uma das
novas inquilinas do mosteiro. «O Padre André avisou-nos do que se passa. Mas
nós estamos habituados a viver em Paris. Nesse sentido, somos diferentes dos
beneditinos.»
Fonte: Revista Visão 7 de
Junho de 2001
Texto/Autor: Desconhecido
Foto da net
Sem comentários:
Enviar um comentário