Existem determinados cheiros que são característicos
e o papel velho é imbatível. Se entrarmos num alfarrabista ou numa biblioteca
repleta de livros antigos, reconhecemo-lo de imediato. Uma equipa de cientistas
químicos da Universidade de Londres estudou o odor exalado pelos livros antigos
e concluiu que este tem origem na reação produzida entre a composição orgânica
do livro e uma série de fatores, como o calor, a luz, a humidade e
principalmente, os produtos químicos usados na sua produção.
Com o passar do tempo cada livro fica repleto de
componentes orgânicos muito voláteis que circulam pelo ar e acabam por ficar
impregnados nas páginas.
Estiveram em investigação as propriedades da madeira
que fazem o papel e também a tinta do texto e das ilustrações. Sobre o ponto de
vista químico, a maior razão do apodrecimento dos livros é a sua acidez, que
acelera o processo de deterioração e acentua o cheiro.
É muito comum encontrar elevados níveis de acidez em
livros impressos nos séculos XIX e XX, o que explica o odor típico das
publicações mais antigas descrito, pelo grupo de trabalho, como, “a combinação
de folhas de erva com um penetrante odor de ácidos e um toque de baunilha que
sobressai do mofo”.
O papel também absorve os cheiros do seu meio
envolvente, como o fumo das lareiras por exemplo. O local ideal para preservar
livros é num local fresco, seco e sem luz direta. O estudo é relevante para a
preservação de documentos antigos de valor inestimável.
Mikii