quarta-feira, 20 de março de 2013

O Cheiro dos livros antigos


Existem determinados cheiros que são característicos e o papel velho é imbatível. Se entrarmos num alfarrabista ou numa biblioteca repleta de livros antigos, reconhecemo-lo de imediato. Uma equipa de cientistas químicos da Universidade de Londres estudou o odor exalado pelos livros antigos e concluiu que este tem origem na reação produzida entre a composição orgânica do livro e uma série de fatores, como o calor, a luz, a humidade e principalmente, os produtos químicos usados na sua produção.
 
Com o passar do tempo cada livro fica repleto de componentes orgânicos muito voláteis que circulam pelo ar e acabam por ficar impregnados nas páginas.
 
Estiveram em investigação as propriedades da madeira que fazem o papel e também a tinta do texto e das ilustrações. Sobre o ponto de vista químico, a maior razão do apodrecimento dos livros é a sua acidez, que acelera o processo de deterioração e acentua o cheiro.
 
É muito comum encontrar elevados níveis de acidez em livros impressos nos séculos XIX e XX, o que explica o odor típico das publicações mais antigas descrito, pelo grupo de trabalho, como, “a combinação de folhas de erva com um penetrante odor de ácidos e um toque de baunilha que sobressai do mofo”.
 
O papel também absorve os cheiros do seu meio envolvente, como o fumo das lareiras por exemplo. O local ideal para preservar livros é num local fresco, seco e sem luz direta. O estudo é relevante para a preservação de documentos antigos de valor inestimável.
 
Fonte: http://cienciahoje.pt (adaptado)
Mikii