O triunfo da Natureza no belo Rio de Janeiro
Que a Natureza estava inspirada quando criou o
Rio de Janeiro é uma verdade que entra pelos olhos adentro.: desenhou-lhe baías
de formas aerodinâmicas, esculpiu-lhe morros arredondados, banhou-o de sol,
calor e humidade, rasgou-lhe cursos de água fresca em rios, cachoeiras, e
lagoas e, à laia de remate, polvilhou a obra com um manto luxuriante de Mata
Atlântica. Tamanho momento de inspiração resultou no seguinte: de todas as
cidades do Mundo, o Rio é por ventura, aquela que tem o entorno natural mais
belo. Pode elogiar-se o espírito alegre e desprendido dos cariocas e o ‘astral’
do Leblon, Ipanema e Copacabana, mas quem visita a ‘cidade maravilhosa’ não
pode passar ao lado das belezas naturais que fazem em absoluto a sua
singularidade. É delas que nos propomos falar – Jardim Botânico, Parque
Nacional da Tijuca, Lagoa Rodrigo de Freitas.
DOM RODRIGO ALCUNHADA o ‘Coração do Rio’, por
causa da forma, a Lagoa Rodrigo de Freitas deve o nome ao Capitão Português que
em 1660 desposou Dona Petrolina Fagundes, filha de Sebastião Fagundes Varela,
proprietário de um engenho e das terras em torno do lago. É, para muitos, a melhor
representação da paisagem do Rio, na relação criada entre o espelho d’água da
lagoa e os contrafortes do maciço da Serra Tijuca. Esta beleza natural é
alimentada por águas que descem das montanhas pelos rios Cabeça, Rainha e dos
Macacos, com um contorno de 10 km e que nem os prédios dos bairros circundantes
desfeiam.
Para Norte, a parede quase a pique do morro do
Corcovado, a Este, o morro dos Cabritos, para Sul Ipanema e para Oeste o Jardim
Botânico. Apesar da mancha urbana, o verde ainda é o tom predominante. A lagoa,
como os calçadões de Copacabana e de Ipanema, é um dos lugares eleitos pelos
habitantes da Zona Sul para actividades desportivas e de lazer, como um
‘chopinho’ ao final de tarde nos quiosques do Parque dos Patins.
Preocupada em preservar a área, a prefeitura
carioca criou, em 1990, uma área de protecção ambiental não só da lagoa mas
também da zona envolvente de modo a salvaguardar a manutenção deste espelho de
água cuja superfície original já foi quatro vezes maior e acabou consecutivamente
diminuída ao longo de três séculos, devido a aterros. Para ver a Lagoa Rodrigo
de Freitas em todo o esplendor, é imperioso subir à estátua do Cristo Redentor,
preferencialmente ao pôr-do-sol. A lagoa fica
Bordejada de luzinhas, que surgem reflectidas no
seu manto líquido numa visão inesquecível.
JARDIM BOTÂNICO. Perto da Rodrigo de Freitas
fica o Jardim Botânico, designação do parque que acabou por baptizar o bairro
vizinho. É uma das muitas jóias deixadas em herança pela Coroa Portuguesa ao
Brasil. O jardim foi fundado em 1808 por D. João VI e agrupa numa superfície de
141 há um total de 138 mil plantas e árvores de 8600 espécies diferentes.
Reserva da Biosfera da UNESCO desde 1991, o jardim viu assim reconhecida a sua
relevância, sendo visitado por cerca de 450 mil pessoas em cada ano. As
palmeiras imperiais originárias da América Central e que ladeiam a alameda
Barbosa Rodrigues (antigo director e impulsionador do jardim), num total de
134, são o cartão-de-visita do parque. Acrescenta-se a título de curiosidade,
que, quando estas palmeiras deram os seus primeiros frutos, o então director do
jardim, cioso das suas árvores, tentou monopolizar o plantio. Em Vão: durante a
noite, escravos subiam às árvores e colhiam as sementes, que depois vendiam.
Daí resultou a disseminação desta palmeira por quase todo o Brasil. A
Aprazibilidade do local levou à fixação de população que ali formou o embrião
de um bairro tranquilo, que assumiu o nome do jardim e que hoje conta com duas
extensões verdes, o parque Lage, recentemente renovado e uma zona conhecida
como o Horto, situada nas traseiras do Jardim Botânico.(Museu do Amanhã e Transporte)
(Museu do Amanhã e Transporte)
(Museu de Arte Contemporânea)
PEDRO E A TIJUCA. Reza a história que no dia 11
de Dezembro de 1861, D. Pedro II, Imperador do Brasil aconselhado pelo barão do
Dom Retiro, tomou uma decisão que viria a revelar-se providencial. Preocupado
com os graves problemas de abastecimento de água à cidade decorrente da seca
dos rios das serras da Carioca e da Tijuca por falta da cobertura arbórea, o
monarca ordenou a expropriação de todas as fazendas de café e o replantio da
serra tijucana, salvando uma boa porção da Mata Atlântica e criando o maior
parque florestal urbano do Mundo com uma superfície de 3200 há, hoje
classificado como Reserva da Biosfera.
(Parque do Flamengo)
Encarregue da missão, Manuel Gomes
Archer, major da Guarda Nacional, liderou a equipa que plantou mais de 80 mil
plantas e assegurou a manutenção dos caminhos e outros acessos ao alto da
serra. Diversas espécies de micos (macacos), Iguanas e esquilos voltaram ao
antigo habitat, rios, ribeiros e cachoeiras voltaram a encher-se de água
fresca, a cidade fluminense manteve o seu pulmão verde., hoje motivo de orgulho
e lugar de lazer (mais um!) dos cariocas.
(Arcos do Lapa)
O Parque Florestal da Tijuca, tem três núcleos:
a Serra da Carioca, onde fica o famoso miradouro da Vista Chinesa; a Floresta
da Tijuca, que tem como atracções a cascatinha Taunay, a Capela Mayrink, o
Mirante do Excelsior, o Açude da Solidão e o Museu do Açude; e o conjunto Pedra
da Gávea/Pedra Bonita, onde ficam os trilhos que levam aos respectivos cumes e
onde estão as rampas de lançamento de Asa Delta e Parapente, isto claro, para
quem quiser matar a sede de emoções…
Fonte: Revista Domingo (Correio da Manhã)
Texto: André Pipa
Fotos da Net
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