O Rei do paraíso
Os samoanos, diz-se, gostavam deste homem forte e
sorridente que, à maneira polinésia, posava com farfalhudos colares de flores e
os representava (sem os governar directamente) desde 1962, o ano da morte do
seu pai, Malietoa Tanumafili I. A seguir ao Rei Bhumibol da Tailândia e à
Rainha Isabel II de Inglaterra, Tanumafili II era o mais antigo soberano do
mundo em exercício. Se contássemos com Fidel castro, passaria para quarto
lugar. No que respeita a idade, tratava-se do governante mais velho no seu posto.
Neste infinito domínio das curiosidades e das
estatísticas, o segundo utente do nome Tanumafili era a segunda testa coroada
do mundo, a seguir à Rainha Maria da Roménia, a professora e fé Baha’i, de quem
fez eregir um digno templo (embora não tão imponente como os Delhi e Haifa) em
Tiapapata, a oito quilómetros de Ápia, a capital do minúsculo estado perdido no
Pacífico.
Foi no dia 11 de Maio de 2007 que Tanumafili II cerrou os olhos aos
94 anos no hospital de Moto’otua e partiu para se juntar aos seus antepassados
da estirpe Malietoa, no panteão das infinitas pastagens marinhas que rodeiam o
minúsculo reino oceânico de samoa, cruzado por ventos, aventuras, tragédias e
sonhos à maneira de Maugham e de Conrad.
Fonte: Revista Visão
Fotos da Net
©CarlosCoelho
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