Morreu aos 40 anos, às mãos de um fã, mas as reais motivações do seu
assassínio ainda permanecem obscuras.
John Winston Lennon nasceu em Liverpool, a 9 de Outubro de 1940,
filho de Julia – uma doméstica com paixão pela música – e de Alfred – um comissário
de bordo naval. Aos seis anos, com a separação dos pais, foi viver com a tia
materna, Mimi. Teve uma infância feliz, mas atrágica morte da sua mãe
(atropelada por um carro) viria amargurar os seus 17 anos.
Dela, John herdou a veia artística, escrevendo histórias e poemas
traçando desenhos. Encorajado pela mãe, pediu à tia uma guitarra, fundou a
banda Quarry Men e frequentou a Faculdade de Artes, onde conheceu Cynthia
Powell, com quem viria a partilhar oito anos da sua vida. Os dois tornaram-se
inseparáveis até Lennon ajudar a escrever a história dos Beatles. Cynthia
engravidou e o casal “deu o nó” em 1962. Julian (assim baptizado em memória da
mãe do músico) nascia a 8 de Abril de 1963, mas John tornar-se-ia um pai
ausente.
O fim dos Beatles
Com a fama, veio a droga e o divórcio do cantor. Entretanto Lennon
envolveu-se com Yoko Ono e os desentendimentos no seio da banda aumentaram; o
poeta devolveu o título de Sir, rumou a Nova Iorque e casou-se com a artista
plástica nipónica.
Em 1971, os Beatles separavam-se oficialmente. A irreverência de
Lennon granjeara-lhe uma legião de fãs. Chegara a declarar que os Beatles eram
mais famosos do que Cristo. À sua carreira a solo, no entanto, faltava o génio
e a inspiração colectiva dos Fab Four, acabando por gravar álbuns criativos,
mas sem o impacto dos trabalhos dos Beatles. Foi nesta fase, porém, que se
acentuou a veia política de Lennon, lutando pela paz e gravando temas imortais
como Imagine e Woman.
A 8 de Dezembro de 1980, ao regressar acasa com Yoko Ono, depois de
cumprir alguns afazeres profissionais, e ansioso por desfrutar da companhia do
pequeno filho de ambos, Sean, foi alvejado com sete tiros. Mark Chapman – que viajara
do Hawai até Manhattan, intalou-se no Hotel Sheraton e comprara uma pistola de
calibre 38 – culpava John Lennon pela “vida desgraçada” que dizia ter.
Os verdadeiros motivos da sua morte continuam, contudo, por
esclarecer. Os serviços secretos britânicos e americanos falam de alegadas
ligações do músico ao IRA e ao partido de extrema-esquerda Worker’s
Revolucionary Party; a posição de Lennon contra a guerra do Vietname
desagradava ao FBI e ao, então, presidente Nixon. Os ficheiros sobre
investigação permanecem numa cave, em Washington, sob a classificação de Top Secret.
O homem e o mito
A vida do lendário músico foi alvo de ódios e paixões. No livro The
Lives of John Lennon, Albert Goldman acusa o músico de ser violento, um falso
principe da paz; em resposta, o filme de Andrew Solt, Imagine: John Lennon,
tenta repor a verdade do mito. Julia Baird, irmã do cantor, contudo, fala do
homem e do irmão que recorda com ternura: Não penso nele como um Beatle. As
minhas melhores recordações de John são como irmão. Quem me dera que ele nunca
tivesse visto uma guitarra! Isso foi a destruição de muitas coisas; das
relações familiares e do próprio John. Preferia ser pobre e tê-lo connosco.”
Fonte: Revista VIP
Texto: Maria João Fialho Gouveia
CarlosCoelho